André Ventura: “Não podemos aceitar os que vêm obrigar as nossas mulheres a usar burcas pelas cidades”

No segundo dia de trabalhos, André Ventura fala pela primeira vez na 6.ª Convenção do Chega, a decorrer até domingo, em Viana do Castelo. Rita Matias será a mandatária da campanha.

O presidente do Chega, André Ventura, quer mostrar na VI Convenção Nacional que o partido “é candidato a governar” o país e identificou PS e PSD como principais adversários nas eleições legislativas de março. Esta garantia foi deixada por André Ventura na primeira vez que discursou na VI Convenção Nacional do Chega, que decorre até domingo em Viana do Castelo, para apresentação da moção com a qual se recandidata à liderança do partido.

“O Chega nunca quis acabar com a imigração e nunca disse que era terrível, disse que a imigração tinha de ser regulada. Nenhuma casa se mantém sem portas e janelas, quem vem tem de gostar deste país, língua, cultura e respeitar os nossos costumes”, diz Ventura. “Não podemos aceitar quem não vem viver como nós, e que vem desrespeitar a nossa história. Não podemos aceitar os que vêm obrigar as nossas mulheres a usar burcas pelas cidades e os que vêm para a Europa para ajudar a financiar o terrorismo e redes de tráfico humano”, diz Ventura.

“Candidato-me porque Portugal precisa de uma limpeza”, afirma André Ventura. “Não conheço outro país da Europa onde tenham sido encontrados envelopes com 75 mil euros na casa oficial do primeiro-ministro, quando no gabinete ao lado do primeiro-ministro o seu chefe de gabinete decide guardar notas”, afirma.

O presidente do Chega prometeu ainda que, se chegar ao governo, cortará todos os subsídios das associações que promovam “ideologias de género e a igualdade de género”. Ventura voltou a radicalizar o discurso e a eleger como alvo as associações de promoção da igualdade de género, granjeando um apoio de uma plateia que o aplaudiu de pé. “Eu garanto-vos uma coisa, aquele dinheiro todo que damos para as ideologias de género e para promover a igualdade de género […], vou pegar nesses milhões todos e vou dizer às associações: ‘esqueçam, não vão receber um tostão’”, declarou, admitindo que as suas afirmações podem ser consideradas polémicas.

O presidente do Chega alegou estar em causa cerca de 400 milhões de euros e prometeu usar esse valor, caso venha a ter responsabilidades governativas, na criação de “um fundo de apoio” às forças de segurança e aos ex-combatentes.

E sublinhou que é “candidato porque tem muito orgulho no que o partido conseguiu. “Tanto que fizemos que temos de continuar, sem ninguém esperar entrámos na AR, tornámo-nos na terceira força política do país e na força parlamentar que mais trabalho fez e que mais propostas apresentou, ainda que todas chumbadas pelo PS”, disse na reunião magna, na primeira vez que discursa.

“Espero que estes três dias sejam, para o Chega, um momento de afirmação, em que assume definitivamente que é candidato a governar Portugal e que, por isso, vai querer estar numa luta a três com o PS e com o PSD”, afirmou.

O presidente do Chega prometeu ainda equiparar o subsídio de risco de todas as forças de segurança ao da Polícia Judiciária, dizendo que “nenhuma maioria de direita existirá” sem que esta seja a primeira medida a tomar.

“Nenhuma maioria de direita subsistirá, nenhuma maioria de direita existirá sem que a sua primeira medida seja restabelecer a equiparação de suplementos a todas as forças de segurança, a todas”, afirmou.

“O Chega tem de deixar de ser o partido que seja a voz do protesto, que pode continuar a ser, mas tem também a responsabilidade de, neste congresso, perante aquilo que as sondagens lhe atribuem, ser um partido de governo e de apresentação de soluções”, disse. O líder do Chega reiterou que o objetivo do partido é vencer as eleições legislativas de 10 de março e apontou que PS e PSD serão os principais adversários.

“É evidente, porque são quem está neste momento à nossa frente. Portanto, se nós queremos governar, os nossos adversários são o PS e o PSD”, sustentou, salientando que “o Chega apresenta-se a estas eleições para governar” e apresentar as soluções que tem para o futuro do país. Com o lema da reunião magna “Limpar Portugal”, a entrada de André Ventura foi marcada por gritos do nome do líder e recandidato a presidente do partido, com uma música de fundo.

 

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