Novobanco cria almofada de 50 milhões. CEO do BCP diz que não altera dividendos
Supervisor anunciou uma reserva de capital para prevenir perdas com crise imobiliária. Almofada vai custar 50 milhões ao Novobanco, enquanto líder do BCP diz que não altera política de dividendos.
Os bancos vão ter de criar uma almofada para prevenir perdas face a uma eventual queda dos preços das casas. A medida vai ter um impacto de cerca de 50 milhões de euros no Novobanco, enquanto o BCP considera que “não vai alterar a política de dividendos”.
“Foi anunciado que a medida irá ter um impacto entre 50 e 150 milhões, no Novobanco está no limite inferior da banda”, adiantou o administrador Luís Ribeiro na conferência Banca do Futuro, organizada pelo Jornal de Negócios, assegurando que o banco “está muito bem capitalizado”.
Os outros bancos não revelaram os valores da reserva que vão ter de constituir. Mas o CEO do BCP considerou que é sempre importante o Banco de Portugal “dar orientações de prudência, mas Miguel Maya referiu que quando o banco faz o cálculo de capital já tem em conta os cenários mais adversos. Pelo que, sublinhou, a medida anunciada esta quarta-feira pelo Banco de Portugal “não vai alterar absolutamente nada” no BCP. “Não vai alterar a política de dividendos, nem a política de investimento”, disse o gestor.
O regulador da banca anunciou que as maiores instituições de crédito vão ter de constituir uma reserva de capital adicional que corresponderá a 4% relativo ao valor das exposições de empréstimos a particulares que está garantida por imóveis destinados à habitação ponderadas pelo risco.
Os bancos afetados pela medida vão colocar de lado cerca de 400 milhões de euros, adiantou o Banco de Portugal ao ECO. BCP e Santander, sendo os maiores bancos, deverão ter de criar almofadas de mais de 100 milhões.
“Se fosse de 9% teria impacto”, assumiu Pedro Castro e Almeida, do Santander, frisando que a realidade dos bancos hoje em dia não tem nada a ver com a anterior crise.
De fora desta medida ficou a Caixa Geral de Depósitos (CGD), por não adotar um modelo de risco interno. O CEO do banco público, Paulo Macedo, assegurou, ainda assim, que a “Caixa tem um conjunto de coberturas, imparidades e overlays” que a deixam protegida e, portanto, “está bem confortável” face a uma eventual deterioração do mercado imobiliário.
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