Negociação do OE “diminuiu dano que o Governo ia impor ao país”. Pedro Nuno Santos promete “oposição dura”

  • Lusa
  • 22 Outubro 2024

Proposta do líder do PS, Pedro Nuno Santos, para a viabilização, através da abstenção, do Orçamento do Estado para 2025 foi aprovada por unanimidade pela Comissão Política Nacional.

O líder do PS considera que a negociação do Orçamento do Estado permitiu diminuir um dano que o Governo iria impor ao país, defendendo que os socialistas têm que fazer uma “oposição dura” e “apresentar uma verdadeira alternativa”.

Segundo fontes socialistas adiantaram à agência Lusa, Pedro Nuno Santos defendeu estas ideias na intervenção de abertura da reunião da Comissão Política Nacional, que decorreu na segunda-feira à noite em Lisboa e que deliberou sobre a proposta do secretário-geral socialista de viabilização do Orçamento do Estado para 2025 (OE2025) através a abstenção.

Pedro Nuno Santos defendeu que a negociação com o Governo, que terminou sem um acordo, permitiu “diminuir o dano que o Governo ia impor ao país”, justificando o facto de ter negociado porque, para si, seria impensável “cheques em branco” ou dar um “salvo-conduto” ao executivo de Luís Montenegro para “fazer o orçamento que quisesse”.

O líder do PS disse não duvidar de que o PS fez bem em negociar com o Governo e considerou que sem acordo os socialistas estão descomprometidos com o orçamento, “mas comprometidos com o saldo orçamental”.

Assumindo que o desafio é grande para os socialistas, Pedro Nuno Santos defendeu que o PS tem que fazer o “trabalho de oposição dura” e apresentar “uma verdadeira alternativa ao Governo”.

Viabilização do OE aprovada por unanimidade

A proposta do líder do PS, Pedro Nuno Santos, para a viabilização, através da abstenção, do Orçamento do Estado para 2025 foi aprovada por unanimidade pela Comissão Política Nacional do PS. Esta votação aconteceu no final da reunião da Comissão Política Nacional do PS, que terminou já depois das 01:30.

Ao longo cerca de quatro horas, os membros deste órgão partidário fizeram dezenas de intervenções sobre este ponto único da ordem de trabalhos, numa reunião que começou e terminou com discursos de Pedro Nuno Santos.

José Luís Carneiro, que disputou a liderança socialista com Pedro Nuno Santos, considerou que o líder do PS mostrou responsabilidade na posição sobre o orçamento e o partido foi a “solução para mais um impasse político”, disseram fontes socialistas à Lusa.

À saída da reunião foi ao presidente do PS, Carlos César, que coube falar aos jornalistas, tendo admitido que custa aos socialistas viabilizar este orçamento porque não gostam da proposta nem confiam no Governo, explicando que a decisão foi colocar o interesse nacional acima do interesse partidário.

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Hoje nas notícias: Caixa, recibos verdes e ferrovia

  • ECO
  • 22 Outubro 2024

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

A Caixa Geral de Depósitos está a transformar dezenas de agências em espaços mais pequenos, sem serviço de tesouraria principal, o que se verifica maioritariamente em concelhos do interior e nas ilhas. O número de recibos verdes passou de 286 mil em 2013 para mais de 500 mil em 2023, um aumento explicado, sobretudo, pela entrada em vigor da lei dos motoristas TVDE. Veja as notícias em destaque na imprensa nacional esta terça-feira.

Caixa Geral de Depósitos reduz serviços no interior e nas ilhas

A Caixa Geral de Depósitos (CGD) está a transformar agências que ofereciam todos os serviços em espaços mais pequenos e com menor oferta bancária, maioritariamente em concelhos do interior do país e nas ilhas. As novas mini agências, designadas Noma Smart, deixam de ter a possibilidade de os clientes levantarem e depositarem dinheiro aos balcões, tendo apenas máquinas automáticas que permitem levantamentos e depósitos de notas e de moedas, mas apenas para quem tem cartão de débito. A Comissão de Trabalhadores da CGD alerta para uma “degradação do serviço público bancário”, contabilizando já mais de 40 agências transformadas em Noma Smart ou em vias disso, um número que pode “chegar a uma centena”.

Leia a notícia completa no Público (acesso pago)

Recibos verdes quase duplicam numa década. Ganham em média 541 euros por mês

Entre 2013 e 2023, o número de trabalhadores independentes que descontam para a Segurança Social quase duplicou, passando de 286 mil para 501 mil, segundo os dados que constam do relatório complementar à proposta do Orçamento do Estado para 2025, que mostram também que recebem uma média de 541 euros por mês. Nesta década, o maior aumento aconteceu em 2019 (o primeiro ano completo de implementação da lei que regularizou os motoristas TVDE), mas a subida também é influenciada pelos trabalhadores das plataformas digitais de entregas.

Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (acesso pago)

Custo da linha ferroviária de Évora não pára de subir

Nos projetos previstos no plano Ferrovia 2020, a Infraestruturas de Portugal (IP) esperava que os investimentos no corredor internacional sul — que inclui a nova linha de Évora — somassem 620 milhões de euros. Porém, de acordo com o presidente da empresa pública, Miguel Cruz, as obras irão custar 657 milhões, um desvio “marginal” de 6% que considera “normal” devido a “coisas inesperadas que são encontradas”. Só a nova linha Évora-Elvas, a maior obra ferroviária construída nos últimos 100 anos em Portugal, o custo já aumentou em mais de 52 milhões de euros face ao que estava previsto quando as obras foram adjudicadas (de 339 milhões passou para 391 milhões).

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago)

BCE autoriza Generali a comprar 8,7% do Banco CTT. Negócio fecha este mês

O Banco Central Europeu (BCE) já deu ‘luz verde’ à Generali-Tranquilidade para adquirir 8,7% do Banco CTT (embora a autorização permita que a seguradora possa comprar uma participação de até 20%), quase dois anos após o acordo assinado entre os Correios e o grupo de seguros. O negócio será fechado até ao fim deste mês e o CEO da Generali-Tranquilidade, Pedro Carvalho, vai entrar para o Conselho de Administração do Banco CTT como não executivo, tendo já passado no fit & proper do Banco de Portugal.

