SIC vence por duas décimas mês de junho

Em mês de lançamento do Now, a CNN Portugal segue como o canal mais visto de informação, com 2,4% (menos duas décimas) e a SIC Notícias situou-se nos 1,9% (menos uma décima).

  1. A SIC recuperou em junho, com uma margem de duas décimas, o estatuto de canal mais visto do país, posição ocupada desde fevereiro pela TVI.

No mês de arranque do Euro 2024, a estação da Impresa obteve um share de 15,8% e uma audiência média de 321,5 mil telespectadores. A TVI, por seu turno, registou menos duas décimas de share e foi vista em média 318,3 mil telespectadores.

A RTP1 fechou o mês com um share de 11,9% e uma audiência média de 242,2 mil telespectadores e a RTP2 foi vista em média por 18,8 mil pessoas e obteve um share de 0,9%.

O total cabo, por seu turno, foi acompanhado em média por 792,7 mil espetadores, revela o relatório preparado pela Denstu/Carat para o +M.

Analisando por faixas horárias, a RTP1 recupera a liderança das 7h30 às 12h, no último mês ganha, por uma décima, pela TVI. A SIC mantém-se como o canal mais visto entre as 12h e as 14h e a TVI lidera das 14h às 18h. O comando passa novamente para a SIC das 18h até às 20h e, daí em diante, regressa à estação da Media Capital.

No cabo, e em mês de arranque do Now, o canal de informação da Medialivre, a liderança continua com a CMTV, que regista 5,5%, menos um ponto de share do que em maio. A CNN Portugal segue como o canal mais visto de informação, com 2,4% (menos duas décimas) e a SIC Notícias situou-se nos 1,9% (menos uma décima). A RTP3 e o Now não integram a lista dos 20 canais mais vistos do país elaborada pela Dentsu, com base em dados GFK/Caem e que tem como target os adultos com mais de 15 anos.

Star Channel, Hollywood, TVI Reality, Star Movies, Globo, SIC Mulher e e Star Life encerram o top dos 10 canais mais vistos no cabo.

No ranking dos programas mais vistos, sem surpresa encabeçado pelo Portugal X Chéquia, a SIC ocupa seis posições, a TVI outras seis e a RTP1 as restantes três. No cabo, 14 das 15 posições são preenchidas pela CMTV.

 

Nota Técnica para a produção da análise evolutiva e mensal
Dados: Yumi / Caem_TV Fonte: Mediamonitor/ GFK Análise Dentsu/Carat para o +M/ECO
Outros: Vídeo, DVD, VHS, Blu-Ray, satélite, consolas, unmatch (além dos 150 canais medidos e o time-shift com um delay de sete dias), plataforma dos operadores (vídeo clube, jogos)
Aud. Total: Percentagem de indivíduos que contactaram um canal, pelo menos uma vez.
Aud. Média: Audiência provável que contacta com o canal em qualquer momento do período respetivo.
Tempo médio despendido: Média do tempo que cada indivíduo contactado despendeu com um canal num determinado período.
Share Aud.: Percentagem de tempo que é despendido a ver um dado canal relativamente ao tempo total de visão do meio (televisão) num determinado período.

Top produzido para programas “Net” (TeleReport), com duração superior a três minutos. Audiência corresponde à média ponderada das partes do programa. Não são considerados como programas: Sorteios e Tempo de Antena.

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A “bússola” da política monetária dos bancos centrais pode estar avariada

Cláudio Borio do BIS desafia a utilidade da taxa de juro real neutra como guia da política monetária, e sugere que os bancos centrais têm um papel mais significativo na determinação das taxas de juro.

Esta quarta-feira, no último dia do Fórum anual do Banco Central Europeu, Cláudio Borio, responsável pelo departamento monetário e económico do Banco de Compensações Internacionais (BIS), apresentou uma perspetiva provocadora sobre as variáveis que influenciam a taxa de juro real de equilíbrio (ou taxa de juro natural) definida como “r*”, desafiando algumas noções convencionais.

Borio começou por questionar a utilidade do conceito da “r*” (taxa de juro real que não estimula nem contrai a atividade económica nem a inflação) como bússola para a política monetária.

Segundo o economista, “pensar sobre para onde irão as taxas de juro com base na r* provavelmente não é particularmente útil, e pelas mesmas razões que o r* não é uma bussola particularmente útil para a política monetária”.

O responsável do BIS argumentou que a relação entre a taxa de juro real de equilíbrio e os seus supostos determinantes, que pressupõe que é independente da política monetária e determinada apenas por fatores estruturais, é bastante imprecisa, tal como já havia defendido num paper de 2021. “Se permitirmos que os dados ‘falem’ e testarmos diretamente a ligação entre os chamados candidatos determinantes da r* e as taxas de juro de mercado ao longo de longos períodos, as evidências sugerem que esta ligação é muito fraca”.

