Início do julgamento da deputada Cristina Rodrigues adiado para depois das legislativas

  • Lusa
  • 7 Maio 2025

A deputada, agora do Chega, Cristina Rodrigues é acusada de um "crime de dano relativo a programas ou outros dados informático", em coautoria com a ex-funcionária do PAN Sara Fernandes.

O arranque do julgamento da deputada do Chega Cristina Rodrigues, no âmbito do processo em que é acusada pelo “apagão informático” de emails do PAN, foi adiado para 12 de junho, depois das eleições legislativas. O julgamento arranca no dia 12 de junho, pelas 09:30, com declarações das arguidas e a audição de duas testemunhas da acusação.

A decisão foi tomada esta quarta-feira pela juíza, em acordo com as defesas, no processo que corre no Juízo Local Criminal de Lisboa, no Campus de Justiça, em Lisboa. As alegações finais ficaram marcadas para 2 de julho, a última data agendada antes da sentença. Cristina Rodrigues é acusada de um “crime de dano relativo a programas ou outros dados informático”, em coautoria com a ex-funcionária do PAN Sara Fernandes, e de um “crime de acesso ilegítimo” aos ficheiros informáticos do partido.

Em causa neste processo está um “apagão informático” nos emails de dirigentes do PAN em 2020, quando Cristina Rodrigues ainda era deputada do partido, tendo depois passado a deputada não inscrita, quando se desfiliou do PAN, e concorrido depois pelas listas do Chega, nas quais foi eleita, e pelas quais se recandidata, pelo círculo do Porto, nas legislativas de 18 de maio.

No despacho de acusação, de 2022, a que a agência Lusa teve acesso, o Ministério Público (MP) classificou como “muito elevada” a “ilicitude da conduta” de Cristina Rodrigues, embora considere não lhe dever ser aplicada pena superior a cinco anos, atendendo a que não tem antecedentes criminais.

No despacho, o Ministério Público considerou que “as arguidas agiram de forma deliberada, livre e consciente, de acordo com um plano previamente traçado, com o objetivo de vedar o acesso ao partido PAN e seus militantes ao conteúdo das mensagens de correio eletrónico” do partido.

“As arguidas removeram da referida caixa de mensagens milhares de mensagens de correio eletrónico dali constantes, o que sabiam não ter autorização para fazer. Visavam as arguidas – e conseguiram – impedir o partido PAN de prosseguir a sua atividade política”, lê-se no despacho. A procuradora Maria José Magalhães determinou, contudo, o arquivamento do crime de “sabotagem informática”, porque apesar de terem eliminado dados, não perturbaram o funcionamento do sistema informático do PAN.

Em novembro de 2021, a Assembleia da República aprovou o levantamento da imunidade parlamentar da então deputada não inscrita Cristina Rodrigues, que se desfiliou do PAN em junho de 2020, para a constituir arguida no processo relativo ao “apagão informático” do PAN.

O PAN tinha apresentado uma queixa-crime “contra desconhecidos” após um “apagão informático” que resultou na eliminação de emails dos seus dirigentes, referindo que o inquérito apurou o alegado envolvimento de Cristina Rodrigues. Na altura da queixa, Cristina Rodrigues negou as “acusações graves e atentatórias da sua honra”, a propósito de um comunicado sobre o processo divulgado pelo PAN.

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Sinttav denuncia empresas que exigem aos trabalhadores que compensem paragem no apagão

  • Lusa
  • 7 Maio 2025

Sinttav defende que "em nenhuma circunstância apagão deve de servir de pretexto para as empresas 'castigarem' os trabalhadores com a obrigação de adicionarem tempo extra ao período normal".

O Sindicato Nacional dos Trabalhadores das Telecomunicações e Audiovisual (Sinttav) denunciou hoje “o oportunismo” de “algumas empresas” que estão a obrigar os funcionários a compensar com trabalho extraordinário o tempo em que não puderam laborar devido ao apagão.

“Segundo denúncias dos trabalhadores que vão entrando nos serviços do Sinttav, estão a ser notificados para a ‘obrigação’ de compensarem com trabalho extraordinário todo o tempo que, por motivo de falha de energia, estiveram impedidos de laborar”, refere o sindicato em comunicado.

Rejeitando a legitimidade legal desta pretensão, o Sinttav argumenta que “em nenhuma circunstância” o “apagão” deve “servir de pretexto” para as empresas penalizarem os trabalhadores e garante que “tomará as devidas diligências” junto das entidades competentes.

