“Mediadores são garantia de maior concorrência no setor segurador”

  • ECO Seguros
  • 21 Maio 2023

João Nuno Mendes, secretário de Estado das Finanças, esteve no 9º congresso da APROSE e referiu como positivo mediadores de seguros mais profissionalizados. Margarida Aguiar destacou o lado humano.

João Nuno Mendes: “esperamos para breve ter novidades quanto aos seguros contra catástrofes naturais”.

O 9º congresso dos Agentes e Corretores de Seguros, organizado pela APROSE, reuniu no passado sábado no Centro de Congressos do Estoril, após uma interrupção provocada pela pandemia.

Logo na abertura, David Pereira, presidente da APROSE, associação nacional dos agentes e corretores de seguros, referiu ter entregado em mão aos presentes João Nuno Mendes, secretário de estado das Finanças e a Margarida Corrêa de Aguiar, presidente do supervisor ASF , um pedido de regime de exceção nos contratos com seguros de vida. O pedido tem intenção de aprovar “um regime excecional e temporário, que permita a liberdade de escolha das entidades com as quais pretendem contratualizar seguros no crédito à habitação, tal como já prevê a lei”, disse David Pereira.

David Pereira, presidente da APROSE: ” mediadores são a coluna vertebral do setor segurador”.

 

O presidente da APROSE insistiu na ideia de que é “brutal a pressão exercida pela banca sobre o seu cliente para comprar seguros ao balcão”, quando há oferta no mercado que permite diminuição de custos na ordem dos 50% nos prémios. Exemplificou com um o valor de um seguro de vida ligado a um crédito à habitação, habitual em valor e prazo, cuja contratação fora de um banco pode levar, no final, a uma poupança de 20 mil euros.

Por estes motivos David Pereira considerou os agentes e corretores como a “coluna vertebral do setor segurador”, e reforçou as suas qualidades de consultores dos clientes, mais do que apenas vendedores seguros.

Margarida Aguiar: “são a face mais humana dos seguros”

Margarida Corrêa de Aguiar, presidente da ASF, registou a entrega do pedido formal da APROSE salientando que pode haver espaço para novos equilíbrios melhorem, repartam melhor custos-benefícios entre bancos, seguradoras e os consumidores-clientes e aproveitou para louvar os mediadores pela forma como se adaptaram com sucesso às circunstâncias criadas pela pandemia.

Margarida Corrêa de Aguiar, presidente da ASF “o aumento das exigências de reportes periódicos são um encargo para a mediação, mas importantes para assegurar a boa conduta do setor”.

Para Margarida Aguiar, a transparência e informação podem ter um papel muito mais relevantes a desempenhar para que se possam tomar decisões mais conscientes que correspondam aos reais interesses dos envolvidos e a mediação exerce “um papel essencial” nesse domínio.

Com 93% dos seguros em Portugal a serem comercializados através dos canais de mediação por empresas e particulares, a presidente da ASF confirmou que todos os operadores têm uma notação de risco no supervisor e que o aumento das exigências de reportes periódicos são um encargo para a mediação, mas importantes para assegurar a boa conduta do setor.

Margarida Aguiar realçou a missão do mediador junto dos consumidores, tarefas de ajuda e descomplicação dos temas numa altura em que a Inteligência Artificial avança no setor permitindo melhor gerir o risco e enfrentar a incerteza, num processo que não deve esquecer a mutualização como base da atividade.

“O mediador continuará a ser a face mais humana dos seguros”, concluiu a presidente da supervisão.

Prometidas novidades do Governo quanto a catástrofes naturais

João Nuno Mendes, secretário de Estado das Finanças, afirmou que não teve oportunidade de ver o caderno que lhe foi apresentado pela APROSE, mas o que Governo terá oportunidade de o analisar em conjunto com a ASF com quem “tem mantido conversações sobre outras matérias, esperando para breve ter novidades quanto aos seguros contra catástrofes naturais”, nomeadamente quanto ao risco sísmico que nos tem sido apresentado pela setor segurador.

O governante destacou o número elevado de mediadores recentemente profissionalizados, que eles próprios têm um papel importante na garantia de maior concorrência no setor segurador, com melhores serviços aos clientes e a preços mais adequados.

Referiu a importância setor segurador na economia nacional e no apoio às famílias e empresas e destacou o peso do investimento das seguradoras que rondou, em 2022, os 50 mil milhões de euros e a sua contribuição para o crescimento da economia e notou a solvência em geral do setor segurador ao nível do melhor da Europa.

Marques Mendes e debates completaram o congresso

Luís Marques Mendes foi Key note Speaker no Congresso abordando o tema “O futuro são as pessoas” que prosseguiu com os debates Modelos de distribuição de seguros: que futuro? com a participação de Sérgio Teodoro da Fidelidade, Carlos Varela da Allianz, Mário Vinhas da MDS e António Vasconcelos da APROSE. Outro debate focou O mediador do Futuro com a participação de Joana Pina Pereira da Tranquilidade, Gustavo Barreto da Ageas Seguros e Nuno Catarino da APROSE.

Teve ainda lugar o painel Novas ofertas comerciais: “Estamos a competir com robots?” com a presença de Rita Almeida da Liberty, Ezequiel Silva da Seguramos; Ana Teixeira da Mudey e Ricardo Raminhos da MGEN.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Guterres defende reforma do Conselho de Segurança da ONU, FMI e Banco Mundial

  • Lusa
  • 21 Maio 2023

O secretário-geral da ONU diz que "existe uma distorção injusta e sistemática a favor dos países ricos que, como é natural, tem gerado uma enorme frustração no mundo em vias de desenvolvimento".

