Há 14 empresas portuguesas destacadas no ranking de sustentabilidade da Morningstar

14 cotadas portuguesas constam na mais recente avaliação da Morningstar Sustainalytics. Mota-Engil e Galp têm as piores classificações, já a Corticeira e Navigator distinguem-se pelas melhores.

Corticeira Amorim, The Navigator Campany e Nos estão entre as 12 empresas cotadas portuguesas com um risco “baixo” de ESG no mais recente ranking da Morningstar Sustainalytics, que avalia a exposição de uma empresa aos riscos ambientais, sociais e de governança específicos do setor e sua capacidade de gestão desses riscos. Entre as portuguesas, a Mota-Engil e a Galp Energia são as que têm a pior avaliação, enquanto a Semapa surge a meio da tabela.

Em junho, foram analisadas 16 mil empresas em todo o mundo (destas, 14 eram portuguesas) que integram 42 setores, desde o setor aerospacial e defesa; automóvel; construção, energia; química e tecnologia.

Para a elaboração deste ranking foram considerados vários fatores de risco – modelo de negócio, resiliência financeira, exposição geográfica e histórico de incidentes –, cujo peso varia conforme o setor e ainda a capacidade de gestão dos mesmos. No fundo, quanto maior for o risco não gerido, mais elevada (e pior) é a pontuação neste ranking. De 0 a 10 pontos o risco da empresa é “insignificante”, de 10 a 20 o risco é “baixo”, de 20 a 30 é “médio”, de 30 a 40 “alto” e a partir dos 40 o risco torna-se “severo”.

No ranking, não existe nenhuma portuguesa a atingir o nível “severo”, no entanto, o cenário muda quando se olha para as empresas classificadas com um nível “alto” de exposição aos riscos de governança ambiental, social e corporativa. É o caso da Mota-Engil, que arrecadou uma pontuação de 34,5 pontos e da Galp Energia, classificada com 30,2 pela Morningstar Sustainalytics.

Na verdade, a maioria das empresas no setor petrolífero (do qual a Galp faz parte) registam todas avaliações semelhantes, ainda que a pontuação varie, como é o caso da Chevron, que regista uma pontuação de 35,3 pontos ou da Shell (32,4 pontos), ambas na categoria de risco “alto”. Mas há empresas a pontuar acima disso, como a Exxon Mobil (41,3 pontos, risco “severo”) ou em sentido contrário a TotalEnergies e a Repsol (25,6 pontos e 24,1 pontos, respetivamente, risco “médio).

Por seu turno, a Semapa é a única empresa portuguesa que surge com um risco “médio” de ESG, tendo sido avaliada com 24,3 pontos.

A maioria das empresas portuguesas que integram o mais recente ranking da Morningstar ocupa a categoria de risco “baixo” de ESG, com pontuações que variam entre os 19,93 pontos, da Sonae, e os 10,20 pontos, da Corticeira Amorim. Para além destas, conta-se ainda com o BCP (19,7 pontos), a EDP (18,23) e EDP Renováveis (14,63), a Jerónimo Martins (16,20), os CTT (16,12), a The Navigator Company (11,7), a REN (15,15), a Altri (14,46) e a Nos (13,91).

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Douro perde 14 mil pipas de vinho do Porto na vindima de 2024

  • Lusa
  • 25 Julho 2024

A Região Demarcada do Douro vai transformar um total de 90 mil pipas de mosto em vinho do Porto nesta vindima, menos 14 mil do que no ano anterior, decidiu hoje o conselho interprofissional da região.

O benefício de 90 mil pipas (550 litros cada) de mosto para produção de vinho do Porto foi o principal resultado do comunicado de vindima aprovado esta quinta-feira pelo conselho interprofissional do Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP), que esteve reunido no Peso da Régua, distrito de Vila Real.

“Após a análise das propostas apresentadas pela produção e pelo comércio, foi votada, por maioria, a proposta de 90 mil pipas de mosto a beneficiar durante o ano. Esta proposta resultou de uma tentativa de aproximação que, no final, não coincidiu com as propostas das duas profissões. Houve necessidade de ajuste dos valores iniciais [para] tentar minimizar o prejuízo dos agricultores num ano muito difícil”, afirmou o presidente do IVDP, Gilberto Igrejas.

A quantidade de vinho do Porto que irá resultar da próxima vindima sofre um decréscimo de 14 mil pipas relativamente a 2023, ano que o designado benefício foi fixado nas 104 mil pipas.

Para a negociação, a produção propôs 99 mil pipas de mosto, enquanto o comércio apresentou uma proposta de 81 mil pipas, menos 23 mil face a 2023 e menos 35 mil do que em 2022.

“Aquilo [que se decidiu] hoje foi, de alguma maneira, uma tentativa de aproximação que não coincidiu com os desejos da produção e do comércio. Portanto, foi o valor possível daquilo que foi a melhor aproximação”, reiterou Gilberto Igrejas.

Houve necessidade de ajuste dos valores iniciais [para] tentar minimizar o prejuízo dos agricultores num ano muito difícil.

Gilberto Igrejas

Presidente do Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP)

O benefício é a quantidade de mosto que cada viticultor pode destinar à produção de vinho do Porto e é uma importante fonte de receita dos produtores do Douro.

