Stock de empréstimos às famílias encolhe pela primeira vez em mais de cinco anos
O montante total de empréstimos a particulares registou em setembro a primeira queda desde fevereiro de 2018, explicada pelo arrefecimento do crédito à habitação.
O montante total de empréstimos a particulares pelos bancos residentes caiu 0,3% em setembro, em comparação com o mesmo mês do ano passado, segundo dados do Banco de Portugal. É a primeira vez em mais de cinco anos que se regista uma redução anual deste género.
Para o fenómeno contribuiu o arrefecimento do crédito à habitação, numa altura em que os juros altos continuam a apertar as famílias e os bancos esperam dar menos financiamento para a compra de casa.
Segundo o Banco de Portugal, o stock total de empréstimos para habitação encolheu 0,7% em setembro, face ao mês homólogo de 2022, mas estável em relação a agosto de 2023, nos 99,2 mil milhões de euros. “Este decréscimo reflete o aumento das amortizações antecipadas e o abrandamento na procura de crédito à habitação”, confirma o supervisor bancário.
Já o crédito ao consumo continua a aumentar, embora também se observe uma desaceleração. No mês passado, os bancos mantinham 21 mil milhões de euros de empréstimos aos particulares para este fim, um agravamento de cerca de 100 milhões face a agosto e mais 3,1% do que em setembro de 2022. Estes números representam, todavia, uma desaceleração face ao aumento de 3,6% registado em agosto, na comparação com 2022.
Empréstimos a particulares para habitação e consumo:
Famílias trocam dinheiro à ordem por depósitos a prazo
Do lado dos depósitos, o stock de particulares nos bancos residentes totalizava 174,7 mil milhões de euros no final de setembro, menos cerca de 100 milhões de euros do que em agosto, mas um crescimento de 3,6% em termos homólogos.
“Continuou a verificar-se a tendência de substituição de depósitos à ordem por depósitos a prazo”, nota o Banco de Portugal, numa altura em que a rendibilidade destes instrumentos tem aumentado e os Certificados de Aforro ficaram menos atrativos.
Feitas as contas, os depósitos à ordem reduziram-se 1,7 mil milhões de euros, enquanto os depósitos a prazo aumentaram 1,5 mil milhões.
Passando das famílias para as empresas, os empréstimos da banca ao setor empresarial totalizavam 73,3 mil milhões de euros, menos 2,8% em termos homólogos. Já os depósitos das empresas aumentaram 0,5% em comparação com setembro de 2022, mas desaceleraram significativamente face ao crescimento homólogo de 2,2% registado em agosto de 2023.
(Notícia atualizada pela última vez às 11h59)
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