Apenas 1% dos riscos cibernéticos globais estão cobertos por seguros

  • ECO Seguros
  • 5 Setembro 2024

PPP, investimento em sensibilização dos consumidores e medidas de prevenção, aposta na segurança pelas tecnológicas e partilha de dados podem ser chave para reduzir lacuna de proteção.

A oferta e procura de seguros cibernéticos não está a acompanhar a crescente dependência e complexidade tecnológica, empreendedores pouco investem nestes produtos e os mesmos tendem a ficar mais caros empurrando a lacuna de proteção sobre riscos cibernéticos para 99%, segundo o whitepaper realizado pela March McLennan e o Grupo Zurich.

John Doyle, Presidente e CEO da Marsh McLennan e Mario Greco, CEO do Grupo Zurich.

Por lacuna de proteção entende-se a diferença entre as perdas económicas que estão cobertas pelo setor segurador e as perdas económicas totais.

Ainda que a procura por proteção esteja a subir e se espere que duplique o volume de prémios emitidos, o relatório salienta que a procura é desequilibrada e, nesse sentido, permanece a tendência das pequenas e médias empresas terem seguros que não cobrem as suas necessidades ou até nem terem. E também os planos de seguros tradicionais não abrangem riscos emergentes.

Além disso, há riscos que o setor privado tende a não cobrir, como aqueles que podem resultar em falhas críticas de infraestrutura, como falha de eletricidade, fornecimento de serviços públicos e infra-estruturas do mercado financeiro, que têm um potencial de acumulação significativo.

“Enquanto seguradores, podemos oferecer algum grau de proteção, mas devemos reconhecer que os eventos cibernéticos catastróficos e de grande escala apresentam riscos substanciais de acumulação que não podem ser suportados apenas pelo setor privado. Portanto, a melhoria da resiliência cibernética é vital para resolver esta lacuna de proteção. Para isso, são necessárias parcerias público-privadas robustas para desenvolver estratégias abrangentes que protejam o nosso futuro digital”, assinala Mario Greco, CEO do Grupo Zurich.

Os riscos potenciais de acumulação são considerados impossíveis de gerir devido à opacidade de análise respeitante à capacidade de resistência das entidades ligadas para gerir as dependências destas infraestruturas críticas.

Parcerias público-privadas para aumentar a proteção

Parcerias entre o setor público e privado para reduzir o custo dos seguros, aumentando a sua acessibilidade, investimento das seguradoras em medidas de prevenção para os seus clientes e apostas das empresas de software na proteção. São estas as sugestões da Marsh e da Zurich para se reduzir a lacuna de proteção global de riscos cibernéticos.

Para John Doyle, Presidente e CEO da Marsh McLennan, “o setor segurador e o setor público devem conhecer o espetro completo dos eventos cibernéticos seguráveis e dos não seguráveis atualmente. Através de uma maior colaboração, poderemos desenvolver soluções inovadoras, informar os compradores de seguro, ajudar a melhorar o mercado de seguros cibernéticos e ainda estabelecer parcerias público-privadas robustas que protejam a nossa sociedade e a economia face a eventos cibernéticos potencialmente catastróficos”.

A cooperação entre o setor e o Estado deve passar pela sensibilização da população para os riscos e as formas de mitiga-los (métodos preventivos e contratação de seguros). Investigar meios para evitar que os riscos cibernéticos quantificáveis atinjam valores que coloquem em risco a economia. Assim como estabelecer parcerias público-privadas para sustentar o mercado a segurar riscos inquantificáveis, que não são normalmente cobertos por seguros tradicionais.

O estudo também aponta para a criação de um centro de partilha de dados que permitirá as seguradoras quantificarem corretamente o risco e assim pode até tornar os preços mais acessíveis.

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