O valor resulta da análise multidisciplinar de vários cenários, como as vendas, os stocks das empresas ou a colheita prevista, que, de acordo com a Associação para o Desenvolvimento da Viticultura Duriense (ADVID), estará em linha com a previsão do potencial de colheita de 2023 na próxima vindima, num intervalo estimado entre as 232 mil e as 264 mil pipas.

A juntar a estes fatores, Gilberto Igrejas alertou para a redução do consumo de vinho a nível mundial, o que tem “uma repercussão direta nas exportações”, a par de “uma campanha anti-álcool que se tem centrado no vinho” e que acarreta prejuízos, em particular, para a Região Demarcada do Douro.

Para além do presidente do IVDP, que representa o Estado, o conselho interprofissional é composto pelos dois vice-presidentes e representantes da produção e do comércio distribuídos pelas duas secções especializadas (Porto e Douro).

Vinho do Porto é uma denominação de origem.

No final da reunião, o vice-presidente indicado pelo comércio, António Filipe, lamentou o facto de não ter havido um acordo entre as profissões.

O valor que tínhamos proposto de 85 mil pipas resultou da ponderação do cenário macroeconómico, das tendências do mercado, presentes e futuras, também da quantidade de stocks que o comércio tem, mas sobretudo, das intenções de compra dos nossos associados e que apontam para uma redução relevante relativamente ao ano anterior”, explicou.

Ainda assim, o comércio disse aceitar o resultado do conselho interprofissional, assegurando que irá lutar para “encontrar maneiras de tentar ultrapassar esta situação que é manifestamente muito difícil, em particular para os [agricultores] da Região Demarcada do Douro”.

O também vice-presidente Rui Paredes, indicado pela produção, afirmou que o valor do benefício é “duro” e poderá ser insuportável para os produtores durienses, que têm enfrentado uma perda de rendimento progressiva.

Os viticultores não conseguem suportar a manutenção de um preço desde 2020 [mil euros por pipa]. Há uma perda de centenas de milhões de euros durante os últimos 23 anos e, por isso, a produção decidiu chegar às 90 mil pipas. É aquilo que é possível, sabemos que corremos sempre um risco, porque não há um regulador no mercado”, vincou.

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Pharol reduz prejuízos para 230 mil euros no primeiro semestre

  • Lusa
  • 25 Julho 2024

Luís Palha da Silva lamenta que "a recuperação dos valores relativos aos instrumentos de dívida da Rio Forte" não tenha "progressos palpáveis", um cenário que irá manter-se no "curto prazo".

A Pharol registou prejuízos de 230 mil euros no primeiro semestre deste ano, uma redução de 77% face ao período homólogo, de acordo com os resultados apresentados esta quinta-feira.

Para este resultado, contribuiu “a redução em 30% dos custos operacionais, que ascenderam a 930 mil euros, e valorização e rentabilidade das carteiras de investimento e depósitos, com um ganho de 726 mil euros, representando um crescimento de 116% face a 2023″, explica a empresa no relatório e contas.

Já os capitais próprios da Pharol estabilizaram em 68,0 milhões de euros, o que representa uma redução de 168 mil euros face a dezembro de 2023 “refletindo o resultado negativo 230 mil euros no semestre, e o ganho líquido com a venda de ações da Oi no montante de 72,4 mil euros”.

Quanto ao valor contabilístico dos instrumentos de dívida de Rio Forte, em processo de falência, este “manteve-se inalterado, em 51,9 milhões de euros”.

Como aponta o presidente da empresa, Luís Palha da Silva, numa mensagem no relatório, “a recuperação dos valores relativos aos instrumentos de dívida da Rio Forte não apresentou progressos palpáveis e essa é uma realidade que, infelizmente, deverá manter-se no curto prazo, não se antevendo maior celeridade processual neste capítulo”. A Pharol (antiga PT SGPS) é um dos principais credores da Rio Forte.

O caso está relacionado com o investimento de cerca de 900 milhões de euros feito pela PT (PT SGPS e PT Finance) em títulos de dívida de curto prazo da Rio Forte, que a operadora de telecomunicações nunca recebeu devido, primeiro, às dificuldades financeiras da empresa e, depois, à falência. Isto provocou uma grave crise na operadora, que levou ao fim da fusão entre a PT e a brasileira Oi e culminou na venda da PT Portugal aos franceses da Altice.

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Pedro Nuno afirma que medidas anunciadas pelo Governo custam “dez vezes mais” do que as do PS

  • Lusa
  • 25 Julho 2024

"As medidas que o PS apresentou na AR não chegam aos 300 milhões de euros por ano", indicou Pedro Nuno, acrescentando que as medidas que o Governo anunciou ascendem a 2,9 mil milhões.

O secretário-geral do PS afirmou esta quinta-feira que as medidas que o Governo já anunciou custam “10 vezes mais” do que as que o seu partido apresentou e foram promulgadas pelo Presidente da República, rejeitando as críticas do primeiro-ministro.

Em conferência de imprensa na sede nacional do PS, em Lisboa, Pedro Nuno Santos afirmou que tem assistido “com muito interesse ao que vão dizendo os dirigentes do PSD sobre as contas” das medidas promulgadas esta terça-feira pelo Presidente da República, após o primeiro-ministro ter afirmado que terão “impacto financeiro” e desafiado o Chega e os socialistas a esclarecerem onde é que pretendem cortar para as financiarem.

