OMS reitera apelo a cessar-fogo após noite de escuridão e medo em hospitais de Gaza

  • Lusa
  • 28 Outubro 2023

O Ministério da Saúde do grupo islamita palestiniano Hamas anunciou que 7.703 pessoas foram mortas na Faixa de Gaza desde o início da guerra com Israel.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) reiterou os apelos a um cessar-fogo imediato em Gaza, após uma noite de intensos bombardeamentos israelitas, com doentes e civis sujeitos a um apagão total das comunicações e da eletricidade.

“Durante uma noite de intensos bombardeamentos e incursões terrestres em Gaza, com relatos de que as hostilidades continuam, os profissionais de saúde, os doentes e os civis foram sujeitos a um apagão total das comunicações e da eletricidade”, indica a OMS em comunicado, reiterando os seus apelos a um cessar-fogo humanitário imediato.

A Organização Mundial de Saúde alerta ainda para a necessidade de serem tomadas todas as precauções para proteger os civis e as infraestruturas civis, o que inclui os trabalhadores do setor da saúde, os doentes, as instalações de saúde e as ambulâncias, bem como os civis que se encontram abrigados nessas instalações.

“Devem ser tomadas medidas ativas para garantir que estas pessoas não são prejudicadas e que seja assegurada uma passagem segura para a circulação de material médico, combustível, água e alimentos, tão desesperadamente necessários, para Gaza e através dela”.

Os relatos de bombardeamentos perto dos hospitais Indonésia e Al Shifa “são extremamente preocupantes”, avisa a OMS, reiterando a impossibilidade de evacuar os espaços e retirar os doentes sem pôr em perigo as suas vidas.

“Os hospitais de toda a Faixa de Gaza já estão a funcionar na sua capacidade máxima, devido à quantidade de feridos resultantes de semanas de bombardeamentos incessantes, e não conseguem absorver um aumento dramático do número de doentes, abrigando simultaneamente milhares de civis”, alerta.

Os profissionais de saúde que se mantiveram ao lado dos seus pacientes enfrentam uma escassez de meios, sem espaço para colocar novos doentes e sem suprimentos médicos para lhes aliviar a dor.

“A cada hora que passa, há mais feridos, mas as ambulâncias não conseguem chegar até eles devido à falta de comunicações. As morgues estão cheias. Mais de metade dos mortos são mulheres e crianças”.

A OMS não conseguiu comunicar com o seu pessoal em Gaza, tal como aconteceu com outras agências, e está a tentar obter informações sobre o impacto global na população civil e nos cuidados de saúde.

“A OMS apela à humanidade de todos os que têm poder para o fazer, para que ponham fim aos combates agora, em conformidade com a resolução da ONU adotada ontem [sexta-feira], que pede uma trégua humanitária, bem como à libertação imediata e incondicional de todos os civis mantidos em cativeiro”.

Algumas horas antes do início dos bombardeamentos em massa, na sexta-feira à noite, o exército israelita acusou o Hamas de “fazer a guerra a partir dos hospitais” da Faixa de Gaza e de utilizar a sua população como “escudo humano”, o que o movimento islamita nega categoricamente.

Por sua vez, as famílias dos reféns do Hamas detidos na Faixa de Gaza, na sua maioria israelitas, manifestaram-se preocupadas e exigiram explicações ao governo de Telavive após os intensos bombardeamentos do exército.

As famílias solicitaram uma reunião com o ministro da Defesa e o gabinete de guerra, para exigir informações das autoridades israelitas depois de passar “a pior noite de todas” em meio da “total incerteza” sobre o destino daqueles que lhes são próximos, enquanto o exército israelita continua as suas incursões terrestres no enclave como um prelúdio para uma entrada em grande escala, que não sabem se vai pôr em risco os reféns.

Entretanto, o Ministério da Saúde do grupo islamita palestiniano Hamas anunciou que 7.703 pessoas foram mortas na Faixa de Gaza desde o início da guerra com Israel.

Segundo o Ministério da Saúde do Hamas, mais de 3.500 crianças estão entre as mortes registadas desde o início da guerra, em 07 de outubro. O último balanço divulgado na sexta-feira registava 7.326 mortos.

O grupo islamita palestiniano Hamas atacou Israel no dia 7 de outubro, provocando a morte de mais de 1.400 pessoas, além de 220 sequestradas. Israel respondeu com bombardeamentos e incursões terrestres na Faixa de Gaza, que é controlada pelo Hamas.

Desde o início do conflito, além de o registo de mortes, há milhares de feridos na Faixa de Gaza.

O grupo islamita palestiniano Hamas atacou Israel no dia 07 de outubro, provocando a morte de mais de 1.400 pessoas, além de 220 sequestradas. Israel respondeu com bombardeamentos e incursões terrestres na Faixa de Gaza, que é controlada pelo Hamas desde 2007.