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, defendeu hoje a reforma do Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU), do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial, para transformar as relações de poder entre os países.

“No quadro da economia e finanças globais, existe uma distorção injusta e sistemática a favor dos países ricos que, como é natural, tem gerado uma enorme frustração no mundo em vias de desenvolvimento”, denunciou Guterres, na cimeira do G7 – sete das maiores economias do mundo, representando mais da metade da riqueza líquida do mundo – em Hiroxima, Japão.

Na sua intervenção, defendeu uma reforma do Conselho de Segurança da ONU e das duas grandes instituições internacionais resultantes do acordo de Bretton Woods em 1945, o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial, para transformar de vez as relações de poder, financeiras e morais que afundaram os países em desenvolvimento a golpes de endividamento.

O secretário-geral das Nações Unidas considerou que os planos de recuperação da pandemia de covid-19 são um exemplo claro da enorme diferença que separa estes dois tipos de países.

Os países do G7, em que a população total é de 772 milhões de pessoas, receberam 280.000 milhões de dólares (cerca de 260.000 milhões de euros) atribuídos pelo Fundo Monetário Internacional (FIM), enquanto todo o continente africano, onde vivem 1.300 milhões de pessoas, recebeu apenas 34.000 milhões de dólares (cerca de 31.000 milhões de euros).

Na perspetiva de Guterres, esta diferença representa um fracasso moral “por muito que tenham seguido as regras a esse respeito”, por isso entende que “há algo de fundamentalmente errado com os próprios regulamentos”.

Muitas coisas mudaram desde 1945. A arquitetura financeira global está desatualizada, disfuncional e injusta. Os impactos económicos da pandemia e da invasão russa da Ucrânia mostraram que falhou em cumprir o seu papel essencial como rede de segurança global.

António Guterres

Secretário-geral da ONU

O secretário-geral da ONU declarou-se assim surpreendido com a resposta a uma crise económica que deixou 52 países do mundo à beira da falência e sem acesso a políticas de alívio da dívida.

Guterres considerou que toda esta situação decorre das relações de poder estabelecidas principalmente após a Segunda Guerra Mundial, através do sistema de Bretton Woods e do Conselho de Segurança da ONU, órgão executivo máximo da organização, sobrecarregado pelo veto que os cinco membros permanentes possam impor a qualquer decisão em debate.

“Muitas coisas mudaram desde 1945. A arquitetura financeira global está desatualizada, disfuncional e injusta. Os impactos económicos da pandemia e da invasão russa da Ucrânia mostraram que falhou em cumprir o seu papel essencial como rede de segurança global”, lamentou Guterres.

Assim, “é hora de reformar o Conselho de Segurança e as instituições de Bretton Woods para redistribuir o poder de acordo com a realidade do mundo de hoje”, defendeu.

Como solução de curto prazo, Guterres voltou a insistir na sua proposta de um Pacote Global de Estímulos ao Desenvolvimento Sustentado para aumentar os prazos de financiamento da dívida, para o qual é necessária a cooperação entre os bancos multilaterais de desenvolvimento.

Neste sentido, Guterres apelou à comunidade internacional para que siga o exemplo do Japão que, em abril deste ano, se comprometeu a duplicar a percentagem das reservas monetárias de direitos especiais de retirada do Fundo Monetário Internacional – um ativo de reserva internacional que complementa as reservas oficiais dos países membros – que serão realocadas em até 40% para os países mais pobres.

“Acho que tudo está muito claro […]. Quando digo que há uma consciência crescente entre os países desenvolvidos de que eles não estão a fazer o suficiente para reformar instituições obsoletas ou, muito menos, aliviar as frustrações do Sul Global (a zona mundial que inclui a maioria dos países do hemisfério sul, incluindo toda a África e Sul da Ásia) com uma política eficaz de solidariedade.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Federação Nacional da Educação anuncia greve para 06 de junho

  • Lusa
  • 21 Maio 2023

Pedro Barreiros, que foi eleito este domingo secretário-geral da Federação Nacional da Educação, revelou que foi aprovada a nova paralisação para junho.

A Federação Nacional da Educação (FNE) anunciou hoje uma greve nacional a 06 de junho e afirmou que a luta nas escolas irá continuar no próximo ano letivo, se os problemas dos professores não forem resolvidos pelo Governo.

O anúncio foi feito por Pedro Barreiros, que foi hoje eleito secretário-geral da FNE, para um mandato de quatro anos, durante o XIII Congresso Nacional daquela organização sindical, que decorreu em Aveiro.

“No que diz respeito à contestação e àquilo que é o processo dito pelo Ministério da Educação negocial, mas que nós não sentimos dessa forma, desde já anunciamos e aprovamos uma resolução para a marcação da greve no dia 06 de junho“, disse à agência Lusa Pedro Barreiros, dando conta de que “outras formas de luta” serão ponderadas até ao final do ano letivo.

O novo líder da FNE assegurou ainda que a partir do primeiro dia de aulas do próximo ano letivo os professores estarão em luta, caso o Ministério da Educação “não assuma a necessidade e urgência de resolver os problemas” que motivam estas ações.

