Portuguesa Miles in the Sky fecha ronda de investimento de 1,5 milhões

Capital levantado pela EdTech tem como objetivo escalar a plataforma que combina as mais-valias do modelo de ensino presencial com o online.

A EdTech portuguesa Miles in the Sky fechou uma ronda de investimento seed de 1,5 milhões de euros, liderada pela Armilar. O capital levantado permitirá acelerar o desenvolvimento da plataforma, que pretende construir uma experiência de aprendizagem que conjuga a interação e colaboração do ensino presencial com a interatividade e escalabilidade do modelo digital, de modo a que esta “nova metodologia possa ser utilizada em larga escala”.

“Este investimento serve de catalisador para levarmos às organizações tecnologia avançada e experiências envolventes que mudarão o futuro da educação e formação”, diz Paulo Silva, CEO da Miles in the Sky. “Estamos felizes por contar com o apoio e mentoria da Armilar e de outros três investidores para alavancar o nosso crescimento”, diz citado em comunicado.

A EdTech visa responder à necessidade de acompanhar a evolução das organizações e as necessidades de formação de talento que isso origina, combinando as mais-valias do modelo presencial (colaboração e interação) e online (escalabilidade) do ensino. De acordo com um estudo da McKinsey, 87% das organizações em todo o mundo enfrentam escassez de competências-chave no seio da sua força de trabalho, aponta a startup.

Fundadores da EdTech Miles in the Sky

“Formar pessoas eficazmente e de forma escalável é uma necessidade crescente a nível mundial. No entanto, por um lado, os cursos online não têm sido, até hoje, verdadeiramente capazes de motivar e capacitar alunos; por outro, o modelo de sala de aula é difícil de escalar. Acreditamos que a plataforma e abordagem desenvolvidas pela Miles in the Sky criam o equilíbrio ideal entre estas duas realidades. Estamos entusiasmados em apoiar o Paulo, Francisco, Pedro, Ricardo e Luís na sua missão de permitir que empresas e instituições de ensino forneçam uma formação eficaz a todos os seus colaboradores, clientes e estudantes”, afirma Joaquim Sérvulo Rodrigues, partner na Armilar, citado em comunicado.

Fundada no final de 2021, a Miles in the Sky já está a desenvolver projetos com organizações em Portugal para melhorar a literacia digital e fornecer fundamentos de programação para análise de dados. Em parceria com a unicórnio OutSystems lançou um programa para empresas para formar programadores de low code.

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75% dos CMO responde a instabilidade com investimento, diz a Deloitte

"Os diretores de marketing devem usar o poder de contadores de histórias para manter a questão crítica da sustentabilidade no topo das agendas e usar o poder criativo para estimular crescimento."

As marcas respondem à instabilidade económica com investimentos de marketing e os líderes do setor impulsionam o crescimento através de esforços internos de sustentabilidade. A criatividade é uma força de crescimento e as tecnologias em ascensão estão a ser observadas pelos marketeers. Estas são as quatro principais conclusões do Global Marketing Trends 2023 da Deloitte.

A maioria dos empresários inquiridos vê o clima de instabilidade económica e o aumento da inflação como as grandes preocupações do ano. No entanto, em vez de responderem com uma política de contenção de custos, a tendência é reagir com uma mentalidade de investimento, aponta o estudo.

Um total de 75% dos inquiridos indicam estar a responder ao clima de instabilidade com uma mentalidade de investimento, aumentando a capacidade das suas empresas de suportar os efeitos que uma recessão económica possa trazer. Em concreto, 38% dos inquiridos afirma estar a acelerar a mudança para novas tecnologias ou plataformas digitais; 36% consideram importante a expansão para novos mercados, segmentos ou geografias; e 36% estão a dar prioridade à implementação de sistemas ou algoritmos para melhorar a personalização do cliente (36%)”, concretiza a consultora.

Os marketeers estão a acelerar a adoção de tecnologias de inteligência artificial (IA) para ajudar a compreender melhor as expectativas e necessidades do cliente, mas o estudo deixa a recomendação de que “a ciência dos dados seja combinada com um toque humano”. “Combinar dados com metodologias centradas no ser humano pode ajudar as marcas a criar uma imagem mais completa do consumidor, evitar erros que um algoritmo nem sempre consegue detetar, e cultivar ligações significativas com o cliente”, afirma.

A sustentabilidade é outro tema prioritário. De acordo com o estudo, 86% dos profissionais de marketing inquiridos estão a implementar iniciativas de sustentabilidade a nível interno. “Mais de metade dos inquiridos (51%) dizem estar focados em melhorar a sustentabilidade das práticas de marketing interno. 47% afirmam estar a priorizar a promoção de ofertas de produtos e serviços mais sustentáveis e 45% dizem planear estabelecer compromissos de sustentabilidade a longo prazo em 2023“, prossegue o estudo.

