“Estamos demasiado focados na exportação, mas essa é só a primeira fase da internacionalização”

Católica e Câmara do Comércio e Indústria apontam para outubro a terceira edição do programa de formação desenhado para acelerar a internacionalização das empresas portuguesas.

As empresas portuguesas estão “demasiado focadas na exportação”, mas essa é apenas “a primeira fase da internacionalização”. Quem o diz é Margarida Ramalho, diretora do programa criado pela Universidade Católica e pela Câmara do Comércio e Indústria Portuguesa para apoiar as companhias nacionais a acelerar a sua presença além-fronteiras. A terceira edição está a ser preparada para arrancar em outubro.

“O valor efetivo é captado quando a empresa começa a avançar e a ter presença direta nos mercados estratégicos. Entrar nesses mercados, não tem de ser por investimento direto. Pode ser através de parcerias, alianças ou licenciamentos. Há várias alternativas que não são exploradas pelas empresas portuguesas“, sublinha a responsável, em conversa com o ECO.

E esse leque de opções é um dos pilares do programa de entrada na Academia CEO Future Ready, que pretende ajudar empresários, CEO e membros dos conselhos de administração na internacionalização das empresas que lideram.

O programa, explica Margarida Ramalho, consiste em cinco dias, durante os quais são explorados vários temas: além do já referido, os desafios da globalização e das cadeias de valor globais, a complementaridade e colaboração no seio das organizações, a governança e uma visão mais ampla da inovação (não só ao nível do produto, mas também nos processos e práticas de gestão).

O programa de formação serve para fazer uma reflexão estratégia. Abrimos o apetite. As pessoas têm de sair do curso a dizer que só sabem que não sabem nada

Margarida Ramalho

diretora executiva da Católica International Business Platform

“O programa serve para fazer uma reflexão estratégia. Abrimos o apetite. As pessoas têm de sair do curso a dizer que só sabem que não sabem nada“, realça a diretora, que detalha que é promovida uma lógica de aprendizagem ativa e cocriação. Ou seja, a ideia é que os próprios participantes partilhem entre si experiências, aprendendo e debatendo entre si.

“Neste âmbito, estamos também a fazer uma pool de casos. O primeiro será publicado em setembro, que é o caso da Sumol+Compal em Moçambique, uma experiência de investimento direto, porque o CEO e o chair estiveram disponíveis para aprender com os erros. Nos primeiros cinco anos, tudo correu mal e ajustaram-se”, conta Margarida Ramalho.

Depois de uma edição no verão do ano passado e outra no final de 2024, a Católica (através da Católica International Business Platform) e a Câmara de Comércio estão agora a preparar uma nova edição, que arrancará a 30 de outubro e será dirigida tanto a empresas maiores (que queiram acelerar a sua internacionalização), como mais pequenas (que queiram passar da exportação à efetiva internacionalização).

As empresas não podem ficar à espera que o contexto seja mais favorável. Têm de captar as suas oportunidades.

Margarida Ramalho

Diretora executiva da Católica International Business Platform e responsável deste curso

Damos prioridade às empresas familiares portuguesas, porque raras são as que, quando crescem, não vendem a capital estrangeiro. Isso dói-nos a alma”, acrescenta a diretora, em conversa com o ECO.

Depois de fazerem este programa (que decorre presencialmente e implica um investimento de quase três mil euros), os formandos tornam-se membros da Academia CEO Future Ready, uma comunidade de líderes empresariais. Já fazem parte 25 empresas, de acordo com Margarida Ramalho, que deixa ainda um recado, num momento marcado por instabilidade a nível internacional: “as empresas não podem ficar à espera que o contexto seja mais favorável. Têm de captar as suas oportunidades”.

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