Exclusivo LX Partners escolhe três finalistas para o maior negócio de malparado do ano

Cerberus, Intrum e Finsolutia, Carval e Whitestar e a LCM são os três candidatos à compra dos 4,2 mil milhões de malparado e da plataforma Algebra à LX Partners.

O negócio de malparado do ano em Portugal vai para a reta final com três finalistas a concurso. O consórcio da Cerberus, Intrum e Finsolutia, da Carval e Whitestar, e o fundo LCM foram os selecionados para a fase de propostas vinculativas para compra do negócio de malparado de 4,2 mil milhões de euros da LXPartners em Portugal, de acordo com as informações recolhidas pelo ECO junto de duas fontes do mercado.

Além da carteira de malparado, a LX Partners também está a vender a plataforma que faz a gestão destes ativos, a Algebra Capital, num negócio que, no seu conjunto, estará avaliado em cerca de 200 milhões de euros, disseram fontes do mercado ao ECO.

A LX Partners, com sede no Luxemburgo, e a Algebra não responderam às questões colocadas pelo ECO até à publicação deste artigo.

Caberá agora à LX Partners selecionar, dentro desta shortlist, a proposta vinculativa mais competitiva para a fase de negociações exclusivas, no sentido de tentar melhorar a oferta em cima da mesa. De fora ficaram a Balbec e a Bain, que também se mostraram interessadas numa fase inicial. Uma das fontes adiantou que a LX Partners estará a pedir pelo menos 275 milhões. “Parece difícil para não dizer impossível”, disse a fonte ao ECO. As ofertas deverão ser apresentadas até 22 de dezembro.

Como o ECO avançou em primeira mão, o chamado “Projeto Cascais” está a ser conduzido pela KPMG e contempla empréstimos em incumprimento que este fundo comprou nos últimos anos aos bancos portugueses. Com um valor bruto de 4,2 mil milhões de euros, a carteira inclui cerca de quatro mil milhões que dizem respeito a crédito unsecured (sem garantias) e outros 200 milhões a crédito secured (com garantias).

O negócio envolve ainda o servicer responsável pela gestão desta carteira, a Algebra Capital. Esta sociedade tinha 175 trabalhadores e faturou 13 milhões em 2022, mais 11% em relação ao ano anterior, tendo lucrado 1,5 milhões, de acordo com os dados disponibilizados pela InformaDB.

Além de dívida de stress e NPL (non performing loans), os negócios da LX Partners incluem também a área do private equity e do imobiliário. Em Portugal, por exemplo, esta sociedade detém a Five Credit (plataforma digital de empréstimos alternativos para PME) e a sociedade gestora Circle Capital e investiu 125 milhões de euros na Smart Studios (estúdios para estudantes) em 2018.

Embora seja uma operação em mercado secundário (não é um banco a vender diretamente), o “Projeto Cascais” pode ser considerado o maior deste ano, que está a ser marcado por um forte arrefecimento das transações, depois de vários anos com negócios milionários.

As poucas carteiras que têm saído para o mercado este ano são de valor reduzido, raramente superando os 100 milhões de euros, como acontece com o “Projeto Grace” do BCP, como o ECO já avançou. Um dos maiores processos será mesmo aquele que o Banco Montepio tem em curso, relativo a um portefólio de ativos problemáticos avaliados em cerca de 230 milhões de euros, incluindo dívida going concern, cash in court, entre outros.

Há cinco anos, o sistema bancário defrontava-se com 31,8 mil milhões de euros em NPL, correspondendo a 13,6% do total do crédito. Depois de uma forte limpeza dos balanços por parte da banca, o rácio caiu para 3,1% no final de junho, abaixo do “número mágico” de 5%, totalizando os 9,7 mil milhões, de acordo com os últimos dados disponibilizados pelo Banco de Portugal. Em termos líquidos de imparidades, os NPL ascendiam a 4,2 mil milhões.

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