Sonae quer 89% da empresa francesa alimentar Diorren por 152 milhões

Grupo comunicou estar em "negociações exclusivas" para ficar com a maioria da francesa Diorren, dona da BCF Life Sciences, por um total de 152 milhões de euros.

Dias depois de ter falado num travão às grandes compras, a Sonae anunciou esta segunda-feira estar em “negociações exclusivas” para adquirir uma participação maioritária de 89% na francesa Diorren, detentora da BCF Life Sciences, que produz ingredientes para a indústria de nutrição. O grupo “apresentou uma oferta irrevogável” avaliada em 152 milhões de euros, “numa base livre de caixa e dívida”, segundo a Sonae.

A operação está a ser negociada pela Sparkfood, subsidiária da Sonae “que investe em empresas dedicadas a soluções alimentares sustentáveis e saudáveis”. Alinhada com o conceito de economia circular, a BCF “transforma resíduos da produção alimentar em ingredientes de elevado valor acrescentado (aminoácidos), os quais são incorporados em produtos farmacêuticos, na alimentação humana e animal, bem como em soluções para a agricultura sustentável”, explica a Sonae.

Na nota submetida à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), o grupo português nota ainda que a BCF foi fundada em 1986 na Bretanha e que os seus processos de produção “estão protegidos por várias patentes e segredos comerciais desenvolvidos internamente ao longo dos anos e aperfeiçoados pela atual equipa de gestão”. A Sonae valoriza também as “relações estáveis e de longo prazo” da BCF com “os seus principais clientes, nomeadamente produtores de alimentos para consumo humano e animal”.

A transação está “sujeita à satisfação das condições” legais e regulatórias, esperando-se que esteja concluída ainda neste primeiro semestre. A intenção da Sonae é que a BCF continue a ser “gerida pela atual equipa de gestão, a qual planeia reinvestir na Diorren e, em termos agregados, deterá uma participação minoritária de cerca de 11%”.

Segundo dados avançados pelo grupo aos mercados, a BCF fechou 2023 com lucros antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (EBITDA) de 14,1 milhões de euros, com um crescimento anual composto entre 2020 e 2023 de 16%, e um volume de negócios de 53,5 milhões de euros, com crescimento anual nos últimos três anos de 11%. Para a Sonae, são números que demonstram “um percurso consistente de crescimento e rentabilidade”.

No final de janeiro, à Bloomberg, o administrador financeiro (CFO) da Sonae, João Dolores, afastou a hipótese de grandes compras “nos próximos anos”, depois de o grupo ter avançado com uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) em novembro sobre a empresa de produtos para animais de estimação Musti. Nessa operação, a Sonae propôs pagar 26 euros por cada ação da Musti, o que a avalia em 868 milhões de euros.

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