Ventura admite comissão de inquérito à Spinumviva se permanecerem “dúvidas graves e insustentáveis”
"Continua a haver dúvidas sobre o primeiro-ministro, que são graves e insustentáveis do ponto de vista político", disse André Ventura em entrevista à SIC.
O presidente do Chega admitiu esta quarta-feira avançar com uma comissão parlamentar de inquérito ao caso da Spinumviva se o primeiro-ministro não der mais esclarecimentos, alegando que permanecem dúvidas “graves e insustentáveis”.
“Vamos avaliar essa situação [comissão de inquérito à Spinumviva]. Continua a haver dúvidas sobre o primeiro-ministro, que são graves e insustentáveis do ponto de vista político”, disse André Ventura em entrevista à SIC transmitida no Jornal da Noite de hoje
Ventura considerou que Luís Montenegro “tem de dizer se quer dar esclarecimentos ou não” sobre o caso da sua antiga empresa, a Spinumviva, que passou aos seus filhos e que suscitou a polémica que conduziu à queda do Governo e às eleições antecipadas.
“Nós queremos estabilidade e vamos ser farol de estabilidade, mas não nos peçam para sermos farol de estabilidade à custa da luta contra a corrupção ou da integridade. Está nas mãos do primeiro-ministro dar esse esclarecimento”, declarou.
Na entrevista, feita nos corredores do parlamento, voltou a afirmar que o Chega irá ter um “governo-sombra pronto para governar Portugal” constituído por “uma grande parte” de nomes de fora do partido. Segundo o líder do Chega, isso “não é antever uma crise política”, mas apenas ter um primeiro-ministro e uma equipa pronta para governar o país, quando e se for necessário.
Ventura justificou depois o recurso maioritário a figuras de fora do partido: “Os partidos devem ser forças de transformação, mas nós somos contra os jobs for the boys, somos contra o tacho pelo cartão partidário”.
Questionado sobre a estabilidade política nos próximos quatro anos, respondeu: “O normal é a legislatura durar o tempo todo, é o que nós queremos, é o que o país deseja, mas se não acontecer quero dizer às pessoas que me sinto pronto para governar”.
Sobre a moção de rejeição do programa do governo apresentada pelo PCP, o líder do Chega escusou-se a revelar como vai votar o seu partido, mas prometeu “agir com responsabilidade”.
“Mas vamos ser muito firmes na luta contra a corrupção e a subsidiodependência”, acrescentou. Sobre o processo de revisão constitucional que a Iniciativa Liberal anunciou que iria abrir, para rever aquilo a que chamou a estatização da economia, André Ventura admitiu envolver o Chega, designadamente para introduzir a possibilidade de prisão perpétua para alguns crimes.
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