Esta falta de precisão, segundo Borio, explica os intensos debates sobre onde a taxa de juro natural se encontra atualmente e para onde se dirige. “Não é surpreendente ver um debate tão acalorado sobre onde está a r* e para onde vai, dado que os fatores que explicam a r* tendem a ser muito lentos e presumivelmente mudaram muito pouco”.

Borio propôs uma abordagem alternativa para avaliar a evolução futura das taxas de juro reais. “Um lugar mais promissor para começar ao avaliar a evolução futura das taxas de juro reais é a função de reação do banco central”.

O economista argumentou que os bancos centrais desempenham um papel crucial na determinação das taxas de juro reais e que a política monetária pode ter impactos duradouros nas taxas de juro reais, que podem ser difíceis de distinguir de um impacto na própria r*. “O impacto da política monetária nas taxas de juro reais pode ser muito duradouro e dificilmente distinguível de um impacto na r*, dada a forma como o medimos”.

Esta perspetiva desafia a visão convencional de que a taxa de juro real de equilíbrio é determinada, principalmente, por fatores estruturais de longo prazo, como a demografia e a produtividade.

Borio sugere que as decisões de política monetária dos bancos centrais podem ter um papel mais significativo do que geralmente se reconhece. “No final das contas, penso que a r*, muito como a beleza, está nos olhos de quem vê”, concluiu o economista.

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Espanha deverá compensar Alqueva pela captação de água

O montante da compensação em causa será apurado após estudos técnicos que permitam quantificar melhor as quantidades captadas.

Espanha deverá pagar uma compensação à EDIA – Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva pela captação de água que tem vindo a fazer desta barragem, até ao momento, sem qualquer custo.

A indicação foi dada pela ministra do Ambiente, Maria da Graça Carvalho, após uma reunião bilateral com a congénere espanhola, a ministra Teresa Ribera. O encontro ocorreu esta quarta-feira de manhã, no Ministério do Ambiente, em Lisboa.

Há um acordo nesse sentido“, indicou a ministra do Ambiente, quando confrontada com a questão de se a EDIA será ressarcida pelo uso de água do Alqueva por Espanha. “O que está em cima da mesa é haver um acerto em relação ao que se passou e o que se está a passar na EDIA”, concretizou.

Tal como foi noticiado pela RTP, existem cerca de 40 captações espanholas no Alqueva, e cada uma gasta, por dia, o equivalente ao consumo de um casal num ano, sem haver lugar a pagamento. A RTP apurou que em causa estão mais de 40 milhões de euros.

A ministra indicou que está a ser desenvolvido um trabalho técnico entre a APA — Associação Portuguesa do Ambiente, a EDIA e as congéneres espanholas para tratar da monitorização e contabilização da água consumida, de forma a sustentar o acordo do pagamento que é devido à EDIA.

No que diz respeito à água, as ministras de Portugal e Espanha esperam fechar acordos em relação à tomada de água do Pomarão e aos caudais ecológicos do Tejo e Guadiana (para que não existam grandes oscilações de dia para dia) em setembro, a propósito da comemoração dos 25 anos da Convenção de Albufeira. De momento estão a ser realizados estudos técnicos também sobre estes assuntos para que se possam firmar os acordos com esta base técnica.

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Só 3,7% das grandes empresas em Portugal pagam a tempo aos fornecedores

Estudo mostra que as empresas de menor dimensão são mais cumpridoras do que as grandes. A média de atraso nos pagamentos é de 23,1 dias e Portugal continua a afastar-se do registo dos países europeus.

Os atrasos nos pagamentos são transversais a todas as empresas em Portugal, independentemente da dimensão. Ainda assim, a percentagem de cumpridoras é maior entre as microempresas (21,6%) e vai diminuído à medida que aumenta o tamanho da empresa, com apenas 3,7% das grandes empresas a cumprirem os prazos acordados com os fornecedores.

De acordo com os dados divulgados esta quarta-feira pela Informa D&B, que descreve um problema comum a todos os setores e a todas as regiões do país, só 18,1% das empresas portuguesas cumprem os prazos acordados com os fornecedores. Dois terços pagam com atrasos até 30 dias e em 5,5% dos casos ultrapassa os 90 dias face ao compromisso assumido.

O montante agregado por pagar aos fornecedores rondava os 68,2 mil milhões de euros no final de maio, calcula a mesma consultora, notando que “os atrasos nos pagamentos podem gerar graves constrangimentos na liquidez das empresas credoras, sobretudo nas de menor dimensão, afetando a sua disponibilidade para fazer frente aos compromissos já assumidos ou a investimentos”.

Seguindo a tendência crescente que se regista desde o final de 2022, a média de atraso nos pagamentos ascende agora a 23,1 dias. E Portugal continua a afastar-se do registo dos restantes países europeus, que tem melhorado desde a implementada da chamada diretiva de pagamentos. O diferencial é agora de 29 pontos percentuais, o maior desde, pelo menos, o início da crise do subprime em 2007.

