Número de trabalhadores em lay-off mais que triplica no arranque do ano

O ano arrancou com quase 11 mil trabalhadores em lay-off. Face a janeiro de 2023, está em causa um aumento de mais de 200%.

O número de trabalhadores em lay-off mais do que triplicou em janeiro, face ao registado no mesmo mês do ano passado. De acordo com os dados divulgados pelo Gabinete de Estratégia e Planeamento (GEP) do Ministério do Trabalho, no primeiro mês de 2024 quase 11 mil trabalhadores viram os seus contratos suspensos ou os seus horários reduzidos, porque as empresas para as quais trabalham entraram em crise.

“Em janeiro de 2024, o número total de situações de lay-off com compensação retributiva (concessão normal, de acordo com o previsto no Código do Trabalho) foi de 10.890“, dá conta o GEP.

Em dezembro, tinham sido contabilizados 9.782 trabalhadores em lay-off, ou seja, no arranque do ano de 2024 houve um aumento de 1.108 prestações de lay-off, o equivalente a um salto de 11,3%, de acordo com as contas do ECO.

Já em termos homólogos, o disparo superou os 200%. É que em janeiro do último ano tinham estado 3.473 trabalhadores em lay-off, o que significa que no primeiro mês do ano de 2024 esse total subiu em 7.417 prestações, o equivalente a uma subida de 213,6%.

De acordo com os economistas, o mercado de trabalho continua a dar provas de resiliência, mas os níveis elevados de juros e o abrandamento da economia estão a pressionar certos setores (como a indústria), o que explica esta evolução do lay-off.

O lay-off é um regime que permite às empresas em crise suspenderem os contratos de trabalho ou reduzirem os horários dos trabalhadores, cortando-lhes os salários e recebendo da Segurança Social um apoio para o pagamento dos ordenados.

Dos quase 11 mil trabalhadores registados em janeiro, 5.948 viram o horário reduzido, enquanto os demais viram o seu contrato de trabalho suspenso. Mas enquanto a primeira modalidade recuou em cadeia, a segunda subiu de modo considerável (mais 1.124 pessoas estavam com contrato suspenso em janeiro do que em dezembro).

O GEP nota ainda que estas prestações foram processadas a 598 entidades empregadoras, mais 19 do que em dezembro.

Durante a crise pandémica, houve uma versão simplificada do lay-off, adaptada às circunstâncias excecionais que a economia então atravessava. Já não está, contudo, disponível.

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