89% das marcas de alto crescimento e rentabilidade defendem que o seu sucesso a longo prazo depende da capacidade de fomentar a criatividade. “Promover e apoiar o raciocínio criativo, a tomada de riscos e a colaboração multifuncional” são assim os objetivos mais importantes para a maioria dos inquiridos.

A responsabilidade a nível ambiental das empresas é vista como cada vez mais importante para satisfazer as exigências do mercado e também para criar uma relação de confiança com os consumidores, para quem este tema é cada vez mais central. Assim, “relativamente poucas marcas estão a transferir a responsabilidade para os consumidores, com apenas 25% a afirmarem que estão a tentar incentivar novos hábitos de consumo“, acrescenta a Deloitte.

Por outro lado, “89% das marcas de alto crescimento e rentabilidade” defendem que o seu sucesso a longo prazo depende da capacidade de fomentar a criatividade. “Promover e apoiar o raciocínio criativo, a tomada de riscos e a colaboração multifuncional” são assim os objetivos mais importantes para a maioria dos inquiridos.

Um dos elementos-chave de uma boa estratégia criativa é encontrar uma combinação de fontes de criatividade não só nos colaboradores da empresa, mas também em parceiros externos, fornecedores e clientes, prossegue a Deloitte. Os CMOs são, assim, os profissionais em situação privilegiada para identificação e ativação destas oportunidades, identifica.

O metaverso e a blockchain são ainda, de acordo com o relatório, “particularmente promissores”, tendo 84% das marcas inquiridas afirmado que irá criar experiências no metaverso nos próximos dois anos, fazendo assim a ligação entre o mundo físico e o virtual.

Embora sejam as indústrias business-to-consumer aquelas que têm vindo a privilegiar o desenvolvimento de uma estratégia para o metaverso, de acordo com o inquérito mesmo indústrias como a ‘energia, recursos e indústrias’ e ‘ciências da vida e cuidados de saúde’ estão a gravitar em direção ao metaverso – com 42% e 38%, respetivamente, das empresas inquiridas a afirmar pretender implementar estratégias nesta área.

“Os diretores de marketing devem usar o seu poder de contadores de histórias para manter a questão crítica da sustentabilidade no topo das suas agendas e usar o poder criativo para estimular crescimento, especialmente numa altura em que o clima de incerteza financeira se agrava devido a múltiplas condicionantes como o impacto pandémico, conflitos geopolíticos que ameaçam a paz mundial ou a crise climática”, aponta o estudo.

O último ano tem sido marcado sobretudo pela incerteza. O conflito entre a Ucrânia e a Rússia, desencadeou uma subida da inflação e várias perturbações financeiras com graves consequências tanto para empresas como particulares, num período que se esperava ser de recuperação das restrições impostas pela pandemia. Mas destacamos que mesmo assim as empresas e os profissionais de topo no setor do marketing estão a responder a este clima de incerteza com investimento sustentado, o que lhes permite atingir bons resultados”, resume Cristina Gamito, partner da Deloitte, citada em comunicado.

Os dados são de julho de 2022, altura em que o inquérito Global Marketing Trends Executive Survey de 2023 inquiriu 1.015 executivos de C-suite de empresas globais nos Estados Unidos, Reino Unido, Suíça, Japão, Médio Oriente e Austrália. A amostra é constituída por executivos de marketing com funções como diretor de marketing, diretor de clientes, diretor de receitas, diretor digital ou diretor de crescimento.

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Gondomar lança marca para o setor da ourivesaria, quarto maior empregador do concelho

Autarquia lança marca Gondomar Original Jewellery para setor da ourivesaria e joalharia, que vale 35% da indústria do concelho, emprega 800 pessoas e rende 50 milhões de euros de receitas anuais.

Com o volume de negócios a atingir os 50 milhões de euros e um peso industrial que ascende a 35% na região de Gondomar, a atividade da ourivesaria e joalharia assume tal impacto económico a nível local que a autarquia decidiu lançar uma nova marca para o setor – Gondomar Original Jewellery.

Trata-se de um selo de certificação que, a partir de agora, passa a identificar as peças com origem na região. E em torno da qual a Câmara Municipal de Gondomar, liderada por Marco Martins, quer, numa primeira fase, agregar perto de uma centena do total das 445 empresas de ourivesaria que atuam no concelho, sendo 70% de empresários em nome individual. Mas o objetivo é alargar o projeto às restantes empresas para unir todo o setor na divulgação desta marca, que é lançada a 20 de abril. Segundo o município, este setor emprega cerca de 800 pessoas, o que vale o estatuto de quarto maior empregador no concelho.