“O comportamento de pagamento das empresas em Portugal terá necessariamente de melhorar e tem, infelizmente, uma enorme margem para o fazer. O cumprimento dos prazos acordados com os fornecedores é um dos fatores considerados nas práticas ESG (…), que terão um peso cada vez maior na avaliação das empresas, com consequências na sua reputação, no acesso a parcerias ou a financiamento e, portanto, na sua capacidade de crescimento”, aponta Teresa Cardoso de Menezes, diretora geral da Informa D&B, citada em comunicado.

Por outro lado, de acordo com o indicador de Risco Delinquency, que reflete a probabilidade de, nos próximos 12 meses, uma entidade registar um atraso de pagamentos superior a 90 dias a, pelo menos, um dos seus credores, quase 9% de empresas mostra um risco médio-alto ou elevado. Cruzando este dado com o indicador de resiliência financeira, considerando as empresas com níveis de resiliência mais baixos, a consultora identifica cerca de 41 mil empresas em Portugal com risco de atrasos significativos nos seus pagamentos aos fornecedores.

Estes dados fazem parte da 9.ª edição do estudo sobre comportamentos de pagamento das empresas, que vai ser divulgado a partir desta quarta-feira através de um conjunto de conferências em diferentes pontos do país, com o título “Programa Compromisso Pontual”, numa iniciativa promovida pela ACEGE, pela CIP, pelo IAPMEI, pela Ordem dos Contabilistas Certificados e pela Apifarma, com o apoio da Informa D&B e do banco Santander.

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Como estão os clientes a mudar a relação com os seguros

A digitalização, a localização dos clientes e as preocupações com a fraude cibernética estão a mudar a relação dos clientes com as seguradoras e mediadoras, avaliam os especialistas do setor.

Perante uma sociedade em acelerada transformação, os clientes estão a mudar a relação com os seguros, seja pela digitalização, pela localização ou preocupações com fraude cibernética. O desafio para as seguradoras e mediadoras passa por fornecer produtos e soluções centrados no cliente.

“O paradigma mudou. Já não é o foco no produto, mas sim na relação com o cliente”, ilustrou a diretora comercial da mediadora April, no segundo dia do Fórum Nacional de Seguros, que está a decorrer na Alfândega do Porto. Mónica Nicolau ressalva que “esta relação com o cliente implica investimentos grandes, plataformas digitais e um grande know-how das equipas”.

A responsável comercial da April, que é a segunda maior corretora francesa com um volume de negócios de 630 milhões de euros e 15 mil mediadores associados, assinalou que “o consumidor de seguros mudou e as seguradoras têm de se adaptar a esta realidade“, essencialmente devido ao mundo digital.

Com os ciberataques a tornarem-se cada vez mais frequentes e uma ameaça para as empresas, durante a mesma conferência na cidade Invicta, o porta-voz da Innovarisk chamou à atenção para a necessidade de as empresas se protegerem a si e aos seus clientes através de seguros como o Cyber.

“As pessoas estão conscientes de que existem os hackers e que atacam os sistemas, mas ninguém sabe como funciona uma apólice de cyber”, afirma Rui Ferraz, diretor comercial da Innovarisk, explicando que este tipo de seguros servem para “defender a empresa e os clientes quando os funcionários carregam num link que não devem”.

“As pessoas estão conscientes de que existem os hackers e que atacam os sistemas, mas ninguém sabe como funciona uma apólice de cyber.

Rui Ferraz

Diretor comercial da Innovarisk

Rui Ferraz, diretor comercial da Innovarisk, considera que “os seguros (de pacote) não estão adaptados à realidade do cliente e à área de negócio porque estão feitos para a generalidade do cliente e não especificamente para um nicho que a companhia não está preparada para trabalhar.

Para a Mudey, uma plataforma portuguesa de mediação de seguros 100% digital, o “ser convencional ou ser digital é a forma como se fazem as coisas, mas não perde a essência do que a mediação tem de extraordinário, que é a relação e a proximidade com o cliente”.

Ana Teixeira, cofundadora e CEO da Mudey, considerou que, apesar de a plataforma ser totalmente digitais, “não se perde a relação com o cliente”. Pelo contrário, acrescentou, consegue ter “uma proximidade muito grande com o cliente e uma maior agilidade”.

A CEO da Mudey considerou que, mesmo sem presença física, a “proximidade deve ser suportada e sustentada em tecnologia e digitalização”. Ana Teixeira insistiu que a “presença física do mediador é muito importante e valorizada pelo cliente, mas não significa que esse mediador convencional não use ferramentas inovadoras e tecnológicas para prestar o serviço ao cliente”.

Ao contrário da Mudey, a SegUp, mediadora multimarca sediada em Braga e que se tornou corretora de seguros, tem a ambição de estar presente em todas as capitais de distrito. Com presença em Braga, Barcelos, Famalicão, Póvoa de Lanhoso e Lisboa, pretende impulsionar a estratégia de expansão nacional.

