Ventura desafia primeiro-ministro a apresentar moção de confiança

  • Lusa
  • 19 Novembro 2024

O presidente do Chega considerou que "este é um Governo que deve ser responsabilizado e encarado no parlamento" porque está "em roda livre e em absoluto descalabro político".

O presidente do Chega, André Ventura, desafiou esta terça-feira o primeiro-ministro a apresentar na Assembleia da República uma moção de confiança ao seu Governo, mas afastou a possibilidade de apresentar uma moção de censura. O desafio foi lançado pelo líder do Chega em conferência de imprensa na sede do partido, em Lisboa. André Ventura considerou que “este é um Governo que deve ser responsabilizado e encarado no parlamento” porque está “em roda livre e em absoluto descalabro político”.

O líder do Chega deu como exemplo a situação na saúde e voltou a insistir no afastamento da ministra Ana Paula Martins e do presidente do INEM. Ventura disse que “o proclamado programa milagroso não deu em nada”, que esta área continua “igualmente catastrófica”, e considerou que o Governo se prepara para fazer “remendos” no INEM.

O Governo “falhou em toda a linha” e “erra em todas as áreas que era preciso executar alguma coisa”, criticou. Ventura falou também numa situação de “caos” no que toca à violência, acusando o Governo de fazer “operações de cosmética”, e criticou o argumento de que “não há margem nem dinheiro” para aumentar as pensões que “são miseráveis”.

“O Governo deve perguntar ao parlamento se tem a sua confiança” e se tem “legitimidade para governar”, defendeu, pedindo a Luís Montenegro que tenha “coragem política” para apresentar a moção de confiança. Questionado se o Chega avançará com uma moção de censura caso este desafio seja ignorado, o presidente do Chega descartou essa hipótese, colocando o ónus no Governo, que acusou se querer provocar uma crise política.

“Penso que estamos noutra fase”, sustentou, defendendo que “este é o momento da moção de confiança” e que cabe ao “autor da instabilidade” apresentá-la. Apesar de afirmar que o objetivo não é provocar eleições, Ventura assinalou que “o Chega não tem medo” de legislativas antecipadas. O presidente do Chega indicou que neste momento o Governo “não teria a confiança” do seu partido.

Nesta conferência de imprensa, o líder do Chega acusou também o secretário-geral do PS de ser “cobarde, entrincheirado e com medo dos seus pares e de ser avaliado” e considerou que “se calhar [o voto do PS a uma eventual moção de confiança] será um voto cobarde à mesma”.

“O PS fará o que entender. Não me espantaria que continuasse a sustentar o Governo”, indicou, afirmando que se tal vier a acontecer, “fica-se a perceber quem sustenta e quem acha que tem de haver uma mudança”. No que toca ao Orçamento do Estado, André Ventura foi questionado sobre a proposta do PS para um aumento de pensões em 1,25 pontos percentuais, acima da atualização regular anual, para pensões até 1.527,78 euros. O líder do Chega não excluiu viabilizá-la, mas remeteu para quarta-feira a revelação do sentido de voto.

Ventura indicou igualmente que a prioridade do Chega é que seja aprovada a sua proposta para que as pensões até 1018,52 euros sejam aumentadas em 1,5%, sem prejuízo da atualização prevista pela lei. O presidente do Chega falou também na proposta de revisão constitucional que o partido vai apresentar no parlamento, defendendo que Portugal tem a “Constituição mais arcaica da Europa”.

Ventura elencou alguns dos temas que o partido quer abordar, como a redução do número de deputados, a reorganização do sistema politico autárquico, “redução da interferência da política no sistema judicial”, incompatibilidades dos políticos, menor progressividade dos impostos e mais liberdade na saúde e na educação.

O líder do Chega lembrou que a revisão constitucional foi iniciada na última legislatura, também por iniciativa do seu partido, apesar de ter terminado com a dissolução do parlamento, e apelou a PS e PSD que participem neste novo processo. Os deputados do Chega estão reunidos esta tarde para aprovar “as linhas fundamentais finais” do projeto de revisão constitucional e o presidente estimou que a proposta possa ser entregue na Assembleia da República “até ao final da semana”.

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Fusion Fuel une forças com empresa QIND e lança-se no negócio do gás

Depois de ter declarado a insolvência da fábrica de equipamentos de hidrogénio verde, em Benavente, a Fusion Fuel procura reerguer-se apostando no negócio do gás.

A Fusion Fuel anunciou esta terça-feira que irá comprar uma participação de 70% na empresa Quality Industrial (QIND), que opera no setor do gás. Como “moeda de troca”, a empresa portuguesa vai passar a ser controlada pelos acionistas da empresa, com sede nos Emirados Árabes Unidos.