Pedro Barreiros lamentou ainda a ausência de representantes de vários partidos políticos com assento parlamentar, nomeadamente do PS, na cerimónia de tomada de posse dos novos órgãos sociais da FNE, sublinhando que a democracia se constrói através da participação”.

“Podemos estar em desacordo. Pode até mesmo este momento não ser o ideal – ser um momento de contestação, complexo -, mas também temos de saber distinguir aquilo que é o Governo e aquilo que são os partidos com assento parlamentar”, afirmou.

Foi ainda anunciado que a partir de segunda-feira será enviado um pedido de reunião aos partidos políticos, ao Presidente da República e a diversas instituições para apresentar o novo plano de ação que foi aprovado no congresso.

A cerimónia de tomada de posse dos novos órgãos sociais da FNE contou com a presença de representantes do PSD, Chega e Iniciativa Liberal e de várias organizações sindicais, além do secretário-geral da central sindical UGT, Mário Mourão.

Pedro Barreiros foi eleito hoje secretário-geral da FNE, com 94,7% da votação, em eleições com lista única. O até agora vice-secretário-geral da FNE e presidente do Sindicato dos Professores da Zona Norte sucede a João Dias da Silva, que estava há 19 anos na liderança daquela organização sindical.

Os novos órgãos sociais da FNE (Secretariado Nacional e a Mesa do Congresso) para o quadriénio 2023-2027 foram eleitos com 397 votos a favor, 13 votos contra, seis votos em branco e três votos nulos, num universo de 419 votantes.

A Federação congrega 10 sindicatos – quatro no continente, dois nas regiões autónomas dos Açores e da Madeira, três de não docentes e o Sindicato dos Professores das Comunidades Lusíadas.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Biden confiante num “degelo muito em breve” das relações com a China

  • Lusa
  • 21 Maio 2023

O presidente dos EUA expressou confiança de que as relações entre Washington e Pequim "experimentarão um degelo muito em breve" e está a considerar levantar sanções contra ministro da Defesa da China.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, revelou hoje, no âmbito da cimeira do G7, em Hiroxima, no Japão, que está a considerar levantar as sanções impostas ao ministro da Defesa da China, o general Li Shangfu.

“Está em discussão”, disse Joe Biden, após ser questionado numa conferência de imprensa sobre se admite levantar as sanções. Nomeado ministro da Defesa da China no passado mês de março, Li Shangfu foi sancionado em 2018 pelos Estados Unidos por ser acusado de comprar armamento à empresa estatal russa Rosoboronexport.

O secretário de Defesa dos Estados Unidos da América (EUA), Lloyd Austin, solicitou uma reunião com Li, mas Pequim rejeitou o encontro, considerando que as sanções são um obstáculo para que essas conversas ocorram entre os ministros da Defesa dos dois países.

Na mesma conferência de imprensa, realizada em Hiroxima, no final da cimeira do G7 (grupo das sete democracias mais industrializadas do mundo), Biden expressou confiança de que as relações entre Washington e Pequim “experimentarão um degelo muito em breve”.

As relações entre as duas potências voltaram a um ponto de tensão depois de o Governo de Biden ter derrubado um suposto balão “espião” chinês que sobrevoou os Estados Unidos no final de janeiro e caiu sobre as águas do Atlântico em 04 de fevereiro.

Biden referiu-se hoje a esse incidente e disse que “tudo mudou” nas relações entre Washington e Pequim desde que “aquele balão idiota que carregava equipamento de espionagem equivalente a dois vagões de carga sobrevoou os Estados Unidos”.

O incidente fez com que o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, cancelasse uma viagem que tinha previsto fazer nessa altura para a China, mas Washington expressou o desejo de retomar a visita num futuro próximo.

Num sinal de reaproximação, o conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, viajou a Viena para se encontrar com o chefe da diplomacia da China, Wang Yi.

China e Estados Unidos viveram uma época de grandes tensões durante o Governo de Donald Trump (2017-2021), quando ambas as nações se envolveram numa guerra comercial com imposição mútua de tarifas.

No entanto, houve uma reaproximação quando Biden e o Presidente da China, Xi Jinping, se encontraram em novembro de 2022 à margem do G20, em Bali, na Indonésia.

Ambos concordaram em melhorar os seus canais de diálogo para evitar que a competição entre China e Estados Unidos leve a um conflito aberto, mas as relações voltaram a complicar-se com o incidente do balão.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

“Cavaco Silva está muito mal resolvido com o passado por ser um politico de má memória”, diz PS

João Torres, secretário-geral adjunto do PS, afirmou que o seu partido não aceita lições de moral de Cavaco Silva e acusou o PSD de uma "colagem retórica muito forte" aos "movimentos radicais".

“O professor Cavaco Silva está muito mal resolvido por ser um político de má memória para os portugueses”, afirmou este domingo o secretário-geral adjunto do PS, numa iniciativa do partido em Braga, em reação ao discurso de ontem do antigo Presidente da República.

“Eu penso que o uso da agressividade e da violência verbal a que ontem o país assistiu por parte de alguém que foi primeiro-ministro e Presidente da República revela que o professor Cavaco Silva perdeu o sentido de Estado que se exige e a generalidade dos portugueses gostaria de apreciar em alguém que durante tanto tempo desempenhou funções no nosso país”, começou por afirmar João Torres, em declarações transmitidas pelas televisões.