“Tentamos sempre marcar presença física nas zonas geográficas onde temos alguma representatividade de mediação e para dar apoio e valor aos nossos clientes e mediadores”, afirmou o diretor comercial da SegUp no segundo dia do Fórum Nacional de Seguros.

Durante o painel realizado esta manhã, Diogo Oliveira salientou ainda que “os clientes são muito diferentes em função da região”. Exemplificando que há localidades onde a empresa consegue “trabalhar mais o digital”, enquanto noutras geografias, em regra mais pequenas e envelhecidas, os clientes preferem o contacto físico.

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Euribor desce a três meses e sobe a seis e a 12 meses

  • Lusa
  • 3 Julho 2024

A taxa Euribor desceu esta quarta-feira a três meses e subiu a seis e a 12 meses face a terça-feira.

A taxa Euribor desceu esta quarta-feira a três meses e subiu a seis e a 12 meses face a terça-feira. Com estas alterações, as Euribor continuaram em valores muito próximos, mas a taxa a três meses, que avançou para 3,705%, manteve-se acima da taxa a seis meses (3,678%) e da taxa a 12 meses (3,596%).

  • A taxa Euribor a seis meses, que passou em janeiro a ser a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável e que esteve acima de 4% entre 14 de setembro e 1 de dezembro, avançou esta quarta-feira para 3,678%, mais 0,002 pontos, depois de ter atingido 4,143% em 18 de outubro, um máximo desde novembro de 2008.
  • No prazo de 12 meses, a taxa Euribor, que esteve acima de 4% entre 16 de junho e 29 de novembro, avançou esta quarta-feira para 3,596%, mais 0,007 pontos do que na sessão anterior, contra o máximo desde novembro de 2008, de 4,228%, registado em 29 de setembro.
  • Em sentido contrário, a Euribor a três meses baixou, ao ser fixada em 3,705%, menos 0,009 pontos, depois de em 19 de outubro, ter subido para 4,002%, um máximo desde novembro de 2008.

Dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a abril apontam a Euribor a seis meses como a mais utilizada, representando 37,5% do ‘stock’ de empréstimos para a habitação própria permanente com taxa variável. Os mesmos dados indicam que a Euribor a 12 e a três meses representava 34,1% e 25%, respetivamente.

Em sentido contrário, a Euribor a três meses baixou, ao ser fixada em 3,705%, menos 0,009 pontos, depois de em 19 de outubro, ter subido para 4,002%, um máximo desde novembro de 2008. A média da Euribor em junho desceu a três, a seis e a 12 meses, mas mais acentuadamente do que em maio e nos prazos mais curtos.

A média da Euribor em junho baixou 0,088 pontos para 3,725% a três meses (contra 3,813% em maio), 0,072 pontos para 3,715% a seis meses (contra 3,787%) e 0,031 pontos para 3,650% a 12 meses (contra 3,681%).

O BCE desceu em 06 de junho as taxas de juro diretoras em 25 pontos base, depois de as ter mantido no nível mais alto desde 2001 em cinco reuniões e de ter efetuado 10 aumentos desde 21 de julho de 2022. A próxima reunião de política monetária do BCE realiza-se em 18 de julho.

Esta descida das taxas diretoras deverá provocar um recuo a um ritmo moderado das taxas Euribor e assim baixar a prestação do crédito à habitação. Os analistas antecipam que as taxas Euribor cheguem ao final do ano em torno de 3%. As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da Zona Euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

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Ibéria une-se para angariar fundos para a água e para tornar interconexões energéticas tema europeu

O Banco Europeu de Investimento é uma nova fonte de financiamento que os Governos de Portugal e Espanha têm em vista para o problema ibérico da escassez de água.

A ministra do Ambiente e da Energia, Maria da Graça Carvalho, avançou que Portugal vai unir-se a Espanha num esforço conjunto para angariar mais financiamento para o setor da água, em particular junto do Banco Europeu de Investimento (BEI). Além desta aliança, os dois governos também deverão unir-se para colocar o tema da interconexão elétrica e através de gasoduto entre Espanha e França como um tema ibérico, de forma a acelerar esta questão e ultrapassar o bloqueio por parte de França.

O anúncio foi feito após uma reunião bilateral, que juntou a ministra do Ambiente e Energia, Maria da Graça Carvalho, e a ministra da Transição Ecológica e do Desafio Demográfico de Espanha, Teresa Ribera, para discutirem temas como o ambiente, a gestão hídrica e energia.

Espanha tem um financiamento de mil milhões no Plano de Recuperação e Resiliência para a água. “Infelizmente, nós não temos esse financiamento”, lamentou a ministra, apontando para o montante em torno de 200 milhões que coube ao Algarve. “Para fazer face a esta falta de financiamento, vamos olhar para outros fundos europeus, para outros fundos em geral, e uma das possibilidades é o Banco Europeu de Investimento, para o qual, para projetos conjuntos com a Espanha, poderá ser muito interessante um esforço conjunto de aproximação“, considerou.