Apesar de o mercado de hidrogénio verde se ter desenvolvido mais devagar do que era antecipado, a procura pelos nossos serviços de consultoria e engenharia permanece elevada“, indica o CEO da Fusion Fuel, Frederico Chaves, citado no comunicado. Assim, com a aquisição da QIND, a empresa portuguesa espera estar a construir um “pilar estável” que permita “responder às necessidades presentes do mercado”, ao mesmo tempo que se posiciona para “as oportunidades de crescimento de longo prazo” que ainda diz ver no setor do hidrogénio verde.

A Fusion anunciou um acordo para adquirir cerca de 70% da QIND. Para concretizar esta compra, a Fusion oferecerá aos proprietários da QIND 19,99% das suas ações ordinárias, além de ações preferenciais convertíveis. No final de contas, a QIND poderá arrecadar uma participação na Fusion Fuel de cerca de 70%, passando a controlar a empresa portuguesa.

Esta transação não envolve dinheiro, mas resultará numa diluição significativa para os atuais acionistas. É importante notar que a conversão das ações preferenciais em ordinárias está sujeita à aprovação dos acionistas da Fusion. Outra das consequências desta aliança é a junção de John-Paul Backwell, CEO da QIND, ao conselho de administração da Fusion Fuel.

As operações da QIND estão sediadas no Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. O seu “braço” operacional, a Al Shola Gas, declarou receitas de 11 milhões de dólares e um lucro de 1,8 milhões em 2023. A empresa detém 40 mil clientes de gás de petróleo liquefeito (GPL) no Médio Oriente, entre os quais estão a Emirates Airlines, a Dubai Properties e o Governo do Dubai. Emprega mais de 100 trabalhadores.

Este comunicado é emitido depois de a Fusion Fuel ter declarado insolvência, na semana passada, da fábrica de eletrolisadores para projetos de hidrogénio verde inaugurada em 2023 em Benavente. A situação foi justificada pelo CEO com uma falha de um investimento de 33,5 milhões de dólares (cerca de 31 milhões de euros), que devia ter sido concretizado até ao fim de outubro.

Segundo o Jornal Económico, a Fusion Fuel deu entrada no Juízo Central Cível de Lisboa, a 6 de novembro, com um processo contra o investidor Norbert Rudolf Bindner, referido como diretor da Hydrogenial e que estaria interessado na compra de 56 milhões de ações da empresa de Benavente, exigindo-lhe o pagamento de 27 milhões de euros. O CEO da tecnológica portuguesa disse que, se o investidor “cumprir com o contrato”, conseguirão “reduzir muito os danos”.

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Portugal recebe 44% do investimento da Goparity

  • ECO
  • 19 Novembro 2024

A plataforma de financiamento sustentável contou com 12 milhões de euros investidos nos últimos quatro trimestres, com Portugal a receber 44% desse valor.

A Goparity mobilizou mais de 12 milhões de euros, entre outubro do ano passado e setembro deste ano, nos quais cerca de 44% deste montante foi direcionado a Portugal, o principal mercado da plataforma, com 5,3 milhões de euros a financiar 44 projetos no país.

“Estamos muito felizes com estes quatro trimestres; não só pelo marco que representam, mas também porque são um sinal claro de um crescimento sustentado”, refere Nuno Brito Jorge, CEO e cofundador da Goparity, citado em comunicado. “Desde a nossa criação em 2017, já conseguimos mais de 40 milhões de euros para financiar mais de 360 projetos em 19 países, números que demonstram que, através da colaboração, podemos caminhar para um mundo mais sustentável, justo e inovador”, acrescenta o fundador.

Portugal já recebeu 22 milhões

Portugal, nos primeiros sete anos de atividade da empresa, representava cerca de 70% do total investido da plataforma de financiamento. Desde 2017, a Goparity apoiou mais de 131 organizações portuguesas, permitindo a viabilização de mais de 300 projetos em áreas como a energia sustentável, a economia azul e a gestão sustentável do solo. Segundo a empresa, o valor total investido em Portugal ultrapassa os 22 milhões de euros.

A nível global, a Goparity financiou 70 projetos, nos últimos quatro trimestres. No terceiro trimestre deste ano, a plataforma atingiu os 100 empréstimos pagos integralmente, que, segundo a empresa, assegura o retorno do capital e juros aos investidores.

Além de Portugal, Colômbia e Espanha destacaram-se com 3,6 milhões de euros para 12 projetos e 1,4 milhões de euros para 6 projetos, respetivamente. Os investimentos feitos neste período de tempo impactaram diretamente mais de 350 pessoas e alinham-se com os objetivos de desenvolvimento sustentável (ODS), segundo a Goparity.

Os projetos evitaram a emissão de 5.601 toneladas de CO₂ – o equivalente ao sequestro de carbono de 240.997 árvores – e geraram 13.005 MWh de energia limpa, além de promover a gestão sustentável de 240 hectares de terra e água.