“Essa agressividade e essa violência verbal que o professor Cavaco Silva utilizou revela também que está de alguma forma inconformado com o facto de ter uma grande impopularidade no nosso país. O mandato presidencial de Cavaco Silva é um mandato de que nenhum português tem particularmente boa memória e parece-me que o professor Cavaco Silva está mal resolvido com o seu passado. Só isso pode justificar a forma como ele se dirigiu em particular ao PS”, acrescentou o secretário-geral adjunto do PS. “O professor Cavaco Silva está muito mal resolvido por ser um político de má memória para os portugueses”, reforçou.

João Torres disse também que “o PS não aceita lições de moral por parte do professor Cavaco Silva, como não aceita por parte do PSD ou por parte de outra qualquer formação partidária”.

“Acrescentaria que é até irónico que seja uma personalidade que durante dez anos exerceu funções como primeiro-ministro e durante dez anos assumiu funções como Presidente da Republica a tentar assumir-se como líder da oposição do nosso país“, referiu também o antigo secretário de Estado da Proteção do Consumidor.

João Torres passou depois ao ataque ao líder das sociais-democratas. “Julgo que hoje não há nenhum português que reconheça no PSD a capacidade de iniciativa e de propositura para construir uma alternativa para o nosso país. Parece que só mesmo o professor Cavaco Silva reconhece no Dr. Luís Montenegro capacidades para liderar o país. Estou certo que não nenhum português que olhe com sentido crítico para o mandato do Dr. Luís Montenegro na oposição que consiga conceber que ele está à altura de chefiar um Governo”, afirmou.

Há aqui, se quisermos, uma colagem retórica muito forte entre o PSD, o próprio professor Cavaco Silva que ontem discursou numa iniciativa desse partido, e movimentos, partidos que são radicais, são populistas, são extremistas e perante os quais o PS tem uma mensagem muito clara: é de que não se dará, porque para nós os valores fundacionais da nossa democracia são mais importantes do que outros valores que são seguramente os que presidem à nossa oposição nos dias de hoje”, acusou.

“O PSD transformou-se num vazio de ideias. Hoje adota uma linguagem que é de uma agressividade e violência que é absolutamente lamentável e muitas vezes inaceitável. Até o professor Cavaco Silva utilizou essa linguagem que eu acho que até vai para lá do que são os limites aceitáveis em democracia“, concluiu.

O antigo Presidente Cavaco Silva deixou críticas muito duras ao Governo num longo discurso este sábado no 3.º encontro de autarcas sociais-democratas, em Lisboa. O ex-líder do PSD afirmou que o primeiro-ministro perdeu a autoridade e não desempenha as competências que a Constituição lhe atribui, sugerindo mesmo a sua demissão.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Fidelidade, Real Vida e Tranquilidade são as seguradoras do ano para os mediadores

Agentes e corretores de seguros votaram nas seguradoras do ano que foram anunciadas no congresso da APROSE. Abílio Almeida Santos, Fernando Rego e José António Sousa receberam prémio Carreira.

O 9º Congresso Nacional dos Agentes e Corretores de Seguros, que no passado sábado terminou no Centro de Congressos do Estoril, atribuiu pela primeira vez Prémios a personalidades e seguradoras que se distinguiram em 2023.

Marta Graça Ferreira, presidente da Real Vida, recebeu pessoalmente o Prémio APROSE para a Melhor Seguradora Vida 2023.

As personalidades foram escolhidas pela direção da APROSE enquanto as seguradoras foram escolhidas pelos membros da associação, através de uma votação eletrónica, personalizada, escrutinada por uma entidade independente.

A Seguradora do Ano 2023 para os Agentes, votadas somente por Agentes Individuais e Coletivos, foi a Tranquilidade/Generali enquanto a Melhor Seguradora para Corretores, votadas somente por Corretores, foi a Fidelidade.

Todos os agentes e corretores votaram para a Melhor Seguradora Vida tendo distinguido a Real Vida Seguros, enquanto a Melhor Seguradora Não Vida, para os mais de 2.000 membros da APROSE, foi a Fidelidade.

A direção da APROSE atribuiu os três Prémios Carreira a personalidades que ao longo da sua carreira contribuíram decisivamente para o sucesso da mediação de seguros.

Foram distinguidos Abílio Almeida Santos que fundou a corretora Median em 1974 e foi figura destacada do Portugal dos seguros durante toda a sua vida profissional.

Fernando Rego, foi também distinguido. Criou a corretora F. Rego em 1979 e hoje é um grupo de distribuição que está no top 10 nacional, tendo ocupado diversos lugares de destaque no associativismo dos mediadores.

José António Sousa, que fez um percurso internacional como gestor de seguradoras no continente americano e asiático, e também em Portugal, foi igualmente recetor de um Prémio Carreira APROSE.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

📹 Como concorrer aos apoios à compra de carros elétricos e carregadores?

Estado disponibiliza um total de dez milhões de euros em apoios para a compra de veículos 100% elétricos, motas, bicicletas elétricas e convencionais, e até carregadores. Saiba como candidatar-se.

Estão novamente disponíveis os apoios do Estado à compra de veículos elétricos e à instalação de postos de carregamento privados. A iniciativa do Fundo Ambiental tem uma dotação de dez milhões de euros.