“Com a criação deste selo de certificação, pretendemos unir todo o setor da ourivesaria e
joalharia de Gondomar, dando-lhe uma nova identidade, maior modernidade e com isso conseguir mostrar ao mundo aquilo que de melhor fazemos nesta arte secular”, começa por afirmar o autarca socialista.

Este projeto visa “dinamizar e modernizar esta atividade, tendo em conta a sua importância para a região, assim como para todos os seus intervenientes, uma vez que se trata do maior centro de ourivesaria em Portugal, concentrando 42% da produção anual nacional“, assinala o município.

Com a criação deste selo de certificação, pretendemos unir todo o setor da ourivesaria e
joalharia de Gondomar, dando-lhe uma nova identidade, maior modernidade e com isso conseguir mostrar ao mundo aquilo que de melhor fazemos nesta arte secular.

Marco Martins

Presidente da Câmara Municipal de Gondomar

A nova imagem desta campanha terá as mãos como símbolo, uma vez que “são as mãos que trabalham e que constroem aquele que é um dos maiores setores de atividade do município”, descreve o autarca. “Com esta campanha pretendemos dar a mão e impulsionar esta área de negócio, dando-lhe a dimensão que ela merece”.

A ourivesaria, joalharia, bijutaria e relojoaria nacionais são cada vez mais exportadas para mercados como Espanha, Hong Kong, Alemanha, Itália, Estados Unidos da América, França e Suíça. “Em termos de volume de exportação estima-se que o setor tenha atingido em 2022 os 60 milhões de euros”, calcula a mesma fonte, descrevendo um setor que tem modernizado os meios de fabrico e que utiliza os meios digitais.

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Governo autoriza concurso para projeto de regresso do comboio a Barca d’Alva

  • Lusa
  • 18 Abril 2023

A IP pode avançar com o concurso público com vista à elaboração do estudo prévio e projeto de execução do projeto de reativação de 28 quilómetros entre Pocinho e Barca d'Alva.

O Governo autorizou a Infraestruturas de Portugal (IP) a avançar com o estudo prévio e projeto de execução da reativação da Linha do Douro, entre Pocinho e Barca d’Alva, numa despesa de 4,2 milhões de euros (mais IVA).

Através de uma portaria publicada nesta terça-feira em Diário da República (DR), o Governo informa que autoriza a IP a proceder à repartição de encargos relativos ao contrato para a “Linha do Douro – Pocinho – Barca d’Alva – Estudo Prévio + Projeto de Execução”.

A portaria especifica que o procedimento tem um preço base de 4,2 milhões de euros, despesa à qual acresce o IVA à taxa legal em vigor, e que a repartição da despesa será feita entre 2024 e 2029.

Após esta autorização por parte do Governo, a IP pode avançar com o concurso público com vista à elaboração do estudo prévio e projeto de execução do projeto de reativação de 28 quilómetros entre as estações do Pocinho e Barca d’Alva.

A Linha Ferroviária do Douro atualmente liga o Porto ao Pocinho (171,522 quilómetros) e há vários anos que é defendida a reabertura do troço entre o Pocinho (Vila Nova de Foz Côa) e Barca d’Alva (Figueira de Castelo Rodrigo), desativado em 1988.

Em outubro, o ex-ministro das Infraestruturas Pedro Nuno Santos anunciou, em Freixo de Espada à Cinta, distrito de Bragança, a reativação daquele troço, concretizando que, durante o primeiro trimestre de 2023, seria lançado o concurso público para a elaboração do estudo prévio e o projeto. A portaria foi assinada no último dia do prazo, 31 de março de 2023.

Na altura, o então governante anunciou passos com vista à concretização do projeto que levará o comboio de novo até à fronteira e que é há muitos anos reivindicado pela população, autarcas e instituições.

A portaria, que foi assinada pelos secretários de Estado do Orçamento, Sofia Alves de Aguiar Batalha, e das Infraestruturas, Frederico André Branco dos Reis Francisco, refere que os encargos financeiros resultantes da execução deste diploma “serão satisfeitos por verbas adequadas do orçamento da Infraestruturas de Portugal”.

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Multipessoal está a recrutar 200 profissionais de turismo para os Países Baixos

Experiência prévia na área do turismo e domínio do inglês são requisitos. Candidatos terão apoio no processo burocrático para trabalhar no país.

A Multipessoal está a recrutar mais de 200 profissionais para integrar o setor de hotelaria e turismo em diferentes cidades dos Países Baixos. Experiência prévia e domínio do inglês são requisitos. Candidatos terão apoio no processo burocrático para trabalhar naquele país.

A agência de recrutamento procura, entre outros profissionais, empregados de mesa e cozinheiros, bem como profissionais para o setor de casinos de hotéis, como dealers de Poker / Blackjack e croupier de casino, para trabalhar no setor da hotelaria e do turismo em regiões como Amesterdão, Utrecht, Eindhoven e Zeeland.

