Turistas americanos ajudam Vila Galé a lucrar mais 5% em 2024

O mercado norte-americano foi o que mais cresceu (30%) no grupo hoteleiro durante o ano passado, seguindo-se o canadiano e o alemão. As receitas em Portugal aumentaram 9% para 172 milhões de euros.

O grupo Vila Galé teve lucros de aproximadamente 105 milhões de euros no ano passado, o que representa um aumento de 5% em relação a 2023. O resultado líquido da empresa ainda não está fechado, mas é a previsão da gestão apresentada esta terça-feira. Já as receitas em Portugal cresceram 9%, em termos homólogos, para 172 milhões de euros.

O crescimento do grupo, onde 45% do negócio se deve aos portugueses, teve um novo impulsor em 2024: o mercado norte-americano, que foi o que mais valorizou ao nível das receitas (+30%). Seguiu-se logo depois o Canadá (+25%) e a Alemanha (+23%).

“Foi um ano positivo. Os Estados Unidos são um mercado extremamente promissor para Portugal e foi uma revelação total. Vamos continuar a apostar nos mercados que mais cresceram”, afirmou o fundador e presidente do grupo hoteleiro, Jorge Rebelo de Almeida, num almoço de imprensa que se realizou no Hotel Vila Galé Ópera, em Alcântara.

Qual o diferencial trazido pelos EUA? Optam por estadas mais longas no país e espalham-se por outras zonas do território que não as mais cosmopolitas, como o Alentejo ou o Douro. “O interior ainda tem muito espaço para escrever. Temos de pensar nestas alternativas”, referiu o gestor a propósito de problemas que ainda afetam o setor, entre os quais a “falta de capacidade” e a data de abertura do novo aeroporto de Lisboa.

O plano de investimento para 2025 prevê 26 milhões de euros para Portugal e mais 120 milhões de reais (cerca de 19,2 milhões de euros) para o Brasil, que serão canalizados para as aberturas de hotéis em Ouro Preto (Minas Gerais), Belém (Pára), Casas de Elvas (Alentejo) e Curutelo (Viana do Castelo). “Continuamos viciados em fazer muitas coisas”, garantiu o CEO aos jornalistas.

Em 2024, ano que marcou a entrada da empresa em Espanha (Isla Canela), o Vila Galé fez um investimento de aproximadamente 50 milhões de euros. A chegada ao país vizinho materializou-se nem receitas de 6,6 milhões de euros. No que diz respeito ao Brasil, as receitas foram de 682 milhões de reais (110 milhões de euros), após subirem 6% (comparação em real brasileiro).

No acumulado, o número de hóspedes que se instalaram no Vila Galé aumentou 5% comparativamente a 2023. Apesar do ímpeto da maior economia do mundo, os dados mostram que o mercado português continua a valorizar, embora a menor ritmo. Aliás, os portugueses foram os principais clientes do Vila Galé de Isla Canela. “Aconteceram movimentações de portugueses do Algarve para o sul de Espanha, mas não canibalizaram a oferta“, disse Gonçalo Rebelo de Almeida, administrador do Vila Galé, no encontro com a comunicação social.

O património e a gastronomia da Europa continuam a ser atrativos. Portugal mantém-se competitivo, o que nos permite continuar a apostar com otimismo, num mundo conturbado“, acrescentou Gonçalo Rebelo de Almeida.

Os mercados emissores turísticos que mais caíram foram França (-10%) e Espanha (-5%), enquanto nos asiáticos se verificou uma retoma.

Grupo tem mais de 40 hotéis e vai crescer

A abertura de mais dois hotéis em Portugal e outros dois no Brasil é o que está no ‘menu’ principal do Vila Galé para 2025. Porém, poderá haver mais “surpresas” e desenvolvimentos em três dos quatro projetos que a empresa tem em curso em Portugal, entre os quais Miranda do Douro onde as obras estão por arrancar há dois anos.

O calcanhar de Aquiles é a mão-de-obra. Apesar de o problema da escassez de talento ter melhorado face a 2022, “ainda há falta de recursos humanos”. O Vila Galé emprega perto de 1.700 pessoas, das quais 85% portuguesas. “Os recursos humanos vão ser sempre um desafio no setor, até porque a baixa oferta de habitação ainda é um problema”, advertiram Jorge Rebelo de Almeida e Gonçalo Rebelo de Almeida.

O Vila Galé é o segundo maior grupo hoteleiro em Portugal, logo a seguir ao Pestana. Fundado em 1986, é responsável pela gestão nacional, em Espanha, no Brasil e em Cuba de 45 hotéis com 9.952 quartos e cerca de 24 mil camas.

O fundador e presidente do Vila Galé está a preparar a sucessão na liderança do grupo hoteleiro, como noticiou o ECO em dezembro. Jorge Rebelo de Almeida deu entrada com um registo de fusão das duas holdings que detém e através das quais investe nos seus negócios de hotelaria e vinhos. No âmbito desta operação, a JR Almeida é absorvida na Xpar, com o empresário e gestor de 76 anos a admitir ao ECO que a concentração das duas empresas agilizará a distribuição de capital pelos herdeiros.

Em 2023, o Vila Galé lucrou 100 milhões de euros.

Notícia atualizada às 16h com mais informação

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