Leia a notícia completa no Jornal Económico (acesso pago)

Operação Influencer é “assassina” para o investimento estrangeiro

Carlos Lobo, ex-secretário de Estado dos Assuntos Fiscais entre 2008 e 2009, considera que a Operação Influencer — a investigação judicial sobre o processo de licenciamento do centro de dados de Sines, que fez cair o Governo de António Costa — “é assassina para qualquer perceção do investidor estrangeiro”. “Quem está muito bem informado fica com medo, porque efetivamente houve ali uma agressão por parte do Estado a investidores que já estavam estabilizados”, justifica o fiscalista, defendendo que, por isso, a Autoeuropa não teria hoje hipótese de se instalar em Portugal.

Leia a entrevista completa no Observador (acesso pago)

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Enrique Cerezo elogia o trabalho dos novos profissionais na transformação do setor audiovisual em The Core School

  • Servimedia
  • 22 Outubro 2024

A Escola Core, pertencente à Planeta Formación y Universidades, deu as boas-vindas aos seus alunos do Mestrado 2024 numa cerimónia realizada no Palácio de la Prensa, em Madrid.

Nesta cerimónia o produtor cinematográfico, presidente da EGEDA (Entidad de Gestión de los Productores Audiovisuales) e presidente do Atlético de Madrid, Enrique Cerezo, apadrinhou a promoção e elogiou o trabalho dos novos profissionais na transformação do setor audiovisual.

“Ser distinguido por uma instituição como o Núcleo, que tem demonstrado desde o seu início um compromisso com a vanguarda do nosso setor audiovisual, enche-me de alegria. O trabalho do Núcleo é essencial. Com a sua valiosa contribuição, o caminho para a inovação e o progresso é encurtado”, afirmou Cerezo.

Por seu lado, Mercedes Agüero Pérez, decana da Escola Core, afirmou que “é uma honra contar com Enrique Cerezo. A sua experiência e visão do setor são uma referência para os nossos alunos, que se preparam para ser os líderes do futuro audiovisual. No The Core, estamos empenhados em oferecer uma formação que não só responda às necessidades atuais da indústria, como também fomente a criatividade, a inovação e o talento”.

O Núcleo Scholl afirmou que o evento reforça o compromisso da instituição com a inovação, “proporcionando uma formação de qualidade concebida para responder aos desafios de um setor em constante evolução”. Com este acolhimento, a escola procura não só formar os melhores profissionais, mas também fomentar a criatividade e a liderança que irão moldar o futuro do setor audiovisual.

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Porto aprova redução do IRS e mantém IMI para 2025

  • Lusa
  • 22 Outubro 2024

Assembleia Municipal do Porto aprova, por maioria, fixar em 3% o IRS e manutenção da tributação do IMI em 0,324%, com majoração em 30% para os prédios devolutos.

A Assembleia Municipal do Porto aprovou, por maioria, fixar em 3% o Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Singulares (IRS) e manter em 0,324% o Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) para 2025.

A proposta de reduzir a carga fiscal dos munícipes, através da descida de 0,5 pontos percentuais no IRS, foi aprovada por maioria, com os votos contra do BE e CDU.

Pela CDU, o deputado Rui Sá disse concordar com a posição defendida pelo presidente da câmara, Rui Moreira, até 2021 – ano em que o movimento independente celebrou um acordo de governação com o PSD –, defendendo que a receita poderia ser usada pelo município para proteger as populações mais vulneráveis.

Também a deputada Susana Constante Pereira, do BE, disse acompanhar a anterior posição do executivo, defendendo que a medida “beneficia desproporcionalmente os grandes rendimentos”.

A redução do IRS é uma das medidas que integra o acordo de governação.

Em resposta, Rui Moreira afirmou que, no seu entender, “nem o Porto, nem nenhum município deveria poder fazer reduções” na participação dos municípios no IRS, defendendo que tal não se prende com a devolução de verbas aos contribuintes, nem com o arrecadar mais receita para os municípios, mas pelo facto de “qualquer pessoa poder evocar uma morada ou outra”.

“Fizemos um acordo com o PSD, que cumpriremos”, garantiu, no entanto, o autarca.

Rui Moreira, presidente da Câmara Municipal do Porto, durante a conferência “As Políticas de Mobilidade nos Grandes Centros Urbanos” que decorreu na Biblioteca Almeida Garrett, no Porto em 15 de outubro de 2024. FERNANDO VELUDO/LUSAFERNANDO VELUDO/LUSA

Já o social-democrata Nuno Borges considerou que a medida reflete “o compromisso firme do PSD com as famílias”, não sendo “meramente um número no orçamento municipal, mas uma declaração de princípios”.

“Desde o início deste mandato e fruto do acordo de governação, conseguimos uma taxa de redução de 40% de participação no IRS”, referiu, saudando também a manutenção da taxa de IMI, sobretudo para quem detém habitação própria permanente.

A manutenção da tributação do IMI em 0,324% e a majoração em 30% para os prédios devolutos foi aprovada por maioria com o voto contra do BE, que defendeu que manter a taxa “representa perdas significativas de receitas para o município”.

Pelo PS, Agostinho Sousa Pinto congratulou o município por dar continuidade à diminuição da taxa de IRS, assim como por manter a taxa de IMI, mas exortou o executivo a identificar os imóveis devolutos que cumprem os requisitos de majoração.

Já o deputado único do PAN, Paulo Vieira de Castro, lembrou que alguns municípios do país optaram por aplicar a taxa mínima de IMI e abdicar de parte ou da totalidade do IRS, considerando, no entanto, que este é “um caminho que se está a fazer na ajuda dos cidadãos do Porto”.

Aos deputados, Rui Moreira esclareceu que 53.412 frações autónomas beneficiaram, em 2023, da taxa de IMI aplicada pelo município em habitações próprias permanentes, que se fixa em 0,27%.

Pelo movimento independente “Rui Moreira: Aqui Há Porto”, o deputado Raul Almeida defendeu a importância do município “ter um rumo que beneficia os cidadãos do Porto, usando mais equidade do que igualdade cega” em matéria de política fiscal.

A par da discussão em torno dos benefícios fiscais, a Assembleia Municipal aprovou, por maioria, fixar em 0,25% a taxa municipal de direitos de passagem para 2025. Sobre esta matéria, foram várias as criticas à “inação do regulador”.

“Ao longo dos últimos 20 anos a verba estabilizou em 80 mil euros. Recebemos 1,6 milhões de euros nos últimos 20 anos. Não consigo perceber como é que nenhuma autoridade não se preocupa relativamente a esta matéria. Devia ser um sistema limpinho”, referiu Rui Moreira.