“As medidas que o PS apresentou na Assembleia da República não chegam aos 300 milhões de euros por ano. É muito importante que nós tenhamos consciência disso, porque as medidas que o Governo já apresentou e anunciou – as que têm impacto orçamental conhecido – totalizam já 2,9 mil milhões de euros”, alegou o líder do PS.

Num documento distribuído pelo PS aos jornalistas, indica-se que as medidas sobre a eliminação das portagens nas ex-SCUT, a redução do IVA da eletricidade, o aumento das deduções das rendas no IRS ou o alargamento do alojamento estudantil custam 280 milhões de euros. Destas contas, ficou de fora a redução do IRS, também apresentada pelo PS e promulgada pelo Presidente.

Já medidas que foram anunciadas pelo Governo – como o IRS Jovem, a redução do IRC, o apoio à Ucrânia ou o fim da contribuição extraordinária do Alojamento Local – teriam um custo total de 2.910 milhões de euros, segundo este documento.

“Nós estamos a falar de um conjunto de medidas que totalizam dez vezes mais do que aquelas que foram apresentadas pelo PS”, reforçou o secretário-geral do PS.

Pedro Nuno Santos explicou aos jornalistas que, no valor total das medidas do PS, não contabilizou a redução do IRS – que custa cerca de 460 milhões de euros -, alegando que o seu partido só decidiu apresentar uma iniciativa sobre a matéria porque o Governo avançou com uma proposta de lei sobre a matéria que tinha “exatamente o mesmo valor”, mas que os socialistas consideravam injusta.

“Se o PS não tivesse apresentado nenhum projeto de lei, a despesa fiscal de 460 milhões de euros mantinha-se”, afirmou o secretário-geral socialista.

Já questionado se considera que o Governo deve aplicar já a descida do IRS promulgada por Marcelo Rebelo de Sousa, Pedro Nuno Santos recordou que a iniciativa “tem efeitos a partir de 1 de janeiro de 2025, para que não haja violação da norma travão”, pelo que, para que possa ter efeitos a partir de 2024, teria de “depender de uma decisão do Governo”.

“Por isso, é muito importante que os portugueses saibam que só não haverá redução do IRS em 2024 se o Governo português não quiser”, referiu, reiterando que não vê “nenhuma razão para que o Governo não reveja as tabelas de retenção na fonte já este ano e a que a redução não possa ter já reflexo em 2024”.

Interrogado ainda sobre as declarações do ministro das Infraestruturas, Miguel Pinto Luz – que considerou, esta quarta-feira, que a eliminação das portagens nas ex-SCUT é injusta, defendendo que se deviam baixar todas as portagens -, Pedro Nuno Santos disse ficar à espera “que o Governo apresente uma proposta para a redução das portagens no resto do país”.

O líder do PS disse ainda que se justifica o “tratamento diferenciado” nesta questão das portagens, salientando que não se pode “fazer de conta que a mobilidade é igual no litoral ou no interior” e que, no interior, há zonas onde “não há transporte público e o automóvel ganha uma centralidade maior”.

“Por isso, por razões de solidariedade nacional, aquela medida é uma medida justa, que faz todo o sentido, e é por isso que nós tomámo-la com muito orgulho”, frisou.

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Alterações climáticas podem matar até 14,5 milhões até 2050

  • Lusa
  • 25 Julho 2024

"As inundações representam o maior risco de mortalidade, com uma estimativa de 8,5 milhões de mortes até 2050, seguidas pelas secas (3,2 milhões) e as ondas de calor (1,6 milhões)”, indica o estudo.

As consequências das alterações climáticas como inundações, secas e ondas de calor podem causar até 14,5 milhões de mortes até 2050, indica um relatório divulgado esta quinta-feira nas vésperas do Dia Nacional da Conservação da Natureza, assinalado no domingo. Instituído em Portugal em 1998, este dia chama a atenção para a preservação do património natural, essencial para o bem-estar das pessoas e para a sustentabilidade das economias.

Elaborado pela empresa norte-americana de consultoria de gestão OIiver Wyman, em colaboração com o Fórum Económico Mundial (FEM), o estudo “Avaliação do impacto das alterações climáticas na saúde humana” analisa as consequências resultantes do aumento gradual da temperatura média do planeta na saúde pública.

“As inundações representam o maior risco de mortalidade, com uma estimativa de 8,5 milhões de mortes até 2050, seguidas pelas secas (3,2 milhões) e as ondas de calor (1,6 milhões)”, refere um comunicado de divulgação do relatório, que estima que “os custos totais dos sistemas de saúde para tratar as doenças causadas pelas mudanças climáticas ultrapassem o valor de mil milhões de euros” no mesmo ano.

Além daquelas, o estudo analisa os efeitos negativos na saúde de tempestades tropicais, incêndios florestais e o aumento do nível do mar, indicando que perto de 70% daquelas mortes acontecerão em regiões de alto risco, sobretudo no Sudeste Asiático. A Ásia é a região onde se prevê que seja maior o impacto das alterações climáticas a nível de saúde, sendo calculadas “perdas económicas de cerca de 3,2 biliões de euros”.