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O que vai acontecer com as rendas em 2024

  • ECO
  • 28 Outubro 2023

A partir de janeiro de 2024, todos os senhorios podem atualizar o valor da renda no máximo em 6,94%. Mas para as famílias mais vulneráveis o Governo criou um reforço ao apoio extraordinário em vigor.

O Governo decidiu não aplicar qualquer travão à atualização das rendas para o próximo ano. Desta forma, a partir de 1 de janeiro os senhorios podem subir o valor da renda até um máximo de 6,94%, o valor mais alto dos últimos 30 anos.

Mas, em contrapartida, o Executivo reforçou o apoio extraordinário às rendas, em vigor desde maio deste ano, e, para as famílias mais vulneráveis, vai suportar até 4,94% do valor da atualização da renda, desde que a subida fique acima dos 2%.

http://videos.sapo.pt/65ul9NRuqA6GzcZZb3ZF

 

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Líder da IL acusa António Costa de querer omitir informação sobre privatização da TAP

  • Lusa
  • 28 Outubro 2023

O líder da Iniciativa Liberal, Rui Rocha, acusou o primeiro-ministro de ser incompetente e de querer "omitir mais uma vez informação essencial dos portugueses" relativamente à privatização da TAP.

O líder da Iniciativa Liberal, Rui Rocha, acusou o primeiro-ministro de ser incompetente e de querer “omitir mais uma vez informação essencial dos portugueses” relativamente à privatização da TAP.

“É incrível como António Costa, mesmo quando finalmente está a ir para o caminho certo, que é o caminho da privatização da TAP (…), pois mesmo aí, Antonio Costa é incompetente e tem de arcar com o veto do Presidente da República porque o documento que suportava a privatização não tem suficiente clareza e parece querer, mais uma vez, omitir informação essencial dos portugueses”, afirmou Rui Rocha.

O líder da Iniciativa Liberal (IL), que discursava no 3.º Encontro Nacional de Núcleos do partido, no Porto, disse concordar com o veto do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, ao diploma de privatização da companhia aérea portuguesa.

“No entender da IL, [o Presidente da República] fez bem”, referiu Rui Rocha, defendendo que o documento não assegurava a transparência da alienação ou aquisição da TAP.

“É preciso que este processo seja transparente, que pelo menos em linhas gerais se conheça o caderno de encargos para que os portugueses possam ter uma avaliação sobre as negociações que vão ser mantidas com eventuais interessados da TAP”, defendeu.

Rui Rocha defendeu ainda que a IL “não vai permitir” que o processo de privatização da TAP seja usado pelo PS para “enganar os portugueses”.

“[O processo de privatização] não pode ser usado pelo PS para tentar enganar os portugueses, através de garantias excessivas que sejam dadas ao comprador, acabe por parecer que o resultado da venda é melhor do que aquele que na realidade vai ser, trazendo mais encargos para os portugueses”, considerou.

Num encontro dedicado às eleições autárquicas de 2025, Rui Rocha anunciou a estratégia da IL, assente em quatro eixos, no âmbito da discussão do Orçamento de Estado de 2024. Num desses eixos, revelou o líder do partido, serão apresentadas medidas sobre a TAP e o setor empresarial português.

O Presidente da República vetou na sexta-feira o decreto do Governo que enquadra as condições para a reprivatização da TAP, pedindo clarificação sobre a intervenção do Estado, alienação ou aquisição de ativos da companhia antes da privatização e transparência de toda a operação.

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Costa afirma que seria irresponsável o país “gastar agora tudo” sem acautelar o futuro

  • Lusa
  • 28 Outubro 2023

O secretário-geral do PS defendeu a necessidade de Portugal constituir um fundo para investimentos posteriores a 2026 com base nos seus excedentes orçamentais.

O secretário-geral do PS defendeu a necessidade de Portugal constituir um fundo para investimentos posteriores a 2026 com base nos seus excedentes orçamentais e advertiu que seria irresponsabilidade o país gastar agora tudo o que tem.

Esta posição foi transmitida por António Costa no discurso que proferiu na abertura da reunião da Comissão Nacional do PS, que decorre na Feira Internacional de Lisboa (FIL), durante o qual se pronunciou sobre os principais objetivos da proposta do Governo de Orçamento do Estado para 2024, cujo debate na generalidade se inicia na segunda-feira na Assembleia da República.

“Todos temos consciência de que o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) teve uma natureza extraordinária, justificado por circunstâncias excecionais relacionadas com a pandemia da covid-19 e que não é garantido que voltemos a ter no próximo ciclo de fundos comunitários um reforço extraordinário desses recursos. Não há só mais vida para além do Orçamento, há também mais vida para além de 2026”, declarou.

