Lucro líquido da Fidelidade cai 5% até setembro, mas negócio segurador melhora

A subida da rentabilidade técnica dos seguros foi afetada pela queda nos investimentos registados nos primeiros nove meses do ano, em termos homólogos.

A Fidelidade registou resultados líquidos de 152 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, uma queda de 4,9% face ao mesmo período no ano passado, empurrados pelos resultados menos animadores dos investimentos, indica a seguradora líder no mercado português no último relatório financeiro.

2ª Conferência Anual ECOSeguros - 28OUT21
Rogério Campos Henriques, CEO da Fidelidade, destaca que a melhoria do ‘rating’ da Fidelidade pela Fitch em setembro “contribui para o desenvolvimento de um ciclo virtuoso de reforço da rentabilidade. Por exemplo, reforça os esforços da Fidelidade para se tornar um agente-chave no mercado de poupanças e reformas e permite a otimização dos programas de resseguro dos nossos negócios internacionais.”Henrique Casinhas/ECO

Os resultados líquidos das seguradoras dependem dos resultados técnicos, que se referem à venda de seguros, e dos resultados dos investimentos que fazem.

Nesse sentido, subiu 36,5% para 321 milhões de euros dos lucros técnicos nos primeiros nove meses do ano face aos registados no período homólogo. Já os resultados dos investimentos caíram 57,4% para 54 milhões de euros em termos homólogos. A companhia justifica a queda dos investimentos com a desvalorização do valor de imóveis que detém e pelos juros técnicos pagos aos detentores de produtos de capitalização financeira.

Importa referir que para o apuramento do resultado líquido, há outras métricas que são relevantes além dos lucros técnicos e dos resultados dos investimentos, “nomeadamente custos não alocados e relacionados com a atividade seguradora, impostos e ainda interesses minoritários relativos aos lucros obtidos em operações onde a Fidelidade não detém uma participação de 100%”, indica fonte oficial da Fidelidade ao Eco seguros. Daí a soma dos lucros ser diferente dos resultados líquidos.

Não obstante, a rentabilidade na produção de seguros traduziu-se numa melhoria de 1,6 p.p (pontos percentuais) no rácio combinado para 90,2% ao longo dos primeiros nove meses do ano.

Importa referir que o rácio combinado demonstra se a seguradora está a lucrar com a subscrição de seguros: quando o rácio é superior a 100% significa que está a pagar mais dinheiro pelos sinistros e despesas do que recebe de prémios, e a situação a inversa, por isso positiva, quando o rácio é inferior a 100%.

Rogério Campos Henriques, CEO da Fidelidade, assinala que a subida do ‘rating‘ de longo prazo da seguradora de A para A+ pela agência Fitch e a emissão em maio de RT1 (obrigações perpétuas subordinadas ‘Restricted Tier 1’) alinham-se com as três prioridades estratégicas da companhia para reforçar retorno sobre capital próprio (conhecido por return on equity, ROE): “otimizar o capital e melhorar a solvência, reforçar a rentabilidade e ajustar a alocação de ativos da nossa carteira de investimento”.

Segundo o responsável, relacionam-se com a estratégia da Fidelidade uma vez que “a justificação da Fitch para a melhoria da classificação destacou os avanços na alocação estratégica de ativos da Fidelidade e o aumento da solvência – impulsionado pela emissão de RT1″. Assim como, “a melhoria contribui para o desenvolvimento de um ciclo virtuoso de reforço da rentabilidade. Por exemplo, reforça os esforços da Fidelidade para se tornar um interveniente-chave no mercado de poupanças e reformas e permite a otimização dos programas de resseguro dos nossos negócios internacionais“, refere o responsável.

Prémios emitidos sobem empurrados pelas operações em Portugal

os prémios brutos emitidos nos primeiros 9 meses do ano subiram 15,8% em termos homólogos, ou seja, 4.345 milhões de euros, sustentado pelas operações totais em Portugal que subiram 20% e pelas operações internacionais do segmento Vida, que valorizam 15,2% em termos homólogos.

No ramo Vida, a seguradora emitiu 1.958 milhões de euros em prémios, ou seja, mais 25% de seguros do que no ano passado, “apoiado pelo crescimento tanto nas operações em Portugal como internacionais”, lê-se no relatório.

Enquanto a valorização do ramo vida no estrangeiro foi impulsionada pelo crescimento do negócio unit-linked da The Prosperity Company e a expansão de dois dígitos do negócio vida risco. Em Portugal, os prémios do ramo vida valorizaram 30%, “resultado do sucesso das campanhas comerciais do ramo Vida Finanças em bancassurance, no rápido crescimento da aplicação Fidelidade Savings, e dos canais tradicionais da rede de agentes durante o terceiro trimestre de 2024″.

No ramo Não Vida, foram emitidos 2.386 milhões de euros em prémios até setembro, mais 9,2% em termos homólogos. Subida “suportada por um aumento de 12,9% da atividade em Portugal, cujos quatro ramos principais, Acidentes de Trabalho, Saúde, Automóvel e Incêndio e Outros Danos, registaram crescimentos significativos de repricing e do crescimento orgânico do mercado”. Lá fora, o crescimento da emissão dos prémios Não Vida foi de 1,6%.