Em termos de perdas económicas segue-se a Europa (2,3 biliões), a América do Sul (1,9 biliões) e África (1,8 biliões de euros). Devido à falta de recursos e de equipamento médico essencial, bem como às infraestruturas inadequadas, o continente africano “encontra-se numa posição de maior vulnerabilidade face aos impactos das mudanças climáticas na saúde do que outras regiões”.

O estudo da consultora estratégica do grupo Marsh McLennan “apresenta estratégias de redução de emissões para evitar perdas económicas de até 11,5 biliões de euros até 2050”, considerando que o papel do setor privado é crucial e “deve ser incentivado pelos Governos”.

A nível de incentivos económicos diretos são referidas medidas como os “créditos fiscais, subsídios ou bolsas de investigação de apoio a iniciativas que visam mitigar os impactos das alterações climáticas”, propondo-se igualmente a criação de regulamentação “que estimule a inovação”.

“O setor público tem um outro papel, essencial na resiliência dos sistemas de saúde aos efeitos provocados pelas mudanças climáticas e meteorológicas, como a capacitação das infraestruturas”.

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Metro do Porto adjudicou segunda fase do metrobus que está dois meses atrasada

  • Lusa
  • 25 Julho 2024

"Oportunamente daremos conta dos termos do contrato", indica a transportadora.

A Metro do Porto já adjudicou a segunda fase do projeto do metrobus, que ligará a Avenida da Boavista à Anémona e que a comissão de Acompanhamento do PRR identificou como estando “ligeiramente atrasada, cerca de dois meses”.

“A segunda fase está ligeiramente atrasada, cerca de dois meses, devido às reclamações dos concorrentes, esperando-se para breve a adjudicação”, pode ler-se no relatório da Comissão Nacional de Acompanhamento do Plano de Recuperação e Resiliência (CNA-PRR), publicado na quarta-feira. Em resposta a questões da Lusa, fonte da Metro do Porto disse que “a adjudicação está efetuada”, decorrendo “as obrigatórias formalidades jurídico-contratuais para que o contrato seja assinado e enviado ao Tribunal de Contas para obtenção de visto prévio”.

“Oportunamente daremos conta dos termos do contrato”, completa a transportadora nas respostas à Lusa.

De acordo com o relatório da CNA-PRR, os dois projetos a cargo da Metro do Porto (metrobus e Linha Rubi) foram identificados no patamar ‘Necessário Acompanhamento’, o nível intermédio de execução, entre os estados ‘Crítico’ e ‘Preocupante’, pela negativa, ou ‘Concluído’ e ‘Alinhado com o Planeamento’, pela positiva.

Entre as recomendações endereçadas pela comissão estão o reforço do “acompanhamento das empreitadas em curso, de modo a antecipar qualquer risco de derrapagem”, e que “haja uma articulação célere, entre a autarquia e o Metro do Porto, para acautelar em tempo útil todas as autorizações para utilização das vias públicas, para obras”, bem como reforço da comunicação sobre o estado das obras.

No caso do metrobus, em causa está o segundo troço do serviço, no caso a ligação entre o cruzamento das avenidas da Boavista e Marechal Gomes da Costa à Praça Cidade do Salvador (conhecida como Anémona), em Matosinhos.

Quando totalmente completo, o novo serviço ligará a Casa da Música à Praça do Império (em 12 minutos) e à Anémona (em 17) e estão previstas as estações Casa da Música, Guerra Junqueiro, Bessa, Pinheiro Manso, Serralves, João de Barros e Império, no primeiro serviço, e no segundo Antunes Guimarães, Garcia de Orta, Nevogilde, Castelo do Queijo e Praça Cidade do Salvador (Anémona).

Inicialmente, o projeto do metrobus estava previsto apenas até à Praça do Império, mas como o valor da adjudicação (25 milhões de euros) ficou abaixo dos 66 milhões de euros, o Governo decidiu fazer uma extensão do serviço até à Anémona.

Os veículos do serviço serão autocarros a hidrogénio semelhantes aos do metro convencional e construídos por 29,5 milhões de euros por um consórcio que integra a CaetanoBus e a DST Solar. A obra do metrobus custará cerca de 76 milhões de euros, mais 10 milhões que o previsto inicialmente.

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Crianças protagonizam campanha de segurança rodoviária da Ascendi

  • + M
  • 25 Julho 2024

“Aprenda com quem sabe” é o mote da campanha que conta com o apoio da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária, da GNR e da PSP. A criatividade é da Bus.

Incentivar o uso do cinto de segurança nos bancos traseiros, combater a distração ao volante com o uso de telemóvel e controlar a velocidade durante a condução são os três aspetos para os quais a Ascendi, concessionária de várias autoestradas em Portugal, pretende sensibilizar os condutores, através de uma nova campanha de publicidade.

Aprenda com quem sabe” é o mote da iniciativa, que conta com o apoio da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR), da Guarda Nacional Republicana (GNR) e da Polícia de Segurança Pública (PSP) e é protagonizada por crianças. “Desafiamos todos os condutores a refletirem sobre as suas ações, através dos olhos de uma criança. É uma forma poderosa de lembrar que a segurança começa com escolhas simples, mas conscientes”, afirma citado em comunicado João Neves, responsável de segurança rodoviária da concessionária de autoestradas.