Com o ministro das Finanças, Fernando Medina, a ouvir a sua intervenção, António Costa considerou essencial “garantir que o país continua a ter capacidade para investir para além de 2026” e, por esse efeito, se criou um fundo em que “se aloca parte do saldo orçamental de 2023”.

Sim, podíamos gastar tudo agora, mas seria irresponsável em relação ao futuro, porque o país vai precisar de manter uma forte trajetória de investimento público. E como não conhecemos o dia de amanhã precisamos de criar já hoje reservas para que no dia de amanhã seja possível prosseguir o reforço do investimento público”, argumentou.

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STOP anuncia greve de professores de 13 a 29 de novembro

  • Lusa
  • 28 Outubro 2023

O Sindicato de Todos os Profissionais de Educação (STOP) anunciou uma greve de duas semanas, de docentes e não docentes, entre 13 e 19 de novembro, e uma manifestação nacional em Lisboa, no dia 18.

O Sindicato de Todos os Profissionais de Educação (STOP) anunciou uma greve de duas semanas, de docentes e não docentes, entre 13 e 19 de novembro, e uma manifestação nacional em Lisboa, no dia 18 de novembro.

Esta manhã, em Coimbra, numa conferência de imprensa, o presidente do sindicato considerou necessário que o Governo perceba que os profissionais de educação “não desistem de lutar por uma escola pública de excelência para todos os alunos, independentemente de serem filhos de ricos ou de pobres”.

“Num ano de crescimento económico e receita fiscal extra de mais de dois mil milhões de euros, não podemos continuar com dezenas de milhar de alunos com falta de professores, psicólogos, terapeutas, assistentes operacionais e com profissionais de educação desconsiderados, exaustos e roubados nos seus direitos”, sublinhou André Pestana.

O líder sindical considerou que a atual proposta do Orçamento do Estado (OE) para 2024 “não investe, efetivamente, na escola pública, nem na dignificação de todos os que lá trabalham e estudam”.

“Queremos alertar os pais e a sociedade em geral que, se nada for feito, o próximo OE irá aprofundar a degradação da escola pública e a qualidade de ensino dos nossos filhos, comprometendo de forma irreversível o seu futuro”, salientou.

Segundo o presidente do STOP, a decisão de avançar com um “novembro de luta”, no mês da discussão do OE, foi tomada na quinta-feira à noite, numa reunião online, por mais de 100 comissões sindicais e de greve.

A greve nacional de 13 a 29 de novembro será organizada em cada escola e agrupamento, como no ano letivo anterior, através dos fundos de greve, “que são 100% legais, com total autonomia e decisão democrática dos docentes e não docentes de cada estabelecimento”.

O último dia coincide com a data da votação final do OE 2024 na Assembleia da República, para pressionar que o documento “reflita, de facto, as necessidades que a escola pública tem e que não estão refletidas”.

A manifestação nacional de 18 de novembro vai realizar-se do Ministério da Educação até à Assembleia da República.

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Google pagou 26,3 mil milhões de dólares em 2021 para ser o principal motor de busca na internet

  • Lusa
  • 28 Outubro 2023

O Departamento de Justiça dos EUA, que faz a acusação, argumenta que a tecnológica utiliza a sua posição dominante no mercado dos motores de busca para travar outras empresas.

A tecnológica Google pagou 26,300 mil milhões de dólares em 2021 para ser o principal motor de busca na internet, divulgou a empresa durante o seu julgamento por monopólio, que decorre em Washington.

A verba não foi detalhada por destino, mas a estação televisiva CNBC assegurou que a principal beneficiária tinha sido a Apple.

O Departamento de Justiça dos EUA, que faz a acusação, argumenta que a tecnológica utiliza a sua posição dominante no mercado dos motores de busca para travar outras empresas e causar uma espécie de círculo vicioso. A Google, por seu lado, contra-argumenta que bastam uns ‘clics’ do rato para utilizar um motor de busca alternativo.

A tecnológica costuma divulgar os gastos na aquisição de tráfego, mas mistura-os com o dinheiro que dedica à publicidade. Segundo a informação divulgada na sexta-feira, durante o julgamento, o custo de aquisição de tráfego quadruplicou entre 2014 e 2021, ao passo que as receitas triplicaram.

Em 2021, a empresa obteve receitas de 146 mil milhões de dólares, como parte do negócio do motor de busca.

Este é o primeiro grande julgamento por monopólio do governo federal na era moderna da Internet, época em que as grandes tecnológicas se converteram em líderes de opina em áreas que vão desde a informação ao entretenimento.

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Governo e PR vão continuar a interagir para “chegar a bom resultado” sobre TAP

  • Lusa
  • 28 Outubro 2023

O líder parlamentar do PS manifestou-se convicto que Governo e PR vão continuar a interagir, na sequência do veto sobre a privatização da TAP, no sentido de “chegar a um bom porto".

