Processo de privatização da angolana ENSA avançou

  • ECO Seguros
  • 18 Fevereiro 2024

O processo de privatização de empresas públicas angolanas tem sido demorado pela dificuldade de tornar empresas, historicamente pouco transparentes, atrativas para o mercado.

A seguradora estatal angola ENSA e a TVCabo estão entre os 31 ativos que o Estado angolano pretende privatizar este ano, no âmbito do seu programa de privatizações de empresas públicas (PROPRIV). Segundo o Jornal Económico, estas duas empresas estão numa “fase mais avançada” do processo de privatização.

Inicialmente, o Instituto de Gestão de Activos e Participações do Estado (IGAPE) previa a alienação de 51% do respetivo capital social da seguradora através de um concurso público aberto a investidores nacionais e estrangeiros. Mas as propostas não alcançaram o valor da empresa nem o seu potencial. Por isso, Luanda colocou um fim a esse procedimento de privatização e em 2022 o governo lançou um novo processo que consiste na alienação ações, preferencialmente através da bolsa, avançou a ENSA num comunicado.

Até ao final de 2023 “apenas 54% dos 178 ativos originalmente incluídos” que constavam na lista foram privatizados, e nenhum foi a “joia da coroa” do Estado, refere ao JE Marisa Lourenço, analista independente especializada na economia da África Subsaariana. A analista aponta duas causas para estes números: a dificuldade em “preparar empresas historicamente pouco transparentes para o mercado, onde os investidores precisam de números fiáveis” e porque o Estado não quer perder grandes empresas que geram receita. Por isso, Marisa Lourenço prevê que apenas as empresas mais pequenas serão vendidas até 2027, ficando as maiores “nas mãos do estado”.

O Estado angolano tem removido e arrestado as participações de acionistas acusados de corrupção e tem vindo a “emergir como um dos lugares mais seguros de África para fazer negócios”. O programa visa diversificar a economia do país, excessivamente dependente de matérias-primas, mas também aproximar-se dos EUA e do Fundo Monetário Internacional (FMI) numa altura de grandes tensões nas relações internacionais.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Comentários ({{ total }})

Processo de privatização da angolana ENSA avançou

Respostas a {{ screenParentAuthor }} ({{ totalReplies }})

{{ noCommentsLabel }}

Ainda ninguém comentou este artigo.

Promova a discussão dando a sua opinião