“Naturalmente que, naquelas empresas não equipadas com soluções alternativas, o ‘apagão’ dificultou nalguns casos o pleno funcionamento da sua atividade, mas em nenhuma circunstância deve de servir de pretexto para as empresas ‘castigarem’ os trabalhadores com a obrigação de adicionarem tempo extra e gratuito ao período normal de trabalho“, sustenta.

De acordo com o sindicato, para justificar esta imposição as empresas em causa estão a citar “de forma destorcida” a legislação, “recorrendo erradamente a algumas figuras jurídicas no Código do Trabalho que não se enquadram no contexto do ‘apagão'”.

Contudo, argumenta, o facto é que “não se tratou de uma catástrofe”, nem as empresas entraram “em situação de crise” ou em “situação económica difícil”, pelo que não estão cumpridos os requisitos para aplicação da medida de “encerramento e diminuição temporária de atividade” ou ‘lay-off’, como tem vindo a ser argumentado junto dos trabalhadores. “É, de facto, um oportunismo”, acusa o Sinttav.

Segundo o sindicato, o artigo 197.º do Código do Trabalho “considera tempo de trabalho a interrupção de trabalho por motivos técnicos […] ou falha de energia”, estabelecendo que a violação deste princípio “constitui contraordenação grave, sujeita a punição”.

“Não é admissível que as empresas procurem distorcer o disposto na lei, para tomarem uma atitude de imposição aos trabalhadores em obrigá-los a assumir uma interrupção no trabalho sobre a qual não tiveram nenhuma responsabilidade”, remata.

Em 28 de abril, um corte generalizado no abastecimento elétrico deixou Portugal continental, Espanha e Andorra praticamente sem eletricidade, bem como uma parte do território de França.

Aeroportos fechados, congestionamento nos transportes e no trânsito nas grandes cidades e falta de combustíveis foram algumas das consequências do apagão.

A Rede Europeia de Gestores de Redes de Transporte de Eletricidade anunciou a criação de um comité para investigar as causas deste apagão, que classificou como “excecional e grave” e que deixou Portugal e Espanha às escuras.

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Corticeira Amorim transfere produção de cortiça expandida de Silves para Vendas Novas

  • Lusa
  • 7 Maio 2025

A "decisão baseou-se unicamente na eficiência operacional, considerando exclusivamente questões de mercado, capacidade instalada versus dimensão do mercado e a localização do montado de sobro".

A Corticeira Amorim vai transferir em junho a unidade de produção de cortiça expandida localizada em Silves para a unidade de Vendas Novas, para assegurar uma “maior competitividade” do negócio, anunciou esta quarta-feira a empresa.

Após uma avaliação das capacidades produtivas existentes em várias unidades industriais da Amorim Cork Solutions, foi decidida a transferência, a partir de 09 de junho, da unidade industrial de Silves para a unidade industrial de Venda Novas (que também produz produtos de isolamento)”, lê-se numa informação enviada à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Contactada pela agência Lusa, fonte da Corticeira Amorim adiantou que irá propor a “possibilidade de transferência dos 31 colaboradores atualmente em Silves para Vendas Novas”, mas reconheceu que “esta solução poderá não ser viável para todos”, pelo que “está disponível para negociar condições justas de indemnização com os trabalhadores” que optem por não o fazer.

Segundo salientou, a centralização da operação em Vendas Novas “beneficiará da maior proximidade da produção às matérias-primas utilizadas e da concentração dos investimentos necessários à obtenção de maior produtividade e competitividade no relançamento do negócio de cortiça expandida”.

No documento enviado ao mercado, a corticeira refere que “a decisão baseou-se unicamente na eficiência operacional, considerando exclusivamente questões de mercado, capacidade instalada versus dimensão do mercado e a localização do montado de sobro”.

Indica ainda que a transferência acontece no âmbito de “importantes investimentos em novas tecnologias” em curso “com vista ao relançamento do negócio de cortiça expandida”, que, no início deste ano, foi integrado na nova unidade de negócio Amorim Cork Solutions.

 

Esta nova unidade de negócio foi criada para incorporar as atividades de pavimentos e isolamentos da empresa, concentrando as atividades da Amorim Cork Flooring, Amorim Cork Composites e Amorim Cork Insulation, de forma a assegurar “uma gestão mais integrada das operações e potenciará sinergias industriais, comercias e de suporte, fortalecendo o negócio ‘não rolha'”.

No comunicado, o presidente e presidente executivo (CEO) da Corticeira Amorim afirma que a criação da Amorim Cork Solutions “marca uma nova etapa na história da empresa”.

António Rios de Amorim considera que a “melhoria significativa da rentabilidade desta unidade de negócio, já no final de março, evidencia os efeitos de uma gestão mais eficiente das operações e de otimização de ativos existentes, bem como das sinergias decorrentes da partilha de meios e recursos”.

