Luís Montenegro vs Pedro Nuno Santos: os argumentos do debate para convencer os indecisos

  • Luis Claro
  • 7:16

É a segunda vez que Luís Montenegro e Pedro Nuno Santos vão debater nas televisões, mas os temas principais serão outros. AD está confiante nos "resultados" da governação e PS quer recuperar terreno.

O debate mais importante destas eleições legislativas antecipadas acontece esta segunda-feira, a partir das 21 horas e será transmitido em simultâneo pela RTP, SIC e TVI. É a segunda vez que Luís Montenegro e Pedro Nuno Santos se enfrentam nas televisões, embora as circunstâncias sejam diferentes do debate que aconteceu há pouco mais de um ano. Montenegro passou a ser primeiro-ministro e o PS está na oposição.

O politólogo José Palmeira prevê que seja um debate “equilibrado”, porque estamos a falar de dois políticos com “muita experiência política e que são bons comunicadores“.

O atual primeiro-ministro e o líder socialista têm pontos fortes e pontos fracos, mas uma das preocupações das equipas dos candidatos é prepará-los para não cometerem nenhum erro grave. “Os debates são muito preparados pelas equipas dos candidatos e as falhas dificilmente acontecem”, diz o professor de Ciência Política e Relações Internacionais da Universidade do Minho.

“No caso de Montenegro as maiores fragilidade são a questão pessoal”, na sequência do caso com a empresa familiar que acabou por conduzir à realização de eleições antecipadas, e os “problemas na área da saúde”, afirma José Palmeira. Pedro Nuno Santos tem como desvantagem “o facto de ir debater com o primeiro-ministro na medida em que quem está no governo tem mais conhecimento dos dossiês“. E pode também ser prejudicado por Montenegro ter “alguns trunfos em função dos resultados da governação”.

Os debates são muito preparados pelas equipas dos candidatos e as falhas dificilmente acontecem.

José Palmeira

Politólogo

Para o politólogo, Pedro Nuno Santos está mais pressionado a vencer, porque a AD está à frente nas sondagens, e, apesar da “vasta de informação que hoje existe”, este debate pode “servir para alguns eleitores confirmarem o seu voto ou para retirar da abstenção pessoas que estavam inclinadas a não votar”. Palmeira realça ainda que os debates “influenciam os apoiantes e se correrem bem fazem com que os partidos vão para a campanha com mais ânimo”.

O último debate entre Montenegro e Pedro Nuno foi há pouco mais de um ano, mas os principais temas do frente-a-frente desta segunda-feira deverão ser outros. Nas últimas legislativas, o confronto ficou marcado pela manifestação dos polícias que ficou conhecida como cerco ao Capitólio e, além das reivindicações das forças de segurança, destacaram-se temas como a recuperação do tempo congelado aos professores, o caos na saúde, a descida dos impostos, a habitação e a estabilidade governativa.

Montenegro pode argumentar que resolveu alguns destes problemas que se arrastavam há alguns anos. Pedro Nuno Santos estará mais interessado em destacar áreas como a saúde em que os planos do Governo não conseguiram travar as falhas no SNS.

A empresa familiar de Luís Montenegro e a comissão de inquérito ao primeiro-ministro, que conduziram à realização de eleições antecipadas, bem como a investigação preventiva a dois imóveis de Pedro Nuno Santos são temas obrigatórios no último frente-a-frente destas legislativas antecipadas. Defesa, Saúde, habitação, salários, impostos e governabilidade são outros dos assuntos que os dois candidatos querem colocar em cima da mesa.

“Há um ano os dois líderes estavam quase em pé de igualdade, mas agora temos um primeiro-ministro em funções e vamos puxar por esses galões”, diz Duarte Pacheco. O ex-deputado social-democrata não tem dúvidas de que Montenegro vai realçar “os resultados positivos” em algumas áreas da governação e lembrar que só não foi mais longe porque o impediram.

O social-democrata considera que “o debate será muito relevante, porque pode marcar uma diferença de estilo e de opção política e levar a um apelo ao voto útil”. E espera que sirva para deixar claro que a AD e os socialistas propõem “caminhos diferentes para áreas como a economia, a saúde ou a educação”.

Há um ano os dois líderes estavam quase em pé de igualdade, mas agora temos um primeiro-ministro em funções e vamos puxar por esses galões.

Duarte Pacheco

Ex-deputado do PSD

Do lado do PS este frente-a-frente é encarado como “um momento decisivo” para conquistar os indecisos. “O desempenho de Pedro Nuno tem sido bom nestes debates”, diz um deputado socialista, convicto de que, mais do que “falar sobre a Spinumviva”, o líder socialista deve apostar em convencer os eleitores de que as suas propostas são mais ambiciosas e mais realistas para dar qualidade de vida às pessoas. “Há muitos indecisos e este debate vai ser visto por muita gente. É um momento crucial para olhar para os indecisos”, remata.

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