Não havia tantos despedimentos coletivos desde o arranque da pandemia

Foram comunicados 431 despedimentos coletivos durante 2023. É o valor mais elevado desde 2020, altura em que, por causa da pandemia, várias empresas reduziram os postos de trabalho.

O ano de 2023 foi sinónimo de um disparo dos despedimentos coletivos. Em causa está um salto de quase 31% face ao ano anterior, tendo sido atingido o valor mais alto desde 2020, altura em que, por causa da crise pandémica e das restrições que lhe ficaram associadas, muitas empresas viram-se obrigadas a reduzir os seus postos de trabalho.

De acordo com os dados publicados pela Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho (DGERT), até ao final de dezembro, foram comunicados 431 despedimentos coletivos, mais 101 do que em 2022, o equivalente à tal subida homóloga de 31%.

Ora, desse total, 196 dizem respeito a pequenas empresas, 156 a microempresas, 61 a médias empresas e 18 a grandes empresas.

Além disso, os dados permitem perceber que quase metade dos despedimentos coletivos foram registados em Lisboa e Vale do Tejo (209). Já no Norte foram comunicados 152 despedimentos coletivos, no Centro 56, no Algarve dez e no Alentejo quatro.

Importa explicar que, depois de ter atingido máximos durante o período da troika, os despedimentos coletivos vinham a tornar-se menos frequentes, até que a pandemia veio mudar o caso de figura. Em 2020, foram comunicados quase 700 despedimentos coletivos, numa altura em que, para conter a propagação do vírus pandémico, muitas empresas foram obrigadas a fechar (temporariamente) as suas portas.

À medida que a vida foi voltando ao normal, o número de despedimentos coletivos foi também encolhendo — caiu para 336 em 2021 e 330 em 2022 –, mas em 2023 houve, então, uma nova inversão da trajetória.

Depois de dois anos a cair, despedimentos coletivos voltaram a aumentar

Fonte: DGERT

O mercado de trabalho português tem dados provas de resiliência face aos efeitos das guerras em curso, à inflação e à escalada dos juros. Mas nos últimos meses a economia tem estado a abrandar e isso já se nota também no mundo do trabalho, na visão dos economistas.

No total, até 31 de dezembro de 2023, havia, então, 3.819 trabalhadores a despedir e 3.622 despedidos, no âmbito de processos de despedimento coletivos.

Quanto aos setores de atividade, os dados da DGERT apenas permite uma leitura no que diz respeito especificamente a dezembro. De notar que 27% dos despedimentos coletivos foram registados nas indústrias transformadoras e 23% no comércio por grosso e a retalho, reparação de veículos automóveis e motociclos.

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