O lucro da Corticeira Amorim aumentou 2,1%, para 16,4 milhões de euros, no primeiro trimestre face ao mesmo período de 2024, tendo as vendas recuado 2,2% para 229,4 milhões de euros, anunciou também esta quarta-feira a empresa. Num comunicado enviado à CMVM, a corticeira refere que, excluindo o efeito de alteração do perímetro de consolidação decorrente da venda da participação na Timberman Denmark, as vendas teriam subido 1,3%.

(Notícia atualizada às 16h40 com reação da empresa)

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Politécnico da Guarda candidata projeto de 2,5 ME de rádios locais à Comissão Europeia

  • Lusa
  • 7 Maio 2025

O Instituto Politécnico da Guarda pretende angariar fundos europeus do projeto Newaves, destinado a introduzir inovação e aumentar as audiências das rádios na Europa.

O Instituto Politécnico da Guarda (IPG) candidatou à Comissão Europeia a segunda fase do projeto Newaves, no valor de 2,5 milhões de euros, para introduzir inovação e aumentar as audiências das rádios na Europa.

O Newaves é uma parceria entre instituições de ensino superior e 30 rádios de Portugal, Croácia, Macedónia do Norte e Eslováquia, liderada pelo IPG, para criar uma plataforma digital de rádios locais e combater a desinformação.

O projeto permite a comunicadores, jornalistas, alunos e instituições de ensino superior partilharem conhecimento, fazer formação e aumentar a competitividade no setor dos média, principalmente em zonas europeias de baixa densidade populacional e de recursos limitados.

“Com a transição digital, os media dos territórios de baixa densidade populacional estão a enfrentar em toda a Europa inúmeros desafios que têm um impacto significativo na forma como as pessoas se relacionam com as rádios e como consomem os seus conteúdos”, afirmou o presidente do IPG, Joaquim Brigas, numa nota enviada à agência Lusa.

Para o responsável, o Newaves vai contribuir para introduzir inovação, ajudar a aumentar as audiências das rádios na Europa e tornar o setor mais competitivo.

A conferência de encerramento da primeira fase do projeto está a decorrer desde terça-feira em Osijek, na Croácia, onde foram apresentados os resultados dos testes-pilotos já realizados.

Para Joaquim Brigas, “foi muito compensador ouvir dos parceiros internacionais o elogio aos bons resultados deste projeto concebido para criar uma plataforma digital para rádios locais, ajudando-as a compartilhar conteúdos, a combater notícias falsas e desinformação e a tornarem-se mais sustentáveis”.

“A navegação na plataforma foi considerada ‘fácil’ (38%) ou ‘muito fácil’ (62%) por quem a utiliza, obtendo a sua usabilidade geral a classificação de ‘satisfatória’ (63%) ou ‘muito satisfatória’ (37%)”, adiantou o Politécnico.

Já os utentes e profissionais entrevistados “expressaram a vontade de continuar a usar a plataforma e disseram que a recomendariam a outras rádios”.

“Um bom indicador do sucesso desta primeira fase do projeto é o facto de outras universidades da Espanha, Suécia, Roménia e Itália se terem juntado a nós na candidatura apresentada a Bruxelas para uma segunda fase”, acrescentou Brigas.

Com um financiamento de 2,5 milhões de euros, a segunda fase do projeto designa-se Newaves+ e contemplará mais recursos de Inteligência Artificial, de marketing, de recursos humanos e de novos modelos de negócios.

Além da plataforma colaborativa e dos cursos gratuitos de ‘e-learning’ já implementados, vão agora ser partilhados conteúdos radiofónicos locais e regionais, de forma a tornar o jornalismo “mais cooperativo entre as rádios aderentes, mais sustentável e mais resiliente”, realçou o Politécnico da Guarda.

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Bruxelas leva Portugal a tribunal por não aplicar totalmente lei de serviços digitais

  • Lusa
  • 7 Maio 2025

O executivo comunitário intentou uma ação junto do Tribunal de Justiça da União Europeia (UE) contra Portugal, República Checa, Espanha, Chipre e Polónia.

A Comissão Europeia anunciou esta quarta-feira ter levado Portugal ao Tribunal de Justiça da União Europeia por não aplicar na totalidade a nova Lei dos Serviços Digitais, dado que não conferiu poderes supervisores nem definiu regras sobre sanções.

No âmbito do pacote de infrações do mês de maio, divulgado, o executivo comunitário anunciou ter intentado uma ação junto do Tribunal de Justiça da União Europeia (UE) contra Portugal, República Checa, Espanha, Chipre e Polónia “devido à falta de aplicação efetiva da Lei dos Serviços Digitais”.