O líder parlamentar do PS manifestou-se convicto que Governo e Presidente da República vão continuar a interagir, na sequência do veto sobre a privatização da TAP, no sentido de “chegar a um bom resultado” neste processo.

“Penso que o gabinete do senhor primeiro-ministro já terá comunicado que, naturalmente, irá ponderar o conjunto de aspetos que o senhor Presidente da República levanta na comunicação que fez e, no normal processo legislativo, continuarão seguramente a interagir para chegar a um bom resultado”, afirmou Eurico Brilhante Dias, em Coimbra.

O dirigente socialista reagia assim ao veto de Marcelo Rebelo de Sousa ao decreto do Governo que enquadra as condições para a reprivatização da TAP, pedindo clarificação sobre a intervenção do Estado, alienação ou aquisição de ativos da companhia antes da privatização e transparência de toda a operação.

Numa curta nota divulgada pouco depois de conhecida a decisão de vetar o diploma, o gabinete de António Costa adiantou que “o primeiro-ministro regista as preocupações de Sua Excelência o Presidente da República que serão devidamente ponderadas”.

Em declarações aos jornalistas, Eurico Brilhante Dias salientou que o mais importante para os portugueses é que a companhia aérea “apresenta bons resultados” e continua a ser estratégica para Portugal.

“O mais importante para os portugueses é fazermos um processo claro, naturalmente transparente, mas um processo em que os portugueses percebam que o mais importante é que a TAP continua a ser um ativo estratégico para o país”, alegou Brilhante Dias, ao sublinhar que o parlamento e o grupo parlamentar não são parte deste processo.

Questionado sobre se o veto poderia fragilizar o processo de privatização que está a decorrer, o líder da bancada socialista considerou que, no limite, vai até robustecê-lo, através da interação entre dois órgãos de soberania – a Presidência da República e o Governo.

“Não devemos criar grandes dramas”, referiu Eurico Brilhante Dias, para quem é “absolutamente admirável” que o PSD tivesse escolhido para comentar o veto do Presidente da República “os mesmos protagonistas daquela privatização feita pela calada da noite”, referindo-se ao vice-presidente social-democrata Miguel Pinto Luz.

Este veto foi divulgado através de uma nota publicada no sítio oficial da Presidência da República na Internet, na qual se lê que Marcelo Rebelo de Sousa “decidiu devolver ao Governo o diploma de privatização da TAP, solicitando a clarificação de três aspetos que considera essenciais”.

O chefe de Estado pede ao Governo que clarifique “a capacidade de acompanhamento e intervenção do Estado numa empresa estratégica como a TAP; a questão da alienação ou aquisição de ativos ainda antes da privatização; a transparência de toda a operação”, acrescenta-se na mesma nota.

Em carta dirigida ao primeiro-ministro, António Costa, divulgada juntamente com esta nota no sítio oficial da Presidência da República na Internet, Marcelo Rebelo de Sousa refere que “foram solicitados esclarecimentos complementares ao Governo” sobre “estas três questões específicas, mas cruciais”.

“Infelizmente, as respostas, ontem [quinta-feira] recebidas, não permitiram clarificar na totalidade três aspetos que considero essenciais”, lamenta.

 

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Costa defende Guterres e diz que “não é possível confundir o Hamas com o povo palestiniano”

Relembrando o papel de Guterres na independência de Timor, Costa frisa: "condenamos o ataque do Hamas sobre Israel mas também dizemos que a resposta tem de respeitar o povo palestiniano".

“As guerras são sempre horríveis mas as guerras têm de obedecer às regras do Direito Internacional. Mesmo a guerra está sujeita à lei, aos princípios do direito internacional. E não há guerra, seja a da Ucrânia, seja a do conflito entre Israel e o Hamas, que não tenha de respeitar o direito internacional”. As palavras são do chefe do Executivo, António Costa. O secretário-geral do PS abriu este sábado a reunião da Comissão Nacional do seu partido, em Lisboa, durante a qual será marcado o congresso desta força política para os dias 15, 16 e 17 de março.

O primeiro-ministro defende que, “apesar de Israel ter direito à defesa”, sublinha que “não há vidas humanas mais importantes que outras. E relembra que não é possível confundir o Hamas com o povo palestiniano“.

Relembrando o papel de António Guterres na independência de Timor, Costa frisa: “com a mesma legitimidade que condenamos a invasão da Rússia na Ucrânia, a 24 de fevereiro, também condenamos o ataque do Hamas sobre Israel mas também dizemos que a resposta tem de ser feita com o respeito pelo povo palestiniano”.

“O respeito pelo Direito Internacional contraria a lei do mais forte e assegura que os princípios fundamentais da comunidade internacional são sempre preservados. Às vezes leva tempo, mas, desde que se mantenha a firmeza e a coerência, um dia acaba-se por ganhar”, advogou, lembrando então a invasão de Timor-Leste por parte da Indonésia em 1975.