O início da sessão, que decorreu na segunda-feira à noite, ficou ainda marcado por uma discussão em torno de um voto de pesar e condenação submetido pelo BE sobre a morte do autarca e vereadores da cidade de Nabatiyeh, no sul do Líbano.

O respetivo voto não foi abrangido a votação por decisão da Mesa da Assembleia, que entendeu que os seus considerandos se equiparavam a uma recomendação e que tal deveria ser apresentado numa futura sessão ordinária.

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Instituto Coordenadas considera a conversão do imposto sobre as empresas de energia num “disparate”

  • Servimedia
  • 22 Outubro 2024

Para o Instituto Coordenadas, a transformação do imposto sobre a energia num imposto permanente é um “disparate” e demonstra a “deriva confiscatória e populista” do Governo.

O Instituto Coordenadas considera que a conversão do imposto sobre a energia num imposto permanente é um “disparate” motivado pela “deriva confiscatória e populista” do Governo, uma decisão que, a confirmar-se, será “um golpe para os bolsos de todos os espanhóis”.

A análise “político-económica especial” do Instituto Coordenadas de Governação e Economia Aplicada para avaliar as políticas governamentais, as dinâmicas políticas e o ambiente institucional que influencia a economia espanhola indica que em julho de 2022 “era sabido que o Governo queria cobrar um imposto temporário sobre os lucros extraordinários das grandes empresas energéticas, bem como outro sobre as grandes instituições financeiras, justificado na altura pelo esforço financeiro para apoiar a economia na pandemia”.

Aponta que a desculpa para a medida foi a de que “os lucros vieram do céu para as empresas, ignorando completamente os altos investimentos que as empresas de energia têm de realizar, bem como o grau de alavancagem que têm de gerir e a complicada gestão de riscos, além da inusitada pressão regulatória”.

Para o Instituto Coordenada, “a medida é seguramente questionável” porque “impõe impostos de um dia para o outro sem outra base legal que não seja o populismo, violando princípios constitucionais e fiscais e aumentando em muito a insegurança jurídica, com a inevitável erosão da entrada de capitais na economia” e acrescenta que o Governo “critica os ‘lucros caídos do céu’ para uma operação totalmente ordinária e temporária”. Tal como as empresas energéticas foram alegadamente favorecidas pelo aumento dos preços do gás e da eletricidade na sequência da guerra na Ucrânia, e os bancos pela subida das taxas de juro, nada foi dito quando o preço da eletricidade, do gás ou do crude baixou acentuadamente, da mesma forma que se manteve o silêncio durante os seis anos em que os bancos tiveram de suportar taxas de juro negativas”.

Além disso, afirma que esta decisão penalizaria o volume de negócios, “um novo conceito fiscal, e não os lucros (o que já é mais do que discutível), penalizando assim as operações ordinárias, de uma forma que se repercute na atividade das empresas, na estabilidade dos empregos e nos resultados legítimos que milhões de acionistas esperam de uma boa gestão”. E acrescenta que “é óbvio que retira rendimento à economia, com uma punição que retira investimento e acaba por se repercutir de uma forma ou de outra nos clientes”.

Critica também os grupos da oposição “que se dizem conservadores, qualificando como uma grande diferença a necessidade de tributar os lucros e não o volume de negócios, e que não pedem a sua supressão”, entre eles o PNV, que, segundo ele, “apoia a iniciativa porque a acordou com o Executivo que apoia, apesar de a medida ter um efeito devastador em dois dos grandes contribuintes bascos: Petronor (Repsol) e Iberdrola”.

No entanto, indica que “há certas expectativas em relação à opção catalã”, em referência ao Junts, o partido liderado pelo antigo presidente da Generalitat Carles Puigdemont, porque a análise do Instituto Coordenadas diz que “é historicamente contra este tipo de medidas (não esqueçamos que, apesar de nacionalista, é um partido de cariz liberal-conservador). Já conseguiu reverter a reforma da regulamentação do arrendamento no Congresso e sabe-se que também não é a favor de prejudicar os fundos de investimento, como foi inequivocamente afirmado pela vice-presidência do Executivo. Mas ela também terá que administrar o eterno compromisso político: vetar decisões do parceiro de governo parece fazer o jogo da oposição e essas variáveis se sobrepõem ao bem comum”.

O Instituto Coordenadas salienta que “a vontade indisfarçável do Governo de tornar permanente a taxa sobre a energia mostra que se preocupa muito pouco com a transição ecológica e a competitividade de Espanha. São conceitos que despreza, apesar de uma dialética usada com eles em repetidas ocasiões, claramente sem conteúdo nem projeto. Parece haver mais uma componente de eventual vingança contra as empresas. Basta recordar a hostilidade demonstrada perante a mudança de sede da Ferrovial. Neste caso, a Repsol, que avisou várias vezes que não investirá em Espanha, ou que investirá noutros países, se a perseguição continuar. A falta de visão política é enorme”.

Acrescenta que “esta taxa energética ataca a linha de água do centro petroquímico de Tarragona. Na província catalã, a Repsol tem previstos dois grandes investimentos futuros: a Ecoplanta (800 milhões de euros de investimento) e o maior eletrolisador de Espanha em Cartagena, para produzir hidrogénio renovável (150 MW de capacidade e mais de 300 milhões de euros de investimento). Com o imposto, estes projetos não seriam realizados e a transição energética não seria possível na Catalunha, uma região que apresenta enormes défices de investimento neste domínio. Se nos perguntarmos quanto é que a transição para a descarbonização pesa no volume de negócios do setor energético, podemos chegar à conclusão de que penaliza”.

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Híbridos superam pela primeira vez carros a gasolina na Europa. Vendas de elétricos recuperam em setembro

  • Lusa
  • 22 Outubro 2024

Automóveis híbridos atingem 32,8% do mercado na Europa e ultrapassam pela primeira vez as vendas de veículos a gasolina. Dados de setembro mostram elétricos de novo a crescer após meses de declínio.

As vendas de automóveis elétricos recuperaram na Europa em setembro, após meses de declínio, mas continuam longe dos níveis esperados, indicam dados publicados esta terça-feira pelo lóbi dos fabricantes ACEA.

Após meses de declínio, os automóveis elétricos representaram 17,3% das vendas de automóveis novos na Europa, ou mais 9,8% em termos anuais, em comparação com 14,8% em setembro do ano passado.

Em particular, aumentaram na Alemanha, onde os registos tinham caído desde o fim dos bónus de compra no final do ano passado, mas também na Bélgica, em Itália e em Espanha.

