Moodys muda Outlook da economia americana para negativo

A Moody's baixou o outlook dos EUA de "estável" para "negativo", com base num cenário de avultados défices orçamentais e uma menor capacidade para suportar o serviço da dívida.

A Moody’s reduziu na sexta-feira o outlook dos EUA de “estável” para “negativo”, com base num cenário de avultados défices orçamentais e uma menor capacidade para suportar o encargo do serviço da dívida. Uma medida que resultou em críticas imediatas por parte da administração do presidente Joe Biden.

“A contínua polarização política no Congresso norte-americano aumenta o risco de que sucessivos governos federais não consigam chegar a consenso quanto ao plano orçamental, de modo a travar a queda na capacidade para assegurar o reembolso da dívida”, defende a agência no relatório publicado na sexta-feira. Qual é o risco? Está decisão pode levar a que, numa próxima decisão, a Moody’s baixe a classificação do rating soberano, que para já ficou inalterado.

Esta revisão em baixa da perspetiva para a dívida norte-americana seguiu-se a um “downgrade” do rating soberano dos EUA por parte da Fitch, em agosto – depois de meses de grande impasse político em torno do teto de endividamento do pais (o chamado “debt ceiling”).

A Moody’s é a única das três maiores agências de rating a manter a classificação de topo dos EUA. Em agosto, a Fitch cortou a classificação para o segundo nível da escala, de triplo A para AA+, juntando-se assim à Standard & Poors – que já o tinha feito em 2011 e que, desde então, não voltou a subir a nota.

O teto da dívida estava fixado nos 31,4 biliões de dólares mas foi ultrapassado a 19 de janeiro. O passo seguinte seria o de aprovação de um aumento ou suspensão deste teto, mas os democratas e republicanos mantiveram um braço de ferro que só em maio se resolveu, com a Câmara dos Representantes norte-americana a aprovar a proposta para suspender o limite ao endividamento dos EUA. No dia seguinte, também o Senado deu luz verde. A proposta passou no Congresso, o que salvou o país de entrar em incumprimento a partir de 5 de junho.

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