Ainda numa alusão ao polémico discurso de António Guterres, numa reunião do Conselho de Segurança das Nações – em que sustentou que o ataque do Hamas não surgiu num vácuo -, o atual primeiro-ministro português voltou a defender o secretário-geral das ONU, assim como a coerência de Portugal na condução da sua política externa.

Com o slogan “Governar a pensar nas pessoas”, a intervenção inicial de António Costa sobre a atual situação política, no centro de reuniões da Feira Internacional de Lisboa (FIL), acontece dois dias antes do início do debate parlamentar na generalidade da proposta do Governo de Orçamento do Estado para 2023.

Em relação ao próximo congresso nacional do PS, entre 15 e 17 de março, a perspetiva é que se realiza no norte do país, provavelmente em Guimarães. Este congresso vai ocorrer menos de três meses antes das eleições para o Parlamento Europeu, que em Portugal se vão realizar a 9 de junho.

Na Comissão Nacional do PS vai também ser eleita a Comissão Organizadora do Congresso (COC). A direção do PS indicou o deputado socialista Pedro Carmo para presidir a este órgão, enquanto a sensibilidade minoritária do dirigente Daniel Adrião candidatou para esse lugar o advogado Pedro Dias Pereira.

Na reunião de sábado serão também marcadas as datas e locais dos próximos congressos federativos do PS, e aprovado o regulamento das eleições para os presidentes das federações deste partido.

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Português lança vinho a 900 euros a garrafa

"Nos próximos três meses antecipamos vender 30 a 35% de toda a produção do Saturn. Estamos a falar de um volume de negócios de cerca de meio milhão de euros", avança Cláudio Martins.

Ainda o “Saturn”, o terceiro da série Vinhos do Outro Mundo, produzido na Alemanha, não tinha sido lançado e o empresário Cláudio Martins e o produtor alemão Ernest “Erni” Loosen já tinham vendido a investidores portugueses 50 garrafas a 750 euros cada, menos 150 do que os atuais 900 euros. O que mostra que, apesar da crise económica, existe mercado em Portugal para este tipo de produtos de “luxo, raros, excêntricos e mais cobiçados” e ao ponto de “haver cada vez maior procura“, afirma Cláudio Martins. O português antecipa mesmo faturar meio milhão de euros em vendas até ao final deste ano.

Apesar da inflação, do aumento dos custos e da habitação, ainda há investidores portugueses com poder de compra suficiente para adquirir estes produtos de luxo. Feitas as contas, só faltam vender 100 das 500 garrafas do “Uranus”, o segundo vinho desta série que foi lançado, em 2022, em Madrid, a 1.700 euros a garrafa. “Nas últimas semanas registámos um aumento de vendas do Uranus”, produzido na Terroir al Limit, de Priorat, Catalunha, adianta o consultor internacional de vinhos e fundador da Martins Wine Advisor.

Já o primeiro vinho, “Júpiter”, a mil euros a garrafa, numa parceria com o produtor Pedro Ribeiro, da Herdade do Rocim, no Alentejo, foi vendido num ápice, em 2021. “Já não temos garrafas para vender”, afiança Cláudio Martins em declarações ao ECO/Local Online, antes da apresentação esta sexta-feira, num evento privado, aos membros do Clube Martins Wine Advisor, criado em 2021 com o lançamento do Júpiter. E cuja identidade não pode desvendar.

Nos próximos três meses, antecipamos vender 30 a 35% de toda a produção do Saturn. Estamos a falar de um volume de negócios de cerca de meio milhão de euros.

Cláudio Martins

CEO da Martins Wine Advisor

Ao todo, foram produzidas 1.780 garrafas de 0,75 centilitros a 900 euros cada, e ainda 60 Magnuns, pelo valor de 2.000 euros cada. “Nos próximos três meses, antecipamos vender 30 a 35% de toda a produção do Saturn. Estamos a falar de um volume de negócios de cerca de meio milhão de euros“, adianta o empresário, que se apaixonou pelo mundo vinícola, quando, na juventude trocou a Serra da Estrela por Londres, Inglaterra. Embaixador do vinho bordalês Liber Pater, o português chegou a ser distinguido pela revista britânica CEO como “um dos 20 mais dinâmicos CEOs do Reino Unido, em 2020.

Apresentado numa caixa impressa em 3D, “Saturn” é o primeiro branco da coleção de Vinhos do Outro Mundo, tantos quantos os planetas do sistema solar. Até à data tem sido lançado um vinho por ano, mas o empresário está a ponderar apresentar dois vinhos por ano, produzidos nas regiões de Bordéus, Champagne, Toscana, Napa Valley, Mosel, Geórgia e o Douro.