Importa referir que a Fidelidade mantém a liderança nos primeiros nove meses do ano no mercado português, com uma quota de mercado de 29,2%, segundo resultados agregados pelo Ecoseguros.

(Peça atualizada às 12h00 justificando melhor a diferença entre a soma dos lucros e resultados líquidos apresentados. Substituído APP Fidelidade por Fidelidade Savings)

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Coindu fecha no final de dezembro em Arcos de Valdevez e deixa 350 pessoas sem emprego

  • Lusa
  • 25 Novembro 2024

O encerramento da fábrica de componentes para o setor automóvel acontece cerca de um mês após a compra da empresa pelo grupo italiano Mastrotto.

O Sindicato das Indústrias Metalúrgicas e Afins (SIMA) revelou esta segunda-feira que a unidade fabril da Coindu em Arcos de Valdevez vai encerrar no final do mês de dezembro e deixar sem emprego cerca de 350 trabalhadores. Contactado pela agência Lusa, o presidente do SIMA, José Simões, adiantou que o encerramento da unidade de Arcos de Valdevez do fabricante de componentes para o setor automóvel, foi comunicado no domingo ao sindicato e, reafirmado esta segunda à sua advogada.

Em comunicado enviado às redações, o SIMA, destaca que, “além do impacto em cada um dos diretamente atingidos” o encerramento da fábrica de Arcos de Valdevez, no distrito de Viana do Castelo, “terá um impacto negativo na comunidade e, na região onde a empresa se localiza”. A agência Lusa contactou a administração da Coindu, mas ainda não obteve resposta.

O encerramento da fábrica da Coindu de Arcos de Valdevez, no distrito de Viana do Castelo, acontece cerca de um mês após a compra da empresa pelo grupo italiano Mastrotto. “Este processo foi levado a cabo sem qualquer informação e consulta aos trabalhadores, numa completa ilegalidade sem que qualquer ação das autoridades competentes”, destaca o SIMA.

Em 15 de outubro último, o Gruppo Mastrotto, fundado em 1958 na Itália, anunciou, em comunicado, a aquisição de “uma participação maioritária na Coindu – Componentes Para A Indústria Automóvel, SA , por meio de uma contribuição de capital para apoiar o relançamento do negócio”.

“Esta transação faz com que a Coindu se torne parte de um grupo líder da indústria de couro, consolidando a sua estabilidade financeira e operacional. Para o Gruppo Mastrotto, esta operação visa avançar a integração vertical, aumentando a capacidade da empresa de oferecer soluções de ponta a ponta para os interiores dos automóveis e, fortalecendo sua posição competitiva no mercado global”, lê-se da nota.

O Gruppo Mastrotto acrescenta estar, tal como a Coindu, “comprometido em expandir sua presença em segmentos de mercado de luxo”. Em Portugal, a Coindu, fundada em 1988, tem unidades fabris em Arcos de Valdevez, no distrito de Viana do Castelo, e em Joane, concelho de Vila Nova de Famalicão, no distrito de Braga, empregando no total cerca de 2.000 trabalhadores.

A empresa é especializada na produção de capas para assentos de automóveis e peças decorativas de superfície para interiores. Na nota enviada à imprensa, o SIMA refere que “desde que o grupo Mastrotto adquiriu a maioria da empresa Coindu que se fala que a unidade dos Arcos de Valdevez seria vendida, havendo já visitas à empresa por parte de uma outra empresa vizinha”.

“Curiosamente, a empresa comunica a sua intenção de proceder a um despedimento de mais de três dezenas de trabalhadores em virtude do encerramento da unidade no final de 2024, resultado da não concretização da obtenção do novo projeto que era esperado”, revela o SIMA.

Face a esta situação, o “SIMA pondera as medidas que irá adotar quer a nível legal, quer de apoio aos trabalhadores afetados”. “Que fique claro que não está excluída qualquer medida. A empresa tem de tomar consciência de que este processo irá respeitar todos os trâmites legais, nos prazos previstos e, não os que são mais convenientes para a empresa”.

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APS lança cursos dedicados ao setor segurador em dezembro

  • ECO Seguros
  • 25 Novembro 2024

Desde estatística e atuariado para não atuários até ao workshop dedicado às implicações para o mercado português da 6.ª diretiva sobre o seguro automóvel, conheça as datas e conteúdos preparados.