Em concreto, “por não terem designado e/ou habilitado um coordenador nacional dos serviços digitais ao abrigo do ato legislativo sobre os serviços digitais”.

A Lei dos Serviços Digitais da UE, adotada em 2022, visa criar um ambiente ‘online’ mais seguro e transparente, estabelecendo regras mais rigorosas para grandes plataformas digitais que operam no espaço comunitário, como as redes sociais Instagram, Facebook e TikTok.

A nova legislação obriga à remoção de conteúdos ilegais e nocivos por parte destas plataformas.

No âmbito desta nova lei, os Estados-membros da UE tinham até 17 de fevereiro para designar um coordenador nacional com a tarefa de garantir uma supervisão e aplicação eficazes das regras. Apesar de Portugal o ter feito, não lhe “conferiu os poderes necessários para desempenharem as suas funções”.

A Lei dos Serviços Digitais prevê ainda que os Estados-membros estabeleçam regras relativas às sanções aplicáveis às infrações a esse regulamento, o que Portugal não fez.

Ainda hoje, no âmbito do pacote de maio, a Comissão Europeia decidiu enviar um parecer fundamentado a Portugal e outros 18 Estados-membros (Bulgária, Chéquia, Dinamarca, Alemanha, Estónia, Irlanda, Espanha, França, Chipre, Letónia, Luxemburgo, Hungria, Países Baixos, Áustria, Polónia, Eslovénia, Finlândia e Suécia) por não terem notificado a transposição integral da diretiva relativa à cibersegurança.

Estes países têm agora dois meses para responder ao executivo comunitário, podendo avançar depois para tribunal.

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Comunicação do Governo sobre apagão contribuiu para desinformação, conclui relatório

  • Lusa
  • 7 Maio 2025

A informação divulgada pelo Governo criou um "vácuo informativo explorado por conteúdos virais" cujo impacto foi "ampliado por erros mediáticos", conclui o MediaLab e Comissão Nacional de Eleições.

Investigadores do MediaLab do ISCTE consideram que a “ausência de comunicação institucional eficaz” por parte do Governo contribuiu para a especulação e para a difusão de desinformação relativamente às causas do apagão.

Num relatório desenvolvido pelo Medialab e pela Comissão Nacional de Eleições (CNE), consta que a informação divulgada pelo Governo criou um “vácuo informativo explorado por conteúdos virais” cujo impacto foi “ampliado por erros mediáticos”.

O documento aponta também a contradição entre declarações de membros do Governo, designadamente, o ministro da Presidência, António Leitão Amaro, e o ministro da Coesão Territorial, Castro Almeida, que refletiram “respostas iniciais distintas no âmbito da comunicação do Governo e num muito curto espaço de tempo”.

O ministro da Presidência foi o primeiro membro do Governo a pronunciar-se ao ter anunciado a criação de um grupo de trabalho para a resolver a situação, para além de ter garantido que a origem do problema se encontrava fora de Portugal.

Pouco tempo depois, o ministro Adjunto e da Coesão Territorial disse na RTP3 que existia a possibilidade de um ciberataque estar na origem do apagão e mencionou também que o fenómeno estaria a afetar outros países.

Os investigadores consideraram que a declaração de Leitão Amaro refletiu “uma postura de contenção e prudência comunicacional”, numa tentativa de evitar “especulações quanto à origem do incidente”.

Por outro lado, a declaração de Castro Almeida introduziu “uma hipótese não confirmada de um ciberataque com alcance europeu”, o que contribuiu para “a amplificação das incertezas e do alimentar de interpretações especulativas no espaço público e mediático”.

No dia 28 de abril foram publicadas 25 notícias em órgãos de comunicação social sobre as declarações do ministro da Coesão e 18 artigos com as declarações do ministro da Presidência.

Segundo o relatório, ao nível do Facebook a notícia que coloca a hipótese do ciberataque obteve três vezes mais interações do que a notícia que de que o Governo estava a acompanhar o caso e que sobre a origem apenas dizia que a mesma estaria fora de Portugal.

O mini relatório MediaLab/CNE “Desinformação sobre o apagão nas redes sociais e impacto na campanha” analisa o período entre 28 de abril e 04 de maio e foi elaborado pelos investigadores Gustavo Cardoso, José Moreno, Inês Narciso e Paulo Couraceiro.

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Bruxelas estuda tarifas sobre a Boeing em retaliação contra EUA

  • Joana Abrantes Gomes
  • 7 Maio 2025

Aviões da fabricante norte-americana deverão constar na lista de 100 mil milhões de euros de produtos norte-americanos que ficarão sujeitos a tarifas caso as negociações com os EUA falhem.

