Empresários consideram instabilidade política e social o principal risco em 2024

Ataques cibernéticos e retenção de talento encontram-se também entre os riscos que preocupam os empresários nacionais este ano. 

Após as segundas eleições legislativas em apenas dois anos, os empresários portugueses elegem a instabilidade política e social como principal risco para as suas empresas este ano, segundo o estudo “A Visão das Empresas Portuguesas sobre os Riscos”, realizado pela Marsh Portugal. Foram 58% os empresários que destacaram a instabilidade política e social, uma subida de treze pontos face à edição de 2023 deste estudo, numa altura em que se perspetiva uma mudança do partido que está no Governo, após oito anos de governação socialista.

Apesar da vitória da coligação que junta PSD, CDS e PPM – ainda a ser confirmada pelos votos da emigração – não foi uma maioria absoluta, pelo que ainda se afiguram tempos de alguma instabilidade, em que será necessário negociar as medidas para conseguir a aprovação no Parlamento.

Ataques cibernéticos e retenção de talento encontram-se também entre os riscos que mais preocupam os empresários nacionais, de acordo com o estudo onde participaram, durante dezembro de 2023 e janeiro de 2024, 134 representantes de um leque diferenciado de organizações, pertencentes a diversos setores de atividade, como sinaliza a Marsh, em comunicado.

“O quarto e quinto lugares são ocupados pelos eventos climáticos extremos (36%) e pela recessão (24%)“, indica a empresa de corretagem de seguros e consultoria de risco.

Já quando a questão é colocada para o cenário global, para quase metade dos inquiridos (49%) o principal risco que o mundo enfrentará em 2024 são os eventos climáticos extremos. “Seguem-se o crime cibernético generalizado e a insegurança cibernética (42%), a estagnação económica prolongada (34%), os conflitos interestatais (28%) e a geopolitização de recursos estratégicos (27%)”, aponta a Marsh.

A empresa fez também um balanço desta avaliação dos riscos ao longo da última década, que “demonstra claramente que muitos dos riscos geopolíticos, económicos e financeiros antecipados há uma década não só se materializaram, como também se exacerbaram, o que representa uma falha coletiva em mitigar eficazmente os seus efeitos”, como salienta Fernando Chaves, risk specialist da Marsh Portugal, citado em comunicado.

“Apesar da previsibilidade de certos riscos, verifica-se que as ações implementadas foram insuficientes para contrariar as tendências negativas, levando a desafios ainda mais complexos e interconectados”, alerta o responsável, deixando o apelo para “a importância de políticas de gestão global, inovação e solidariedade internacional na construção de um futuro mais resiliente e sustentável”.

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