“Olá pai, olá mãe”. PJ desmantela estrutura que criava milhares de burlas e apreende 32 mil cartões
Polícia Judiciária apreendeu 32 mil cartões utilizados nas práticas criminosas. Além do detido, um cidadão estrangeiro de 38 anos, foram ainda constituídas arguidas a mulher e filha.
A Polícia Judiciária (PJ) anunciou esta terça-feira que desmantelou uma estrutura que criava milhares de burlas informáticas “olá pai, olá mãe” e que deteve um homem suspeito dos crimes de burla qualificada, associação criminosa e branqueamento de capitais.
Em comunicado, a PJ explicou que na sequência da denúncia, recebida em janeiro, o Departamento de Investigação Criminal de Leiria fez diligências que permitiram “identificar coincidências e apensar mais sete inquéritos, notando-se a utilização massiva de números de telemóveis irrepetíveis, de operadoras nacionais, para a prática deste tipo de ilícito, o que espoletou alertas e obrigou ao recurso a meios especiais de obtenção de prova”.
De acordo com a PJ, além do detido, cidadão estrangeiro de 38 anos, foram ainda constituídas arguidas a mulher e filha daquele.
“No decorrer da operação, a PJ apreendeu 49 ‘modem’, que acoplavam 32 cartões SIM por aparelho, o que significava que operavam 1.568 cartões em simultâneo“, adiantou a PJ, assinalando que “esta capacidade, num primeiro momento, permitia a criação de milhares de contas, principalmente no WhatsApp, bem como a remessa/receção de mensagens na ordem dos milhares por dia, através da fraude ‘olá pai, olá mãe’ e outros fenómenos de burlas em ambiente digital”.
A PJ esclareceu que se registou “um padrão repetido com a utilização massiva de milhares de cartões, como se depreende da apreensão de 32 mil cartões já utilizados nas práticas criminosas”.
“Foi, também, identificada a interação com terceiros, em rede, sendo recolhida prova de suspeitos residentes num país do centro da Europa”, referiu a PJ, acrescentando que “as diligências de investigação identificaram o local onde estava montada a estrutura informática e de comunicações, no domicílio do detido”.
A PJ acredita que com esta operação é interrompida “a consumação, em território nacional e no estrangeiro, de milhares de burlas informáticas”.
O suspeito, detido na segunda-feira, vai ser presente a primeiro interrogatório judicial, para a eventual aplicação de outras medidas de coação.
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