De acordo com a Ascendi, a utilização do telemóvel ao volante aumenta em quatro vezes a probabilidade de ocorrência de um acidente, provocando um aumento no tempo de reação a situações imprevistas superior ao efeito de uma taxa de álcool no sangue de 0,8 g/l. O risco de morte de um passageiro no banco traseiro reduz entre 55% e 75% com o uso do cinto de segurança e, em 2023, um em cada quatro utilizadores da rede circulou em excesso de velocidade.

Assinada pela Bus, a campanha estará presente em outdoors localizados ao longo das vias e áreas de serviço das autoestradas da rede Ascendi e redes sociais.

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Inapa avisou Parpública sobre “insolvência súbita, mas absolutamente evitável”

A administração da Inapa garante que apresentou à Parpública, desde 2020, diversas alternativas de capitalização, envolvendo sempre outros acionistas de referência.

Desde 2020 que a administração da Inapa vinha a apresentar à Parpública, o seu maior acionista, diversas alternativas de capitalização, envolvendo sempre outros acionistas de referência, não tendo encontrado disponibilidade da Parpública para participar num plano de recapitalização. Já este ano avisou para situação de “insolvência súbita, mas absolutamente evitável” e o seu impacto, na ausência de uma injeção de 12 milhões de euros para acorrer a necessidades de liquidez na Alemanha.

Num comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), os membros do Conselho de Administração da Inapa IPG – que renunciaram aos seus cargos no passado dia 21 de julho, depois da notícia de falência na Alemanha e em Portugal – começam por justificar que “esta decisão surge após repetidas tentativas infrutíferas por parte da Inapa de obter o apoio do seu principal acionista, a Parpública, para diversas soluções alternativas de reforço de capital, apesar do apoio de outros stakeholders.”

“De facto, desde início de 2020 que a administração da Inapa apresentou à Parpública, enquanto maior acionista, diversas alternativas de capitalização, envolvendo sempre outros acionistas de referência”, explica o mesmo comunicado, adiantando que “após três anos de apresentação de diversas propostas alternativas devidamente fundamentadas, não foi possível avançar com qualquer solução por indisponibilidade da Parpública, comunicada à Inapa em janeiro de 2023.”

Segundo o conselho de administração da empresa, os contactos com a Parpública, que tem cerca de 45% do capital da empresa, foram retomados este ano, “no sentido de apoiar uma restruturação da empresa, com base num empréstimo de médio e longo prazo de 15 milhões de euros. Para esta restruturação, os principais bancos da Inapa contribuiriam com uma significativa redução da dívida (haircut).”

A Inapa, diz o comunicado, alertou, ao longo deste período, “a Parpública, enquanto maior acionista, para a necessidade premente de uma solução de capitalização que permitisse à Inapa apoiar as suas operações.”

A situação, como já se sabe, viria a precipitar-se devido a uma quebra de liquidez de curto prazo na Alemanha, levando a companhia a pedir, este mês, a injeção de 12 milhões de euros, a qual foi rejeitada pelo Estado, por considerar que faltava “estratégia de recuperação” e garantia de “ressarcimento do Estado”.

“Na ausência de uma solução estrutural, e face às estritas regras sobre prazos de pagamento vigentes na Alemanha, a Inapa viu-se forçada em julho a solicitar aos seus acionistas de referência, Parpública (44,89%), Nova Expressão (10,85%) e Novobanco (6,55%), um empréstimo de muito curto prazo a ser integralmente reembolsado até outubro de 2024″, refere a administração, confirmando que “o montante global solicitado aos acionistas ascendeu a 12 milhões de euros, e seria proporcionalmente financiado pelos três principais acionistas, cabendo à Parpública 8,4 milhões de euros”, uma injeção que “era crucial para resolver a carência de tesouraria sazonal da Inapa Deutschland e assim evitar a sua insolvência.”

Apesar da confirmação agora feita por parte da administração da empresa em relação às comunicações feitas à Parpública, o ministério tutelado por Joaquim Miranda Sarmento confirmou que apenas “tomou conhecimento da situação crítica em que se encontrava a Inapa” na sequência da decisão da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) de suspender as ações da empresa, a 11 de julho.

“Após a divulgação dessas notícias, e por sua iniciativa, o Governo convocou a Parpública, responsável pela gestão da posição acionista do Estado na Inapa, para uma reunião, onde lhe foi transmitido que a Inapa havia solicitado uma injeção de 12 milhões de euros no imediato, para fazer face a necessidades de tesouraria da sua participada na Alemanha, quando estaria já em análise um outro pedido de 15 milhões de euros para reestruturar a empresa”, esclarece o Ministério das Finanças.

(Notícia atualizada às 18h58)

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Jerónimo Martins afunda 16,58% no pior dia em bolsa da sua história

Pressão do mercado polaco atira ações da retalhista alimentar para mínimos de julho de 2021 e abre a porta a onda de revisões em baixa da avaliação da empresa por parte dos analistas.

As ações da Jerónimo Martins JMT 1,15% , dona das cadeias de supermercados Pingo Doce e Biedronka, sofreram uma queda histórica de 16,58% na sessão desta quinta-feira. Foi a pior sessão desde a sua entrada na bolsa, colocando os títulos a negociar no valor mais baixo desde 5 de julho de 2021.