A Associação Portuguesa de Seguradores (APS) anunciou os cursos preparados pela academia APS para dezembro. Desde estatística e atuariado para não atuários até ao workshop dedicado às implicações para o mercado português da 6.ª diretiva sobre o seguro automóvel, conheça as datas, conteúdos e formatos dos cursos que a associação preparou:

  • Estatística e atuariado para não atuários – Ramos Não Vida será em formato digital nos dias 5, 6, 9 e 10 de dezembro entre as 9h15 e 13h00. Oferece uma introdução aos métodos atuariais e estatísticos aplicáveis ao setor segurador nos ramos Não Vida. Lecionado por Filipe Charters de Azevedo, CEO da Data XL e da Safe-Crop, o curso divide-se em quatro segmentos, nomeadamente: Fundamentos económicos dos seguros; Desconstrução do prémio de seguro; Cálculo do prémio de risco; e Reservas;
  • Resseguro avançado está marcado para as 9h00 às 13h00 nos dias 6 e 9 de dezembro em formato online e a 10 e 11 de dezembro presencialmente na sede da APS. O curso aborda formas e tipos de resseguro e os seus impactos na gestão de capital e risco de uma seguradora. Lecionado por Maria Manuel Carvalho, coordenadora da divisão de Riscos e Estabilidade financeira da Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF) aborda “aspetos práticos na gestão do resseguro bem como as novas exigências decorrentes do regime Solvência II no que toca ao sistema de governo das empresas de seguros”. Por fim, é realizada uma breve abordagem ao processo de análise inerente à otimização de estruturas de resseguro.
  • Cláusulas abusivas nos contratos de seguro celebrados com os consumidores está reservado para dia 12 de dezembro das 10h00 às 12h00 e dá as duas opções para aceder aos seus conteúdos, presencialmente na APS ou online. Para os formandos serem capazes de dominar as cláusulas abusivas, será realizada a “análise da jurisprudência dos tribunais portugueses e na transmissão de conhecimentos doutrinários sobre o tema das cláusulas abusivas”. Rui Paulo Coutinho de Mascarenhas Ataíde, professor auxiliar da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa (FDUL) e presidente da Direção do Instituto de Direito do Consumo da FDUL vai guiar a aula.
  • Workshop | 6.ª Diretiva sobre seguro automóvel – implicações para o mercado português decorre presencialmente na sede da APS em Lisboa no dia 17 de dezembro das 10h00 às 12h30. O workshop levado a cabo por Maria José Rangel de Mesquita, professora associada com agregação da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa (FDUL) visa transmitir o “contexto que suscitou a publicação da 6.ª Diretiva Automóvel, em particular ao nível jurisprudencial, assim como os principais temas objeto de alteração. Ao longo da sessão serão apresentados alguns acórdãos e debatidos os principais aspetos da Diretiva com implicações para o mercado segurador português”.

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Há uma nova associação dedicada à fintech e insurtech

  • ECO Seguros
  • 25 Novembro 2024

O objetivo do FIF é promover o debate, reflexão, partilha e interação dos processos e metodologias de inovação entre os diferentes intervenientes do mercado.

Há uma nova associação de direito privado sem fins lucrativos dedicado com setor financeiro com o lançamento do Fórum InsurTech e FinTech Portugal (FIF).

Segundo comunicado pela própria, o objetivo da associação é promover o debate, reflexão, partilha e interação dos processos e metodologias de inovação entre os diferentes intervenientes do mercado.

Inovações principalmente impactantes no setor financeiro, principalmente banca e seguros, pagamentos, regulação e supervisão destes dois setores e ainda da saúde.

Alinhado com o objetivo mencionado, quer ainda ser um fórum de divulgação de soluções e case studies inovadores relativos com o mercado nacional e internacional, através da organização de eventos e webinares, “assim como pela veiculação através das diversas organizações que lhe são próximas, nomeadamente congéneres de outros países, destacando-se a Madfintech (Madrid), o MiaHub, muito forte no Oeste dos Estados Unidos e em toda a América Latina, e o TDI_The Digital Insurer”, lê-se no comunicado.

Há varias parcerias em negociação e está já garantida a da PWC Portugal. Segundo publicado do site, é já parceiro da Madfintech, Miami Hub, Associação Portuguesa de Blockchain e Criptomoedas (APBC) e TDI – The Digital Insurer.

De acordo com a associação, a sua missão “inclui ainda discussão de abordagens que levem a padrões de boas práticas, de ética e de ESG nas empresas Fintech, InsurTech e HealthTech em Portugal, em particular nas suas associadas.”.

A maioria dos elementos dos órgãos desta associação fizeram parte da extinta Associação Fintech e InsurTech em Portugal (AFIP), que realizaram, em colaboração com a Madfintech, os Fóruns Ibérico InsurTech desde 2021. Entre os titulares de órgãos sociais, aqueles dedicados principalmente aos fóruns insurtech pertenceram todos à AFIP e são:

  • Miriam Nicolau da Costa senior advisor da Crowe Advisory Portugal e oferece consultoria de marketing e seguros é presidente da direção
  • Paulo Padilha, vogal da direção e presidente do grupo INSURTECH, conta com 30 anos de experiência como prestador e consultor de soluções para companhias de seguros e fundos de pensões. É atualmente CIO (Chief Information Officer) da PRÉVOIR Portugal.
  • Nuno Luís Sapateiro, presidente da Assembleia Geral, é sócio e faz parte da equipa de direito financeiro, seguros e aeronáutico da Abreu Advogados, reunindo mais de 15 anos de experiência nos setores segurador e aeronáutico.
  • Paulo Bracons é presidente do Conselho Fiscal. Há de 30 anos no setor segurador em funções executivas de topo, dirigindo desde o departamento de gestão global passando por finanças, estratégia, marketing, vendas até recursos humanas, tendo passado pela Fidelidade, Guardian Royal Exchange, AXA Portugal, Saham Angola Seguros / Grupo Sanlam. Atualmente é consultor financeiro e ainda diretor do curso “Inovação e Transformação em Seguros” da Católica Lisbon.
  • João Paulo Matos, 2.º secretário da assembleia geral. Atualmente é managing partners da Paxjos e conta com mais de 30 anos de experiência no setor financeiro (banca de retalho, private equity) e em consultoria de gestão (estratégia e operações), respetivamente como administrador não executivo, administrador executivo, diretor financeiro, analista e como consultor sénior e diretor.