No entanto, vários meses fracos travaram esta transição elétrica, ansiosamente aguardada pela indústria: as vendas de automóveis elétricos desde o início do ano foram 5,8% inferiores às dos primeiros nove meses de 2023.

“Os números de hoje mostram que ainda estamos muito longe do mercado elétrico florescente de que a Europa precisa”, comentou a diretora-geral da ACEA, Sigrid de Vries, em comunicado. “Devíamos estar a assistir a um crescimento mensal constante e substancial, especialmente nesta altura crucial do desenvolvimento desta tecnologia”, acrescentou.

Sigrid de Vries considerou que “em vez disso, a quota de mercado dos automóveis elétricos no acumulado do ano é quase 1% inferior àquela do ano passado, enquanto os volumes continuam a ser quase 6% inferiores”.

Muitos construtores avisaram, em setembro, que os resultados anuais iam ser inferiores ao previsto devido a um mercado europeu muito fraco, num contexto económico complicado e com compradores relutantes em mudar para modelos elétricos, ainda demasiado caros.

Vários construtores enfrentam multas de vários milhares de milhões de euros se não reduzirem as emissões médias de dióxido de carbono (CO2) por automóvel até ao final deste ano e, sobretudo, até 2025, principalmente através da venda de mais modelos elétricos.

Muitos construtores do setor pediram à Comissão Europeia para rever os objetivos de emissões de CO2 a curto prazo, de modo a poderem continuar a vender automóveis de combustão durante mais tempo.

Ao mesmo tempo, o outro símbolo da transição energética do mercado, os automóveis híbridos (com um motor a gasolina e uma pequena bateria elétrica que não se liga à tomada), atingiram 32,8% do mercado e ultrapassaram pela primeira vez os automóveis a gasolina (29,8% do mercado, menos 17,9%).

As vendas (+12,5%) destes modelos, que poluem ligeiramente menos do que os motores de combustão interna a 100%, mas que continuam a ser muito mais baratos do que os automóveis elétricos, dispararam em França e em Espanha.

A Toyota, pioneira da tecnologia híbrida, foi a principal beneficiária deste aumento.

Os veículos a gasóleo continuaram a cair (-23,5%) e o antigo rei dos combustíveis representa agora apenas 10,4% do mercado.

No conjunto das energias, o mercado europeu manteve-se fraco, com uma queda de 6,1% em termos homólogos, devido nomeadamente aos mercados alemão, francês e italiano.

O líder do mercado, a Volkswagen, manteve-se estável em setembro (+0,3%), enquanto o grupo Stellantis registou uma forte queda das vendas (-27,1%, -5,9% desde o início de 2024).

O grupo de 15 marcas (Abarth, Alfa Romeo, Chrysler, Citroën, Dodge, DS, Fiat, Jeep, Lancia, Maserati, Opel, Peugeot, Ram, Vauxhall e Leapmotor) declarou, em comunicado, que, apesar destas “difíceis condições de mercado, se mantém resistente e empenhado na sua estratégia a longo prazo”.

Desde o início do ano, as matrículas mantiveram-se estáveis em relação a 2023 (+0,6%), a um nível muito baixo em comparação com os anos pré-Covid 19, com quase oito milhões de veículos.

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7.000 pessoas reúnem-se esta semana no congresso de turismo TIS2024 em Sevilha

  • Servimedia
  • 22 Outubro 2024

De 23 a 25 de outubro, os profissionais do turismo vão descobrir as últimas inovações e soluções tecnológicas aplicadas às empresas e destinos turísticos no TIS2024.

O Tourism Innovation Summit 2024 (TIS) arranca amanhã em Sevilha, tornando a cidade, por mais um ano, no epicentro mundial da inovação turística. De 23 a 25 de outubro, mais de 7.000 congressistas de todo o mundo vão reunir-se em Sevilha para descobrir as soluções mais inovadoras para otimizar os seus processos, melhorar a experiência do viajante e ser mais sustentável.

A quinta edição do Tourism Innovation Summit reunirá também mais de 400 oradores e especialistas internacionais e mais de 200 empresas expositoras, com um impacto económico de mais de 20 milhões de euros para a cidade de Sevilha. Sob o lema ‘Elevating travel industry with tech’, o TIS2024 vai analisar o impacto de tecnologias como a Inteligência Artificial, Cloud, Cibersegurança, Business Intelligence, data analytics, cibersegurança, conetividade, 5G ou realidade alargada, entre outras. Apresentará também soluções que ajudam a medir o impacto ambiental, a ser mais sustentável, inclusivo e a melhorar a acessibilidade.

Por ocasião da China como País Convidado do TIS2024, o congresso contará com a presença do CEO e Vice-Presidente de Mercados Internacionais da Trip.com, Boon Sian Chai, que dará uma visão sobre como as tecnologias emergentes, como a IA e as ferramentas baseadas em dados, estão a transformar a indústria das viagens.

O jornalista de viagens Ash Bhardwaj partilhará as motivações que levam os turistas a viajar, enquanto Shaon Talukder, CEO e fundador da Geotuorist, recentemente nomeado “Top 10 Global Travel Disruptors”, abordará a necessidade de promover um turismo mais sustentável, conectado e transparente. Além disso, o caso dos Jogos Olímpicos de Paris 2024 também será discutido, explorando as lições aprendidas com o planeamento de um evento tão grande, desde a gestão de infra-estruturas à colaboração intersetorial.

Como novidade, este ano o congresso acolherá o Fórum das Regiões Turísticas Inovadoras de Espanha, no qual os conselheiros de turismo e os diretores gerais de regiões como a Andaluzia, as Ilhas Baleares, as Ilhas Canárias, Castela e Leão, a Comunidade de Madrid, a Comunidade Valenciana, La Rioja e a cidade autónoma de Melilla analisarão os desafios que os destinos turísticos enfrentam, como a sazonalidade, a gestão dos fluxos e as novas propostas de valor para atrair viajantes de longa distância.

Contará ainda com agendas especificamente desenhadas para cada perfil profissional, a par de diferentes fóruns verticais para cada segmento da indústria, desde o sector MICE, Destinos, Hotéis e Alojamento, Agências de Viagens, TTOO, Viagens de Negócios, Transportes, Actividades e até Cultura e Lazer. No total, mais de 180 sessões através das quais líderes da indústria como Eduardo Santander (European Travel Commission), Julia Simpson (WTTC), Inge Huijbrechts (Radisson Hotel Group), Thijs Koster (City of Amsterdam), Julie Gregorie (MSC Cruises), Carlos Miró (Hilton Hotels), ou Mercedes Sánchez (TripAdvisor), entre muitos outros, oferecerão uma visão abrangente do setor e das tendências, desafios e estratégias futuras em cada um dos seus segmentos.