Abrangidos pelos apoios estão todos os veículos com emissões nulas de CO2 adquiridos após 1 de janeiro de 2023, tal como os veículos 100% elétricos e híbridos plug-in, motas e bicicletas elétricas e convencionais. Além disso, estão também disponíveis apoios aos condomínios para a instalação de carregadores para veículos elétricos.

Saiba como funcionam as candidaturas.

http://videos.sapo.pt/MvdAnLNmmV87e9j1NJro

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Economia do cavalo “galopa” 25 milhões de euros em Portugal

Estudo da EY calcula que desporto equestre representa cerca de 25 milhões de receitas anuais para o país, onde há perto de 29 mil explorações. Alter do Chão acolheu primeiro fórum económico do cavalo.

Em Portugal, o desporto equestre representa cerca de 25 milhões de euros de receitas anuais, de acordo com o estudo elaborado pela EY – Parthenon, que mede o impacto económico do setor equestre na economia portuguesa e europeia. Alter do Chão recebeu na sexta-feira e no sábado o Horse Economic Forum, o primeiro fórum económico do cavalo em Portugal. O evento, que tem como objetivo colocar este município “num lugar de destaque ao nível do impacto e inovação no setor equestre”, junta dezenas de especialistas no setor.

O turismo equestre em Portugal é uma atividade em crescimento e que atrai cada vez mais visitantes nacionais e estrangeiros, com o intuito de desfrutar da beleza natural do país a partir de uma perspetiva diferente – a cavalo. Os passeios a cavalo representam 96% dos serviços disponibilizados pelos agentes de turismo, os estágios de aperfeiçoamento representam 62% e os passeios a charrete 28%.

Anuário do Cavalo: Horse Economic Forum

Espanha, Reino Unido, Alemanha, França, Países Baixos, Bélgica e Estados Unidos são as principais origens dos turistas equestres em Portugal. O perfil do turista que chega ao país pela componente equestre é maioritariamente feminino, entre os 25 e os 50 anos, e de nível de rendimento médio-alto.

O diretor-geral da federação nacional holandesa de centros equestres profissionais, Haike Blaauw, que participa no Horse Economic Forum, descreve ao ECO/Local Online que “Portugal é um dos países mais bonitos da Europa, no que diz respeito à natureza e à cultura”. “O nível dos cavalos disponíveis é excelente e o cenário onde se pode montar é deslumbrante. Mesmo para quem não tem um cavalo, é possível desfrutar de comida fantástica, dos vinhos e, claro, das pessoas muito amigáveis”, acrescenta.

Portugal é um dos países mais bonitos da Europa, no que diz respeito à natureza e à cultura. O nível dos cavalos disponíveis é excelente e o cenário onde se pode montar é deslumbrante.

Haike Blaauw

Diretor-geral da Federação Nacional Holandesa de Centros Equestres Profissionais

Questionada sobre o que faz do país um bom destino para o turismo equestre, a vereadora do município de Alter do Chão, Raquel Palmeiro, comenta, em entrevista ao ECO/Local Online que Portugal é “um destino turístico por excelência” e que no campo equestre tem “imensos recursos”. “Todas as localizações podem facilmente adaptar-se ao turismo equestre”, realça a autarca.

A coudelaria mais antiga do mundo

Alter do Chão é um dos municípios mais emblemáticos da tradição coudélica, onde está inserida a Coudelaria de Alter, mais concretamente na Herdade da Tapada do Arneiro. Esta é a mais antiga coudelaria portuguesa, datada de 1748. No mundo, é também a que funciona há mais tempo, de forma ininterrupta, no local de origem. Há um enorme potencial para atividades equestres, mas há muito por fazer”, admite Raquel Palmeiro.

Raquel Palmeiro, vereador da Câmara de Alter do Chão

A principal missão da Coudelaria é a criação, o fomento e o melhoramento genético do Puro-Sangue Lusitano — que é o cavalo de sela mais antigo do mundo e é de raça portuguesa — e do Alter Real. Nesta coudelaria nascem, em média, 60 cavalos por ano. A Coudelaria conta com 800 hectares e obteve em 2019 receitas de 180 mil euros.

O preço-base pós-leilão de um Puro Sangue Lusitano (macho) na Coudelaria de Alter do Chão varia entre 7.700 euros e 11 mil euros. Já uma fêmea pode variar entre 5.500 euros e 11 mil euros.

No país existem um total de 44.504 cavalos lusitanos, um número que sobe para 69.086 a nível mundial. Entre 30% a 42% deste tipo de cavalos nasce atualmente fora de Portugal, ainda de acordo com o estudo elaborado pela EY – Parthenon.

De acordo com a análise feita pela consultora, em Portugal há 160 médicos veterinários ligados à atividade equina inscritos na Ordem. Calcula ainda que existam cerca de 29 mil explorações e mais de mil treinadores inscritos na Federação Equestre Portuguesa. Em 2022 foram realizadas perto de 500 competições desportivas, com mais de 8 mil atletas federados.

Horse Economic Forum junta elite do setor

O Horse Economic Forum reclama o estatuto de maior iniciativa alguma vez realizada em Portugal sobre a economia do cavalo. “Este fórum dedicado à economia do cavalo teve como objetivo colocar Alter do Chão no mapa no que diz respeito ao mundo equestre. Queremos alavancar Alter do ponto de vista económico e turístico, e criar atratividade para o município”, resume a vereadora, Raquel Palmeiro.