A FIF apresenta-se pela primeira vez publicamente esta segunda-feira no fórum iberoamericano, em Madrid, uma iniciativa conjunta entre Madfintech, Ecofin, FIF – Associação Fórum InsurTech Fintech Portugal.

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Seguros automóvel aumentam 6% em 2024

  • ECO Seguros
  • 25 Novembro 2024

Prémios ficaram abaixo da inflação porque o confinamento reduziu o risco de sinistro permitindo a estabilidade de preços, depois "por serem amortecidas por acordos com prestadores" e pela concorrência

Os preços do seguro automóvel devem duplicar este ano face ao crescimento que registaram no último ano – passando de uma subida superior a 2,7% entre 2022 e 2023 para um crescimento estimado de 6% este ano em termos homólogos aponta a Associação Portuguesa de Seguros (APS), admitindo que este crescimento “se mantenha razoavelmente estável até ao final do ano”, à boleia de um agravamento dos encargos com sinistros., segundo avançou o Jornal de Negócios (acesso pago).

Em 2022 a taxa de inflação média anual em Portugal fixou-se em 7,8% em termos homólogos, o valor mais elevado nos últimos 30 anos, empurrada pela guerra no continente europeu. No entanto, não se refletiu nos preços dos seguros. Em 2022, o prémio médio emitido por veículo era 230,6 euros, uma subida de 0,9% face ao ano anterior, segundo a Associação Portuguesa de Seguradores (APS).

“A razão fundamental [para ligeira subida num cenário de inflação elevada] é que durante o período mais intenso da pandemia a circulação automóvel reduziu-se substancialmente, sobretudo por força dos confinamentos, e a correspondente redução da exposição ao risco refletiu-se, de facto, numa contenção da frequência de sinistros”, assinalou a Associação Portuguesa de Seguradores (APS).

Segundo a APS, a “conjuntura começou a alterar-se em 2022 e depois 2023, período que coincidiu também com o agravamento da inflação, mas estas pressões não foram totalmente refletidas nos prémios, quer por serem amortecidas por acordos com prestadores, quer por força das dinâmicas do mercado concorrencial, com benefício para o consumidor”. Entre 2022 e 2023, o prémio emitido médio por veículo aumentou para 236,9 euros, ou seja, mais 2,7%.

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Procurador desiste de processo contra Trump por interferência nas eleições de 2020

  • Lusa
  • 25 Novembro 2024

"A Constituição exige que este caso seja rejeitado antes que o réu seja empossado", escreveu o procurador especial norte-americano Jack Smith.

O procurador especial norte-americano Jack Smith anunciou esta segunda-feira que desiste do processo de subversão eleitoral federal contra o Presidente eleito, Donald Trump, recomendando a rejeição do caso num processo apresentado à justiça.

Na recomendação enviada ao juiz, Smith referiu a política de longa data do Departamento de Justiça que protege presidentes de processos enquanto estiverem no cargo.

“A posição do Departamento [de Justiça] é que a Constituição exige que este caso seja rejeitado antes que o réu seja empossado”, escreveu Smith num documento de seis páginas.

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“Falhámos” a muitas famílias que “vivem um sentimento de insegurança”, admite Pedro Nuno Santos

  • Lusa
  • 25 Novembro 2024

O secretário-geral do PS reconhece que "muitas famílias" sentem "que a sua vida está a marcar passo, não ata nem desata e vivem um sentimento de insegurança”.

O líder do PS disse esta segunda-feira preferir perder eleições a fazer o mesmo que a extrema-direita, acusando o Governo de ter criado um problema à economia com as alterações as regras da imigração para disputar espaço ao Chega.

Na conferência que assinala o terceiro ano da CNN Portugal, Pedro Nuno Santos participou num painel sobre “O papel da esquerda numa Europa onde cresce o populismo” e defendeu que, se as pessoas nos vários países sentissem que a política lhes respondia às aspirações e dificuldades, “o trabalho da extrema-direita seria mais difícil”.

“De alguma maneira nós falhámos na medida em que são muitas famílias que sentem que a sua vida está a marcar passo, não ata nem desata e vivem um sentimento de insegurança”, admitiu. Para o líder do PS, o Governo PSD/CDS-PP, “na tentação de disputar espaço eleitoral com o Chega e com a extrema-direita”, criou “um problema a si próprio e à economia portuguesa” na forma como fez a revisão da lei da imigração.