SOLUÇÕES DISRUPTIVAS

Na área de exposição, o TIS2024 contará com mais de 200 empresas expositoras que darão a conhecer as tecnologias mais inovadoras aplicadas ao setor do turismo. É o caso dos “humanos digitais” capazes de responder a qualquer pergunta graças à IA generativa, de uma cúpula de realidade virtual imersiva que proporciona uma viagem sensorial com a qual se pode conhecer um destino turístico, de um guia avatar que interage com os turistas de forma personalizada em 95 idiomas ou de um modelo de veículo para o transporte de turistas até ao seu alojamento ou dentro dos resorts que integra sustentabilidade e tecnologia.

O TIS é um evento que conta com a colaboração da Câmara Municipal de Sevilha, da Junta da Andaluzia, do Ministério da Indústria, Comércio e Turismo e do WTTC, entre outras organizações e associações patronais do setor.

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Microsoft lança “agentes de IA” que podem ser criados pelos utilizadores

  • Lusa
  • 22 Outubro 2024

Gigante tecnológica norte-americana lança dez novos agentes autónomos para empresas, especializados em vendas, cadeia de abastecimento e até atendimento ao cliente.

A Microsoft lançou na segunda-feira novas ferramentas generativas de inteligência artificial (IA), nomeadamente para permitir que os seus clientes criem os seus próprios “agentes de IA”, assistentes digitais capazes de conversar com humanos e realizar tarefas em seu nome.

“Todas as organizações terão uma constelação de agentes – que vão desde um simples sistema de perguntas e respostas [robô conversacional] até à total autonomia”, realçou a gigante tecnológica norte-americana, em comunicado.

Desde 2023, a Microsoft, a Google e os seus concorrentes têm vindo a implementar rapidamente aplicações generativas de IA como o ChatGPT (OpenAI), que produz todos os tipos de conteúdo mediante consulta simples com linguagem do dia-a-dia. Recentemente ganharam funcionalidades, como a capacidade de interagir oralmente, interpretar imagens ou gerar vídeos.

Mas o ‘santo graal’ de Silicon Valley são os assistentes de IA, que operam utilizando um modelo de linguagem geral, mas também são ‘treinados’ num conjunto de dados específico de uma organização ou pessoa. Um agente de IA com acesso ao calendário e ao e-mail de um indivíduo pode, por exemplo, marcar consultas ou responder a convites.

A partir de novembro, as organizações interessadas poderão criar o seu próprio assistente autónomo de IA através da plataforma Copilot Studio. “Trabalharão em nome de um indivíduo, equipa ou função para executar e orquestrar processos de negócio”, detalhou a Microsoft.

Algumas empresas já testaram o Copilot Studio, como a consultora McKinsey, que desenhou um agente para “acelerar o processo de integração de novos clientes”, reduzindo assim as tarefas administrativas relacionadas em 30%, segundo a gigante do software.

A Microsoft já comercializa assistentes denominados “Copilot”, e anunciou na segunda-feira o lançamento de dez novos agentes autónomos para empresas, especializados em vendas, cadeia de abastecimento e até atendimento ao cliente. O objetivo é que os utilizadores ganhem em produtividade e, portanto, rentabilidade.

Pouco conhecidas do público em geral, estas aplicações comerciais permitem aos grupos tecnológicos justificar os seus investimentos massivos em IA generativa, porque passam a gerar receitas, ao contrário das ferramentas disponibilizadas ‘online’ ao público em geral.

A Microsoft fez uma aposta antecipada na IA generativa ao investir na OpenAI, antes do lançamento do ChatGPT.

A fabricante do Windows injetou um total de 13 mil milhões de dólares na ‘start-up’ californiana e anunciou mais de 15 mil milhões de dólares em investimentos em IA no estrangeiro este ano.

E ainda não acabou: a IA generativa requer novos servidores sofisticados e muita eletricidade, ao ponto da Microsoft, Google e Amazon assinarem contratos de fornecimento de energia nuclear.

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Caldea lança um novo tratamento duplo com óleo de abóbora para o Halloween

  • Servimedia
  • 22 Outubro 2024

O Caldea acrescentou um novo ritual de duo com óleo de abóbora ao seu menu de tratamentos para o fim de semana do feriado de Todos os Santos, em que se celebra o Halloween.

O Caldea informou esta segunda-feira que tem “tudo pronto” para estes dias que se apresentam como uma “oportunidade de evasão” para este centro de Andorra. “As reservas estão a decorrer a bom ritmo e o centro de lazer termal já tem 50% dos lugares pré-reservados”, disse.

O menu de tratamentos incorporou um novo ritual duo com óleo de abóbora, ideal para casais. Caldea propõe uma experiência de bem-estar e de intimidade na Sala Romântica, uma cabina privada equipada com uma cama balinesa sem dossel. Com uma duração de 75 minutos, a sessão decorre num ambiente íntimo, com velas perfumadas e luzes quentes e ténues para garantir um ambiente acolhedor e relaxante.

O serviço começa com um chá de boas-vindas de Aires de Andorra para reconfortar o corpo e a mente antes de iniciar o serviço que inclui 60 minutos de massagem corporal com óleo de abóbora e especiarias e mais 15 minutos de massagem facial e da cabeça. Após o tratamento, o casal pode terminar a experiência desfrutando de mais 30 minutos de privacidade nesta cabina romântica e saborear um saco de frutos secos de cortesia.

Para enriquecer a visita do cliente, o centro de lazer termal programou sessões diurnas e noturnas do espetáculo de acrobacias e danças urbanas, estreado no verão. Ao ritmo da música, dois acrobatas e um grupo de bailarinos criarão figuras à volta das luzes e dos jogos de água da Grande Lagoa. Todos aqueles que não puderam assistir ao espetáculo em agosto passado, poderão fazê-lo de 31 de outubro a 3 de novembro, às 11h40 ou às 21h40.

Paralelamente, o Caldea continuará a oferecer as Champagne Sessions, todas as sextas-feiras, a partir das 19h30, para os clientes que adquiriram o bilhete Premium, que permite o acesso a todas as instalações do centro. O entretenimento consiste em sessões de música ao vivo por um saxofonista ou canto, enquanto os visitantes desfrutam de uma taça de champanhe ou de um cocktail na água.

