OpenAI dá voz e visão à nova versão do ChatGPT
Novos recursos serão adicionados gradualmente ao ChatGPT, inicialmente texto e imagem para assinantes pagos. Apple e Google incorporam função que alerta utilizadores sobre possíveis rastreamentos.
A OpenAI apresentou esta segunda-feira uma nova versão do ChatGPT, que consegue manter agora conversas orais e fluidas com os utilizadores, em mais um passo em direção a assistentes de inteligência artificial (IA) ultrassofisticados.
Graças a um novo modelo, GPT-4o (“o” para “omni”), o ChatGPT será capaz de compreender texto, bem como som e imagens, e responder à escrita, por voz ou gerando imagens.
Estes novos recursos serão adicionados gradualmente ao ChatGPT, inicialmente texto e imagem para assinantes pagos, assim como para utilizadores gratuitos, com limites de uso.
A nova versão do “modo voz” deve chegar nas próximas semanas para os assinantes e irá permitir reproduzir discussões entre humanos de uma forma impressionante, noticiou a agência France-Presse (AFP).
Numa demonstração em vídeo ao vivo, o ChatGPT leu as emoções dos utilizadores nos seus rostos através de uma câmara de smartphone, guiou-os através de exercícios respiratórios, contou-lhes uma história e ajudou-os a resolver um problema de matemática.
Acima de tudo, os usuários podem interrompê-lo facilmente. “Você parece feliz. (…) Quer me dizer qual é a fonte de todo esse bom humor?”, perguntou a máquina a um engenheiro da OpenAI, que respondeu que estavam a mostrar ao público o quão “útil e fabulosa” ela é. “Oh, pare, você está a fazer-me corar”, respondeu a máquina.
No final de 2022, com o lançamento do ChatGPT, que gera conteúdo a partir de uma simples solicitação em linguagem quotidiana, a OpenAI colocou a IA generativa no caminho certo, uma revolução que apanhou todos os gigantes tecnológicos de surpresa. Desde então, as tecnológicas embarcaram numa corrida por ferramentas e assistentes de IA cada vez mais eficientes.
A Google deve apresentar as suas mais recentes inovações na terça-feira, enquanto a Microsoft, principal investidora da OpenAI, planeou um evento para os jornalistas e desenvolvedores na próxima semana.
O ChatGPT ainda está muito longe dos agentes de IA omniscientes, proativos e personalizados que as empresas prometem. Mas esta atualização impressionou ou preocupou os especialistas do setor.
“Fiquei impressionado com o quanto as manifestações antropomorfizam os modelos. Isso cria confusão e falsas expectativas”, realçou Jeff Boudier, da Hugging Face, à AFP. “As pessoas correm o risco de projetar qualidades nos modelos e de se tornarem emocionalmente apegadas. Não compreenderão porque é que os modelos podem criar informações falsas, nem saberão em que situações podem ou não confiar neles”, alertou o gestor de produto desta plataforma colaborativa e aberta de IA generativa.
A empresa OpenAI, inicialmente criada como um laboratório de investigação sem fins lucrativos, foi avaliada em cerca de 80 mil milhões de dólares (74 mil milhões de euros, à taxa de câmbio atual), segundo o New York Times, durante uma venda de ações em fevereiro passado.
De acordo com o Financial Times, as suas receitas anualizadas rondam os 2 mil milhões de dólares (1,8 mi milhões de euros) desde dezembro de 2023.
Apple e Google incorporam função que alerta utilizadores sobre possíveis rastreamentos
Também esta segunda-feira, a Apple e a Google incorporaram nos seus sistemas operativos uma ferramenta que alerta utilizadores de iPhone e Android se alguém os estiver a rastrear através de um localizador sem fios ou Bluetooth.
De acordo com comunicado da Apple, o recurso, denominado “Deteção de localizador indesejado” ficou disponível a partir desta segunda-feira no sistema iOS 17.5 da Apple e em dispositivos Android 6.0+.
A ferramenta deteta se um dispositivo Bluetooth desconhecido se movimenta próximo ao utilizador durante um período de tempo e posteriormente envia um alerta com a frase “[Elemento] encontrado a mover-se com você”.
No caso do iOS, o próprio iPhone pode encontrar o ID de quem está a rastrear, emitir um som para ajudar a localizá-lo e aceder a instruções para desativá-lo.
A Apple classificou ainda a sua colaboração com a Google como “pioneira no setor”, sublinhando que oferece “instruções e boas práticas para fabricantes” que decidam incorporar funções de alerta de rastreamento indesejado nos seus produtos.
O novo recurso responde à polémica em torno dos sistemas de rastreamentos sem fios de ambas as empresas, como o AirTag da Apple, que visam encontrar objetos perdidos ou roubados mostrando a sua localização. No entanto, têm sido utilizados por vezes por criminosos para rastrear outras pessoas.
A Apple garante que empresas como Motorola ou Pebblebee comprometeram-se também a incorporar esta nova função nos seus aparelhos.
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