Lançamento do vinho “Saturn”, de 900 euros a garrafa

“O Saturn é o vinho mais antigo do portfólio, é de 2013, um Riesling seco, originário das vinhas de pé franco com mais de 130 anos do famoso vinhedo Erdener Treppchen, na região alemã Vale do Mosel“, conhecida pelas vinhas e pelos melhores vinhos alemães, sobretudo os Rieslings, começa por descrever.

“Depois de oito anos nas suas leveduras no barril Fuder, o vinho foi retirado das suas borras e foi engarrafado sem colagem e filtração, desenvolvendo um equilíbrio perfeitamente harmonioso”, completa. Agora, “Saturn” vai andar nas bocas do mundo.

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Forças Armadas israelitas continuam a expandir operação terrestre em Gaza

  • Lusa
  • 28 Outubro 2023

Israel continua a expandir a sua operação terrestre em Gaza com infantaria e veículos blindados apoiados por "ataques massivos", aéreos e marítimos, disse hoje o porta-voz militar israelita.

Israel continua a expandir a sua operação terrestre em Gaza com infantaria e veículos blindados apoiados por “ataques massivos”, aéreos e marítimos, disse o porta-voz militar israelita.

O porta-voz militar das Forças de Defesa de Israel, contra-almirante Daniel Hagari, disse que “as forças ainda estão no terreno e dão continuidade à guerra”.

Anteriormente, as tropas israelitas estavam a realizar breves incursões terrestres noturnas, antes de regressarem a Israel.

Este sábado, os militares divulgaram vídeos a mostrar colunas de veículos blindados movendo-se lentamente em áreas de Gaza, a primeira confirmação visual de tropas terrestres, além de aviões de guerra que bombardearam dezenas de túneis e ‘bunkers’ subterrâneos do grupo islamita palestiniano Hamas.

Esta decisão representa mais uma escalada na campanha de Israel para eliminar o grupo islamita que governa a Faixa de Gaza, após a incursão do Hamas no sul de Israel há três semanas, e um novo sinal de que poderá estar próxima uma invasão total de Gaza.

Na sexta-feira à noite, Hagari já havia dito que as forças terrestres estavam a “expandir a sua atividade” em Gaza e a “agir com grande força (…) para alcançar os objetivos da guerra”.

Israel deslocou centenas de milhares de soldados ao longo da fronteira.

Entre a noite de sexta-feira e sábado, aviões de guerra atingiram 150 túneis e ‘bunkers’ subterrâneos no norte de Gaza, disseram os militares. As extensas instalações subterrâneas do Hamas, muitas delas localizadas sob a cidade de Gaza, no norte do território, são vistas como alvos-chave da ofensiva militar de Israel.

Como parte do bombardeamento intensificado, Israel também interrompeu as comunicações na sexta-feira e criou um quase ‘blackout’, isolando em grande parte o contacto com o mundo exterior dos 2,3 milhões de pessoas sitiadas em Gaza.

Já mergulhados na escuridão depois de grande parte da eletricidade ter sido cortada há semanas, os palestinianos foram isolados, amontoados em casas e em abrigos, com o abastecimento de comida, água e combustível a esgotar-se.

As tentativas de entrar em contacto com os residentes de Gaza por telefone não tiveram sucesso na manhã de hoje.

O gabinete de comunicação do Hamas relatou fortes confrontos noturnos com forças israelitas em vários locais, incluindo o que disse ser uma incursão de Israel a leste do campo de refugiados de Bureij, no centro da Faixa de Gaza.

Questionados sobre este episódio, os militares israelitas reiteraram hoje estarem a realizar ataques direcionados e ampliando os ataques com o objetivo de “preparar o terreno para futuras fases da operação”.

Hagari afirmou hoje que vão aumentar os “esforços humanitários” e que mais camiões com ajuda humanitária entrarão no sul da Faixa de Gaza.

“A todos os residentes de Gaza que se mudaram para o sul da Faixa de Gaza, vamos aumentar os nossos esforços humanitários”, sublinhou Hagari.

Por outro lado, as famílias dos reféns do grupo islamita Hamas detidos na Faixa de Gaza, na sua maioria israelitas, manifestaram-se hoje preocupadas e exigiram explicações ao Governo de Telavive, após os intensos bombardeamentos do exército contra este território palestiniano.

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António Costa abre Comissão Nacional do PS que vai marcar congresso do partido

  • Lusa
  • 28 Outubro 2023

O secretário-geral do PS, António Costa, abre a reunião da Comissão Nacional do seu partido, em Lisboa, durante a qual será marcado o congresso desta força política para os dias 15, 16 e 17 de março.

O secretário-geral do PS, António Costa, abre este sábado a reunião da Comissão Nacional do seu partido, em Lisboa, durante a qual será marcado o congresso desta força política para os dias 15, 16 e 17 de março.