A Boeing deverá ser uma das visadas por tarifas da União Europeia (UE) caso as negociações entre o executivo comunitário e a Casa Branca fracassem.

Segundo o Financial Times, a Comissão Europeia prevê incluir a fabricante norte-americana de aeronaves numa lista de cerca de 100 mil milhões de euros de produtos importados dos Estados Unidos que deverão ser alvo de direitos aduaneiros.

A medida, no entanto, só entra em vigor se Bruxelas não fizer progressos suficientes na redução dos direitos aduaneiros aplicados por Washington.

A lista final de produtos, que terá de ser aprovada pela maioria dos 27 Estados-membros da UE, deverá ser conhecida na quinta-feira, mas ainda pode sofrer alterações.

No dia 2 de abril, o Presidente dos EUA, Donald Trump, impôs uma tarifa adicional mínima de 20% sobre quase todas as exportações do bloco comunitário. Porém, em 9 de abril, reduziu os direitos aduaneiros para 10% por um período de 90 dias, para dar tempo a negociações. Não obstante, os EUA têm aplicadas tarifas de 25% sobre o aço, alumínio e automóveis.

A União Europeia, por sua vez, suspendeu até 14 de julho as tarifas retaliatórias sobre 21 mil milhões de euros em produtos norte-americanos, tais como as motos da Harley-Davidson e as calças de ganga da Levi’s.

O bloco europeu importou cerca de 18,3 mil milhões de euros de aeronaves, naves espaciais e peças dos Estados Unidos em 2024, de acordo com dados do Eurostat. Na terça-feira, diante do Parlamento Europeu, Maroš Šefčovič, o comissário europeu do Comércio, que lidera as negociações, disse que 70% das exportações da UE para os EUA agora pagam tarifas.

BMW espera que redução das tarifas sobre automóveis a partir de julho

A BMW espera que as tarifas norte-americanas sobre os automóveis diminuam a partir de julho, com base nos seus contactos com Washington. A fabricante alemã tem uma avaliação mais otimista da guerra comercial do que muitos concorrentes, confirmando as suas perspetivas financeiras para 2025.

“Estamos a notar que as coisas estão em evolução, a desenvolver-se e a ser negociadas em todo o lado”, disse o diretor financeiro da BMW, Walter Mertl, citado pela Reuters. “Assim, a nossa leitura, baseada em todas as redes que temos à nossa disposição, é que assumimos que algo vai mudar em julho”, acrescentou.

A empresa alertou, no entanto, que as tarifas impostas pelos EUA teriam um impacto “notável” nos resultados do segundo trimestre, mas recusou estimar em que medida.

Já a Volvo revelou esta quarta-feira que iria efetuar mudanças na produção e cortar 5% da força de trabalho na sua fábrica de Charleston, nos Estados Unidos, devido à mudança das condições de mercado e à evolução das políticas comerciais, incluindo a aplicação de tarifas.

Um porta-voz da fabricante sueca disse que as mudanças afetariam cerca de 125 dos 2.500 funcionários da sua fábrica na Carolina do Sul, mas não é claro quais os postos que serão afetados ou de que forma os cortes vão afetar a produção naquela unidade.

Ainda assim, a Volvo afirmou que continua empenhada em criar 4.000 postos de trabalho na Carolina do Sul e que ainda planeia aumentar a sua produção no futuro.

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Linha de Cascais condicionada entre Oeiras-Cascais durante a noite a partir de segunda-feira

  • Lusa
  • 7 Maio 2025

Constrangimentos devem-se aos trabalhos de modernização no troço Oeiras-Cascais, estando assegurado o transporte de passageiros em autocarros

A circulação de comboios na Linha de Cascais vai ter constrangimentos, durante a noite, a partir de segunda-feira, para trabalhos de modernização no troço Oeiras-Cascais, estando assegurado o transporte de passageiros em autocarros, anunciou a Infraestruturas de Portugal.

Em comunicado, a Infraestruturas de Portugal (IP) adiantou que, a partir do mesmo dia, 12 de maio, será reposta sem condicionamentos a circulação de comboios no período noturno entre o Cais do Sodré e Algés, após a conclusão de uma obra do Metropolitano de Lisboa.

Esta obra do Metro, realizada em articulação com a IP e a CP — Comboios de Portugal, provocou constrangimentos na circulação ferroviária entre Algés e o Cais do Sodré.

