DBRS diz que rendibilidade da banca portuguesa “está a começar a normalizar”

  • Lusa
  • 21 Maio 2024

Maiores bancos voltaram a registar "lucros sólidos" no primeiro trimestre, beneficiando dos juros altos e da rápida reavaliação da carteira de empréstimos, mas começam a normalizar, segundo a DBRS.

Os maiores bancos portugueses voltaram a registar “lucros sólidos” no primeiro trimestre do ano, beneficiando das taxas de juro elevadas e da rápida reavaliação da carteira de empréstimos, mas começam a normalizar, segundo uma análise da DBRS Morningstar.

“Os rendimentos gerados pelas taxas de juro mais elevadas e pela rápida reavaliação dos empréstimos continuam a ultrapassar o aumento mais modesto das despesas operacionais. Como resultado, o resultado líquido total do setor aumentou quase um terço em relação ao ano anterior”, refere a agência de notação financeira num comentário hoje divulgado.

Embora se mantenha ainda muito forte, a DBRS nota que a taxa de crescimento da rendibilidade da banca nacional “está a começar a normalizar” e prevê que esta tendência de desaceleração continue.

“O resultado líquido atribuível do setor bancário atingiu 1.257 milhões de euros no primeiro trimestre de 2024, contra 288 milhões de euros três anos antes. O crescimento homólogo de 32% do resultado líquido no primeiro trimestre de 2024, embora ainda muito forte, constitui uma desaceleração esperada em relação aos anos anteriores”, explica.

Na análise divulgada esta terça-feira, a agência refere ainda que os resultados da banca portuguesa beneficiaram também de “um regresso a níveis de provisionamento e de imparidades mais normais, devido a um ambiente macroeconómico melhor do que o previsto”. “Adicionalmente, a qualidade resiliente dos ativos e as posições adequadas em termos de capital e liquidez caracterizaram o forte desempenho do primeiro trimestre”, acrescenta.

Assim, o total de provisões e imparidades no primeiro trimestre deste ano foi de 271 milhões de euros, em comparação com 426 milhões de euros no mesmo período de 2023, altura em que o aumento das provisões “refletiu as expectativas de que a qualidade dos ativos se deterioraria, devido ao aumento das taxas de juro e ao abrandamento da produção económica”, algo que “ainda não se concretizou”.

Segundo a DBRS, “a economia comparativamente saudável de Portugal limita o risco de crédito e a deterioração da qualidade dos ativos”.

Este ano, a agência considera “provável” que a margem financeira da banca portuguesa se mantenha elevada, após ter aumentado para 2.497 milhões de euros no primeiro trimestre, face a 2.088 milhões no mesmo período de 2023.

Já a mais do que duplicação (+102%) das receitas de juros desde o primeiro trimestre de 2022 “resultou do facto de os bancos terem tirado pleno partido do ambiente de taxas de juro mais elevadas, da rápida reavaliação da grande carteira de empréstimos a taxa variável e da remuneração mais lenta dos depósitos”.

A análise da DBRS incorpora os dados agregados da Caixa Geral de Depósitos (notação BBB (alto) e outlook positivo), Banco Comercial Português (BBB, estável), Novo Banco (BB (alto), estável), Caixa Económica Montepio (BB, estável), Banco BPI e Banco Santander Totta.

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