“Se, para ganhar eleições, eu tenho que fazer ou dizer aquilo que a extrema-direita diz, eu prefiro perder”, respondeu a Pedro Benevides, jornalista que conduziu este painel. Pedro Nuno Santos defendeu “inteligência e seriedade” na hora de falar de imigração, considerando que o travão que foi colocado à entrada de pessoas é também “um travão ao crescimento da economia portuguesa”.

Segundo o líder do PS, foi criado um vazio pelo Governo português graças à “ausência de um mecanismo na legislação portuguesa que permita a regularização dos trabalhadores estrangeiros que provavelmente continuarão a entrar”. “O Presidente da República promulgou a lei na condição de que o país, a prazo, conseguisse encontrar um mecanismo alternativo à manifestação de interesse que estava prevista na lei. O PS dará o seu contributo para dar resposta a este vazio”, comprometeu-se.

A polémica com a demissão de Ricardo Leão da presidência da FAUL do PS na sequência das declarações sobre despejos de bairros sociais também foi trazido a este painel e Pedro Nuno Santos concordou com o socialista quando este disse, num artigo de opinião já depois de se ter demitido, que não se podia enterrar a cabeça na areia nestes temas.

“São temas que temos que abordar com frontalidade e com coragem de o fazer. [Ricardo Leão] não fez nenhuma ligação com a imigração como eu vi outros a fazerem”, disse.

Pedro Nuno defende que é o tempo de aparecerem candidaturas a Belém

O secretário-geral socialista defendeu ainda que este é o tempo de as pessoas avançarem com as suas candidaturas às presidenciais e depois o PS decidirá o seu apoio, recusando voltar a cometer “o erro” de falar em nomes.

Temos que dar espaço a que as pessoas se disponibilizem e depois o PS decidirá quem apoiar. Temos como referências homens com a dimensão de Mário Soares e Jorge Sampaio que são referências para nós no momento que nós escolhermos quem vamos apoiar às próximas presidenciais”, respondeu. Questionado sobre se da lista dos putativos candidatos há algum que mereça a sua preferência, o líder do PS respondeu que cometeu o “erro uma vez na CNN de falar em nomes”.

“Eu não vou falar de nomes. Temos tempo para que as pessoas se disponibilizem, para que o PS faça a sua reflexão e depois decida o seu apoio. Com serenidade, mas firmeza e com uma grande vontade de vencermos as presidenciais, já agora vencermos também a Câmara Municipal de Lisboa”, disse.

Em causa a entrevista dada à TVI/CNN no início do mês de outubro, na qual Pedro Nuno Santos considerou que o governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, seria um “bom candidato” a Presidente da República, mas que António José Seguro, António Vitorino ou Ana Gomes também são outros bons nomes.

Numa entrevista a semana passada, o antigo líder do PS António José Seguro disse que estava a ponderar uma candidatura às próximas presidenciais.

(Atualizada às 19h31 com mais informação)

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Fim das comissões na amortização do crédito da casa a taxa variável deve avançar com o apoio do Chega

Proposta de alteração do PS ao Orçamento do Estado poderá ser viabilizada com os votos da esquerda e a abstenção do partido de André Ventura. Isenção para créditos com taxa fixa fica de fora.

A proposta de alteração do PS ao Orçamento do Estado para 2025 (OE2025) para acabar com as comissões na amortização antecipada do crédito à habitação com taxa variável deverá ser viabilizada pelo Parlamento esta quinta-feira, com a ajuda do Chega e contra a vontade do Governo, apurou o ECO. O partido de André Ventura ainda está a estudar o sentido de voto mas é quase certa a abstenção, o que a juntar-se aos votos favoráveis da esquerda, permitirá que a isenção, atualmente temporária, se torne permanente e que o máximo que a banca pode cobrar aos clientes com taxa fixa se reduza de 2% para 0,5%.

O PS e o Chega apresentaram propostas sobre as comissões pagas pelas famílias aos bancos quando reembolsam os créditos antes do fim previsto, embora com ligeiras diferenças. A proposta socialista prevê tornar permanente o fim das comissões pagas pelas famílias aos bancos na amortização, quer seja total, quer seja parcial, do montante em dívida antes da data prevista, quando a taxa Euribor a aplicar no contrato é variável. Estipula ainda que o teto máximo do valor da comissão a pagar pelo consumidor no caso dos contratos a taxa fixa passa dos atuais 2% para 0,5%.

A isenção de comissão da amortização antecipada do crédito à habitação está em vigor até ao final deste ano, mas o grupo parlamentar do PS quer que se torne definitiva no caso de taxa variável. A medida surgiu de forma temporária em 2022, para ajudar as famílias a mitigar o impacto do aumento das taxas de juro do Banco Central Europeu (BCE) e da inflação, mas foi sendo prorrogada.

a proposta do Chega estabelece apenas uma taxa única flat para a Comissão de Amortização de Crédito à Habitação. “Em 2025, o Governo implementa uma taxa única máxima de 0,5% sobre o valor amortizado para a comissão de amortização do crédito à habitação, aplicável tanto a contratos com taxa de juro variável como fixa”, pode ler-se na iniciativa apresentada pelo partido liderado por André Ventura. Ou seja, esta iniciativa não elimina a comissão no caso de taxa variável, mas reduz a valor a pagar de 2% para 0,5% quando o crédito é a taxa fixa, tal como prevê a iniciativa do PS.