A intervenção foi realizada no âmbito da expansão do Metropolitano de Lisboa, para construção de um novo túnel que ligará a futura estação de Santos à atual estação do Cais do Sodré, que integrará a linha Circular.

No entanto, com o fim desta empreitada do Metro, em conjunto com a IP e a CP – Comboios de Portugal, inicia-se uma nova fase da obra de renovação da Linha de Cascais, mas desta vez entre Oeiras e Cascais, que obrigará a constrangimentos na circulação ferroviária neste troço durante o período noturno, segundo a IP.

Para minimizar os impactos na mobilidade dos utentes, será disponibilizado transporte aos passageiros através de autocarros, com os horários e as paragens disponíveis em www.cp.pt.

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Vendas da seguradora Mudum atingiram 84 milhões de euros

Objetivos da Mudum para este ano já estão traçados. A seguradora quer acelerar a sua presença no segmento de micro de pequenas empresas e ampliar o alcance de mercado de novas parcerias.

A Mudum Seguros bate um novo recorde de 97.884 apólices comercializadas no ano passado, um aumento em termos homólogos de 12,7%, destacando o negócio automóvel e saúde. A companhia de seguros Não Vida do Crédit Agricole Assurances reforçou “a sua presença através do parceiro Grupo Novobanco, e iniciou uma nova parceria com o Grupo JAP Seguros”.

Afonso Themudo Barata quer “acelerar a sua presença no segmento de micro de pequenas empresas e ampliar o alcance de mercado de novas parcerias”.

O Relatório e Contas 2024 da seguradora indica que o volume de prémios brutos emitidos subiu 5,6% para 84,1 milhões de euros com um resultado líquido de 2,9 milhões de euros, mantendo o rácio de solvência de 223%.

A seguradora aumentou o capital próprio para 497 milhares de euros, impulsionado pelas reservas de reavaliação de ativos financeiros.

Objetivos da Mudum para este ano já estão traçados. A seguradora quer acelerar a sua presença no segmento de micro de pequenas empresas e ampliar o alcance de mercado de novas parcerias.

No âmbito do funcionamento das operações e recursos humanos, a seguradora pretende “continuar neste ano a investir em pessoas, formação e desenvolvimento interno”, assim como em inovar “em processos, produtos e canais para garantir crescimento, competitividade, sustentabilidade e excelência no serviço ao cliente”, refere a Mudum.

As perspetivas da empresa para este ano alinham-se com a estratégia que tem vindo a guiar a empresa no último ano. Reforçou a aposta na digitalização, tendo lançado um novo portal para parceiros, desenvolvido soluções digitais para a subscrição de seguros e lançou um novo seguro de saúde para o setor empresarial.

A nível da sustentabilidade e responsabilidade social, a empresa continuou com uma política de investimento responsável e alinhada com as práticas do Crédit Agricole Assurances. A Mudum pagou 48.3 milhões de euros em indemnizações no ano de 2024.

Já na área de recursos humanos, foi distinguida pelo segundo ano consecutivo como ‘Great Place to Work‘ apostando na diversidade de género (45% de homens e 55% de mulheres.) e na estabilidade laboral, já que 99% dos colaboradores tem contrato efetivo. A seguradora também manteve investimento em programas de desenvolvimento profissional e pessoal, e a empresa disponibilizou ferramentas e mecanismos que permitem aos colaboradores construírem a sua própria carreira e evolução profissional. Registaram-se também cerca de 2.500 horas de formação em temas como ética, compliance, tecnologia e digital.

“Em 2024, a Mudum consolidou-se como uma empresa com um crescimento sólido e sustentável. Inovámos as nossas ofertas, nomeadamente através da criação de soluções de saúde para micro e pequenas empresas; e investimos continuamente em tecnologia e processos – o que nos permitiu abrir portas a novas parcerias estratégicas, como a entrada no setor da mobilidade. Mesmo num contexto exigente, mantivemos uma gestão prudente e equilibrada, assegurando solidez, rentabilidade e crescimento,” afirmou Afonso Themudo Barata, CEO da Mudum Seguros.

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Contas finais indicam que Martinho custou 64,7 milhões de euros às seguradoras

  • ECO Seguros
  • 7 Maio 2025

A maior parte dos prejuízos dos sinistros participados (98,6%) diz respeito a seguros de habitações e a seguros de atividades comerciais e industriais.

A Tempestade Martinho provocou 64,7 milhões de euros em danos cobertos por seguros em Portugal, tendo sido feitas 26.600 participações de sinistros cobertos com apólices de seguros avançou a Associação Portuguesa de Seguradores (APS) após apurar os dados junto das suas associadas que são todas as companhias de seguros a operar em Portugal.

