Advanced Factories 2025 bate o seu recorde histórico de participação com 38.714 profissionais da indústria
A maior feira de robótica e automação industrial do sul da Europa deixou em Barcelona um impacto económico de mais de 79 milhões de euros.
A Advanced Factories 2025, a maior feira de automação industrial do sul da Europa, fechou as suas portas batendo os seus próprios recordes com a visita de 38.714 profissionais. O evento gerou um impacto económico de mais de 79 milhões de euros para Barcelona e transformou a cidade no epicentro da inovação para o setor da manufatura.
A nona edição das Fábricas Avançadas foi marcada pelos novos movimentos comerciais globais que aceleram a necessidade de reindustrializar a Espanha e a Europa e, nesse sentido, de promover a sua autonomia. O Ministro da Indústria e do Turismo, Jordi Hereu, destacou o valor da digitalização neste processo durante o seu discurso na feira: “A Europa tem de investir na inovação tecnológica para gerar uma indústria mais produtiva, porque é isso que nos permitirá ultrapassar as barreiras comerciais”, afirmou.
A Hereu anunciou igualmente que, na próxima semana, será lançado um novo concurso para a concessão de auxílios no valor de 11 milhões de euros ao setor eletrointensivo, com o objetivo de compensar os encargos com a fatura da eletricidade. Trata-se de fundos essenciais para o setor, uma vez que melhoram a sua competitividade e reforçam as suas capacidades produtivas e o emprego. “Peço-vos que continuem a ter confiança no presente e no futuro da indústria espanhola, porque tem a oportunidade de ser um dos grandes pólos industriais da Europa”, disse o ministro, concluindo que “precisamos de mais e melhor indústria, para mais e melhor Europa”.
No final da sua intervenção, o CSO da Aritex e presidente da Advanced Factories, Carlos Méndez, apresentou o Relatório de Competitividade Industrial para Espanha 2025, realizado pela Advanced Factories, no qual se inclui o estado de automatização do setor produtivo nacional e os desafios que se avizinham.
Neste sentido, o documento mostra que 42% dos gestores do setor pedem mais financiamento para adotar tecnologias avançadas, e que mais de 60% das empresas industriais têm dificuldades em encontrar talento qualificado. Estas são questões que devem ser abordadas através da colaboração entre os atores e da promoção de soluções digitais para que a Espanha não perca competitividade em relação a outros mercados, como Marrocos.
INDÚSTRIA
Ao longo da semana, diferentes representantes da administração e da indústria apelaram a um maior empenho e ambição para reforçar o desenvolvimento do setor transformador, a fim de proteger o crescimento e o bem-estar do continente.
Jordi García Brustenga, Diretor-Geral da Estratégia Industrial e das PME do Ministério da Indústria, do Comércio e do Turismo, apelou à indústria para que esteja recetiva a novos cenários e relações comerciais. “É um momento de ambição, de projeto. Se tivermos de estar com os chineses em vez dos americanos, se tivermos de incorporar talentos de outros países ou vender produtos noutros mercados, temos de estar abertos a esta mudança”, afirmou.
García Brustenga aproveitou a oportunidade para defender a política de segurança e defesa de Espanha e da Europa, assegurando que “pode ser uma oportunidade para as empresas que têm mais dificuldade em vender os seus produtos, tanto em termos de tecnologia como em termos de diversificação, especialmente nos setores mais maduros”.
Por seu lado, os representantes da indústria apelaram a uma regulamentação inteligente “com o objetivo de impulsionar o crescimento e o desenvolvimento da indústria”, nas palavras de Pedro Mier, antigo presidente da AMETIC e reconhecido especialista no mundo da tecnologia. “A simplificação administrativa facilitará o acesso às ajudas e reduzirá a pressão sobre as empresas para que cumpram a regulamentação”, afirmou.
Outra das reivindicações mais ouvidas esta semana em Barcelona foi a promoção da digitalização da indústria através de investimentos que eliminem o fosso entre produtividade e competitividade que existe em Espanha. Sempre sem esquecer “a importância das áreas industriais de média tecnologia – como os sectores químico, automóvel, alimentar e farmacêutico – que continuarão a ser fundamentais em termos de competitividade, economia e emprego que geram”, comentou Xavier López, CEO da Eurecat.
Mireia Cammany, vice-presidente da Pimec, deu voz às necessidades das PME industriais que, na sua opinião, têm “um problema de talento. É preciso fazer corresponder a oferta à procura. Muitas vezes, os programas de formação profissional são lançados sem ter em conta as necessidades que temos nas empresas”. A este respeito, Laia Castany, consultora do Observatório da Indústria da Generalitat de Catalunya, salientou que “é necessário melhorar a visão social da indústria. Temos de tornar mais visível a tecnologia que ela incorpora, para que os jovens optem por ela”.
Precisamente para responder a este desafio, as Fábricas Avançadas e a AMT organizaram o Talent Marketplace, um encontro destinado a estudantes de formação profissional, estudantes universitários e jovens talentos, com o objetivo de mostrar as oportunidades de emprego na indústria, quebrar mitos e mostrar a realidade de um setor com elevada procura de trabalhadores e bem remunerado.
INOVAÇÃO
Durante os seus três dias, a Advanced Factories 2025 reuniu 639 empresas que apresentaram 1.419 inovações em automação, robótica, Inteligência Artificial, visão artificial, impressão 3D, gémeos digitais, IoT; bem como soluções para a integração de sistemas de produção, cibersegurança, manutenção preditiva, controlo de qualidade e melhoria da eficiência energética.
Além disso, passaram pelas etapas do Congresso da Indústria 4.0, o maior fórum europeu sobre indústria avançada e digital que se realiza no âmbito das Fábricas Avançadas, 427 oradores de empresas como a Stellantis, Michelin, Nissan, Almirall, Damm, Coca-Cola e Airbus, que apresentaram 217 experiências de fabrico.
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