Trabalhadores mais entusiasmados, mas maioria ainda não confia totalmente na IA
Só 15% dos trabalhadores ouvidos em seis países dizem ter competências para tirar pleno partido da inteligência artificial nas suas funções. Novo estudo recomenda que empresas capacitem o seu talento.
Os trabalhadores estão mais entusiasmados com a inteligência artificial, mas a maioria, por um lado, não tem a formação adequada para a usar de forma eficaz e, por outro, não confia totalmente nessa tecnologia. O cenário é traçado por um estudo da tecnológica Salesforce, que tem por base as respostas de mais de dez mil trabalhadores de seis países (Portugal não faz parte desse grupo).
“O entusiasmo e a adoção da inteligência artificial estão a aumentar. Os trabalhadores estão a abraçar cada vez mais a inteligência artificial e estão cada vez mais entusiasmados em utilizá-la no seu trabalho diário“, lê-se na análise, que foi divulgada esta terça-feira.
Em concreto, cerca de 47% dos trabalhadores inquiridos (que exercem funções nos Estados Unidos, Austrália, Japão, França, Alemanha e Reino Unido) já expressam entusiasmo em relação à inteligência artificial realizar as tarefas que têm a seu cargo.
No entanto, quando questionados sobre as atividades que esperam priorizar com o tempo poupado com o recurso a essa tecnologia, a resposta “não foi promissora”, destaca a Salesforce.
É que a principal atividade identificada pelos inquiridos foram as tarefas administrativas. “Tarefas de alto valor, como inovação, criação e networking com colegas ficaram mais abaixo na lista”, é sublinhado no estudo.
Conclui-se, portanto, que, “apesar da promessa da inteligência artificial em reduzir o trabalho repetitivo, os trabalhadores continuam a dar prioridade a tarefas administrativas em detrimento de trabalho de alto valor“.
A propósito, convém destacar que a “falta de confiança e conhecimento” que os trabalhadores ainda registam pode ser o fator que explica esse cenário. “Os profissionais estão entusiasmados, mas ainda não confiam totalmente na tecnologia para que esta assuma tarefas no trabalho“, assinala a Salesforce.
Cerca de 93% dos inquiridos consideram que os resultados da inteligência artificial não são totalmente confiáveis para tarefas relacionadas com o trabalho. Por outro lado, apenas 15% dos trabalhadores concorda plenamente que têm a formação necessária para usar esta tecnologia de forma eficaz.
“As empresas devem capacitar os seus trabalhadores para a utilização da inteligência artificial de forma eficaz. Para que os profissionais confiem e deleguem tarefas à inteligência artificial, as empresas devem formar os seus trabalhadores para que consigam tirar dela o maior partido”, é recomendado no estudo agora conhecido.
Essa análise aponta ainda os trabalhadores formados para usar a tecnologia em questão têm até 19 vezes maior probabilidade de relatar que esta está a melhorar a sua produtividade.
Também em Portugal a formação dos trabalhadores tem estado em destaque, no que diz respeito à adoção da inteligência artificial pelas empresas. Um estudo da Randstad mostrava mesmo que a falta de conhecimentos nessa área está a ser um dos principais travões à implementação desta tecnologia.
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