Apesar das semelhanças, deverá ser a proposta socialista a conseguir mobilizar o maior número de apoios. Na tarde de segunda-feira, o Chega já tinha fechado que não iria votar contra a iniciativa socialista, estando a refletir o sentido de voto, mas o mais certo será optar pela abstenção, apurou o ECO. Caso o Chega se abstenha e o PSD e o CDS-PP votem contra, o PS necessita ainda de votos à esquerda. Fonte oficial do grupo parlamentar do Bloco de Esquerda confirmou ao ECO que o partido votará favoravelmente a proposta do PS. O mesmo fez fonte oficial do Livre.

Se a Iniciativa Liberal (IL) se abstiver tal como o Chega, bastaria o apoio do Livre para a proposta passar: o PS, com 78 deputados, alcança 82 votos, com o partido de Rui Tavares, que tem quatro parlamentares, contra os 80 de PSD e CDS.

Mesmo que os oito deputados da IL rejeitem a iniciativa, ao lado dos partidos que suportam o Governo, perfazendo 86 votos, basta aos socialistas somar o apoio do Bloco de Esquerda (cinco deputados) ou do PCP (quatro deputados) e PAN (um parlamentar) para obter luz verde.

Caso o Parlamento não aprove a medida, os mutuários que amortizem o crédito com taxa variável antes do prazo previsto, seja de forma parcial ou total, voltarão a pagar comissão de 0,5% nos contratos com taxa variável e 2% nos créditos com taxa fixa a partir do próximo ano. De acordo com dados do Banco de Portugal, em 2023, o número de reembolsos antecipados subiu 74,4% em relação a 2022, e o montante total amortizado cresceu 64,6%. Em 2023, foram, assim, realizados 247.601 reembolsos antecipados (parciais ou totais) no crédito à habitação, com um montante global de 11,2 mil milhões de euros.

Associação de bancos deixou aviso

Os pressupostos da proposta do PS resultam de uma substituição. A iniciativa original pretendia o fim permanente das comissões para contratos a taxa variável e fixa, mas a substituta é mais restrita, após os bancos ameaçarem acabar com a taxa fixa.

Num parecer remetido ao Parlamento, a Associação Portuguesa de Bancos (ABP) afirmou que “uma das muito prováveis consequências indesejadas que a medida poderá acarretar é o estreitamento – ou, mesmo, o seu fechamento – dos contratos a taxa fixa ou mista, que recentemente havia assumido um papel predominantemente na contratação de novos créditos à habitação”.

A associação liderada por Vítor Banco justifica que “sendo o financiamento dos bancos predominantemente de curto prazo, com condições de custo renováveis no muito curto prazo, a concessão de créditos a taxa fixa por períodos longos, requer a cobertura do risco de desencontro (mismatch) das condições remuneratórias do ativo e do passivo”.

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Greenvolt avança com aumento de capital de 200 milhões de euros. Operação será totalmente garantida pelo KKR

A operação será realizada até 31 de janeiro pela Gamma Lux Aggregator, uma empresa do KKR, podendo "assumir a forma de capital ou de instrumentos de dívida", esclarece a empresa em comunicado.

A Greenvolt, que recentemente saiu de após o registo da oferta protestativa dos norte-americanos da KKR sobre as ações que ainda não detinha, informou o mercado esta segunda-feira que irá proceder a um aumento de capital no montante de 200 milhões de euros.

Segundo o comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), esta operação será totalmente subscrita pela Gamma Lux Aggregator, uma empresa do grupo KKR.

Esta contribuição “pode assumir a forma de capital ou de instrumentos de dívida”, esclarece ainda o comunicado, e pode ser efetuada até 31 de janeiro do próximo ano – salvo se uma data posterior for acordada entre as partes.

Desde 25 de outubro que a KKR controla a Greenvolt, após serem conhecidos os resultados da oferta pública de aquisição (OPA) lançada pela GVK Omega sobre a empresa liderada por João Manso Neto, que resultou na obtenção de 97,64% dos direitos de voto da Greenvolt.

Posteriormente, a 21 de novembro, a CMVM registou a aquisição potestativa da Gamma Lux Aggregator sobre as ações da Greenvolt que ainda se encontravam nas mãos dos pequenos investidores, colocando um ponto final na cotação dos títulos da empresa.

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Zurich lança campanha para promover soluções de PPR

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  • 25 Novembro 2024

A nova campanha da marca tem por objetivo reforçar "a importância de um planeamento financeiro adequado", além de destacar as soluções de PPR da Zurich Portugal, explica a diretora de marketing. 

Com o objetivo de promover as suas soluções de Planos Poupança Reforma (PPR) a Zurich Portugal lançou uma campanha que visa reforçar “o seu compromisso em apoiar os portugueses na preparação para um futuro financeiro mais seguro“.

