Crédito à habitação cai 1,3% em 2023 com menor procura e aumento das amortizações

  • Joana Abrantes Gomes
  • 26 Janeiro 2024

Queda do stock total de crédito à habitação contribuiu para o recuo de 0,6% no montante total de empréstimos concedidos a particulares no último ano, cenário que não se verificava desde 2017.

Os empréstimos da banca para a compra de casa caíram 1,3% em 2023 face ao ano anterior, queda explicada pelo aumento das amortizações antecipadas e pela menor procura, no contexto dos níveis elevados das taxas de juro, segundo dados divulgados esta sexta-feira pelo Banco de Portugal (BdP).

Em dezembro, o montante total de empréstimos para a habitação era de 98,9 mil milhões de euros, menos 1,4 mil milhões do que no final de 2022.

Isto contribuiu para que os empréstimos a particulares tenham caído em 2023 pela primeira vez desde 2017, registando uma taxa de variação de -0,6%, para 127,87 mil milhões de euros, face a dezembro de 2022. De novembro para dezembro, o montante ficou praticamente estável, com uma evolução de -0,06%.

Já o total de empréstimos ao consumo foi de 21,2 mil milhões de euros no último mês de 2023, mais 0,5 mil milhões do que no final do ano anterior. Apesar do aumento de 3,6% no ano passado, este valor ficou abaixo do registado em 2022 (5,9%).

Empréstimos a particulares para habitação e consumo

Taxa de variação anual. Fonte: Banco de Portugal

Depósitos a prazo no valor mais alto desde o início de 2017

Os depósitos a prazo continuam a disparar, tendo aumentado aproximadamente 7,0 mil milhões de euros em dezembro. De acordo com o BdP, os depósitos com prazo acordado (que são a maioria, havendo uma parcela muito reduzida de depósitos com pré-aviso) atingiram os 96,4 mil milhões de euros no final do ano passado, o valor mais alto desde janeiro de 2017.

Incluindo depósitos à ordem, que caíram 9,6 mil milhões de euros, as famílias tinham 179,8 mil milhões de euros depositados nos bancos no final de dezembro, menos 1,4%, ou 2,7 mil milhões, do que no final de 2022. “Para esta evolução, foram determinantes as reduções registadas nos primeiros meses do ano. O valor mínimo, de 173,7 milhões de euros, foi atingido em maio”, assinala o banco central.

Empresas com menos depósitos e empréstimos

Quanto aos depósitos das empresas, verificou-se uma quebra homóloga de 4,4% no final do ano, o valor mais baixo (em dezembro) dos últimos dez anos. O volume dos depósitos das empresas caiu 3,1 mil milhões de euros em relação a dezembro de 2022, totalizando 64,2 mil milhões de euros.

O total de empréstimos a empresas diminuiu em 1,8 mil milhões de euros, para 73,4 mil milhões de euros, no final de dezembro, em termos homólogos. Em 2023, a taxa de variação anual foi negativa (1,1%), o que não acontecia desde 2017.

(Notícia atualizada pela última vez às 12h48)

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