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“Europeus deixam demasiado dinheiro em depósitos”, diz presidente da Euronext Lisbon

  • Lusa
  • 19 Novembro 2024

O dinheiro é colocado em depósitos em vez de ser investido em "títulos ou obrigações que dão melhor retorno", salientou Isabel Ucha.

A presidente do Euronext Lisbon, que gere a bolsa de Lisboa, reiterou esta terça-feira que os europeus “deixam demasiado dinheiro em depósitos”, argumentando que optar por esta forma de poupança em vez de investimento limita o capital de risco.

O dinheiro é colocado em depósitos em vez de ser investido em “títulos ou obrigações que dão melhor retorno”, salientou Isabel Ucha, num painel na conferência “Transformar a Economia de Portugal através da Sustentabilidade e da Inovação”, organizada pelo Financial Times, em Lisboa. “Enquanto indivíduos, os europeus têm uma vida financeira menos gratificante do que os cidadãos americanos”, apontou a responsável.

Neste contexto, o dinheiro é deixado nos depósitos e os bancos praticamente não investem, pelo que a “maioria do capital disponível para as empresas é na forma de dívida, o que leva a alavancagem excessiva, o que vimos em muitas empresas, principalmente portuguesas”, destacou.

Isabel Ucha salientou ainda que a dívida não é o instrumento mais adequado para investir na inovação e no ESG (práticas ambientais, sociais e de boa governança das empresas), pelo que as empresas crescem menos porque o crescimento, na maioria das vezes, “envolve muito risco”. “Falta-nos capital de risco”, sublinhou a responsável.

Cristina Casalinho, administradora executiva da Fundação Calouste Gulbenkian e ex-presidente do IGCP – Agência de Gestão da Tesouraria e Dívida Pública, também neste painel, concordou salientando que “as pessoas deixam as poupanças nos depósitos porque não há uma indústria de fundos de pensões desenvolvida na Europa”.

Além disso, também não há uma “cultura de tomada de risco”, como existe em outros locais, argumentou.

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Itália contra novos lugares permanentes no Conselho de Segurança da ONU

  • Lusa
  • 19 Novembro 2024

Itália é contra a criação de novos lugares permanentes no Conselho de Segurança. "Deveria haver mais lugares temporários distribuídos por zonas geográficas e rotativos", defende Meloni.

A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, afirmou esta terça-feira que “se opõe a novos assentos permanentes no Conselho de Segurança das Nações Unidas”, um objetivo da presidência brasileira do G20. Meloni, a presidente rotativa do G7, mostrou as suas divergências com a presidência brasileira do G20, presidida por Lula da Silva, num encontro com os meios de comunicação social à margem da reunião.

“Nós, com a presidência brasileira, partilhamos a necessidade de reformas, mas não estes objetivos. A Itália é contra a criação de novos lugares permanentes no Conselho de Segurança. Deveria haver mais lugares temporários distribuídos por zonas geográficas e rotativos”, explicou. O Conselho de Segurança das Nações Unidas é composto por cinco membros permanentes (China, Estados Unidos, Reino Unido, França e Rússia) e dez não-permanentes.

Na sua opinião, “a reforma faz sentido se permitir que as instituições multilaterais sejam mais inclusivas”, mas “não se acrescentar disfuncionalidades” já existentes, sublinhou. A primeira-ministra italiana alertou ainda para o facto de o mundo “estar muito longe de resolver a questão da fome” devido às crises e às guerras.

Sobre estas crises, Meloni destacou a guerra na Ucrânia e acusou a Rússia de “ter usado os cereais como arma”, aludindo ainda ao conflito no Médio Oriente e à situação na Faixa de Gaza, onde a iniciativa italiana ‘Food for Gaza’ já entregou 47 toneladas de bens de primeira necessidade. Neste sentido, defendeu como “prioridade” o seu próprio “Plano Mattei”, um programa que tem como missão investir dinheiro nos países africanos para travar a imigração para Itália e para a Europa.

A cimeira do G20, que termina esta terça, encontra-se neste momento a abordar a questão da transição energética e do desenvolvimento sustentável, e Meloni defenderá a tecnologia de fusão nuclear, que, segundo ela, pode transformar a energia de “uma arma geopolítica num recurso acessível a todos”.

Os líderes do G20 conseguiram chegar a consenso sobre uma declaração final na cimeira anual, na qual destacam a aliança global contra a fome, mas com reduzidas menções aos vários conflitos regionais e o imposto sobre super-ricos. A inclusão social e combate à fome e à pobreza, desenvolvimento sustentável, transições energéticas e ação climática e a reforma das instituições de governança global, prioridades da presidência brasileira, foram consagradas na declaração dos líderes com o objetivo de “orientar ações em direção a resultados concretos”.