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5 coisas que vão marcar o dia

O Eurostat vai apresentar os dados do segundo trimestre do défice e da dívida pública na Zona Euro e na UE. Já o FMI divulga a atualização das previsões económicas mundiais.

Esta terça-feira, o Eurostat vai apresentar os dados do défice e da dívida pública na Zona Euro e na União Europeia referentes ao segundo trimestre de 2024. Já o FMI divulga a atualização das previsões económicas mundiais e ainda o Relatório de Estabilidade Financeira Global. O INE vai revelar os dados do segundo trimestre dos preços da habitação a nível local. A marcar o dia está ainda a divulgação dos números de setembro da venda de automóveis na Europa.

Eurostat apresenta números do défice e dívida pública

O Eurostat vai apresentar os dados do segundo trimestre do défice e da dívida pública na Zona Euro e na União Europeia. Portugal foi o país da Zona Euro com o défice mais baixo no primeiro trimestre, com apenas cinco Estados a registarem excedente orçamental. Já relativamente à dívida pública, Portugal foi o país da UE que registou a maior queda do rácio da dívida pública face ao PIB entre o primeiro trimestre de 2023 e o primeiro trimestre de 2024.

Quais são as previsões económicas mundiais?

O Fundo Monetário Internacional (FMI) divulga esta terça-feira a atualização das previsões económicas mundiais. Na semana passada, a diretora-geral da instituição Kristalina Georgieva destacou que o processo de desinflação está no bom caminho, mas alertou que o crescimento a médio prazo é fraco. Em setembro, os técnicos de Washington reviram em baixa de uma décima a previsão para o crescimento português para 1,9% este ano, apontando para uma taxa de 2,3% em 2025.

FMI apresenta Relatório de Estabilidade Financeira Global

O FMI divulga também esta terça-feira o Relatório de Estabilidade Financeira Global onde apresenta os riscos e vulnerabilidades do sistema financeiro em todo o mundo. Há ainda uma conferência de imprensa que contará com a presença dos responsáveis do FMI: Tobias Adrian, conselheiro financeiro e diretor do departamento de Mercados Monetários e de Capitais, Jason Wu, diretor adjunto do departamento de Mercados Monetários e de Capitais, e Caio Ferreira, chefe de divisão adjunto do departamento de Mercados Monetários e de Capitais.

INE revela preços da habitação ao nível local

O Instituto Nacional de Estatística vai revelar os dados do segundo trimestre dos preços da habitação a nível local. No primeiro trimestre do ano, o preço mediano de alojamentos familiares em Portugal foi 1.644 euros por metro quadrado, correspondendo a uma taxa de variação homóloga de 5%. O preço mediano da habitação aumentou, em relação ao período homólogo de 2023, em 19 das 26 sub-regiões NUTS III, destacando-se o Baixo Alentejo com o maior crescimento (28,5%).

Quantos automóveis novos foram vendidos em setembro na UE?

A Associação Europeia de Fabricantes de Automóveis (ACEA) vai divulgar os números de setembro da venda de automóveis. Em agosto, o mercado automóvel europeu registou uma forte queda em agosto, de 18,3% em termos homólogos, impulsionado em particular pela lentidão dos mercados alemão, francês e italiano. No entanto, desde o início de 2024, as vendas aumentaram ligeiramente (+1,4%), devido, em particular, aos mercados italiano e espanhol, com um total de quase 7,2 milhões de registos.

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Reforma legislativa e união de esforços, conclusões da reflexão sobre a luta contra o ódio no futebol profissional

  • Servimedia
  • 22 Outubro 2024

A reforma das leis e a união de forças, entre outras, são as conclusões da “Jornada de reflexão sobre as chaves para combater o discurso de ódio no futebol profissional”, organizada pela LaLiga.

A conferência, realizada em colaboração com a Comunidade de Madrid, colocou em cima da mesa diferentes propostas para sensibilizar e refletir na sociedade sobre estereótipos, preconceitos e discriminação racial e xenófoba no futebol, com representantes da política, da justiça, do desporto e dos meios de comunicação social.

O evento foi aberto por Javier Tebas, presidente da LaLiga, que salientou que “tal como organizamos a competição, assumimos a obrigação de lutar contra o ódio, os crimes racistas e intolerantes no futebol. Ainda há muito a fazer. O futebol é um ambiente de paz e de tolerância. O racismo não tem lugar na nossa sociedade e, se estivermos todos unidos, coordenados e com as estratégias corretas, acabaremos com a discriminação. Quando o conseguirmos, seremos a melhor liga do mundo e verdadeiros campeões. Trabalharemos com todas as ferramentas ao nosso dispor para que isso aconteça.

A inauguração contou também com a presença de Mariano de Paco, Ministro da Cultura, Turismo e Desporto da Comunidade de Madrid, que afirmou que “a Espanha não é um país racista e não há região mais acolhedora e inclusiva do que Madrid. A luta contra o racismo e a discriminação é uma missão urgente que temos de enfrentar em conjunto. Na Comunidade de Madrid, por exemplo, desenvolvemos políticas de prevenção no domínio do desporto desde a infância, com programas que transmitem aos desportistas mais jovens os valores da superação e do esforço para combater qualquer tipo de violência. Em suma, estamos determinados a eliminar qualquer indício de racismo ou manifestação de ódio, e a neutralizar as minorias que mancham os conceitos de trabalho de equipa, companheirismo e alegria. É uma prioridade urgente acabar com a violência dentro e fora do campo de jogo. Estou certo de que, com a ajuda e o empenhamento da grande maioria da sociedade, o conseguiremos.

DOMÍNIO JURÍDICO E LEGISLATIVO

O evento, dividido em três mesas redondas temáticas, abordou diferentes perspetivas sobre este problema latente na sociedade. A primeira delas contou com a participação de Miguel Ángel Aguilar, Procurador contra os Crimes de Ódio e Discriminação junto do Supremo Tribunal, da representante espanhola da Comissão Europeia contra o Racismo e a Tolerância (ECRI), Sara Giménez, e de Juan Carlos Gil Muñoz, Inspetor-Chefe da OND e antigo coordenador de segurança do Real Madrid e do Rayo Vallecano de Madrid, que debateram a forma de combater o racismo numa perspetiva legislativa.