A intervenção inicial de António Costa sobre a atual situação política, no centro de reuniões da Feira Internacional de Lisboa (FIL), será aberta à comunicação social e vai acontecer dois dias antes do início do debate parlamentar na generalidade da proposta do Governo de Orçamento do Estado para 2023.

Nas suas intervenções públicas, o primeiro-ministro e secretário-geral do PS tem salientado a atual conjuntura de instabilidade internacional, defendendo que Portugal tem de ser “um porto de abrigo” face a um clima de incerteza económica, financeira e política mundial.

O primeiro-ministro português, António Costa, criticou hoje Israel pelo “cerco que está a fazer à Faixa de Gaza”, que viola “as normas do direito humanitário”, considerando que “as vidas não são diferentes sendo um israelita ou sendo um palestiniano”.Lusa

Nesse contexto, António Costa refere depois a projeção de excedente orçamental para este ano e para 2024, assim como a redução da dívida para menos de 100% do Produto Interno Bruto (PIB) no final do próximo ano, o que, na sua perspetiva, retirará o país do conjunto dos Estados-membros da União Europeia mais endividados.

Nos planos económicos e social, o primeiro-ministro tem procurado destacar que a proposta do Governo de Orçamento reduz o IRS em cerca de 1600 milhões de euros, aumenta as pensões em mais de 6% a partir de janeiro e indica como referencial uma subida de 5% dos salários da função pública, além de prever um reforço da generalidade das prestações sociais, num quadro em que Portugal regista “um recorde” ao nível da população empregada.

Pela parte da oposição, sobretudo a dos partidos à direita do PS, a proposta orçamental do executivo tem sido criticada sobretudo pelo aumento do Imposto Único de Circulação (IUC) para os veículos com matricula de 2007, ou anos anteriores – uma matéria que já levou a bancada socialista a admitir uma reformulação desta medida no âmbito da discussão na especialidade do Orçamento.

Em relação ao próximo congresso nacional do PS, entre 15 e 17 de março, a perspetiva é que se realiza no norte do país, provavelmente em Guimarães. Este congresso vai ocorrer menos de três meses antes das eleições para o Parlamento Europeu, que em Portugal se vão realizar em 9 de junho.

Na Comissão Nacional do PS vai também ser eleita a Comissão Organizadora do Congresso (COC). A direção do PS indicou o deputado socialista Pedro Carmo para presidir a este órgão, enquanto a sensibilidade minoritária do dirigente Daniel Adrião candidatou para esse lugar o advogado Pedro Dias Pereira.

Na reunião de sábado serão também marcadas as datas e locais dos próximos congressos federativos do PS, e aprovado o regulamento das eleições para os presidentes das federações deste partido.

Ainda em relação a outros processos internos, a Comissão Nacional do PS procederá à aprovação do regulamento para as eleições da presidente e da Comissão Política Nacional das Mulheres Socialistas.

 

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Pedido de patentes aumentou 9% por ano em Portugal desde 2018

O conselheiro principal da OEP realça que, apesar da evolução "positiva", o país ainda ocupa uma posição “pouco simpática” em termos de pedidos de patente europeia per capita" face a outros países.

Entre 2018 e 2022, os pedidos de patentes de empresas e inventores portugueses apresentados à Organização Europeia de Patentes (OEP) cresceram, em média, 9% por ano, segundo as contas realizadas pelo ECO, com base nos dados do organismo sediado em Munique. Em contrapartida, os pedidos de concessões recuaram, em média, 7% por ano, durante o mesmo período.

“O meu sonho é registar uma patente por dia“. O desejo foi manifestado pelo ministro da Economia, na semana passada, durante a 3.ª edição dos Encontros de Economia. Mas, afinal, como têm evoluído os pedidos de patentes de entidades portuguesas?

Depois de ter crescido 15,5% em 2021, na comparação homóloga, no ano passado, os inventores portugueses submeteram um total de 312 pedidos de patentes junto da OEP, o maior volume anual até à data. Só entre 2018 e 2022, os pedidos de patentes de empresas e inventores portugueses cresceram cerca 41,2%, segundo a OEP Patent Index 2022, divulgado no final de março. Contas feitas, nos cinco anos entre 2018 e 2022, estes pedidos cresceram, em média, 9% por ano.

A evolução é “positiva“, mas “comparativamente com os outros 38 estados-membros da OEP ainda estamos numa posição ´pouco simpática´ em termos de pedidos de patente europeia per capita, denota, Telmo Vilela, conselheiro principal e representante para os Assuntos Institucionais do presidente do organismo que gere mais de 190.000 pedidos de patentes, em declarações ao ECO.

Num ranking liderado pela Suíça, que, em 2022, registou um rácio de 1.031 pedidos de patentes por milhão de habitantes, Portugal ocupa a 27.ª posição com apenas 30 pedidos por milhão de habitantes. Em segundo lugar está a Suécia (com 482 pedidos por milhão de habitantes), seguida pela Dinamarca (453 pedidos por milhão de habitantes).