“Do montante total apurado, cerca de 13,3 milhões de euros já foram pagos em indemnizações, enquanto os restantes 51,3 milhões de euros já se encontram provisionados e afetos ao pagamento das indemnizações devidas”, indica a APS em comunicado.

A maior parte dos prejuízos dos sinistros participados (98,6%) diz respeito a seguros de habitações e a seguros de atividades comerciais e industriais.

Os montantes totais finais são muito superiores aos estimados inicialmente previstos pela associação, apesar do aviso de que o total dos montantes pagos e sinistros participados poderiam ser revistos em alta.

A tempestade que assolou Portugal entre os dias 19 e 23 de março provocou danos em várias regiões do país. Os ventos, que chegaram a 158,8 km/h e as chuvas fortes levaram a quedas de árvores, quedas de objetos e inundações.

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Governo da Madeira salienta crescimento económico e alerta para tempos de incerteza

  • Lusa
  • 7 Maio 2025

Secretário regional da Economia da Madeira realça que o setor tem tido um crescimento significativo há 48 meses na região, mas alerta para os tempos de incerteza e de imprevisibilidade.

O secretário regional da Economia da Madeira, José Manuel Rodrigues, realçou nesta quarta-feira que o setor tem tido um crescimento significativo há 48 meses na região, mas alertou para os tempos de incerteza e de imprevisibilidade. “Nestes tempos, esperemos o melhor e preparemo-nos para o pior. E enfrentemos o que vier, com coragem e determinação”, vincou José Manuel Rodrigues, deputado único eleito pelo CDS-PP, e que formalizou acordo com o PSD para um Governo de maioria.

O governante falava na discussão setorial do Programa do XVI Governo da Madeira para o período 2025-2029, que teve início na terça-feira e termina na quinta-feira, com aprovação garantida face à maioria absoluta formada por sociais-democratas e democratas-cristãos.

José Manuel Rodrigues salientou que o atual executivo “entra em funções com um saldo acumulado muito significativo de crescimento da economia, nos últimos 48 meses” e com “um saldo claramente positivo de criação de empresas, no primeiro trimestre deste ano, e o desemprego mais baixo de há 21 anos”.

“Contudo, estamos conscientes de que temos pela frente um clima geopolítico e um ambiente económico marcados por transformações impensáveis, por incertezas relevantes e, sobretudo, por uma grande imprevisibilidade”, reconheceu, afirmando ser necessário estar preparado para responder às novas exigências provocadas pelos conflitos mundiais e pela guerra comercial em curso.

O secretário regional da Economia, que era presidente da Assembleia Legislativa da Madeira desde 2019, reforçou que “os sinais destes novos tempos não oferecem grandes otimismos, pelo contrário, trazem notas preocupantes de protecionismos, obstáculos ao comércio livre e a escalada de retaliações entre países”.

O desafio que se impõe ao Governo Regional, destacou, “é manter o crescimento económico no turismo, nos serviços, no imobiliário, no setor tecnológico” e “apoiar ainda mais a internacionalização das empresas e aumentar as exportações”.

José Manuel Rodrigues salientou, ainda, a necessidade de “introduzir uma maior diversificação na economia regional e torná-la mais resiliente e preparada para enfrentar o impacto das situações imprevisíveis do mundo”.

O secretário da Economia considerou, também, que “só há verdadeiro crescimento económico” se “a riqueza criada anualmente tiver reflexos na melhoria da vida das pessoas e das famílias”, referindo que o executivo pretende continuar a reduzir impostos e aumentar salários.

Entre várias medidas, o Governo Regional compromete-se a “lançar na negociação, no âmbito da concertação social, a possibilidade de extensão do subsídio de insularidade a todos os trabalhadores, de forma gradual, e a estabelecer um salário de referência para os jovens licenciados”.

Pelo PS, o deputado Vítor Freitas assinalou que não há qualquer referência ao subsídio de insularidade no Programa do Governo, questionando o executivo sobre como é que será cumprida esta promessa.

José Manuel Rodrigues respondeu que há 30 anos que defende que este subsídio, pago apenas aos funcionários públicos, deve ser estendido ao setor privado, apontando que têm existido progressos nesse sentido em alguns acordos coletivos e acordos de empresa firmados recentemente.

O governante defendeu igualmente que o subsídio de insularidade deve abranger os reformados e pensionistas.

O deputado Basílio Santos, do JPP, o maior partido da oposição, descreveu o Programa do Governo como um documento de “palavras bonitas com boas intenções” e questionou quando sairão do papel e deixarão de “embelezar e alimentar notícias que vão passando com medidas repetidas”.

