Demissão de Costa tira 1,7 mil milhões à bolsa de Lisboa. “Portugal fica sem Governo, o PSI ressente-se”
PSI registou a pior sessão em mais de um mês, caindo mais de 2,5%, depois de o primeiro-ministro ter apresentado a demissão.
Portugal mergulhou em nova crise política, depois de o primeiro-ministro ter apresentado a demissão. A instabilidade governativa levou a bolsa de Lisboa a perder mais de 1,7 mil milhões de euros em capitalização bolsista na sessão desta terça-feira.
O PSI caiu 2,54% para 6.227,35 pontos, naquela que foi a pior sessão desde outubro. Nenhuma cotada sobreviveu à pressão vendedora que castigou sobretudo a Mota-Engil, Galp e Greenvolt, com a construtora a cair mais de 5,5%.
“A palavra-chave é incerteza. Os investidores reagem violentamente quando há incerteza. É o que está a acontecer no PSI com a instabilidade política que se gerou”, referiu Eduardo Silva, diretor-geral da XTB Portugal, ao ECO.
“Portugal fica sem Governo, o PSI ressente-se”, referem os analistas da sala de mercados do BCP no comentário de fecho.
Bolsa vive pior sessão em mais de um ano
Fonte: Reuters
António Costa apresentou a demissão ao início da tarde, depois de saber que foi alvo de uma investigação autónoma do Supremo Tribunal de Justiça por causa de negócios relacionados com o lítio, hidrogénio verde e dados. O Presidente Marcelo Rebelo de Sousa falará sobre a situação política na próxima quinta-feira após reunir com os partidos e com o Conselho de Estado.
O grande perdedor do dia foi a Galp: o valor em bolsa da petrolífera contraiu 480 milhões de euros na sessão desta terça-feira. A EDP Renováveis perdeu 330 milhões de market cap e a EDP outros 280 milhões. Já o valor de mercado dos pesos pesados Jerónimo Martins e BCP caiu 213 milhões e 140,1 milhões, respetivamente.
No que toca à Mota-Engil, que registou a maior queda percentual do dia, isso traduziu-se numa perda de 52,6 milhões na sua capitalização em bolsa, enquanto a Greenvolt “emagreceu” quase 30 milhões.
“Estamos perante um episódio de turbulência, mas será uma volatilidade de curto prazo até que haja maior clareza. Não se espera que este caso venha a mudar a tendência geral”, acrescentou o responsável da XTB.
No mercado secundário de dívida, a yield associada às obrigações do Tesouro a dez anos portuguesas caiu um ponto base para 3,416%, enquanto as taxas espanholas e italianas no mesmo prazo tiveram quedas mais acentuadas de sete e nove pontos base.
(Notícia atualizada às 17h25)
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