Novobanco vendido por 6,4 mil milhões? “Não é muito normal”, admite líder do Totta
Castro e Almeida considera o investimento do banco francês em Portugal uma “excelente notícia” e nota que vai trazer mais concorrência ao mercado.
Pedro Castro e Almeida admite que “não é muito normal” um banco ser vendido pelos valores do negócio do Novobanco, mas considerou que se trata de uma “excelente notícia” o investimento do banco francês BPCE em Portugal.
“A má novidade é que vai trazer mais concorrência”, disse o gestor em tom de brincadeira. “Traz um desafio adicional do que se tivesse sido um banco incumbente a comprar o Novobanco”, acrescentou.
“Quando há uns meses se falou num valor de cinco mil milhões pelo Novobanco, também tive dúvidas e foi vendido por 6,4 mil milhões. É um price to book de 1,6 vezes, o que não é muito normal”, afirmou Castro e Almeida na conferência de apresentação de resultados do Santander Portugal.
Ainda assim, considerou que “é ótimo ter um banco francês a pagar o que pagou por um banco português”. “Haver investidores europeus interessados em investir em Portugal demonstra a atratividade do país”, sustentou o gestor que considerou que o BPCE “vai ser um ótimo desafio” para o seu banco.
Castro e Almeida tem a “curiosidade para ver um banco francês em Portugal”. Mas assume que “ficam a ganhar os clientes em Portugal e os colaboradores do Novobanco” — estes últimos ficariam em pior situação se se tratasse de um “negócio de sinergias”.
“Compromisso muito grande”
Questionado sobre o facto de o Governo português se ter mostrado desagrado com o potencial avanço do Caixabank sobre o Novobanco porque iria aumentar a presença espanhola no mercado português, Castro e Almeida, que também lidera um banco de capitais espanhóis, salientou que não é a base acionista que interessa, mas antes o compromisso com o país.
“O nosso compromisso é muito grande”, atirou. “Falamos com as autoridades, sabem que o Santander tem um fantástico compromisso com o país”, reforçou o gestor, recordando que no passado foi o seu banco que teve de ficar com o Banif e Popular porque nenhum outro o conseguia fazer.
“O melhor apoio e compromisso com os clientes é ser um banco saudável para que nos momentos difíceis os apoiar”, assinalou.
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