No ano em que se comemoram os 50 anos da criação das patentes europeias e ainda no que diz respeito ao panorama nacional, a tecnologia informática foi, de novo, a área com mais pedidos de patentes, seguida das tecnologias médicas e farmacêuticas, o que faz da saúde a indústria mais vibrante neste particular. No caso dos fármacos, o crescimento foi de 85,7%. Evidenciou-se igualmente, em linha com a tendência global, o número de inovações nacionais na área da comunicação digital, que quintuplicou.

Por outro lado, a contribuição para a inovação por parte das universidades e dos centros de investigação em Portugal “continua a destacar-se”, realça Telmo Vilela, sublinhando que “seis dos 10 principais requerentes portugueses na OEP são provenientes deste setor e são, de facto, a Universidade de Aveiro, a Universidade do Minho, a Universidade de Coimbra e a Universidade de Lisboa, entre outras”. De notar que, pelo segundo ano consecutivo, o ranking nacional é liderado pela Feedzai, a par com a Universidade de Aveiro, ambas com um total de 20 pedidos.

Já em termos regionais, o Norte continua a liderar, com uma quota de 36,2% do total dos pedidos de patentes, seguida de perto pela região Centro (33,3%). Contas feitas, estas duas regiões representam cerca 70% dos pedidos de patentes nacionais apresentados à OEP no ano passado (217 pedidos). No entanto, o crescimento mais relevante chegou de Lisboa (+38,6%), com a área geográfica da capital portuguesa a contribuir para 25,3% do número total dos pedidos portugueses.

Concessões de patentes portuguesas recuam, em média, 7% por ano desde 2018

Apesar do aumento dos pedidos de patentes de entidades portuguesas, as concessões caíram a pique no ano passado, com o número a diminuir pelo segundo ano consecutivo, após os aumentos em 2019 e 2020.

Em 2022, foram atribuídas apenas 67 concessões de patentes portuguesas pela OEP, o que representa um recuo de cerca de 42,2% face às 116 atribuídas em 2021. Esta situação conduz para que o panorama nacional dos últimos cinco ano seja negativo: neste período, as concessões de patentes portuguesas recuaram, em média, 7% por ano, segundo as contas realizadas pelo ECO, com base no Patent Index 2022.

Em declarações ao ECO, Telmo Vilela aponta que este “este é apenas um indicador do número de concessões publicadas e não está diretamente relacionado com a qualidade dos pedidos apresentados”, dado que se trata “apenas de um indicador de produção”.

“Há que ter em conta que, desde a fase de pedido até à potencial concessão, existem várias formalidades e prazos legais (nomeadamente de pesquisa e exame) e, nesse sentido, desde a data do pedido até à concessão vai um período de alguns anos”, acrescenta, recusando que se possa estabelecer uma “relação direta” entre o número de pedido apresentados num determinado ano e as concessões publicadas nesse mesmo ano.

Com esta nova opção para a proteção de patentes na Europa, todos temos a expectativa de que o sistema se torne mais acessível a PME e a startups de base tecnológica e que também os requerentes nacionais possam vir a fazer uma proteção mais ativa e intensa das suas inovações tecnológicas por via de patentes”.

Telmo Vilela

Conselheiro principal e representante para os Assuntos Institucionais do Presidente do OEP

Apesar de em Portugal esta tendência ter sido mais notória, também o ranking de concessões caiu globalmente. Em 2022 foram concedidas 81.754 autorizações junto da OEP, o que compara com os 108.799 registados no período homólogo (uma quebra de 24,9%). Já se a comparação for feita com o pré-pandemia (em 2019 tinha sido concedidos 137.784 autorizações) houve menos 56.030 concessões.

O conselheiro principal e representante para os Assuntos Institucionais do presidente da OEP lembra ainda que, “entre o 4.º ou 5.º mês após a entrada ou a receção do pedido de patente” junto do organismo, que conta com 6.300 membros e tem escritórios em Berlim, Bruxelas, Haia e Viena, os examinadores “emitem um relatório de pesquisa com opinião escrita sobre a patenteabilidade”, o que não acontece com outros institutos a nível mundial, e permite “tanto aos requerentes como a potenciais investidores ter uma primeira opinião relativamente à viabilidade do pedido”.

Por fim, Telmo Vilela defende ainda que, atualmente, a proteção de patentes na União Europeia é “mais acessível e económica graças ao novo sistema da Patente Unitária”, permitindo que o processo se torne menos complexo e caro nomeadamente para as PME e startups. Nesse contexto, o responsável espera também “os requerentes nacionais possam vir a fazer uma proteção mais ativa e intensa das suas inovações tecnológicas por via de patentes e assim maximizar os seus investimentos em I&D”, conclui.

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