Aguilar sublinhou que “embora o quadro legislativo seja bom, pode ser reformado. Pode ser feito de forma a que os comportamentos que se enquadram no artigo 510.º do Código Penal possam ser acrescentados à proibição de se aproximar e comunicar com o local do crime, também em relação às redes sociais. Uma das medidas que precisaríamos é a proibição de frequentar ambientes digitais quando esse tipo de crime é cometido por meio deles. Temos um caminho aberto neste momento nas denúncias que o Ministério Público está a fazer a este respeito, e creio que se avizinha uma mudança importante. Estamos a trabalhar nesse sentido.

Além disso, o procurador afirmou que “a reforma da lei de proteção de dados também deve ser considerada para permitir a identificação biométrica, para obter provas e para poder condenar as pessoas que praticam insultos nos estádios”. Neste contexto, Aguilar referiu que “tem de haver um pacto de Estado na luta contra os crimes de ódio para disponibilizar mais recursos ao sistema judicial, porque estamos a gerar expectativas de que as pessoas devem denunciar, mas se depois demoram anos a obter uma resposta, isso complica a ação. Precisamos de aumentar o número de juízes e procuradores para termos o número médio de juízes e procuradores que existem na União Europeia”.

Por seu lado, Sara Giménez sublinhou que “os clubes de futebol são um grande promotor de tolerância, coexistência e igualdade para este país e é importante que comecemos a torná-lo visível desde a fase de formação, com os rapazes e raparigas que jogam futebol. Temos de fazer muita prevenção e proceder a reformas jurídicas para adaptar a lei à realidade atual. Por último, Gil Muñoz sublinhou que “a LaLiga é um dos nossos melhores aliados neste domínio” e defendeu também “uma reforma legislativa”, propondo “a introdução de bilhetes nominais, a melhoria da identificação e a invisibilidade dos grupos racistas nos estádios de futebol”.

PROMOVER A MULTICULTURALIDADE

A segunda mesa redonda contou com a participação de desportistas que abordaram as chaves para a coexistência intercultural através da educação e do diálogo. Para Cindy Lima, antiga jogadora profissional de basquetebol e campeã europeia em 2013, “o racismo é mais um passo no crime de ódio. O insulto racista é muito mais profundo. Estas pessoas racistas têm construções danificadas e falta de educação. Houve uma impunidade absoluta, mas agora já não é assim no futebol, melhorou”. Neste contexto, Lima apelou a “educar, sensibilizar e atacar a raiz do problema”.

Tal como Lima, Carmen Menayo, jogadora do Atlético de Madrid, afirmou que é “muito importante educar e formar para não perder os valores que nos são incutidos” e considera o futebol “um meio de integração das pessoas”. “No balneário não importa a cultura, a religião ou o género. No entanto, penso que tudo isso é quebrado pela competição ou pelas expectativas sociais que rodeiam as pessoas, e é isso que temos de evitar”, salientou Menayo. Aauri Bokesa, ex-atleta e embaixador do programa “Desporto é Respeito” do Conselho da Europa, concordou no mesmo sentido, comentando que “é importante salientar que, se não educarmos para os valores positivos do desporto, este pode perder o seu caráter socializador. É por isso que temos de realçar todo o trabalho que está a ser feito pelas instituições, federações e clubes neste domínio”.

Marcos Senna, antigo futebolista profissional e membro do Departamento de RI do Villarreal CF, indicou que, sendo o primeiro jogador negro a ganhar um título com a seleção espanhola, “temos de ser inteligentes quando se trata de falar e lidar com casos de racismo. É um processo que tem de ser feito pouco a pouco para que todos vejam todos como iguais. Por seu lado, Fernando Morientes, antigo jogador do Real Madrid e da seleção espanhola, sublinhou a evolução do discurso sobre o racismo no futebol espanhol: “Coisas que antes eram vistas como normais e agora, felizmente, não. Era o que estava naturalizado e era visto como normal. Por essa razão, sinto a necessidade de pedir desculpa”.

O PAPEL DOS MEDIA

A jornada encerrou com uma discussão sobre o tratamento do racismo nos media, debatendo as linhas editoriais relativas a este flagelo e o impacto das opiniões expressas nas redes sociais na sociedade, com a participação de jornalistas dos principais meios de comunicação social nacionais. A este respeito, Esteban Urreiztieta, diretor-adjunto do “El Mundo”, declarou que “hoje em dia, o limiar contra o racismo nos meios de comunicação social não é o mesmo de há alguns anos. Se olharmos para os arquivos dos jornais, podemos encontrar alguns exemplos que agora, felizmente, a sociedade espanhola não aceitaria porque mudou e evoluiu para melhor”.

Estela Santos, chefe de redação do “Expansión”, abordou a perspetiva do jornalismo económico sobre as questões do racismo. Para Santos, “o posicionamento das empresas é importante. Do ponto de vista económico, os investidores e as partes interessadas têm agora uma palavra a dizer para retirar o apoio a equipas ou atletas. Neste aspeto, a LaLiga está a ter um bom desempenho na questão do racismo, porque tomou uma posição sobre o assunto. As novas gerações, que estão mais envolvidas em questões sociais, vão procurar referências e marcas que tenham o mesmo ponto de vista que elas”. Santos concluiu que “estamos melhor do que estávamos há 20 anos, mas pior do que estaremos nos próximos 20 anos”.

Nadia Tronchoni, chefe de redação da secção de desporto do El País, falou sobre a diversidade nas redações dos meios de comunicação social: “Muitas vezes as pessoas têm medo de contratar pessoas que vêm de outros sítios porque têm medo de escrever. Continua a ser difícil dar estas oportunidades e, atualmente, as redações não refletem a Espanha diversificada em que vivemos, apesar de a presença de jornalistas de outros países estar a aumentar. Temos de dar acesso a pessoas que têm uma visão diferente da vossa”. O jornalista salientou ainda que no seu meio, para evitar a utilização de linguagem inadequada em notícias que envolvam racismo ou sexismo, “temos um correspondente a quem recorremos em caso de dúvida, porque temos de interiorizar e avançar na forma como lidamos com estas questões”.

Ramón Fuentes, jornalista desportivo da Telemadrid, sublinha que “o impacto da mensagem na televisão é brutal. Não é comparável ao que se está a ler, uma vez que o que se vê tende a ter um impacto maior. Por isso, temos mais cuidado na transmissão de certas mensagens, para que sejam mais claras, mais enfáticas e não prejudiquem o espetro da sociedade que recebe a mensagem, que é cada vez mais diversificado”.