Este declínio abrupto (com os títulos a chegarem a cair 19,6% durante a manhã) foi desencadeado pela divulgação dos resultados do segundo trimestre, que revelaram uma significativa deterioração das margens operacionais da empresa, especialmente na operação polaca da Biedronka, onde as receitas tiveram uma contração homóloga de quase 5% – ficando acima de uma contração de 1,4% antecipada pelos analistas – e os custos aumentaram significativamente, pesando assim a margem do grupo e provocado uma contração de quase 25% no lucro.

“2024 tem sido marcado, após um ciclo inflacionário, pelos duros efeitos da combinação de uma acentuada trajetória de correção dos preços alimentares com a subida significativa dos custos”, destaca Pedro Soares dos Santos, CEO da retalhista no comunicado de resultados.

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Nota: Se está a aceder através das apps, carregue aqui para abrir o gráfico.

No segundo trimestre de 2024, o lucro líquido da Jerónimo Martins caiu 28% em comparação com o mesmo período do ano anterior, atingindo 156 milhões de euros. Este resultado reflete a pressão contínua sobre as margens, que foram severamente afetadas pela deflação dos preços dos alimentos e pelo aumento dos custos operacionais.

Sabemos que o consumidor polaco é racional e olha para os preços. Se não tivermos bons preços, perderemos clientes e depois será muito caro recuperá-los.

Ana Luisa Virginia

CFO da Jerónimo Martins

Essa realidade foi particularmente notada nas contas da Biedronka, retalhista líder do mercado polaco com vendas 2,5 vezes superior ao do seu segundo concorrente. “Os consumidores polacos estão a ser mais cautelosos com os seus gastos, dado o contexto económico incerto”, revela Ana Luísa Virginia, administradora financeira (CFO) da Jerónimo Martins, em conferência com analistas esta quinta-feira, sublinhando ainda que “a falta de dinamismo do consumo também contribuiu para a intensificação da concorrência no mercado alimentar.”

A Biedronka, que é há vários anos a principal fonte de receita da Jerónimo Martins, viu a sua margem EBITDA cair de 8,5% para 7,6% no primeiro semestre de 2024. Este declínio foi gerado pelo forte investimento da empresa em preços para manter a competitividade num mercado altamente competitivo e em deflação. “Sabemos que o consumidor polaco é racional e olha para os preços. Se não tivermos bons preços, perderemos clientes e depois será muito caro recuperá-los”, afirmou Ana Luisa Virginia aos analistas.

Oportunidade para investidores de longo prazo

As perspetivas para o resto do ano estão longe de serem animadoras. Carlos Pinto, gestor do Optimize Portugal Opportunites, que tem 9,3% da carteira investida em Jerónimo Martins (é inclusive a maior posição do fundo), antecipa que nos próximos meses possa continuar a haver uma deterioração das margens, “sendo expectável que só em meados de 2025 possa haver melhorias nesta matéria.”

Será também expectável que, nos próximos dias, os 26 analistas que acompanham as ações da Jerónimo Martins revejam em baixa as suas avaliações para empresa. Atualmente, dois terços desses analistas recomendam a “compra” ou a “forte compra” dos títulos. O preço-alvo médio das recomendações dos analistas apontam para os 22,59 euros, cerca de 39% acima do preço de fecho desta quinta-feira.

“As perspetivas que a empresa deu para o segundo semestre mostram que este continuará a ser um período desafiante, pelo que é natural que os analistas revejam as suas contas em baixa e que isso se venha a refletir no preço alvo para os próximos meses“, refere Pedro Barata, gestor do fundo GNB Portugal Ações.

A queda histórica das ações na sessão de hoje, reflete uma preocupação dos investidores com a capacidade da Jerónimo Martins em manter a rentabilidade num ambiente tão desafiante, como é atualmente o mercado polaco.

No entanto, para os investidores de longo prazo, a correção histórica de 16,58% pode ser uma oportunidade “para iniciar a construção de uma posição”, destaca Carlos Pinto, notando que as ações negoceiam com preço equivalente a 15,4 vezes os lucros por ação, que fica muito abaixo da sua média de 23,86 vezes dos últimos cinco anos. Basta notar que, a última vez que os títulos estiveram a negociar com um PER deste nível foi em meados de 2016.

Além disso, a Jerónimo Martins continua a investir na expansão e remodelação das suas lojas. Para o segundo semestre, a empresa planeia aumentar o investimento em preços na Biedronka para reforçar a sua posição competitiva, mesmo sabendo que isso continuará a pressionar as margens EBITDA.

Continuaremos a dar prioridade a fazer das nossas lojas a primeira escolha dos consumidores e a crescer vendas em volume como fatores críticos da preservação da nossa competitividade”, refere Pedro Soares dos Santos.

Pedro Barata salienta que “é sempre bom termos presente que a Jerónimo Martins é hoje, tal como era ontem, uma ótima empresa, muito bem gerida, financeiramente muito sólida e líder nos mercados onde atua” e que por isso “é natural que os investidores de longo prazo vejam esta queda, fruto de um trimestre menos conseguido, como uma oportunidade para investir na empresa a preços mais interessantes, não se importando depois de esperar para que tudo volte à normalidade.”