Pretendem profissionais com “disponibilidade imediata, motivação para trabalhar no estrangeiro e experiência prévia na indústria da hotelaria e do turismo. O domínio da língua inglesa é também um requisito fundamental”, refere a recrutadora.

Prometem “salário competitivo”, bem como “a oportunidade de viverem uma experiência de trabalho internacional”. Além disso, “todos os candidatos terão acesso a seguro de saúde, alojamento e apoio nos processos burocráticos para poderem trabalhar nos Países Baixos”.

As vagas e os requisitos podem ser consultados no site da Multipessoal, podendo ser aí feita a candidatura.

“É muito bom saber que, após o sucesso da campanha de 2022, a I-Hospitality — agência de trabalho temporário holandesa — continua a confiar na Multipessoal para este projeto, que permite a integração no estrangeiro de pelo menos duas centenas de colaboradores. Este número não só duplica, em relação ao número de vagas disponíveis no ano anterior, como também reconhece a qualidade dos profissionais portugueses”, diz Eduardo Marques Lopes, diretor de Marketing e Comunicação da Multipessoal, citado em comunicado.

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Líder do PSD preferia descida do IRS a “IVA zero”

  • Lusa
  • 18 Abril 2023

A medida tem "um efeito meramente simbólico", já que se trata de "pouco dinheiro e poucos produtos", avalia o líder do PSD, Luís Montenegro.

O presidente do PSD defendeu nesta terça-feira que a medida do IVA zero em alguns produtos tem um efeito inexistente ou “meramente simbólico”, considerando que Governo tem “uma política fiscal errada” e deveria antes reduzir o IRS.

Em declarações aos jornalistas no Mercado da Brandoa, no âmbito da iniciativa “Sentir Portugal”, esta semana dedicada ao distrito de Lisboa, Luís Montenegro disse já ter alertado para “as falsas expectativas” que iriam ser criadas com a medida que isenta de IVA um cabaz de 46 alimentos considerados essenciais e que entra hoje em vigor, dispondo o retalho alimentar de 15 dias para refletir esta isenção nos preços de venda ao público.

“Comprovei hoje que não só o efeito não se fez sentir como em alguns produtos houve quem me transmitisse que os preços subiram ontem”, alertou, lamentando que não tenha havido capacidade de monitorização desta situação.

Por outro lado, reforçou, a medida tem “um efeito meramente simbólico”, já que se trata de “pouco dinheiro e poucos produtos”.

“Há dois países: o dos ‘powerpoint’ do dr. António Costa e do dr. Fernando Medina, que tem grande embelezamento e números muito pomposos, e depois o outro mundo, o mundo real, que não acompanha o primeiro”, afirmou.

Para Luís Montenegro, não é pela redução do IVA em alguns dos produtos que as pessoas vão ter mais “dinheiro no bolso”, considerando que “a política fiscal do Governo é errada”.

“Eu não escondo, eu defendo como medida fiscal mais eficiente a descida dos impostos sobre os rendimentos do trabalho. Se as pessoas pagarem menos IRS, vão ter mais dinheiro disponível, mais poder de compra”, defendeu.

Visita ao Mercado da Brandoa

Banca a banca, no Mercado Municipal da Brandoa, o líder do PSD foi perguntando se a medida do IVA zero já tinha causado algum impacto nos preços e as repostas não foram uniformes, mas ninguém confirmou um impacto positivo.

Houve quem lhe respondesse remetendo esse assunto para o contabilista por ainda ter “esta semana para orientar” a questão, houve quem tenha dito não saber “como é que é isso” do IVA zero e houve, até, quem alegasse um aumento propositado dos preços no dia anterior por parte dos fornecedores para anular a descida do imposto.

Um feirante que está há oito anos no mercado disse que, na segunda-feira, os preços subiram “10, 20 cêntimos”, o que, referiu, “não compensa o aumento do IVA”.

“Os preços subiram, ontem. A laranja também subiu. Maçãs, peras, tudo subiu. Não compensa com [a descida] do IVA”, afirmou o vendedor.

Na mesma banca, Montenegro parou para conversar e decidiu comprar “coisinhas para fazer uma sopa sem batata”. Sem batata, diz, para ver se tem “menos hidratos” e comprou, seguindo a sua ideia, uma couve-flor “grande” e duas curgetes.

As frutas e as hortícolas são muito melhores nos mercados. Os senhores da grande distribuição não gostar de ouvir isto, mas é verdade”, referiu.

A conversa com quem por lá andava às compras foi alternando entre queixas sobre o aumento do custo de vida e votos de boa sorte. A resposta do social-democrata passou pela necessidade de “resistir e ter esperança”.