Contudo, em relação aos conflitos na Faixa de Gaza e no Líbano, os líderes das maiores economias mundiais apenas enfatizam para “a necessidade urgente de expandir o fluxo de assistência humanitária” e um “apoio a um cessar-fogo abrangente” nos dois territórios.

A palavra Ucrânia aparece mencionada apenas uma vez na declaração dos líderes do G20, na qual fazem parte países como Estados Unidos, Rússia, China, França, entre outros, frisando para “o sofrimento humano e os impactos negativos adicionais da guerra” e saudando “todas as iniciativas relevantes e construtivas que apoiam uma paz abrangente, justa e duradoura, mantendo todos os Propósitos e Princípios da Carta da ONU para a promoção de relações pacíficas”.

A declaração dos líderes saiu um dia mais cedo do esperado, já que hoje ainda decorre a sessão plenária final sobre transição energética e desenvolvimento sustentável.

Para além dos representantes dos países membros plenos do grupo, mais a União Europeia e a União Africana, no Rio de Janeiro encontram-se representantes de 55 países ou organizações internacionais, entre os quais Portugal – país convidado pelo Brasil -, representado pelo primeiro-ministro, Luís Montenegro, Angola, representado pelo seu Presidente, João Lourenço, e a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.

O G20 é constituído pelas principais economias do mundo. A presidência do Brasil termina no final do mês, passando em dezembro para a África do Sul.

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“São 1.000 dias de guerra à democracia e aos direitos humanos”, diz Montenegro

  • Joana Abrantes Gomes
  • 19 Novembro 2024

Montenegro apelou a "todos os líderes" para que não multipliquem "respostas e contra respostas que não ajudam a resolver" a guerra e os problemas humanitários na Ucrânia.

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, assinalou esta terça-feira o milésimo dia da invasão “ilegítima e injustificada” da Ucrânia pela Rússia, sublinhando que são “1.000 dias de guerra à democracia, aos direitos humanos e aos valores e princípios que Portugal defende no contexto internacional”.

Falando à margem da cimeira do G20, no Rio de Janeiro, na qual Portugal participou como país convidado, o chefe do Governo português dirigiu um apelo a “todos os líderes” para que não multipliquem “respostas e contra respostas que não ajudam a resolver” a guerra e os problemas humanitários.

Luís Montenegro referia-se ao decreto-lei aprovado esta terça-feira pelo Presidente da Federação Russa, Vladimir Putin, que passa a permitir o uso alargado de armamento nuclear, depois de os EUA terem autorizado a Ucrânia a utilizar mísseis norte-americanos de longo alcance em território russo.

Vamos concentrar a nossa contribuição em poder ajudar a que se criem condições, em primeiro lugar, para evitar qualquer escalada neste conflito, e, em segundo lugar, para que se criem condições de cessar-fogo e de cessar a operação militar e se possa dar primazia à diplomacia e ao caminho que encontre uma solução permanente“, realçou.

Por isso, continuou, é necessário “que não se vá mais longe do que já se foi” e que “ameaças que põem em causa não apenas a integralidade do território ucraniano, mas valores muito altos de ofensa à dignidade humana e aos direitos fundamentais possam ser apenas e só ameaças de retórica e nunca operações no terreno“.

O líder do Executivo português notou ainda que, durante a cimeira do G20 dos últimos dias, a diferença de opiniões à volta da mesa “não foi significativa nem cresceu”. “Estando a Federação Russa presente e um conjunto de países que tem condenado a invasão da Ucrânia, o uso de instrumentos que violam o direito internacional, o que pude assistir foi a uma sensibilização da Rússia face àquela que é a sua conduta. Não creio que desse ponto de vista tenha havido mais divisão do que aquela que já havia”, apontou, reconhecendo, porém, que existe “um isolamento muito grande da Rússia”.

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“Não tenho confiança nesta equipa da saúde para gerir o inverno”, diz Pedro Nuno Santos

Pedro Nuno Santos acusou o Governo de desvalorizar o pré-aviso de greve do INEM e "uma das áreas onde há razões para nos sentirmos inseguros é a área da saúde, com um Governo que só tem falhado".

O líder do PS, Pedro Nuno Santos, criticou esta terça-feira a gestão que o ministério da Saúde tem feito, acusando o Executivo de falhar na contratação de médicos para função pública, na gestão das urgências de obstetrícia no verão e, agora, na greve do INEM. Com o inverno a aproximar-se, o líder da oposição diz que não tem “confiança nesta equipa para gerir o inverno” e acusa o primeiro-ministro de se esconder atrás da ministra.

