“Bancos parasitas? Vamos subir o nível”, responde CEO do BPI

João Pedro Oliveira e Costa recusa a “diabolização” da banca e considera que é injusto dizer que não dão um contributo positivo para a sociedade.

Numa altura em que os bancos estão a registar lucros recorde à boleia da subida das taxas de juro, o CEO do BPI recusa a ideia de que não dão um contributo positivo para a sociedade e adiantou que o seu banco tem 218 mil contratos da casa e nenhuma família perdeu a sua habitação por incumprimento. “É digno de registo”, afirmou João Pedro Oliveira e Costa.

Na conferência de apresentação dos resultados anuais, o gestor respondeu ainda à líder do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, que este fim de semana se referiu aos principais bancos como sendo uns “parasitas financeiros”. “Vamos subir o nível, é melhor não entrar por aí”, ripostou o CEO do BPI, que rejeita que se diabolize a banca.

“É injusto haver uma ideia de que os bancos não tenham tido um contributo muito positivo para Portugal, para as famílias e para as empresas e com uma grande carga de sensibilidade. Um banco ter 218 mil contratos e não ter recuperado nenhuma casa é digno registo”, afirmou João Pedro Oliveira e Costa.

O BPI registou lucros de 524 milhões de euros em 2023, uma subida de 42% em relação ao ano passado.

João Pedro Oliveira e Costa apontou depois que os bancos portugueses já pagam para o Fundo de Resolução nacional (além da contribuição para o fundo de resolução europeu) e ainda a contribuição de solidariedade criada na pandemia, para lá dos impostos aplicados às empresas. “A pergunta que faço é se merecemos algum castigo”, observou.

“Cumpro os deveres de supervisão, cumpro os impostos e cumpro perante a sociedade, devolvemos através da fundação um contributo muito significativo. Foram cerca de 50 milhões para obra social. Não há outra instituição com um contributo destes”, acrescentou.

Por outro lado, o gestor diz que “ter lucros não é um aspeto negativo, desde que se pague os impostos, sejam transparentes e haja contributo para a sociedade” e não entende porque é que só os bancos são alvo de críticas por causa dos seus lucros enquanto há outros setores com rentabilidades maiores.

“Temos de manter uma sensibilidade junto das famílias que mais sofrem, mas isto não se aplica apenas à banca, mas a todos os setores. Há outros setores que apresentam há anos resultados consistentes”, disse. Mas só assim “conseguiremos criar empregos qualificados e manter os nossos jovens se tivermos empresas com lucros e que inovem. Senão vão se embora”, explicou.

(Notícia em atualização)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Comentários ({{ total }})

“Bancos parasitas? Vamos subir o nível”, responde CEO do BPI

Respostas a {{ screenParentAuthor }} ({{ totalReplies }})

{{ noCommentsLabel }}

Ainda ninguém comentou este artigo.

Promova a discussão dando a sua opinião