O último ponto da visita no mercado, foi num talho que, referiu o talhante, “nunca teve tanta gente” como hoje. “Se toda a gente gastasse um euro aqui estava eu muito bem”, afirmou.

O talhante disse não ter sentido nada sobre o IVA, nem nos seus preços, nem nos preços dos fornecedores e contou que, com o aumento do custo de vida, as pessoas têm mais atenção às suas compras no talho e “vão mais para as aves” por serem mais baratas.

Montenegro acabou as compras no mercado a levar “quatro bifes de alcatra” e como estava sem os filhos, que preferem frango, levou também “dois bifinhos de peru” e terminou a tomar um café com a comitiva social-democrata que o acompanhou.

A visita ao mercado custou cerca de 17€ ao líder do PSD que não aceitou que lhe oferecessem meia melancia e insistiu que tudo fosse faturado.

No sentido contrário, Montenegro ofereceu gerberas cor de laranja às pessoas com quem ia conversando. Uma senhora que estava às compras aceitou a flor, agradeceu, mas não se inibiu de perguntar “quem era o senhor” que lhe tinha feito a oferta. O presidente do PSD respondeu perguntando se a senhora nunca tinha visto a sua cara nos cartazes da rua.

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Costa admite voltar a negociar isenção do IVA daqui a seis meses

De visita a um supermercado, o primeiro-ministro prometeu "adotar as medidas que sejam necessárias e possíveis em cada momento para proteger o máximo possível o rendimento das famílias".

O primeiro-ministro admite voltar a negociar a isenção do IVA para os produtos alimentares, se não houver estabilização dos preços. Na visita que fez ao segundo supermercado, esta terça-feira de manhã, António Costa sinalizou o esforço dos trabalhadores destas superfícies na mudança das etiquetas.

Questionado sobre um eventual prolongamento da medida para lá do final de outubro, que é o prazo previsto para esta medida, o governante referiu que vai continuar a ser monitorizada a evolução dos preços e prometeu que o Executivo vai “adotar as medidas que sejam necessárias e possíveis em cada momento para proteger o máximo possível o rendimento das famílias”.

“A expectativa que todos temos é que, ao longo destes seis meses, a inflação evolua num sentido que nos permita ir retirando estes incentivos. Se não for assim, teremos de nos sentar outra vez à mesa e ver o que podemos fazer”, sublinhou Costa, que lançou nessa altura um olhar ao secretário-geral da APED, Gonçalo Lobo Xavier, que o acompanhou na visita ao Pingo Doce.

O líder do Governo socialista recordou ainda que aguarda a aprovação da Comissão Europeia para implementar as medidas de apoio à produção.Os preços estão a ser pressionados pelos custos na produção, como os fertilizantes. É preciso atuarmos em toda a fileira”, sinalizou o primeiro-ministro.

Durante a visita, António Costa notou ainda o esforço que os funcionários dos supermercados tiveram na madrugada de segunda para terça-feira, ao mudar as etiquetas de milhares de produtos.

A isenção do IVA em 46 categorias de produtos é a face mais visível do acordo assinado pelo Governo com os setores da distribuição e da produção alimentar para tentar estabilizar os preços destes bens junto dos consumidores.

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Fundo “Região de Leiria Crescimento” com 20 milhões do PRR para apoiar PME

  • Lusa
  • 18 Abril 2023

Este fundo regional de capital de risco quer realizar pelo menos 20 investimentos em empresas da região, com montantes de 250 mil euros até, preferencialmente, 1,5 milhões de euros por empresa.

A candidatura “Região de Leiria Crescimento” ao Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), com uma dotação de 20 milhões de euros para pequenas e médias empresas (PME), foi considerada elegível, anunciou esta terça-feira a Comunidade Intermunicipal.

Numa nota de imprensa enviada à agência Lusa, a Comunidade Intermunicipal da Região de Leira (CIMRL) explicou que a candidatura “foi considerada elegível pelo Banco Português de Fomento” na sexta-feira, “representando uma inovadora medida de auxílio à capitalização” das PME deste território.

“O novo fundo de capital de risco ‘Região de Leiria Crescimento’ terá uma dotação de 20 milhões de euros e resulta de uma parceria da CIMRL, com a Portugal Ventures, o Politécnico de Leiria e a Associação Empresarial da Região de Leiria (Nerlei)”, adiantou a Comunidade Intermunicipal.

O objetivo passa pela criação de “um fundo regional de apoio à capitalização do tecido empresarial da região e na compensação das ‘falhas de mercado’ ao nível do acesso a instrumentos financeiros e de capital por parte das PME”.

A CIMRL esclareceu que este fundo regional “tem como prioridade realizar pelo menos 20 investimentos em empresas da região, com montantes de 250 mil euros até, preferencialmente, 1,5 milhões de euros por empresa, prevendo-se que o mesmo possa avançar em meados do segundo semestre” deste ano, estando “apenas condicionado pela evolução da candidatura”.