“Não tenho confiança nesta equipa da saúde para gerir o inverno”, adiantou Pedro Nuno Santos, em declarações aos jornalistas. “Uma das áreas onde há razões para nos sentirmos inseguros é a área da saúde, com um Governo que só tem falhado“, reforçou o líder dos socialistas, apontando três momentos em que a ministra Ana Paula Martins falhou: contratação de médicos, gestão das urgências obstetrícias no verão e greve do INEM.

Esta segunda-feira, o diretor executivo do SNS admitiu que “vamos ter um inverno mau”, adiantando que os hospitais estão a tomar medidas para responder ao aumento da procura durante o inverno e evitar que as urgências atinjam o limite.

Com o setor da saúde a atravessar uma crise, Pedro Nuno Santos não poupou críticas ao líder do Executivo. O político adiantou que se tem “falado da ministra da saúde, mas o principal responsável é o líder do governo”, referindo-se a Luís Montenegro, a quem acusa de não assumir responsabilidades e ter desvalorizado a situação.

Para o líder do PS, “se [o Governo] achava que havia problemas estruturais não tinham desvalorizado pré-aviso de greve”. Com o inquérito a decorrer sobre as 11 mortes que ocorreram no período da greve do INEM, Pedro Nuno Santos refere que se se concluir “que [essas mortes] poderiam ser evitadas”, aí todos têm de “tirar consequências”.

Questionado sobre se o primeiro-ministro deveria demitir a ministra, Pedro Nuno Santos diz que “não cabe ao líder do PS pedir a demissão”, atribuindo essa decisão ao líder do Governo e à própria ministra. Ainda assim, o socialista adiantou que, “por menos o PSD exigiu a demissão” de ministros socialistas no passado.

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Wall Street resiste e Europa afunda com escalar da guerra na Europa

O ataque ucraniano com mísseis de longo alcance e a revisão da doutrina nuclear russa provocam turbulência nos mercados. Índices europeus caem, ouro sobe e Wall Street resiste à boleia da Nvidia.

Os mercados financeiros globais foram abalados esta terça-feira por uma nova escalada de tensões entre a Rússia e a Ucrânia, após Kiev ter utilizado pela primeira vez mísseis de longo alcance para atacar território russo. A situação agravou-se ainda mais quando o presidente russo, Vladimir Putin, assinou uma atualização da doutrina nuclear do país, alargando as condições para o uso de armas atómicas.

O efeito destes dois episódios foi sentido de imediato nos mercados financeiros. As principais praças europeias rapidamente mergulharam numa onda vermelha que se prolongou até ao fecho da sessão desta terça-feira, que é refletida numa queda de 0,4% do índice pan-europeu Stoxx 600 após ter estado a afundar 1,5% para os 495,55 pontos, o nível mais baixo desde 8 de agosto.

O nervosismo dos investidores europeus foi também espelhado no disparo de quase 20% do “índice do medo” europeu durante a manhã, com o Vstoxx (que é baseado nos preços das opções do Euro Stoxx 50 e que reflete as expectativas do mercado quanto à volatilidade a curto e longo prazo) a negociar no valor mais elevado deste mês.

O impacto das tensões geopolíticas entre Kiev e Moscovo foi particularmente sentido na Polónia, país que serve como proxy para os riscos crescentes na região devido à sua proximidade geográfica com o conflito. O principal índice acionista do país, o WIG20, abriu a cair 4,8%, para depois fechar com uma queda de 2,8%, a maior queda entre os índices europeus desta terça-feira e o seu maior declínio diário desde 5 de agosto.

O zloty, a moeda polaca, também sofreu, enfraquecendo 0,5% face ao euro, contabilizando assim o pior desempenho entre mais de 20 moedas de mercados emergentes. Esta reação destaca a vulnerabilidade dos ativos polacos às escaladas no conflito russo-ucraniano.

Em Wall Street, os três principais índices iniciaram a sessão também em terreno negativo, mas foram recuperando ao longo do dia. Atualmente, o Dow Jones continua a perder 0,3%, mas tanto o S&P 500 como o Nasdaq já estão em terreno positivo, registando ganhos de 0,15% e 0,54%, respetivamente, impulsionado pela subida de 2,6% das ações da Nvidia, que apresenta resultados na quarta-feira.

Nos mercados de matérias-primas, o ouro, tradicionalmente visto como um ativo de refúgio em tempos de incerteza, chegou a subir 1% com a onça a negociar nos 2.639 dólares. Já o petróleo encontra-se a negociar em queda, com o Brent a cair 0,25% para os 73,14 dólares, e o WTI a perder cerca de 0,1%.

Guerra na Europa sobe de nível

O ataque ucraniano com mísseis de longo alcance fornecidos pelos EUA na região fronteiriça russa de Bryansk esta terça-feira marca uma mudança significativa na estratégia de Washington, que até agora tinha restringido o uso destas armas a alvos em território ucraniano.

