“Turismo representa 20% do PIB. Temos de reduzir essa importância”, avisa ministro das Finanças
Miranda Sarmento considera que a aposta de Portugal deve passar por mais inovação e tecnologia, e que a dependência da economia portuguesa do turismo deve ser reduzida.
O ministro das Finanças considera que a economia portuguesa deve deixar de estar tão dependente do setor do turismo como está atualmente, argumentando que a aposta deve recair sobre ao aumento da aposta na tecnologia e inovação.
“Temos de aumentar a nossa capacidade de exportação de bens e serviços. O turismo é um setor muito importante para a economia de Portugal, representa perto de 20% do PIB, mas temos de reduzir essa importância. A única maneira de o país crescer de forma a aumentar os rendimentos das pessoas e melhorar os serviços públicos é com inovação, serviços e alta tecnologia”, defendeu Joaquim Miranda Sarmento, durante a sua participação, esta quinta-feira, num painel na Web Summit, no qual foram abordados os desafios económicos para Portugal.
Segundo o ministro das Finanças, Portugal tem assistido a essa transformação, argumentando que o país está a “exportar muito mais do que há 15 anos”, sobretudo a nível da tecnologia, e que atualmente essa parcela representa 50% do PIB. “Esse é o caminho que devemos seguir”, defendeu.
"A única maneira de o país crescer de forma a aumentar os rendimentos das pessoas e melhorar os serviços públicos é com inovação, serviços e alta tecnologia.”
Além de ser necessário diversificar as fontes de receita, aos olhos do ministro da Finanças, “o principal problema da economia” é a “falta de capital humano”, um desafio que afeta, sobretudo, os setores económicos mais dependentes de recursos humanos estrangeiros, como a hotelaria, restauração e agricultura.
“Não há um setor económico que não se queixe de falta de trabalhadores. Estamos a mudar as regras de imigração, a regular e atrair pessoas que trabalham nestas áreas com contratos”, explicou o governante durante o painel, dando nota dos esforços que estão a ser encetados para atrair, também, os mais qualificados, seja por via do regime fiscal para não residentes, como do IRS Jovem. Estes benefícios fiscais, diz, vão permitir “atrair trabalhadores de todos os setores”.
A questão da fiscalidade é também um aspeto relevante no tecido empresarial, diz Miranda Sarmento. Embora reconheça que a solução não é “uma silver bullet“, defende ainda assim que é necessário “simplificar o quadro fiscal” das empresas que hoje é “muito complexo” e “estabilizá-lo” por forma a evitar que sofra alterações “todos os anos”. Esta realidade, permitiria aumentar a produtividade a nível nacional. Mas não só.
“A Europa deve olhar para o principal problema que temos hoje: baixa produtividade”, disse, referindo que até 2008 que esta métrica manteve-se estável face aos Estados Unidos, mas que nos últimos 15 anos isso deixou de ser uma realidade — um problema que ganha uma dimensão maior agora que a Casa Branca se prepara para trocar de presidente. Donald Trump tomará posse como o 47.º Presidente dos Estados Unidos a 20 de janeiro de 20205.
“A Europa precisa de aumentar a produtividade e isso significa alterações na regulação e tributação”, defende, recomendado que atitude do bloco europeu deve ser no sentido de assumir novos riscos
(Notícia atualizada pela última vez às 12h17)
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