“O fundo tem ainda por objetivo contribuir para mitigar a subcapitalização das empresas, nomeadamente a dificuldade de angariação de capital junto dos intermediários financeiros, agravado pela atual situação macroeconómica de elevadas taxas de juro”, esclareceu.

De acordo com a CIMRL, “este mecanismo de apoio em instrumentos de capital e quase capital, sem juros e com participação minoritária, também comporta apoio à gestão e uma forte interação com a Nerlei e Politécnico de Leiria”.

De acordo com o folheto oficial de suporte ao fundo, “através de instrumento de capitalização será possível investir em projetos nos setores de atividade definidos como prioritários”, como as áreas “do digital, indústria, tecnologias da saúde e turismo, e ainda com foco em empresas que atuem em economia verde e eficiência energética, tecnologias de informação e comunicação, mobilidade inteligente, ciências da vida e biotecnologia, além de “outros projetos de impacto para a região e incremento das exportações”.

Para os parceiros, o fundo de capital de risco “Região de Leiria Crescimento” é uma “nova visão estratégica de descentralização e otimização dos fundos PRR e traduz-se numa oportunidade de apoio a projetos de investimento localizados numa região de forte dinâmica empresarial, sendo um importante contributo para o desenvolvimento de uma economia moderna, mais competitiva, exportadora, baseada no conhecimento, na inovação e capital humano, e com um forte espírito empreendedor”.

A CIMRL acrescentou que se segue uma fase de concertação e assinatura de contrato para financiamento do PRR, sendo que, nos termos da candidatura apresentada, “o fundo deverá ter uma participação de fundos públicos através do Fundo de Capitalização e Resiliência de cerca de 60% e capitais privados de cerca de 40%.

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Manuel Melo Ramos é o novo presidente da APCAP

O gestor foi nomeado em assembleia geral, após a renúncia, por motivos profissionais, do anterior presidente, António Nunes de Sousa.

O CEO da Brisa Concessão Rodoviária, Manuel Melo Ramos, é o novo presidente da Associação Portuguesa das Sociedades Concessionárias de Autoestradas ou Pontes com Portagem (APCAP). O gestor foi nomeado em assembleia geral, após a renúncia, por motivos profissionais, do anterior presidente, António Nunes de Sousa.

Entre as prioridades de Manuel Melo Ramos vão estar a segurança rodoviária, a digitalização e a descarbonização. “O setor das concessões rodoviárias tem um papel crítico no desenvolvimento do país e tem tudo para ser um agente decisivo de transformação e de crescimento da economia portuguesa. Acredito que com estas três prioridades, a APCAP terá um papel ativo na transformação das infraestruturas rodoviárias, dando com isso um forte contributo para o crescimento económico do nosso país”, afirma o novo líder, citado em comunicado.

Manuel Melo Ramos, que vai completar o mandato do triénio 2022-2024, tem uma vasta experiência no setor das concessões de infraestruturas, sendo atualmente administrador executivo do Grupo Brisa e CEO da Brisa Concessão Rodoviária. É presidente do comité ESG da Brisa e, anteriormente, foi diretor de planeamento estratégico da empresa.

O gestor é licenciado em Economia e tem um MBA da IE Business School, em Madrid.

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Millennium bcp lança Crédito à Promoção Imobiliária Verde

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  • 18 Abril 2023

O Millennium bcp acaba de lançar o Crédito à Promoção Imobiliária Verde - o CPI Verde - para promotores imobiliários que pretendam concretizar projetos ecofriendly.

Tendo a sustentabilidade como um dos grandes objetivos para 2023, o Millennium bcp acaba de lançar o Crédito à Promoção Imobiliária Verde – CPI Verde, vocacionado para promotores imobiliários que pretendam concretizar projetos ecofriendly, uma mais-valia para os seus clientes e para o ambiente.

Este crédito* visa constituir um estímulo para a construção e reabilitação de edifícios que sejam, cada vez mais, consonantes com o ecossistema onde se integram, cumprindo com os critérios da Taxonomia da UE de contribuição significativa para a mitigação ou adaptação às alterações climáticas e de “Do No Significant Harm”.

Entre outras valências, com esta nova oferta, o banco pretende financiar projetos de Promoção e Investimento Imobiliário, construção nova ou de reabilitação urbana, que permitam uma maior eficiência energética ou que reduzam os impactos dos eventos climáticos físicos materiais, assim como o desperdício, quer na edificação, quer na manutenção de edifícios residenciais ou não residenciais.

O CPI Verde tem também como objetivo promover a circularidade, de forma a garantir que grande parte dos resíduos da construção destes projetos estarão preparados para a reutilização, reciclagem ou outras formas de recuperação efetiva.

