Há cada vez mais dermatologistas a abandonar acordos com seguradoras
Atualmente, os tempos de espera por consultas de dermatologia através de seguros de saúde são muito superiores aos solicitados por consulta privada (mais caros) podendo chegar até nove meses em Lisboa
Há cada vez mais médicos dermatologistas a abandonar acordos com seguradoras pelo menos desde o último trimestre do ano passado. Os profissionais apontam como principais razões para o afastamento o facto de receberem menos nas consultas comparticipadas do que nas consultas particulares, o excesso de burocracia exigido pelas seguradoras e a elevada procura por parte dos utentes (o que contribui para elevados tempos de espera), avançou o Observador (acesso pago).
Atualmente, os tempos de espera por consultas de dermatologia através de seguros de saúde são muito superiores aos solicitados por consulta privada (mais caros) podendo chegar até nove meses em unidades de saúde privadas em Lisboa.
Na CUF Tejo o único médico que trabalha com seguros só tem vagas em dezembro, no Hospital Luz Lisboa só existem vagas para o final do mês de novembro e mesmo no hospital Lusíadas Lisboa, onde metade dos dermatologistas ainda trabalham com seguros, só existem vagas para setembro, indicou ao jornal o diretor do Departamento de Dermatologia desta última unidade de saúde, Vasco Macias Por sua vez, caso o utente opte por uma consulta particular, os tempos de espera reduzem para três dias para uma consulta na CUF no Parque das Nações, 17 dias no Hospital Lusíadas Lisboa. No Hospital da Luz Lisboa o tempo de espera é de 4 meses, ainda que mais prolongado o utente espera menos tempo do que se recorresse à consulta através do seguro.
O presidente do Colégio de Dermatologia da Ordem dos Médicos (OM) mostrasse preocupado com degradação do acesso aos cuidados de saúde privados através de seguros de saúde “Preocupa-me porque se soma às dificuldades no SNS. A saída dos médicos dos acordos [com as seguradoras no setor privado] dificulta o acesso, porque as pessoas terão de ter capacidade financeira para pagar uma consulta particular. Sem acordo é mais difícil”, refere João Alves.
A Fidelidade foi a única seguradora que respondeu ao Observador dizendo ”que não tem verificado nenhum fenómeno de saída massiva de dermatologistas da sua rede de prestadores” e que a mesma “continua extensa e com grande cobertura nacional”. A Ageas e a Tranquilidade não responderam.
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