Juntamente com Espanha esperamos ter alguns projetos conjuntos infraestruturas da água“, explicou a ministra, indicando, à margem, que depois de trabalhar a questão da eficiência hídrica e avançar com retenções em pequenas ribeirs, um dos alvos do novo financiamento pode ser uma segunda dessalinizadora, na costa atlântica do Alentejo.

Pelo contrário, “não somos apologistas de grandes transvases“, pelo que estes não são uma solução em cima da mesa, indicou a ministra portuguesa, em nome de ambas as governantes.

Já em relação às interconexões entre a Península Ibérica e França, “é muito importante para países do norte e centro da Europa que estas questões sejam uma realidade. Senão, não temos um mercado europeu, é um mercado sem Península Ibérica“, afirmou a ministra portuguesa. Já Teresa Ribera reforçou que este é um assunto “a que as instituições europeias devem tomar mais atenção. É importante que mantenhamos essa posição”.

(Notícia atualizada pela última vez às 13:29)

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Bruxelas aprova com condições compra da companhia aérea italiana ITA pela Lufthansa

  • Lusa
  • 3 Julho 2024

Bruxelas aprovou a compra de 41% da companhia aérea ITA Airways pela Lufthansa, mas sujeita ao cumprimento de 'remédios' por temer restrições à concorrência e preços mais altos.

A Comissão Europeia aprovou esta quarta-feira a compra de 41% da companhia aérea italiana de bandeira ITA Airways pelo grupo de aviação alemão Lufthansa, mas sujeita ao cumprimento de ‘remédios’ por temer restrições à concorrência e preços mais altos.

Em comunicado divulgado esta quarta-feira, o executivo comunitário dá conta de que aprovou, ao abrigo das regras da União Europeia (UE) para fusões, a aquisição conjunta da ITA Airways pela Lufthansa e pelo Ministério da Economia e das Finanças de Itália, sendo que o Governo italiano detém a totalidade da transportadora e vai alienar uma parte (41%) ao grupo alemão.

Bruxelas vinca que “a aprovação está condicionada ao cumprimento integral das medidas corretivas propostas pela Lufthansa e pelo Ministério da Economia e das Finanças“, assentando elas no acesso das companhias concorrentes às rotas de curta e longa distância através de acordos e na cedência de ‘slots’ (faixas horárias para descolagem e aterragem) no aeroporto de Milão Linate.

A aprovação surge depois de, em março passado, o executivo comunitário ter indicado, a título preliminar, que o negócio poderia restringir a concorrência em determinadas rotas (de curto e longo curso) no mercado dos serviços de transporte aéreo de passageiros com origem e destino em Itália, situação que poderia levar a um aumento dos preços ou uma diminuição da qualidade dos serviços.

Antes, em janeiro passado, Bruxelas deu início a uma investigação aprofundada à compra. Foi para evitar este cenário que a Comissão Europeia impôs estes ‘remédios’, argumentando na nota divulgada esta quarta-feira que “a Lufthansa e a ITA exploram uma vasta rede de rotas a partir dos seus respetivos aeroportos centrais na Áustria, Bélgica, Alemanha, Suíça e Itália”.

A instituição argumenta ainda que, “embora a ITA apresente atualmente bons resultados, a sua sustentabilidade a longo prazo enquanto transportadora autónoma continuaria a ser muito incerta na ausência da operação”, daí a ‘luz verde’ à transação.

Bruxelas foi notificada sobre o negócio em novembro passado, que assenta na aquisição pela Lufthansa de uma participação de 41% na ITA por 325 milhões de euros, com o restante a dizer respeito à participação do Estado italiano.

Criada em outubro de 2020, a companhia área italiana de bandeira ITA veio suceder à Alitalia, que encerrou após mais de 70 anos de atividade e depois de várias tentativas falhadas de tornar a empresa lucrativa.

À semelhança da antecessora, a ITA é de momento detida na totalidade pelo Governo italiano através do seu Ministério da Economia e das Finanças. Numa altura em que o Governo português já anunciou a intenção de privatizar pelo menos 51% da TAP, a companhia área alemã Lufthansa foi uma das transportadoras que manifestou interesse no negócio.

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Consórcio da Mota-Engil entregou única proposta firme para concurso da Alta Velocidade

Além da Mota-Engil, foi entregue uma segunda proposta para a construção e gestão do primeiro troço da linha de Alta Velocidade Porto - Lisboa, mas que não é vista como firme.

O concurso público internacional para a construção e gestão do primeiro troço da linha de Alta Velocidade Porto – Lisboa recebeu apenas uma proposta firme apresentada pelo consórcio que integra a Mota-Engil, apurou o ECO junto de fonte conhecedora do processo. O ECO sabe também que existiu uma segunda proposta, com apenas duas páginas, entregue por uma empresa portuguesa, cuja identidade não foi possível apurar.