Ângela Monteiro, Responsável de Finanças Sustentáveis do Millennium, confirma que as empresas estão cada vez mais comprometidas com os critérios ESG (Environment, Social, Governance), e que “o que antes era opcional e, sobretudo, uma matéria de consciência, hoje é, cada vez mais, matéria obrigatória porque há requisitos regulatórios e legislativos”, e pode acarretar “risco de reputação”.

Isto é especialmente verdade no que toca ao investimento imobiliário, com os investidores e promotores imobiliários cada vez mais preocupados com as questões ambientais, procurando não só seguir as melhores práticas, como também garantir nos seus projetos mais certificações de sustentabilidade, como os selos LEED ou BREEAM, que vão valorizar os imóveis a longo prazo. Mas também os ocupantes, nomeadamente de escritórios, exigem este novo patamar de garantia de menor impacto ambiental e de maior eficiência.

Em paralelo, a Taxonomia UE “será essencial no acesso ao financiamento; os bancos terão um papel muito importante ao canalizar capital para este segmento dos edifícios que cumprem com os critérios da Taxonomia europeia”.

Assim, a banca deverá promover cada vez mais o financiamento dito “verde”, de forma a favorecer novas soluções de sustainable finance, entidades alinhadas com os esforços de descarbonização, ou que estiverem em fases de transição. Segundo Ângela Monteiro, estes compromissos serão “cada vez mais relevantes no acesso ao financiamento”. “Os bancos estão sujeitos a regulação específica nestes temas e eles próprios assumem compromissos de neutralidade carbónica e exigem integração do ESG nas decisões e condições de financiamento”, explica.

*Para aceder a este produto, os promotores imobiliários terão de apresentar junto do Millenium bcp um dos seguintes certificados de sustentabilidade dos edifícios: BREEAM com classificação Very Good a Outstanding, e/ou LEED com classificação Gold ou Platinum.

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Grupos multinacionais representaram 83% do VAB das sociedades em 2021

Sociedades integradas em grupos têm uma produtividade aparente do trabalho e remuneração média anual superiores às restantes sociedades, segundo o INE.

As sociedades pertencentes a um grupo aumentaram em 2021, tendo-se registado também um crescimento no volume de negócios e no valor acrescentado bruto (VAB), tendo uma produtividade aparente do trabalho e remuneração média anual superiores às restantes sociedades, revela o Instituto Nacional de Estatística. Os grupos multinacionais destacam-se ao representar 83,0% do VAB das sociedades.

Estes dados fazem parte de um novo destaque do INE focado nas sociedades que estão em grupos, devido à “relevância e o potencial impacto da internacionalização no desempenho económico das empresas”, sendo parte de um projeto europeu promovido pelo Eurostat.

As estatísticas traçam então o retrato destas sociedades integradas em grupos, ainda que representem apenas 8,2% do total de sociedades. Apesar de ser uma fatia pequena, “concentravam 41% do pessoal ao serviço, 62,9% do volume de negócios, 59,1% do valor acrescentado bruto e 65% do excedente bruto de exploração (EBE) (8,5%, 41,8%, 63,7%, 60,5% e 68,3% no ano anterior, respetivamente)”.

Os grupos multinacionais destacam-se, sendo que “concentravam 47,7% das sociedades pertencentes a um grupo (20% e 27,7% relativamente aos grupos multinacionais domésticos e estrangeiros, respetivamente), representavam 75,4% do pessoal ao serviço, 83,3% do volume de negócios e 83% do VAB”.

Os dados do INE mostram ainda que “as sociedades integradas em grupos pagavam, em média, mais 7.039 euros de remuneração anual que as restantes sociedades” em 2021, tendo ainda uma produtividade aparente do trabalho duas vezes superior.

É no setor dos serviços financeiros que se encontra mais integração em grupos, sendo quase um terço do total. Seguem-se os setores da informação e comunicação e indústria e energia (12% e 11,4%, respetivamente).

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Cinco empresas querem explorar bares dos comboios da CP

  • Lusa
  • 18 Abril 2023

Foi preciso alterar o caderno de encargos para aparecerem interessados em operar os bares dos comboios Alfa Pendular e Intercidades, assume transportadora pública.

A CP avançou nesta terça-feira que existem “cinco empresas interessadas” na exploração dos bares dos comboios de longo curso e rejeitou “perentoriamente” que tivesse uma reunião agendada na segunda-feira com os trabalhadores sobre o concurso para a nova concessão.

“A CP esclarece perentoriamente que não havia qualquer reunião agendada para ontem [segunda-feira] com a FESAHT [Federação dos Sindicatos de Agricultura, Alimentação, Bebidas, Hotelaria e Turismo de Portugal]”, afiançou fonte oficial da empresa numa resposta escrita enviada à agência Lusa.

