Morreu António Ferreira de Amorim, o último dos quatro irmãos que revolucionaram a Corticeira

Pai de Rios de Amorim, atual CEO da Corticeira, morreu aos 95 anos. Dos quatro irmãos que assumiram o controlo da empresa nos anos 1950, “era o que mais privava com os operários"

António Ferreira de Amorim, pai do atual presidente do conselho de administração da Corticeira, António Rios de Amorim, morreu ontem à noite aos 95 anos, disse ao ECO uma fonte próxima da família.

O terceiro filho de Albertina e de Américo Alves Amorim foi um dos quatro irmãos que a partir dos anos 1950 assumiram o controlo da Corticeira Amorim, transformando-a na líder mundial da indústria da cortiça.

Américo Amorim, o carismático líder da terceira geração da família e presidente da Corticeira entre 1953 e 2001, faleceu em 2017. Em 2022 foi a vez de José Ferreira Amorim e no ano passado partiu Joaquim Amorim, que era o irmão mais novo.

António Ferreira de Amorim

O pai de António, Cristina e Joana Rios de Amorim começou a trabalhar no grupo em 1949, depois de fazer a tropa em Tavira. Mas já antes, com 14 anos, tinha tido um primeiro contacto com o negócio familiar, enquanto estudou no Colégio S. Luís em Espinho e na Escola Académica do Porto por “sentir curiosidade em saber o que se passava atrás das portas da Amorim & Irmãos”.

Dos quatro irmãos empenhados no desenvolvimento do grupo (José, António, Américo e Joaquim), era o que mais privava com os operários, com quem convivia com elevado sentido de humanidade. Foi sempre um homem de ação, do terreno. Alguém habituado a ouvir e a falar. Alguém que gostava de sentir o pulso da empresa a partir de dentro”, descreveu a Corticeira numa publicação feita em 2020.

Com uma riqueza avaliada em cerca de 790 milhões de euros pela revista Forbes, o irmão de Américo Amorim era o 18º mais rico de Portugal, segundo a classificação feita pela publicação no final do ano passado.

“Gostei sempre de trabalhar na fábrica; gosto do ambiente da fábrica, junto dos trabalhadores fabris. Acompanhava todas as cargas e descargas”, citou a mesma publicação, destacando que cabia a António Ferreira de Amorim “o dom da organização, rigor e eficácia que permitiu sempre, dentro das empresas, a paz e a tranquilidade social que acabariam, em certos momentos, por valer mais que do que toda a riqueza do mundo”.

Corticeira destaca “personalidade forte e cativante”

Num comunicado enviado, entretanto, às redações, a Corticeira Amorim fala em António Ferreira Amorim como “figura maior da terceira geração da família”, que deixa um legado de “exemplo de trabalho, determinação, coragem e responsabilidade”.

“Dedicou, desde muito jovem, o seu trabalho ao desenvolvimento da atividade familiar de transformação da cortiça. Assumiu a responsabilidade pela produção e cedo se afirmou na liderança industrial, graças não só ao rigor e eficácia da sua gestão operacional, mas também à sua personalidade forte e cativante”, acrescenta.

Na mesma nota, o grupo de Santa Maria da Feira assinala que “ao longo de mais de 70 anos de trabalho, António Ferreira Amorim contribuiu de forma relevante para a definição e execução da estratégia da Corticeira Amorim”, notando que “a sua paixão era a cortiça e o montado, tendo sido precursor da implementação das melhores práticas de gestão e produção florestal”.

“A sua preocupação eram as pessoas, com quem estabelecia uma relação de cumplicidade e respeito, fundamental para a produtividade, segurança e motivação profissional. A proximidade com as pessoas da produção era o que lhe dava mais satisfação”, salienta a Corticeira Amorim.

(Notícia atualizada às 10h30 com comunicado da Corticeira Amorim)

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