Esta decisão dada pelo atual presidente norte-americano, segundo fontes citadas pela Associated Press, levanta preocupações sobre uma possível escalada do conflito.

Em resposta, Putin assinou uma atualização da doutrina nuclear russa que permite ao país expandir o uso de armas atómicas. A nova doutrina afirma que a Rússia se reserva o direito de usar armas nucleares em caso de agressão com o uso de armas convencionais contra ela ou contra o seu aliado, a Bielorrússia, que crie uma ameaça crítica à soberania ou integridade territorial.

A Casa Branca reagiu com cautela, afirmando que a mudança na doutrina nuclear russa era esperada e que os EUA não veem necessidade de ajustar a sua própria postura nuclear. Na Europa, as atenções estão centradas na contínua demonstração de apoio da União Europeia à Ucrânia, tendo recentemente decidido utilizar os lucros provenientes dos bens russos congelados para ajudar Kiev.

Recentemente, Ursula von der Leyen anunciou um pacote significativo de ajuda financeira que inclui um empréstimo de 35 mil milhões de euros para apoiar a economia e as forças armadas ucranianas. Este apoio revela-se vital num momento em que a Ucrânia enfrenta grandes desafios devido aos ataques contínuos da Rússia, que têm devastado infraestruturas essenciais e causado uma crise humanitária crescente.

O escalar da guerra cria também uma dose extra de pressão junto da política monetária do Banco Central Europeu (BCE), que este ano reduziu as taxas de juro em várias ocasiões, com cortes que totalizam 75 pontos base desde junho.

A taxa principal de refinanciamento foi fixada em 3,4%, enquanto as taxas de depósitos e de cedência de liquidez também foram ajustadas para refletir um ambiente económico mais desafiador. A presidente do BCE, Christine Lagarde, tem enfatizado que a política monetária será guiada por dados económicos e que a instituição está comprometida em alcançar uma inflação de 2% no médio prazo.

Além disso, o BCE tem monitorado atentamente as expectativas de inflação e os indicadores económicos para garantir que não haja um desvio significativo das metas estabelecidas. A abordagem cautelosa do BCE visa não apenas estabilizar os preços, mas também evitar um abrandamento excessivo do crescimento económico na zona euro. Apesar das pressões inflacionárias persistentes e das tensões geopolíticas, Lagarde afirmou que as condições financeiras permanecem restritivas e que a trajetória descendente da inflação é uma boa notícia para a política monetária.

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Nestlé Portugal procura estagiários para os escritórios de Lisboa e Porto

  • ECO
  • 19 Novembro 2024

As candidaturas para as vagas para estágios profissionais do “Born to Talent 2025” estão abertas até 27 de novembro.

A Nestlé Portugal anunciou a abertura das candidaturas para a edição deste ano do programa de estágios profissionais “Born to Talent 2025”. As vagas estão disponíveis para a sede da empresa em Linda-a-Velha, em Lisboa, e no Porto, e os interessados podem candidatar-se até 27 de novembro de 2024.

“Através deste programa, proporcionamos uma experiência de formação alinhada com os valores e a cultura da Nestlé, onde cada estagiário tem a oportunidade de construir uma base sólida para o futuro”, refere Pedro Pires, diretor de recursos humanos da Nestlé Portugal, citado em comunicado.

O programa, com duração de 12 meses, destina-se a recém-licenciados, finalistas de mestrado e mestres nas áreas de comunicação, business intelligence, finanças, jurídica, marketing e marketing digital, nutrição, operações, recursos humanos, supply chain e vendas.

No estágio, os participantes terão a oportunidade de desenvolver tanto competências técnicas (hard skills) quanto comportamentais (soft skills).

O programa permitirá aos estagiários integrar equipas nas áreas de negócio ou corporativas, enquanto recebem formação acompanhada por profissionais da empresa. A formação tem início a 3 de fevereiro do próximo ano.

O ECO aguarda informação da empresa sobre o número de vagas para estágio disponíveis.

Notícia corrigida às 14h28 do dia 20 de novembro com declaração retificada do diretor de recursos humanos da Nestlé

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Fabricante de máquinas de Santarém vence prémio PME Inovação COTEC-BPI

Na edição deste ano, que recebeu um recorde de 225 candidaturas, estavam ainda nomeadas como finalistas as empresas Controlar, Gepack, Veneporte, Thales-Edisoft e Unbabel.

A Fravizel, empresa de engenharia e metalomecânica especializada na produção de máquinas para pedreiras, minas, florestas e outros setores industriais, é a vencedora da 20ª edição do prémio PME Inovação COTEC-BPI, que distingue empresas portuguesas que se destacam pelo seu impacto na economia nacional e pela inovação no setor em que operam. O galardão foi entregue esta terça-feira no Porto pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, presidente honorário da COTEC Portugal.