Este fórum dedicado à economia do cavalo tem como objetivo primordial colocar Alter do Chão no mapa no que diz respeito ao mundo equestre.

Raquel Palmeiro

Vereadora do Município de Alter do Chão

Em comunicado, o presidente da Federação Equestre Portuguesa (FEP), Bruno Rente, destacou que o Horse Economic Forum é “de extrema importância não só para o desporto equestre, mas também para o país, já que mostra o relevante impacto da fileira do cavalo a nível social e económico, e as suas fortes sinergias também com as áreas da saúde e do turismo”.

“É fundamental para o desenvolvimento e atração de investimento para Alter do Chão. Uma das nossas missões é colocar Portugal num lugar de destaque ao nível do impacto e inovação no setor equestre, de modo a que se torne uma referência incontornável no contexto europeu”, concorda o presidente da Câmara de Alter do Chão, Francisco Miranda. O evento representou um investimento de cerca de 380 mil euros, com o Turismo de Portugal a financiar 70% desse montante.

O Horse Economic Forum mostra o relevante impacto da fileira do cavalo a nível social e económico, e as suas fortes sinergias também com as áreas da saúde e do turismo.

Bruno Rente

Presidente da Federação Equestre Portuguesa

François Kasselmann (administrador da Horses & Dreams e da P.S.I. Auktion), Paulo Caetano (cavaleiro profissional e treinador internacional), Gilberto Filipe (campeão nacional e campeão do mundo de equitação no trabalho) e Tânia Silva (fundadora e CEO do Horse Groom Recruitment & Academy) foram alguns dos oradores que subiram ao palco na sexta-feira.

No sábado, o evento contou com a intervenção de outros especialistas do setor: Bruno Rente (presidente da federação equestre portuguesa), Alizée Froment (ex-cavaleira GP Internacional e artista de horse show), Tristan Tucker (cavaleiro e treinador do Grand-Prix Internacional), Haike Blaauw (diretor-geral da federação nacional holandesa de centros equestres profissionais), Theo Ploegmakers (presidente da federação equestre europeia).

O Horse Economic Forum também premiou ideias de negócio no setor do cavalo. O concurso Horse Business Ideas tem como objetivo dinamizar novas ideias de negócio no setor equestre. “Recebemos 35 candidaturas, mas apenas 17 foram consideradas válidas. São projetos muito bons, ao ponto de atribuirmos menções honrosas às restantes 14 ideias de negócio”, conta ao ECO/Local Online a vereadora de Alter do Chão, Raquel Palmeiro.

Cavalo vale 100 mil milhões na UE

Quando olhamos para o panorama europeu, esta indústria, que conta atualmente com um efetivo de sete milhões de cavalos e emprega cerca de 800 mil pessoas. De acordo com a European Horse Network, estima-se que o impacto total do setor equestre da União Europeia ascenda a cerca de 100 mil milhões de euros. Esta avaliação traduz o impacto direto das atividades envolvidas na cadeia de valor do setor (como a criação, empresas industriais e serviços como a educação ou turismo) e os impactos indiretos.

Anuário do Cavalo: Horse Economic Forum

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Impasse no teto da dívida dos EUA mantém-se. Biden considera “inaceitável” proposta dos republicanos

  • Lusa
  • 21 Maio 2023

O Presidente dos EUA vai falar diretamente com o líder republicano na Câmara dos Representantes, Kevin McCarthy, durante o voo de regresso a Washington, para tentar acabar com o impasse.

O Presidente norte-americano, Joe Biden, considerou hoje inaceitáveis as propostas republicanas sobre o teto da dívida dos Estados Unidos, mas admitiu ser ainda possível um acordo para evitar que o país entre em incumprimento. O Departamento do Tesouro apontou o dia 1 de junho como a data limite antes de a Federação começar a falhar pagamentos.

“É tempo de a outra parte abandonar as suas posições extremas, porque muito do que já propuseram é simplesmente, francamente, inaceitável”, disse Biden na cidade japonesa de Hiroxima, no final da cimeira do G7.

Biden disse que ia falar diretamente com o líder republicano na Câmara dos Representantes, Kevin McCarthy, durante o voo de hoje de regresso a Washington. “Podemos encontrar um acordo”, afirmou, citado pela agência francesa AFP.

As negociações prosseguiram sem a presença de Biden, que viajou para Hiroxima para a cimeira do grupo das democracias mais desenvolvidas, formado por Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido, mais a União Europeia.

Depois de Hiroxima, Biden deveria participar no Fórum das Ilhas do Pacífico na Papua Nova Guiné, na segunda-feira, a que se seguiria uma cimeira do Quad (Estados Unidos, Austrália, Índia e Japão), na cidade australiana de Sydney, na quarta-feira. No entanto, cancelou essas deslocações para regressar hoje mesmo aos Estados Unidos devido à crise sobre o teto da dívida.

Se democratas e republicanos não chegarem a um acordo, os Estados Unidos poderão entrar em incumprimento já em 01 de junho, com consequências potencialmente catastróficas para a economia norte-americana e mesmo mundial.

Biden admitiu, na conferência de imprensa em Hiroxima, que também está a considerar a possibilidade de utilizar a Constituição para evitar que o país entre em incumprimento do pagamento da dívida. “Estou a analisar a 14.ª emenda”, disse, referindo-se ao artigo que estipula que “a validade da dívida pública dos Estados Unidos […] não deve ser questionada”.