O prazo para a entrega de propostas terminou na terça-feira e foram abertas esta manhã pelo júri. A Mota-Engil entregou uma “candidatura”, como avançou o Jornal de Negócios, que inclui ainda a Teixeira Duarte, Casais, Gabriel Couto, Alves Ribeiro e Conduril. O ECO apurou que foi a única proposta completa apresentada. O júri terá agora de validar as propostas, sendo que a segunda foi entregue apenas com duas páginas.

Já após a publicação deste artigo, o Ministério das Infraestruturas e Habitação confirmou a receção das duas candidaturas. “A Infraestruturas de Portugal comunicou ao Ministério das Infraestruturas e Habitação que rececionou as duas propostas ao Concurso Público com Publicidade Internacional para a Concessão da Linha Ferroviária de Alta Velocidade entre Porto (Campanhã) e Oiã, que integra a primeira de três fases da nova Ligação Porto – Lisboa, uma vez concluído o prazo de entrega”, revela em comunicado o ministério liderado por Miguel Pinto Luz, sem no entanto avançar quais as empresas evolvidas nestas propostas. “Caberá agora ao Júri do Concurso proceder à análise das propostas apresentadas pelos concorrentes, de acordo com o Programa do Procedimento”, acrescenta a mesma nota.

O número de propostas apresentadas ficou aquém das expectativas iniciais, que apontavam para cinco ou seis consórcios. Um dos motivos é o “preço apertado” que a Infraestruturas de Portugal estabeleceu para o concurso público, como qualificou ao ECO uma fonte envolvida no processo. A concentração de um grande número de construtoras portuguesas num só consórcio também limitou o aparecimento de mais candidatos. Ao que o ECO apurou, houve empresas de várias geografias que acabaram por recuar por falta de um parceiro local.

Este primeiro troço, entre o Porto e Oiã, no distrito de Aveiro, tem um total de 71 km. É considerado o mais complexo, já que inclui 11,6 km em túnel e 20,2 km em pontes e viadutos, a modernização da estação da Campanhã, a construção de uma nova estação em Vila Nova de Gaia e uma nova travessia rodoferroviária sobre o Douro.

O concurso prevê a conceção, construção, manutenção e gestão da linha em regime de Parceria Público-Privada, por um período de 30 anos. O valor base limite é de 1,66 mil milhões de euros, a que acrescem 480 milhões em fundos comunitários. Ou seja, pode chegar a 2.,14 mil milhões. Na avaliação das propostas, ficou definido um peso de 70% para preço e de 30% para a qualidade técnica do projeto apresentado.

A empresa pública responsável pela gestão da rede rodoviária e ferroviária está já a avançar com o segundo concurso, para o troço entre Oiã e Soure, com um valor estimado de 1.751 milhões de euros, tendo publicado há cerca de um mês as peças técnicas no Jornal Oficial da União Europeia. O lançamento está previsto para 15 de julho.

Quando estiver concluída, a linha ferroviária de Alta Velocidade vai permitir viajar entre o Porto e Lisboa em 1h15, menos de metade das atuais 2h49. A obra será feita em três fases. A primeira compreende dois troços: Campanhã (Porto) – Oiã (Aveiro) e Oiã – Soure, e deverá estar concluída até ao final de 2030, segundo o cronograma da Infraestruturas de Portugal. A segunda ligará Soure ao Carregado (2032) e a terceira o Carregado à estação do Oriente, em Lisboa, ainda sem prazo definido.

Para ajudar a financiar o projeto, Portugal apresentou uma candidatura para receber 729 milhões de euros em fundos europeus do Mecanismo Interligar a Europa, só para a primeira fase. O Banco Europeu de Investimento aprovou no final de junho novos financiamentos, onde se inclui uma soma de até 3.000 milhões de euros para a Alta Velocidade ferroviária em Portugal.

Está ainda prevista a construção da linha de Alta Velocidade Porto – Vigo, com novas estações no Aeroporto Francisco Sá Carneiro, Braga e Valença. O arranque da construção está previsto para 2027. Quando estiver concluída, a ligação à capital da Galiza passará a ser feita em 50 minutos.

Em maio, o Governo anunciou o relançamento do projeto para a ligação entre Lisboa e Madrid, onde se inclui a terceira travessia do Tejo. A obra só deverá estar concluída em 2034 e tem um custo global estimado de 3,9 mil milhões de euros.

Nota: Notícia atualizada às 13;38 com nota do Ministério das Infraestruturas

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Avião gerador de energia, triagem AI de cereais e biorreatores de plástico reciclado vencem ClimateLaunchPad

Os três vencedores nacionais da competição de cleantech irão representar Portugal na final regional e recebem prémios atribuídos pelos parceiros do programa avaliados em dez mil euros.