A empresa familiar de Alcanede (concelho de Santarém), fundada em 1980 por Eliseu Frazão, exporta mais de metade dos equipamentos para a indústria extrativa e florestal. Presente em 62 países, registou lucros de quase quatro milhões de euros no ano passado. Com uma área total de 130 mil metros quadrados, calcula investir anualmente 18% do volume de negócios e diz ter sido pioneira mundial no desenvolvimento e produção de máquinas para pedreiras “completamente telecomandadas, aumentando a produtividade e reduzindo o risco dos operadores”.

Marcelo Rebelo de Sousa entrega o troféu da 20.ª edição do prémio PME Inovação COTEC-BPI ao CEO da Fravizel, Eliseu Frazão

A Fravizel sucede à Mecalbi, empresa de mecatrónica para a indústria automóvel sediada em Castelo Branco que venceu no ano passado, e à matosinhense Addvolt, que no ano anterior se tinha apresentado a concurso com um projeto de powerbanks para camiões de frio. Esta edição de 2024 registou um recorde de 225 candidaturas, com destaque para a indústria transformadora da região Norte, que submeteu mais de metade do total.

Do grupo de seis finalistas faziam ainda parte a Controlar, apresentada como uma referência no desenvolvimento de sistemas de teste de funcionamento de componentes para as linhas de montagem automóvel; e a Gepack, líder europeia de embalagens PET sustentável com um portefólio alargado de produtos destinados à indústria alimentar, farmacêutica e cosmética.

A Veneporte, que desenvolve, produz e comercializa diferentes componentes do sistema de escape para veículos automóvel; a Thales – Edisoft, que desenvolve soluções tecnológicas avançadas para os setores da defesa, aeronáutica e espaço; e a Unbabel, prestadora de serviços de tradução e localização linguística especializados, utilizando uma combinação única de IA e tradutores humanos, eram as restantes nomeadas.

“Estas finalistas constituíram uma colheita vintage, que desejamos que se possa multiplicar e projetar nas práticas e inspirar a generalidade do tecido empresarial. O trabalho do júri foi muito difícil, pois a qualidade dos finalistas foi elevada”, descreveu António Rios de Amorim, presidente da direção da COTEC Portugal.

O júri desta edição foi constituído por Ana Rosas Oliveira (Banco BPI), Ana Teresa Lehmann (FEP – Universidade do Porto), António Portela (Bial), Carlos Oliveira (European Innovation Council), João Bigote (Universidade de Coimbra), José Carlos Caldeira (INESC TEC), Lua Queiroz Pereira (Semapa), Manuel Mira Godinho (ISEG) e Manuela Tavares de Sousa (Imperial).

Desde o lançamento em 2005, esta iniciativa já distinguiu 25 empresas de diversos setores económicos, como tecnologias de informação, serviços de engenharia, agroalimentar, mobilidade sustentável, têxteis técnicos, robótica, automação e farmacêutica. De acordo com Rios de Amorim, as vencedoras das anteriores edições cresceram 10%, em média, e uma em cada cinco já são midcaps, isto é, já superaram 50 milhões de euros de volume de negócios.

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Maquinistas marcam greve para 6 de dezembro depois de declarações de Leitão Amaro

  • Lusa
  • 19 Novembro 2024

O sindicato dos maquinistas convocou uma greve geral face à ausência de clarificação do Governo sobre relação entre sinistralidade ferroviária e taxa de álcool destes trabalhadores.

O SMAQ, sindicato dos maquinistas, convocou uma greve geral para 6 de dezembro, face à ausência de clarificação do Governo sobre relação entre sinistralidade ferroviária e taxa de álcool destes trabalhadores e para exigir condições de segurança adequadas.

“O SMAQ – Sindicato Nacional dos Maquinistas dos Caminhos de Ferro Portugueses decidiu avançar com um pré-aviso de greve geral para o dia 06 de dezembro de 2024, com impactos no dia 5 e 7, nas sete empresas onde tem representação: CP – EPE, Fertagus, MTS – Metro do Sul do Tejo, ViaPorto, Captrain, Medway e IP – Infraestruturas de Portugal”, informou aquela estrutura, em comunicado.

Em causa estão as declarações do ministro da Presidência, António Leitão Amaro, em conferência de imprensa após o Conselho de Ministros de quinta-feira, na qual afirmou que “não é muito conhecido, mas Portugal tem o segundo pior desempenho ao nível do número por quilómetro de ferrovia de acidentes que ocorrem” e que tem “um desempenho cerca de sete vezes pior do que a primeira metade dos países europeus”, explicando que o Governo aprovou uma proposta de lei que reforça “as medidas de contraordenação para os maquinistas deste transporte ferroviário, criando uma proibição de condução sob o efeito de álcool”.