Com os slogans “Seguros a favor de uma reforma mais descansada” e “Seguros a favor de quem não deixa o futuro para trás”, a campanha decorre até 31 de dezembro e marca presença em out-of-home (OOH), centros comerciais nas capitais de distrito, transportes públicos da região de Lisboa e Porto, televisão, rádio, digital, redes sociais e app da marca. A criatividade é da McCann Lisboa e o planeamento de meios da UM.

Com a nossa nova campanha multicanal, reforçamos a importância de um planeamento financeiro adequado e destacamos as nossas soluções de PPR, que são desenhadas para atender às necessidades específicas em diferentes fases da vida. Acreditamos que, ao oferecer produtos como o Zurich PPR Futuro e o Zurich Unit Linked PPR, podemos ajudar os nossos clientes na preparação de uma reforma mais descansada e a não deixar o futuro para trás”, diz Emília Sanches, diretora de marketing da Zurich Portugal, citada em comunicado.

A campanha comunica assim a oferta de dois produtos — o Zurich PPR Futuro (dirigido a pessoas com mais de 40 anos) e o Zurich Unit Linked PPR (destinado aos jovens e adultos a partir dos 18 anos).

Além disso, e de forma paralela, a Zurich encontra-se também a promover dicas de poupança junto dos seus clientes através de newsletters, onde destaca a importância da literacia financeira e da diversificação dos investimentos. Com esta iniciativa, a Zurich “procura sensibilizar para as vantagens de um planeamento financeiro adequado, preparando da melhor forma a reforma”, explica em nota de imprensa.

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Berlim levanta a hipótese de intervenção externa em acidente aéreo em Vilnius

  • Lusa
  • 25 Novembro 2024

“Temos de nos interrogar seriamente se se tratou de um acidente ou, como na semana passada, de outro incidente híbrido”, disse Baerbock, à margem de uma reunião do G7.

A ministra dos Negócios Estrangeiros da Alemanha, Annalena Baerbock, afirmou esta segunda-feira que a queda de um avião de carga alemão na Lituânia pode ter sido “um acidente ou um incidente híbrido” ligado a uma intervenção externa.

“Temos de nos interrogar seriamente se se tratou de um acidente ou, como na semana passada, de outro incidente híbrido”, afirmou Baerbock, à margem de uma reunião do G7 (grupo das sete maiores economias mundiais) em Itália, referindo-se à recente rutura de dois cabos de telecomunicações no Mar Báltico, para a qual não foi excluída a hipótese de sabotagem.

“Recentemente, tivemos vários casos na Europa de ataques híbridos contra indivíduos, infraestruturas debaixo de água ou em terra”, prosseguiu a chefe da diplomacia alemã numa conferência de imprensa em Fiuggi, perto de Roma. As ações ditas híbridas têm como objetivo danificar as instituições políticas de um país, comprometer a sua segurança ou influenciar a opinião pública por meios não militares, como a sabotagem ou ataques informáticos.

Desde a invasão russa à Ucrânia, em fevereiro de 2022, vários líderes europeus acreditam que a Rússia tem vindo a travar uma “guerra híbrida” contra os aliados ocidentais de Kiev, com o objetivo de os desestabilizar. “As autoridades alemãs e lituanas já estão a trabalhar intensamente em todas as direções para esclarecer o incidente” com o avião da DHL, disse Baerbock.

As causas do acidente com o avião de carga que fazia a ligação entre a Alemanha e a Lituânia, que ocorreu esta segunda de manhã perto do aeroporto de Vilnius e que causou a morte de um tripulante espanhol, ainda não são conhecidas. As autoridades lituanas não excluíram a possibilidade de um “ato terrorista”.

“O terrorismo não pode ser excluído”, disse o chefe da polícia da Lituânia, Arunas Paulauskas, sublinhando, sem detalhar, a “atual situação geopolítica”. O acidente ocorreu cerca das 05:30 (03:30 em Lisboa) quando o avião, um Boeing 737 operado pela companhia aérea espanhola Swift Air para a empresa de serviço de envio de encomendas DHL, tentava uma aterragem de emergência.

A Alemanha emitiu um aviso às empresas de logística no final de agosto devido à possibilidade da presença de “dispositivos incendiários não convencionais” enviados por desconhecidos através de fornecedores de serviços de encomendas. Nessa altura, o Departamento Federal de Proteção (BfV) e o Departamento Federal de Investigação Criminal (BKA) da Alemanha emitiram um alerta correspondente para as empresas do setor da aviação e da logística.

Na semana passada, dois cabos de telecomunicações foram cortados no Mar Báltico, entre a Finlândia e a Alemanha, por um lado, e entre a ilha sueca de Gotland e a Lituânia, por outro.

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Auditor da PwC diz que BES justificou recompra de dívida para “não perder clientela”

  • Lusa
  • 25 Novembro 2024

O sócio da PwC, José Manuel Henriques Bernardo, foi inquirido no caso por ser um dos responsáveis pelo relatório que analisou a recompra de dívida do Grupo Espírito Santo no verão de 2014.

