Falida sociedade que reabilitou Campo Pequeno dá mais 300 mil euros ao BCP
De uma dívida inicial de 86 milhões de euros, o banco já recuperou 42 milhões da falida sociedade que reabilitou o Campo Pequeno, em Lisboa, nos anos 2000.
O BCP prepara-se para receber mais 300 mil euros da falida sociedade que reabilitou o Campo Pequeno, em Lisboa, no início dos anos 2000, e cuja insolvência se arrasta há mais de dez anos num processo que deverá deixar dívidas por pagar na ordem dos 50 milhões (dos quais 44 milhões ao banco).
De uma dívida que chegou a rondar os 86 milhões de euros, o banco liderado por Miguel Maya, que é o maior credor da Sociedade de Renovação Urbana do Campo Pequeno (SRUCP), já conseguiu recuperar 42 milhões.
A administradora do processo de insolvência da empresa falida, Paula Mattamouros Resendes, propôs esta semana uma nova distribuição de verbas que ainda sobram nas contas da massa insolvente. Quer distribuir 75% do saldo bancário existente, propondo um rateio de cerca de 413 mil euros. Ao BCP tocará pouco mais de 304 mil euros, pagamento após o qual ficarão por reaver 44,4 milhões, segundo a proposta de Mattamouros Resendes.
No final de 2019, a insolvência da SRUCP conheceu um desenvolvimento importante, quando o Campo Pequeno – o principal ativo da sociedade — foi vendido ao empresário Álvaro Covões, promotor de espetáculos da Everything Is New, através da empresa Plateia Colossal, por cerca de 37 milhões de euros, de acordo com os valores reportados pela imprensa na altura.
Em 2021, numa primeira proposta de rateio, o BCP recebeu 29,7 milhões da massa insolvente, tendo sido o único credor de mais de duas dezenas a ter direito a algum recebimento por conta de se tratar de um crédito garantido.
Mais tarde, em 2023, a administradora de insolvência apresentou uma nova proposta de rateio e na qual se reforçava o pagamento ao banco em mais de dez milhões de euros (um total de 41,5 milhões) e juntava à lista de recebimentos os outros credores da sociedade, incluindo a construtora Opway Engenharia, que recuperaria mais de um milhão de um crédito reconhecido de quase seis milhões.
Questionado pelo ECO, o BCP recusou a fazer qualquer comentário sobre o processo, nomeadamente sobre as expectativas de recuperação da totalidade do crédito da SRUCP e se registou no seu balanço alguma imparidade associada a esta exposição.
Para as contas da insolvência da SRUCP, que entrou em insolvência há mais de uma década, em 2014, sucumbindo ao fardo de uma dívida de quase 100 milhões de euros, com este último rateio, passará a dever 49,9 milhões de euros aos credores, cerca de metade do que devia no início do processo de falência.
Atualmente, o Campo Pequeno funciona como uma sala de espetáculos (na arena) e tem ainda um centro comercial e um parque de estacionamento subterrâneos, no seguimento das obras profundas que tiveram lugar nos anos 2000.
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