Vencedores ClimateLaunchpad

Um dispositivo aéreo de produção de eletricidade, uma solução que usa a IA para fazer triagem de cereais e biorreatores criados a partir de plástico reciclado são os vencedores da final nacional do ClimateLaunchPad 2024, competição de cleantech organizada em Portugal pela Uptec, Ordem dos Engenheiros – Região Norte (OERN) e pelo Fórum Oceano/Hub Azul. A Upwind, a Seedsight e a ChainReactor são as startups que vão representar Portugal na final regional da competição a decorrer em outubro.

A Upwind, a primeira classificada, tem um gerador portátil para a produção de eletricidade com base na energia eólica, uma “alternativa ecológica que não necessita de reabastecimento e apresenta uma grande economia de custos (cerca de 83% de redução)”, informa a Uptec em comunicado.

A segunda classificada, a Seedsight, “tem uma plataforma capaz de validar informações de caracterização de cereais via análises online biomoleculares e biofísicas de baixo custo em larga escala, usando tecnologias blockchain, deep learning, AI e sensores óticos”. A startup foi recentemente incluída no top 11 mundial da revista Nature.

A DAM – ChainReactor, utiliza “energia renovável para alimentar impressoras 3D modulares que utilizam biomateriais ou filamentos de plástico reciclado para imprimir biorreatores de alta qualidade, económicos e personalizáveis”, tendo a solução fechado o top 3.

Foi ainda atribuída uma menção honrosa à Mermaid’s Cellar que “utiliza recifes artificiais para o envelhecimento de vinho debaixo de água, em zonas costeiras ou cavernas submarinas”.

Os três vencedores nacionais, irão representar Portugal na final regional da competição — a semi-final decorre a 7 de outubro (13h00 – 15h00 CEST) e a final regional a 14 de outubro (13h00 – 15h15 CEST), ambas em formato online — podem usufruir durante quatro meses de incubação gratuita na Uptec, além de mentoria, formação e outros prémios atribuídos pelos parceiros do programa avaliados em dez mil euros.

A Farm Akademy – um “programa de literacia agrícola que pretende ter um impacto direto nos jovens estudantes que vivem em municípios rurais” –, a PhosTech – “produção de estruvite, um fertilizante sustentável a partir de efluentes agroindustriais, com possibilidade de serviços de teste de solo, caracterização de efluentes, ou produção de água oxigenada para rega” –, e a Susplus – “um sistema que recolhe e organiza os dados para a sustentabilidade das operações e produtos de PME na categoria de moda, de modo a cumprir a Diretiva da União Europeia relativa aos relatórios de sustentabilidade e ESG” — estiveram igualmente a concurso nesta edição da competição.

Desde o início desta competição, em 2014, já se candidataram ao ClimateLaunchpad quase 15 mil ideias de negócio de 60 países de todo o mundo. As cinco mil empresas que passaram no programa já receberam mais de 500 milhões de euros em investimento externo.

Desde 2016, altura em que passou também a decorrer em Portugal, o programa já recebeu mais de 150 candidaturas, apoiou mais de 80 equipas e mais de 150 participantes. Portugal conta também com três vencedores internacionais – Pavnext, Eco2blocks e Mudatuga, e as distinções da Windcredible e da Build.ing, que chegaram ambas à final regional.

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Como a inovação ecológica pode salvar a produtividade na Zona Euro

No Fórum do BCE, a inovação verde e a inteligência artificial são apresentados como oportunidades para impulsionar a produtividade da Zona Euro que tem definhado desde 1995.

A produtividade na Zona Euro tem sido um tema recorrente nas discussões sobre a competitividade dos países do euro. Num estudo apresentado esta quarta-feira no Fórum do BCE pelo economista Antonin Bergeaud, foi traçado um panorama detalhado sobre a evolução da produtividade europeia nas últimas décadas, destacando desafios e oportunidades para o futuro.

“Quando pensamos no crescimento no muito longo prazo, podemos ter em mente este número: 2,1%. Esta é a média de crescimento do PIB per capita na área do euro”, afirmou Bergeaud, professor da HEC Paris, no início da sua apresentação. No entanto, ao contrário dos EUA, onde este crescimento foi estável ao longo do tempo, na Zona Euro, a maioria destes ganhos concentrou-se num período de três décadas após a Segunda Guerra Mundial.

O economista sublinhou que, desde 1995, o crescimento médio do PIB per capita na área do euro tem sido de apenas 1,1%, caindo para 0,7% desde 2004. “Isto tem sido um desafio para as políticas públicas e monetárias”, observou Bergeaud.

Se pensarmos que a inovação verde é um bloco importante na transição verde, e eu certamente acredito que é, há uma luz no fundo do túnel para a Europa, que é um líder claro na produção de tecnologias verdes.