O sócio da PwC José Manuel Henriques Bernardo afirma que a recompra de obrigações do GES no verão de 2014, que acarretou prejuízos para o BES e o grupo, foi justificada pelo banco com a necessidade de “não perder clientela”.

José Manuel Henriques Bernardo, sócio da auditora PWC desde 2003, foi um dos responsáveis pelo relatório que analisou a recompra de dívida do Grupo Espírito Santo (GES) no verão de 2014, já após a saída de Ricardo Salgado da presidência do Banco Espírito Santo (BES). Na inquirição esta segunda-feira pelo Ministério Público, questionado sobre o racional dado pelo BES para ter feito aquelas operações, a testemunha disse que as informações prestadas à sua equipa foram de que a recompra de dívida foi uma “decisão de gestão, comercial”.

“Vamos comprar àquele preço na medida de não perder clientela. Foi essa uma das razões que nos avançaram”, disse. A recompra de obrigações pelo BES no verão de 2014 tem sido um dos temas levantados no julgamento do BES/GES, que arrancou em outubro, pois implicou prejuízos.

Ouvida em 29 de outubro, a auditora da KPMG Inês Viegas disse que alertou as autoridades (Banco de Portugal e Comissão do Mercado de Valores Mobiliários) em julho de 2014 de que a recompra de obrigações pelo BES poderia estar a fazer o banco perder dinheiro, enquanto gerava ganhos financeiros (mais-valias estimadas de 700 milhões de euros) que ficavam fora da esfera do GES devido à utilização de intermediários.

Segundo Inês Viegas, as informações levaram várias reuniões no BES para pedidos de informações, tendo o banco dito que havia cláusulas de recompra das obrigações com taxas e maturidades pré-definidas. Já em uma reunião, disse Inês Viegas, a diretora financeira Isabel Almeida revelou-lhe que as transações tinham sido feitas pela Eurofin e usadas para pagar dívida do GES.

Hoje, antes da inquirição do Ministério Público a José Manuel Henriques Bernardo sobre este tema, o julgamento esteve suspenso durante cerca de 45 minutos para o tribunal decidir sobre o pedido da defesa da arguida Isabel Almeida para indeferir o uso do relatório sobre recompra de dívida, por considerar que houve ilegalidades na obtenção da prova. O tribunal não aceitou o pedido e considerou que a prova assenta na prestação livre de informações pela arguida.

Esta parte da inquirição a José Manuel Henriques Bernardo decorreu esta segunda-feira à tarde. Já de manhã a sessão foi mais tensa a propósito da auditoria financeira da PWC à ESI (no âmbito da análise ETTRIC 2, ordenada pelo Banco de Portugal), que José Manuel Henriques coordenou. As perguntas do Ministério Público sobre o que constava no relatório, nomeadamente a aumento da dívida da ESI, levaram a tensão na sala.

A certa altura, questionado pelo procurador César Caniço sobre constar do relatório o aumento do passivo da ESI em 1.300 milhões de euros, José Manuel Henriques Bernardo respondeu: “Consta? Não sei dizer”.

“Não sei dizer, não me lembro, e não me recordo de ter visto no relatório essa referência”, vincou mais à frente perante uma pergunta semelhante. Ainda sobre a dívida da ESI, e confrontado com frases do relatório, José Manuel Henriques Bernardo disse não conhecer detalhes e que coordenava uma equipa com dezenas de pessoas.

“Não conheço detalhe ou contexto em que foram escritas estas frases”, disse. José Manuel Henriques Bernardo disse que relatório da PWC, no âmbito do ETTRIC 2, referia um aumento significativo da dívida da ESI, após revisão dos compromissos financeiros da empresa que até aí não eram conhecidos.

Ainda nessa fase da inquirição, e perante novo desentendimento sobre o que estava no relatório e a origem da informação, o sócio da PWC afirmou que “foi tudo feito com rigor e teve acompanhamento permanente”. A tensão na inquirição levou a juíza a sublinhar que José Manuel Henriques Bernardo não estava a ser julgado. “Estamos aqui tranquilamente”, disse Helena Susano.

“Não sou eu que estou a ser julgado, mas parece”, afirmou a testemunha. Dez anos após a derrocada do BES e GES, o julgamento do BES/GES decorre em Lisboa desde outubro. O ex-presidente do BES, Ricardo Salgado, é o principal arguido do caso BES/GES e responde em tribunal por 62 crimes, alegadamente praticados entre 2009 e 2014.

Além de Ricardo Salgado, estão também em julgamento outros 17 arguidos, nomeadamente Amílcar Morais Pires, Manuel Espírito Santo Silva, Isabel Almeida, Machado da Cruz, António Soares, Paulo Ferreira, Pedro Almeida Costa, Cláudia Boal Faria, Nuno Escudeiro, João Martins Pereira, Etienne Cadosch, Michel Creton, Pedro Serra e Pedro Pinto, bem como as sociedades RioForte Investments, Espírito Santo Irmãos, SGPS e Eurofin.

Segundo o MP, a derrocada do GES terá causado prejuízos superiores a 11,8 mil milhões de euros.

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