Porém, a queda histórica das ações na sessão desta quinta-feira reflete uma preocupação dos investidores com a capacidade da Jerónimo Martins em manter a rentabilidade num ambiente tão desafiante, como é atualmente o mercado polaco. E com a continuação da deflação alimentar e a elevada inflação de custos, a empresa enfrenta um segundo semestre igualmente difícil, onde a estratégia de investimento em preços e a eficiência operacional serão cruciais para mitigar os impactos negativos nas margens.

Notícia atualizada às 18h37 com declarações do gestor Pedro Barata.

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PS disponível para acordos à esquerda nas autárquicas

  • ECO
  • 25 Julho 2024

Pedro Nuno nota "disponibilidade" do PS para "conversar com todas as forças políticas à esquerda" e avaliar eventuais coligações autárquicas. "Disponibilidade existe, mas será tratada caso a caso".

O secretário-geral do PS acusou Carlos Moedas de ser “um mau presidente” da Câmara Municipal de Lisboa (CML) e de ter “falhado” aos munícipes. Pedro Nuno Santos não descarta eventuais coligações das “forças de esquerda” nas eleições autárquicas, marcadas para 2025.

“Em Lisboa, como em qualquer cidade, as pessoas vão aderir aos projetos que forem mais interessantes para as suas terras”, disse o secretário-geral do PS, em declarações transmitidas pela RTP3, no final da reunião com o Livre, no âmbito de eventuais futuras convergências à esquerda.

Neste contexto, Pedro Nuno Santos fez notar a “disponibilidade” do PS para “conversar com todas as forças políticas à esquerda” e avaliar eventuais coligações autárquicas. “Essa disponibilidade existe, mas será tratada caso a caso”, indicou, acrescentando que “isso pressupõe um trabalho que não está feito e que determinará a possibilidade ou não de concretizar um entendimento”, desde logo tendo em conta o “programa, as ideias para as cidades e os candidatos e candidatas”.

Não obstante, o antigo ministro das Infraestruturas defendeu que “o atual presidente da Câmara Municipal de Lisboa falhou ao longo dos últimos anos”, pelo que considera que “há todas as condições para que se consiga construir um projeto muito interessante na cidade de Lisboa” que junte “as forças de esquerda”, mas também que possa “atrair” os cidadãos de outro espetro político.

Acredito que mesmo à direita haja muita gente descontente com a execução prática do trabalho autárquico de Carlos Moedas”, afirmou Pedro Nuno Santos, que considerou que o atual autarca lisboeta “é muito hábil na comunicação, mas muito mau presidente de câmara”.

Também o porta-voz do Livre demonstrou disponibilidade para futuras coligações, de modo a “inverter o ciclo politico” e com “políticas centradas na qualidade de vida das pessoas, na justiça e na igualdade”. Ainda assim, Rui Tavares sublinhou que as “conversas precisam de ser aprofundadas”, pelo que “se vão repetir” e contar com a “mobilização dos partidos também a nível local e não só nacional”.

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Marcelo acredita que Governo vai refletir a descida do IRS já este ano

O Presidente da República reconheceu que a redução do imposto "obriga a fazer uma revisão na fonte". "Naturalmente que virá a ser regulamentado", indicou.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, acredita que o Governo vai refletir a descida do IRS nas tabelas de retenção na fonte deste ano. Depois de ter promulgado a redução do imposto, da autoria do PS e contra a vontade do Executivo, o Chefe do Estado reconhece que “isso obriga a uma revisão na fonte”, afirmou esta quinta-feira.

“Como estamos a caminho do fim do ano, naturalmente que virá a ser regulamentado e veremos os seus efeitos. É preciso regulamentar para aplicar este ano e isso compete ao Governo”, sinalizou.

De lembrar que logo após a promulgação do diploma, o primeiro-ministro, Luís Montenegro, não revelou se irá baixar já as tabelas de retenção na fonte e optou por pedir uma “clarificação” a PS e Chega sobre o que pretendiam. Em reação o líder do PS, Pedro Nuno Santos, exigiu que o Executivo repercutisse os efeitos da baixa do IRS no imediato.

Para o Chefe do Estado, “o processo é o seguinte”: “O Presidente da República promulgou, vai devolver os diplomas à Assembleia da República, o presidente da Assembleia da República assinará e fará publicar os diplomas e o Governo, a partir da publicação em jornal oficial, está em condições de ponderar a regulamentação e depois vamos ver o que significa em termos de retenção na fonte”.

Marcelo Rebelo de Sousa sinalizou ainda que, com a promulgação dos diplomas, pretendeu reforçar a “aproximação” entre Governo e PS com vista a aprovação do Orçamento do Estado para 2025 (OE2025), sublinhando que acredita na viabilização do Orçamento. “Não estou pessimista em relação ao Orçamento do Estado”, insistiu.

“Há aproximação, a aproximação faz-se nestes meses que ainda faltam, de outubro e novembro, com as várias partes, cada qual a dizer o que entende que é fundamental e a outra parte a dizer o que é preciso ceder de parte a parte. A negociação faz-se assim, primeiro no plano das ideias e depois no concreto, artigo a artigo”, defendeu.