Quanto às redes sociais, Urreiztieta advertiu que “os jovens não consomem informação da forma tradicional”. Os alunos do mestrado do jornal dizem que entram nas redes sociais e consomem as notícias que os seus contactos partilham com eles. Quebram a hierarquia tradicional dos meios de comunicação social e isso é perigoso, porque tendem a partilhar o que é viral e não o que é importante”. Tronchoni, por seu lado, analisou a questão das redes sociais na perspetiva do jornalista: “Se um jornalista tem dúvidas sobre se um assunto foi bem ou mal feito, entrar nas redes sociais é como a bancada mais aterradora de um estádio. Em todo o caso, se tivermos a capacidade de decidir que o fizemos bem, isso não nos afeta”. Santos também concorda com esta opinião, afirmando que “os jornalistas não devem estar nas redes sociais por razões de saúde mental, pois são bolhas criadas pelo algoritmo com opiniões de pessoas que pensam da mesma maneira”.

LALIGA ATUA COM FIRMEZA

A LaLiga sublinhou que há anos que lidera a luta contra o racismo e o ódio no futebol e no desporto, sensibilizando, detetando e denunciando o fenómeno. Tanto a LaLiga como os seus clubes promoveram a plataforma LaLiga VS, que tem por objetivo erradicar o discurso do ódio dentro e fora dos estádios, promovendo uma sociedade respeitosa e inclusiva em todos os domínios.

Nos últimos oito anos, a LaLiga levou a cabo mais de 700 iniciativas e projetos na LaLiga EA Sports e na LaLiga Hypermotion, com o objetivo de travar o discurso de ódio, tendo como base a educação, a prevenção através de campanhas de sensibilização e a ação e denúncia de quaisquer incidentes.

Atualmente, a LaLiga não tem o poder de sancionar clubes, adeptos, treinadores ou jogadores por comportamentos de ódio, racismo, violência, etc. No entanto, utiliza todos os meios à sua disposição para pôr termo a este flagelo no futebol. Assim, desde a época 2015/2016, denuncia todos os atos de violência ocorridos dentro e fora dos estádios à Comissão Estatal contra a Violência, o Racismo, a Xenofobia e a Intolerância no Desporto, bem como ao Comité de Competição da RFEF.

Além disso, desde os infelizes insultos racistas contra o jogador do Athletic Club Iñaki Williams, a LaLiga decidiu dar um passo em frente, recorrendo diretamente aos tribunais em casos de crimes de ódio, tal como definidos no Código Penal, quer através da Procuradoria do Ódio, dos Tribunais ou das Forças e Corpos de Segurança. Criou também um canal de denúncia para que qualquer adepto possa comunicar qualquer comportamento racista que observe dentro ou fora de um estádio.

As redes sociais também desempenham um papel fundamental na sociedade atual e, por esse motivo, com o lançamento na época passada da plataforma LaLiga VS, também se apostou na criação do MOOD, uma ferramenta independente de monitorização da conversa nas redes sociais sobre desporto em Espanha, que analisa as conversas para aumentar a visibilidade e a sensibilização. Trata-se de uma ferramenta baseada em inteligência artificial que analisa todas as plataformas para mostrar as métricas registadas todos os dias. Esta ferramenta é também utilizada pelo Ministério da Inclusão, Segurança Social e Migração, através do Observatório Espanhol do Racismo e da Xenofobia (Oberaxe).

 

 

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Portugal é o 17.º país com mais patentes de origem académica na Europa

A Universidade do Porto é a líder nacional no pedido de patentes europeias, mostra um estudo da OEP. Na Europa, 5% das universidades do continente valem 50% das patentes da academia.

Portugal ocupa o 17. º lugar na Europa no ranking dos países com mais patentes de origem académica, de acordo com um relatório da Organização Europeia de Patentes (OEP), publicado esta terça-feira. As universidades portuguesas são responsáveis por 0,76% de todas as patentes académicas da Europa, resultando num total de 818 patentes europeias nas últimas duas décadas.

O relatório, baseado em dados relativos a 1.200 universidades europeias que submeteram pedidos de patente à OEP entre 2000 e 2020, mostra que Portugal tem 39 instituições que depositaram, pelo menos, um pedido de patente europeia de origem académica na OEP neste período. A Universidade do Porto detém o maior número de pedidos de patentes académicas entre as universidades portuguesas (207). Segue-se a Universidade Nova de Lisboa (155), a Universidade de Lisboa (148), a Universidade do Minho (131) e o Instituto Superior Técnico (115). As áreas da farmacêutica e biotecnologia lideram os pedidos de patentes académicas submetidos.

Um pequeno número de universidades na Europa (5% das 1.200 universidades abrangidas pelo estudo, incluindo, por exemplo, a Universidade de Grenoble Alpes, a Universidade Técnica de Munique, a Universidade de Oxford e o Instituto Federal Suíço de Tecnologia de Zurique, entre outras) é responsável por metade de todos os pedidos de patentes académicas.

As patentes académicas portuguesas representam 34,2% de todos os pedidos de patentes europeias apresentados por requerentes portugueses à Organização Europeia de Patentes, no período de 2000-2020.

França (13.777), Alemanha (12.770), Reino Unido (8.153) e Itália (2.884) lideram o número total de patentes académicas no período de 2000 a 2020, de acordo com o estudo desenvolvido através do Observatório de Patentes e Tecnologia da Organização Europeia de Patentes.

Dois terços de todos os pedidos de patentes com origem em universidades europeias nas últimas duas décadas não foram apresentados diretamente pelas próprias universidades, mas por outras entidades, sendo na sua maioria empresas, entre as quais as pequenas e médias empresas que representam 30% desses pedidos”, lê-se no relatório.

No entanto, a análise mostra que as “universidades europeias aumentaram substancialmente o número de pedidos de patente de invenção académicas, tendo a proporção aumentado de 24% de todos os pedidos de patentes académicas em 2000 para 45% em 2019, indicando uma mudança significativa na prática e na política de proteção e gestão da propriedade intelectual”.

“A Europa tem uma longa tradição de excelência académica, mas por vezes temos dificuldade em transformar a investigação em sucesso comercial”, afirmou o presidente da OEP. António Campinos realça ainda que “ao explorar o potencial inerente a uma patente, seja através da concessão de licenças, da colaboração com a indústria ou através da criação de startups, as universidades podem ampliar o seu impacto, gerando valor comercial e social”.

 

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