Teoricamente, a aplicação deste artigo permite contornar a obrigação de aumentar o teto da dívida, embora esta interpretação seja muito controversa entre os juristas, segundo a AFP.

Os republicanos exigem a redução da despesa federal para os níveis de 2022, o que significa cortar 130 mil milhões de dólares (120 mil milhões de euros, ao câmbio atual) no orçamento.

A Casa Branca disse que os republicanos apresentaram uma proposta, na sexta-feira à noite, que “representava um grande passo atrás”. A proposta “continha um conjunto de exigências partidárias extremas que nunca poderiam ser aprovadas pelas duas câmaras do Congresso”, disse a porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, num comunicado.

Segundo a porta-voz, as dificuldades estão a ser colocadas por elementos do Partido Republicano próximos do ex-Presidente Donald Trump. “Estão a ameaçar colocar a nossa nação em incumprimento pela primeira vez na nossa história”, afirmou.

McCarthy também disse na rede social Twitter, no sábado à noite, que “a Casa Branca deu um passo atrás nas negociações”. “Infelizmente, a ala esquerda do Partido Democrata parece estar no comando, especialmente com o Presidente Biden fora do país”, lamentou.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Líder parlamentar do PS acusa Cavaco de “linguagem ofensiva e antidemocrática”

  • Lusa
  • 21 Maio 2023

"Uma personalidade com muitas responsabilidades adotou uma linguagem ofensiva e antidemocrática, numa evidente captura da direita democrática pelos radicais extremistas", escreveu Brilhante Dias.

O líder parlamentar do PS, Eurico Brilhante Dias, acusou no sábado o antigo Presidente da República Aníbal Cavaco Silva de utilizar uma “linguagem ofensiva e antidemocrática” nas declarações que fez sobre o Governo e o PS.

A degradação da política é isto. Na senda do comportamento insultuoso dos deputados do PPD/PSD na Comissão Parlamentar de Inquérito da TAP, e de um presidente do partido que procura envolver os serviços de informação na disputa político-partidária, hoje uma personalidade com muitas responsabilidades adotou uma linguagem ofensiva e antidemocrática, numa evidente captura da direita democrática pelos radicais extremistas que não escamoteiam o ódio ao PS”, defendeu Eurico Brilhante Dias numa publicação na rede social ‘Facebook’.

Num texto em que nunca é referido diretamente o nome do antigo primeiro-ministro do PSD e ex-Presidente da República Aníbal Cavaco Silva, que hoje dirigiu duras críticas ao Governo e ao PS, Eurico Brilhante Dias lamenta a falta de “respeito por um partido com 50 anos, com milhares de militantes, e que há quase oito anos, com bons resultados, lidera o país em contextos muito desafiantes”.

“Se tudo isto é preocupação pelos resultados económicos que vão aparecendo gradualmente na vida dos portugueses, então é ainda mais ilegítimo. Não esqueceremos”, remata.

O antigo Presidente da República Aníbal Cavaco Silva acusou hoje o Governo de ser especialista em “mentira e propaganda” e questionou se “seria possível um Governo descer tão baixo em matéria de ética política”, referindo-se à TAP.

“Há que resgatar o debate político porque ele é importante em democracia. Segundo o que vemos, ouvimos e lemos, existem duas áreas em que o Governo socialista é especialista: na mentira, e na propaganda e truques”, acusou Aníbal Cavaco Silva.

Num discurso no encerramento do 3.º Encontro Nacional dos Autarcas Social-Democratas (ASD), em Lisboa, com a presença do líder do PSD, Luís Montenegro, o antigo chefe de Estado acusou o primeiro-ministro, António Costa, de perder a sua autoridade, acrescentando que por vezes os primeiros-ministros “decidem apresentar a sua demissão” devido a “um rebate de consciência”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Líder do PCP agradece “palpites” de anteriores líderes da direita

  • Lusa
  • 21 Maio 2023

Sem se referir diretamente a Cavaco Silva, Paulo Raimundo disse que intervenções servem para que a política de empobrecimento "se intensifique e continue a carregar sobre os trabalhadores".

O secretário-geral do PCP agradeceu hoje os “palpites de responsáveis anteriores” pelas políticas de direita “ao serviço dos grandes grupos económicos”, mas clamou, em Baleizão, vitória sobre os mesmos e sugeriu que “voltem à barriga da mãe”.

“Se é verdade que esta política tem partidos que a protagonizam, que lhe dão corpo e avanço, também não é menos verdade que esses partidos são compostos por pessoas, algumas delas com grandes responsabilidades no passado pela situação a que chegámos e que não se inibem de, volta não volta, vir mandar umas larachas”, acusou Paulo Raimundo.

Segundo o líder dos comunistas, essas intervenções servem para que a política de empobrecimento “se intensifique e continue a carregar sobre os trabalhadores e a aliviar os grandes grupos económicos”, motivo pelo qual refutou, com ironia, as sugestões.

“Muito obrigado pelos palpites desses responsáveis anteriores. Obrigado. Já os derrotámos, voltem para a barriga da mãe”, atirou Paulo Raimundo, sem nomear os autores dos “palpites”, no dia seguinte a um duro discurso do antigo Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, contra o Governo socialista e em defesa das políticas do PSD.