Ao dar luz verde aos vários diplomas, entre os quais, os que estão relacionados com a descida do IRS, Marcelo reiterou que está “a criar condições para o diálogo para o Orçamento do Estado”. “Quero encontrar uma solução que permita continuar o diálogo, a concertação. Neste momento, o que importa é que 2025 seja um ano muito estável e isso implica estabilidade do Orçamento do Estado, aprovação do Orçamento do Estado e, nesse sentido que vamos trabalhar”, defendeu.

Marcelo voltou a apresentar argumentos para a necessidade de Portugal ter um Orçamento aprovado: “É tão sensato a aprovação do Orçamento do Estado, num mundo como este, imprevisível, com eleições nos EUA, com as economias europeias em crise. E, nós, que estamos direitinhos, com todas as previsões a apontar para crescimento económico e contas equilibradas, vamos agora fazer um esforçozinho para a estabilidade também chegar ao Orçamento do Estado“, vincou.

(Notícia atualizada às 18h16)

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Jovens empresários querem “pagar melhores impostos” em Portugal

Novo presidente da Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE), Carlos Carvalho, pede mudanças nas compras do Estado e defende a fiscalidade como “incentivo ao crescimento”, em vez de um “fardo”.

Carlos Carvalho, presidente da ANJE

Se as empresas e os empresários são o “motor de dinamização” da economia, o Governo deve assegurar-lhes “mais previsibilidade, estabilidade e condições de crescimento”. Sobretudo às micro, pequenas e médias empresas (PME), que “precisam de um ecossistema e ambiente mais favorável ao seu crescimento”, e aos jovens empresários que têm “o desafio extra da necessidade de financiamento e da incerteza sobre a transformação de uma ideia em real valor de negócio”.

No discurso de tomada de posse como presidente da Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE), Carlos Carvalho, que substitui Alexandre Meireles ao fim de quatro anos, como o ECO avançou em primeira mão, pediu ao Executivo que concretize as promessas de reduzir a burocracia e incentivar a inovação. E também uma “fiscalidade mais atenta às necessidades das PME portuguesas em crescimento, das startups e scaleups, incentivando por esta via o seu crescimento”.

“O talento humano é um recurso fundamental e o seu custo real faz com que muitas vezes as empresas portuguesas percam competitividade em comparação com as de outros Estados europeus. É, por isso, essencial uma fiscalidade nacional atenta e focada nas necessidades das empresas. Temos de passar a olhar a fiscalidade como um incentivo ao crescimento, em vez de sentirmos, empresários e trabalhadores, que se trata de um fardo. Queremos pagar impostos, sim; mas queremos principalmente pagar melhores impostos”, indicou.

O CEO da tecnológica portuense Adyta, que integrava a direção nacional da ANJE desde fevereiro de 2020, promete “representar com clareza os agentes de mudança que são os jovens empreendedores” e implementar um portal de transparência onde “todos poderão consultar com facilidade o que acontece na associação”, que pretende que seja “a plataforma que facilite e estimule a ligação entre investidores e os jovens empresários.

Se o Estado tem necessidade de comprar, de se modernizar e/ou de recorrer a determinados serviços, que o faça mais junto das empresas nacionais.

Carlos Carvalho

Novo presidente da ANJE

Perante Carlos Abreu Amorim, secretário de Estado Adjunto e dos Assuntos Parlamentares, e Filipe Araújo, vice-presidente da Câmara do Porto, o engenheiro de 40 anos apelou às entidades públicas para definirem políticas de procurement que incentivem a compra de produtos e serviços resultantes da inovação nacional.

“Se o Estado tem necessidade de comprar, de se modernizar e/ou de recorrer a determinados serviços, que o faça mais junto das empresas nacionais e que esse processo, no caso específico de empresas inovadoras, seja feito também com um sentido de apoio a esse crescimento”, completou.

No primeiro discurso como líder máximo da ANJE, em que terá como vice-presidentes Nuno Malheiro (diretor comercial da AMF Safety Shoes), Gonçalo Simões de Almeida (partner da KGSA) e Filipa Pinto de Carvalho (sócia fundadora da AGPC e da Here Partners) – Miguel Moreira da Silva vai comandar a Mesa da Assembleia Geral e Catarina Azevedo o Conselho Fiscal –, Carlos Carvalho disse ainda que pretende incluir os empreendedores estrangeiros, que são cada vez mais a viver em Portugal, nas atividades da associação.

Em junho, a poucas semanas da realização do evento de moda e depois de nas anteriores três edições ter recorrido a capitais próprios para concretizar o projeto, a Associação Nacional de Jovens Empresários decidiu cancelar a edição do Portugal Fashion por não ter conseguido “reunir em tempo útil todos os apoios necessários que permitiriam garantir a qualidade do evento”.

Na tomada de posse, Carlos Carvalho notou que “nem sempre é simples manter vivos eventos que se tornam tradições”, sendo importante “adaptá-los aos tempos”. “Tem sido pública a dificuldade de realização do Portugal Fashion nos últimos anos. Temos esperança e vontade de que rapidamente o evento volte a acontecer e seguramente acontecerá. Resultará do excelente trabalho de reconfiguração, reestruturação e adaptação que a direção que hoje deixa de liderar a ANJE nos deixa”, concluiu.

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