“Estando Portugal numa das piores situações em termos de nível de acidentes, tem do quadro contraordenacional mais leve e mais baixo da Europa”, rematou então o governante. O SMAQ adiantou esta terça que não obteve qualquer resposta à exigência feita ao ministro para que clarificasse e retificasse publicamente as suas declarações.

“Face à ausência de clarificação, o SMAQ considera que não lhe resta alternativa senão avançar para um processo de greve”, realçou, acrescentando que o objetivo da paralisação é “defender os profissionais da condução ferroviária e exigir condições de segurança adequadas ao exercício da sua profissão”.

O sindicato sublinhou que tem denunciado, ao longo dos anos, situações críticas que comprometem a segurança da operação e colocam em risco trabalhadores e passageiros, como queda de pedras na linha, material obsoleto em circulação, ou estado degradado da via, bem como a reivindicação pelo encerramento das passagens de nível mais perigosas, “responsáveis por 38% dos acidentes significativos registados”.

O SMAQ destacou ainda que o Relatório Anual de Segurança do Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT) concluiu que Portugal registou 29 acidentes significativos no último ano, 52% dos quais referentes a atropelamentos, 38% em passagens de nível devido ao incumprimento das regras de trânsito, 7% por colisões com objetos como pedras ou árvores e 3% descarrilamentos ligados à degradação da infraestrutura, ou seja, acidentes relacionados maioritariamente com fatores externos à condução.

Neste contexto, a estrutura sindical considerou que as recentes declarações do ministro da Presidência, “que sugere uma associação entre a taxa de alcoolemia permitida e o mau desempenho de Portugal” nos ‘rankings’ europeus de segurança, “são falsas, inaceitáveis e profundamente desrespeitosas”.

“Importa sublinhar que a taxa em vigor na CP, de 0,20 g/l, é extremamente baixa e consensual, e que não há registo de qualquer acidente ferroviário causado pelo consumo de álcool”, vincou o SMAQ, defendendo que as atenções devem ser direcionadas “para as causas reais dos problemas de segurança na ferrovia”.

A Associação Portuguesa de Empresas Ferroviárias (APEF), a Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans) e a Comissão de Trabalhadores da CP – Comboios de Portugal também condenaram as afirmações do ministro Leitão Amaro.

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“Inovação tem mais sucesso quando o privado arrisca o seu capital”, avisa Amorim

Líder da COTEC faz “apelo forte” ao reforço do investimento das empresas em I&D, notando que a meta europeia de chegar a 3% do PIB no final da década “não é suficiente” para competir com EUA e China.

O presidente da COTEC Portugal lançou esta terça-feira um “apelo forte” ao reforço do investimento empresarial em investigação e desenvolvimento (I&D), sublinhando que “o Estado e a academia farão a sua parte, mas as empresas portuguesas [vão] ter claramente de acelerar” essa aposta.

“O apoio público pode ajudar a potenciar as PME e a despertar todo o seu potencial de inovação. No entanto, a inovação tem mais sucesso quando o privado arrisca o seu capital”, sublinhou António Rios Amorim na abertura do 14.º Encontro PME Inovação COTEC-BPI, no Coliseu do Porto.

O líder da COTEC notou os “grandes progressos” no investimento das empresas portuguesas em I&D, cinco vezes superior ao que era há duas décadas (vs. 0,2% do PIB em 2003), mas notou que está “ainda longe do valor médio europeu, e a ser muito polarizado em torno de um número muito reduzido de empresas”.

O investimento das empresas portuguesas em I&D ainda está longe do valor médio europeu, e a ser muito polarizado em torno de um número muito reduzido de empresas.

António Rios Amorim

Presidente da COTEC Portugal

A meta fixada pela União Europeia é que o investimento em I&D equivalha a 3% do PIB até ao final desta década, com 2% a ser investido pelas empresas e 1% pelo sistema público, nomeadamente pela academia. “O grande problema é que isto não vai chegar. Nos EUA, o investimento empresarial em I&D é já 3,4% do PIB”, comparou o empresário, que é também presidente da Corticeira Amorim.

António Rios Amorim advertiu que “claramente, os 3% previstos na Europa em 2030 não vão ser suficientes se a Europa quer ter um papel relevante na inovação e na dinâmica económica face aos outros dois grandes blocos, os EUA e a China”, dramatizando que será preciso “acelerar muito mais o investimento em conhecimento, nos ativos intangíveis”.

“Não basta reconhecer que existiu progresso e que as empresas são hoje mais inovadoras. É preciso ter presente que é crítico um acompanhamento contínuo das empresas e uma constante renovação do próprio conceito de inovação, que acompanhe a evolução da realidade e possa preparar o futuro. (…) Antecipar o futuro é algo que temos de fazer nas nossas empresas todos os dias”, acrescentou.

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