Antonin Bergeaud

Professor da HEC Paris

Bergeaud fez uma comparação entre a Zona Euro e os EUA em termos de adoção de tecnologias. “A Europa aumentou significativamente a sua produtividade total dos fatores, apoiando-se em dois fatores importantes: uma população muito educada em relação a outras regiões e a adoção massiva de tecnologias dos EUA”, explicou.

No entanto, após 1970, a Europa começou a ficar para trás relativamente aos EUA em termos de produtividade total dos fatores, revela o paper “The past, present and future of European productivity” do professor da HEC Paris. Bergeaud argumenta que isto se deve, em parte, à falta de uma política de Investigação e Investigação e Desenvolvimento (I&D) coordenada que permitisse à Zona Euro acompanhar as inovações que melhoram a produtividade.

O economista também destacou o papel crucial da inovação verde para o futuro da produtividade europeia. “Se pensarmos que a inovação verde é um bloco importante na transição verde, e eu certamente acredito que é, há uma luz no fundo do túnel para a Europa, que é um líder claro na produção de tecnologias verdes”, afirmou.

Olhando para o futuro, Bergeaud enfatizou ainda a importância da inteligência artificial para o crescimento da produtividade. Segundo as suas estimativas, a inteligência artificial poderá gerar um aumento cumulativo de três pontos percentuais na produtividade da Zona Euro nos próximos três anos.

No entanto, o professor e investigador alerta que “isto é apenas o canal de automação” e que os maiores ganhos virão da capacidade de usar a inteligência artificial para produzir novos bens e serviços.

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Stock da dívida das empresas públicas caiu 10% em 2023. É tão grande como o PRR

Stock global da dívida das empresas do setor empresarial do Estado caiu em 2023 para 22,2 mil milhões de euros, contudo comportamento não foi uniforme entre as várias categorias de empresas.

O stock global de dívida das empresas públicas caiu 9,9% em 2023 face a 2022, para 22.150 milhões de euros, de acordo com um relatório da Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) entregue esta quarta-feira no Parlamento. Um valor tão grande como o Plano de Recuperação e Resiliência (22,2 mil milhões de euros).

A unidade coordenada por Rui Nuno Baleiras destaca que a redução do stock da dívida das empresas que integram o setor empresarial do Estado (126 empresas de um total de 142 empresas públicas) “reduziu-se significativamente” no ano passado. Contudo, o resultado não foi uniforme, devido a contributos diferenciados das várias categorias de empresas.

Os maiores contributos para a redução registada no stock global de dívida tiveram origem nas empresas públicas não financeiras, com uma queda de 2.662 milhões de euros (-11,2% face a 2022), e nas empresas públicas reclassificadas, com um recuo de 2.482 milhões de euros (-11,7% face ao ano anterior).

Dívida das empresas públicas não financeiras caiu 11,2%, enquanto a das empresas públicas financeiras subiu 24,5%

A UTAO destaca que o comportamento destas empresas foi em sentido contrário ao ocorrido entre as empresas públicas financeiras e as empresas públicas não reclassificadas (empresas cuja produção é considerada mercantil), já que aumentaram o stock da dívida em 225 milhões de euros (+24,5%) e 44 milhões de euros (+1,3%), respetivamente.

Em 2023, o stock da dívida das empresas públicas não financeiras ascendeu, assim, a 21.008 milhões de euros, das empresas públicas financeiras a 1.142 milhões de euros, das empresas reclassificadas a 18.688 milhões de euros e das empresas não reclassificadas 3.463 milhões de euros.

Fonte: Relatório da Unidade Técnica de Apoio Orçamental

Lucros das empresas públicas sobe mais de 1.200%

Os lucros das empresas públicas dispararam 1.272% em 2023, face ao ano anterior, passando de 55 milhões de euros para 755 milhões de euros. A análise da UTAO destaca, contudo, que a evolução não foi homogénea entre os vários subconjuntos do setor empresarial do Estado.

As empresas públicas financeiras (sete de um total de dez) registaram resultados líquidos superiores aos alcançados por estas empresas no ano anterior, com uma subida de 890 milhões de euros, para 1.212 milhões de euros, tendo o EBITDA (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) melhorado 532 milhões de euros, para 1.880 milhões de euros.

Por seu lado, as empresas públicas não financeiras aumentaram o EBITDA, em 48 milhões de euros, totalizando 893 milhões de euros, e de forma um pouco mais expressiva, os resultados líquidos, em 169 milhões de euros, totalizando prejuízos de 456 milhões de euros) mantendo-se este indicador ainda em valores negativos para este subconjunto de empresas.

Já as empresas públicas reclassificadas aumentaram os EBITDA em 56 milhões de euros e os resultados líquidos em 123 milhões de euros, ainda que o nível de resultados líquidos se mantenha negativo em 843 milhões de euros. Por fim, as empresas públicas não reclassificadas registaram uma melhoria nos EBITDA de 883 milhões de euros e nos resultados líquidos de 577 milhões de euros, ascendendo a 1.598 milhões de euros.

(Notícia atualizada às 11h58)

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