Segundo a operadora ferroviária, “o sindicato foi recebido há poucos dias pelo presidente da CP, na passada quinta-feira foi recebido por um administrador da CP, na sexta-feira foram recebidos pelo senhor secretário de Estado das Infraestruturas e falaram ao telefone com a vice-presidente da CP. Portanto, não havia qualquer reunião agendada para ontem, pois não havia nada de novo a acrescentar”.

Na segunda-feira, a FESAHT anunciou que a CP tinha cancelado a reunião que estaria agendada para as 09:00 desse dia entre o presidente da empresa e os representantes dos trabalhadores dos bares dos comboios, relativamente ao novo concurso para a prestação de serviços de exploração de cafetaria e bar a bordo dos comboios Alfa Pendular e Intercidades.

Esta concessão estava entregue à Apeadeiro 2020, mas o serviço está suspenso há já várias semanas, pois a concessionária deixou de pagar salários aos trabalhadores em fevereiro e anunciou que vai pedir a insolvência.

Face a esta situação, os trabalhadores estão em greve desde 01 de março e têm-se mantido em vigília nas estações de Campanhã, no Porto, e de Santa Apolónia, em Lisboa, reclamando que os seus salários e contratos sejam assegurados diretamente pela CP, pelo menos enquanto não haja um novo concessionário.

Em declarações à Lusa na segunda-feira, Francisco Figueiredo, da direção nacional da FESAHT, afirmou que a transportadora “cancelou ontem [domingo], já às tantas da noite”, a reunião que estava agendada, “alegando que não tinha nenhuma informação para dar” e dizendo que “lá para quinta ou sexta-feira poderia dar uma resposta”.

Salientando que “os trabalhadores estão com dois meses e meio de salários em atraso e não podem esperar mais tempo”, a FESAHT acusou a CP de “dar informações contraditórias e imprecisas” sobre o concurso e exigiu uma solução.

“A CP está a dar informações contraditórias e imprecisas. Nenhuma empresa apresentou qualquer proposta [para uma nova concessão dos bares]. Os trabalhadores sentem-se enganados”, afirmou Francisco Figueiredo.

“A CP anda-nos a enganar. Disse que houve cinco concorrentes, mas depois o secretário de Estado [das Infraestruturas, Frederico Francisco], confessou que, efetivamente, não houve concorrentes nenhuns”, acrescentou.

Relativamente a estas alegações do sindicato, a CP confirmou, na nota enviada hoje à Lusa, que “o que lhes foi dito pelo senhor secretário de Estado das Infraestruturas é verdade” e que, “de facto, na primeira fase do concurso, não houve qualquer empresa a concorrer”.

“Houve um procedimento com convite a quatro entidades. Entretanto, o caderno de encargos foi alterado e, neste momento, existem cinco empresas interessadas. O prazo para a apresentação de propostas termina amanhã, quarta-feira, e a CP mantém-se empenhada em encontrar uma solução para a prestação de serviços dos bares dos comboios”, precisou.

De acordo com o dirigente da FESAHT, a situação configura “uma reversão da exploração, face à resolução do contrato e concessão” com a anterior operadora, estabelecendo o artigo 285.º do Código do Trabalho que “a CP tem de assumir os trabalhadores e pagar os salários em atraso”.

Para a FESAHT, “a CP fala em concurso atrás de concurso, mas isso não vai levar a lado nenhum”: “Nestas situações de conflito, muitas vezes as empresas não querem ir a estes concursos, porque têm responsabilidades sociais, etc”, diz Francisco Figueiredo.

No passado dia 03 de abril, a CP anunciou ter lançado uma consulta prévia para escolher um novo concessionário para os comboios de longo curso, depois da resolução do contrato com a Apeadeiro 2020, afirmando esperar que, “no prazo de duas a três semanas, o serviço de cafetaria e bar a bordo dos comboios Alfa Pendular e Intercidades seja retomado e a situação laboral dos trabalhadores envolvidos seja regularizada”.

Em comunicado, operadora recordou que “procedeu à resolução do contrato para a prestação de serviços de exploração de cafetaria e bar a bordo dos comboios Alfa Pendular e Intercidades que detinha com a empresa Apeadeiro 2020” e disse ter avançado nesse dia “com uma consulta prévia, convidando várias entidades para apresentarem propostas, com o objetivo de celebrar um novo contrato”.

“No intuito de proteger os direitos dos trabalhadores da anterior concessionária”, a transportadora referiu que “o caderno de encargos desta consulta prévia […] prevê […] que o novo adjudicatário pague aos respetivos trabalhadores quaisquer créditos laborais vencidos e não pagos pela Apeadeiro 2020”, referiu, na altura, a CP.

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