Pelo Chega, Miguel Castro perguntou se o Governo Regional pode assegurar um ‘ferry’ para operar entre a Madeira e o Porto Santo enquanto o navio Lobo Marinho está na sua manutenção anual no início de cada ano, ao que José Manuel Rodrigues respondeu que não existe essa possibilidade no mercado internacional para fretar um navio durante um mês.

Já o deputado único da IL, Gonçalo Maia Camelo, perguntou qual é o plano para o Instituto de Desenvolvimento Empresaria (IDE), referindo que tem estado parado nos últimos anos, enquanto Bruno Melim, do PSD, criticou o discurso da oposição de que está “tudo numa desgraça”.

O parlamento da Madeira é constituído por 23 deputados do PSD, 11 do JPP, oito do PS, três do Chega, um do CDS-PP e um da IL.

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Ministro afasta novas negociações com sindicatos em “greve política” na CP

Ministro reafirma que Governo em gestão não pode assinar o acordo pretendido pelos sindicatos e acusa-os de "parar o país por interesse político" a pensar nas eleições.

O ministro das Infraestruturas afastou esta quarta-feira novas negociações com os sindicatos para pôr fim à paralisação na CP. Miguel Pinto Luz diz que a greve resulta de “uma agenda política de circunstância eleitoral”.

“O Governo é imune a pressões. O Governo negociou quando teve de negociar, com abertura total, indo ao limite do que a lei permitia para um Governo em gestão, e não quiseram“, afirmou o ministro das Infraestruturas em declarações à margem da entrega de Certificados Energéticos da Medway, num hotel em Lisboa.

Tal como afirmou numa conferência de imprensa realizada na véspera, Miguel Pinto Luz argumentou que existe um acordo entre os sindicatos e a administração da CP, mas que não pode ser executado por o Governo se encontrar em gestão. “O acordo estava estabelecido, o Governo não o pode executar por uma questão puramente legal, pela circunstância de ser um governo de gestão”, afirmou.

Conseguiram parar o país por interesse político. E tem a ver com o timing que estamos a viver, de eleições.

Miguel Pinto Luz

Ministro das Infraestruturas

O governante atribui a paralisação à proximidade das eleições legislativas, considerando tratar-se de uma “greve política”. “Conseguiram parar o país por interesse político. E tem a ver com o timing que estamos a viver, de eleições”, disse.

“É uma greve que não serve os interesses da CP, não serve os interesses dos trabalhadores da CP, mas mais importante, e é a mensagem que quero deixar, não serve os portugueses. São centenas de milhares de portugueses hoje prejudicados. Os sindicatos não olharam para os portugueses”, afirmou ainda o ministro das Infraestruturas.

Esta manhã, José Manuel oliveira, coordenador nacional da Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans) , afirmou que “há uma forte adesão dos trabalhadores à greve, que reivindicam que seja cumprido o acordo relativamente à reestruturação das carreiras profissionais e que o Governo, agora com o argumento de estar em gestão, diz que não pode aplicar”.

Da nossa parte há toda a disponibilidade para com o Governo e administração, se quiserem, podermos reunir e encontrar as soluções que evitem a continuação deste conflito”, disse ainda o responsável sindical.

A circulação de comboios da CP está parada esta quarta-feira em todo o país devido à paralisação convocada por 15 sindicatos. A greve irá fazer-se sentir com mais intensidade nos dias 7, 8 e 9 de maio, mas irá prolongar-se até dia 14. A partir de dia 10, só estará em vigor a paralisação convocada pelo Sindicato Ferroviário da Revisão Comercial Itinerante (SFRCI).

O Tribunal Arbitral decidiu, por unanimidade, não decretar serviços mínimos, mesmo para os primeiros três dias. O coletivo de árbitros presidido por Jorge Bacelar Gouveia considerou que a concretização dos serviços mínimos “se revelou desaconselhável por não se garantir, quanto à percentagem que se julgou como correspondendo à satisfação das necessidades sociais impreteríveis sem, ao mesmo tempo, se aniquilar o núcleo fundamental do direito à greve, os mínimos padrões de segurança dos utentes no acesso às plataformas das estações ferroviárias e no uso das composições, segundo a informação obtida junto da empresa”.

Segundo um comunicado conjunto dos sindicatos, a paralisação foi convocada contra a “incapacidade da empresa reter os atuais trabalhadores e recrutar novos para preencherem as lacunas existentes”, “a imposição de aumentos salariais que não repõem o poder de compra” e pela “implementação do acordo de reestruturação das tabelas salariais, nos termos em que foi negociado e acordado”.

(notícia atualizada às 13h23 com declarações da Fectrans)

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