O líder dos comunistas discursava no final da homenagem a Catarina Eufémia, assassinada há 69 anos, em 19 de maio de 1954, pelas forças do regime fascista, em Baleizão, no concelho de Beja, onde elencou os lucros obtidos no primeiro trimestre de 2023 por alguns grandes grupos do retalho alimentar, como a Sonae, dona do Continente, e a Jerónimo Martins, dono do Pingo Doce.

Segundo o secretário-geral comunista, os 26 milhões de euros lucrados pela Sonae e os 140 milhões do grupo Jerónimo Martins são “um insulto”, e são da responsabilidade da “política de direita” que conduziu o país até à atual situação e “não dá resposta nenhuma aos problemas”.

“Barulho, muito. Mas depois, no concreto, sempre que toca a defender os interesses dos grupos económicos, lá estão juntos PS, PSD, Chega e Iniciativa Liberal juntos na defesa desses interesses. Mas também estão juntos quando importa elevar os direitos dos trabalhadores e os seus salários, lá estão juntos, neste caso, contra os direitos dos trabalhadores”, acusou Paulo Raimundo.

Antes, o secretário-geral já tinha reivindicado para a luta do Partido Comunista Português os “recuos” do Governo liderado por António Costa em matérias como os aumentos das pensões e dos salários, mas frisou que o aumento de 1% na administração pública é “muito insuficiente” e “não cobre sequer o aumento do custo de vida”.

“Mas a luta destrancou a porta dos aumentos. É preciso que a luta, agora, abra essa porta dos aumentos salariais e avancemos por aí em diante. O que se impõe são aumentos reais para todos os salários e pôr fim à injustiça brutal que impera na nossa sociedade”, exigiu Paulo Raimundo.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Iniciativa Liberal quer ouvir Mendonça Mendes na comissão de Assuntos Constitucionais

  • Lusa
  • 21 Maio 2023

Partido vai chamar o secretário de Estado adjunto do primeiro-ministro, António Mendonça Mendes, à comissão de Assuntos Constitucionais para prestar esclarecimentos sobre a intervenção do SIS.

A Iniciativa Liberal vai chamar o secretário de Estado adjunto do primeiro-ministro, António Mendonça Mendes, à comissão de Assuntos Constitucionais para prestar esclarecimentos sobre a intervenção do SIS na recuperação do computador do ex-adjunto de João Galamba.

Se isto não for esclarecido nas próximas horas, nas próximas horas também a Iniciativa Liberal – sabendo que a CPI [Comissão Parlamentar de Inquérito] que propôs aos serviços de informações não vai ser viabilizada pelo PS – começará a chamar à 1.ª comissão parlamentar as pessoas envolvidas e que ainda não prestaram os esclarecimentos de que os portugueses nesta altura precisam”, afirmou o líder da IL.

Rui Rocha falava aos jornalistas na feira do Santo da Serra, no concelho de Santa Cruz, no âmbito de uma visita de dois dias à Madeira, que termina hoje, onde comentou o facto de o secretário de Estado adjunto do primeiro-ministro ter recusado esclarecer qual o papel que teve na chamada do Serviço de Informações de Segurança (SIS) para a recuperação do computador de Frederico Pinheiro, antigo adjunto do ministro das Infraestruturas, João Galamba.

“Mendonça Mendes faz parte do gabinete do primeiro-ministro, António Costa, e nós não podemos ter, portanto, a intervenção de serviços de informações que estão na dependência do primeiro-ministro e não saber quais foram as indicações que foram dadas”, alertou, considerando que, “no limite, é o próprio primeiro-ministro que está em causa”.

A Iniciativa Liberal pretende, por isso, ouvir Mendonça Mendes na comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias (1.ª comissão parlamentar), reconhecendo haver questões que não podem ser tratadas na comissão de inquérito à TAP, porque “não fazem sentido serem tratadas nessa dimensão”.

“Se persistir esta intenção do PS, nomeadamente do secretário de Estado Mendonça Mendes, de não esclarecer se de facto João Galamba lhe ligou, o que é que João Galamba lhe disse, o que é que Mendonça Mendes disse a João Galamba, nós, quer no que diz respeito a Mendonça Mendes, quer outras pessoas envolvidas que não tenham ainda esclarecido aquilo que é o seu envolvimento neste caso, temos a intenção de, a partir desta semana, começar a chamar essas pessoas à 1.ª comissão do parlamento”, afirmou.

Rui Rocha considera que a situação de o SIS contactar um cidadão ao meio da noite tem de ser esclarecida, porque “não é um procedimento normal deste tipo de serviços de informações”.

No sábado, o secretário de Estado adjunto do primeiro-ministro recusou esclarecer o papel que teve na chamada dos serviços de informação para a recuperação do computador do antigo adjunto do ministro das Infraestruturas, após a exoneração de Frederico Pinheiro.

À margem do congresso do PAN, que decorreu em Matosinhos, no distrito do Porto, António Mendonça Mendes não respondeu aos jornalistas sobre o seu alegado envolvimento no caso da recuperação do computador de Frederico Pinheiro, depois de João Galamba ter afirmado na Comissão Parlamentar de Inquérito à gestão da TAP que foi aquele governante quem lhe disse para contactar os serviços de informação.

“Eu queria relembrar que a Comissão Parlamentar de Inquérito à TAP está a decorrer, tudo aquilo que o Governo tinha a dizer e de relevante nessa matéria já disse”, respondeu quando questionado pelos jornalistas.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.