Administração da Martifer diz que preço da OPA é “suscetível de ser aceite”
A administração da Martifer considerou que a contrapartida de 2,057 euros da OPA deve ser tida em conta e recomenda aos acionistas que aceitem a oferta.
O conselho de administração da Martifer considera que a contrapartida de 2,057 euros na oferta pública de aquisição (OPA) lançada pela Visabeira sobre o capital da empresa de Oliveira de Frades que a Visabeira, a I’M SGPS (irmãos Martins) e a Mota-Engil não controlam é “suscetível de ser aceite” pelos acionistas e as condições apresentadas “são adequadas”. O boardavisa ainda os “acionistas deverão ainda ter em consideração as possíveis implicações para a liquidez das suas ações que poderão decorrer da Oferta”.
“É entendimento do Conselho de Administração que, face aos critérios constantes do artigo 181º do CVM, a Oferta e suas condições são adequadas e, ao comportamento histórico das ações da Martifer em mercado regulamentado, a contrapartida da Oferta merece ser tida em conta, e é suscetível de ser aceite pelos acionistas”, adianta um relatório enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
A análise do board realça que nos “três anos anteriores ao Anúncio Preliminar Inicial da Oferta, a cotação de fecho diária situou-se entre 0,82 euros (oitenta e dois cêntimos) e 2,21 euros (dois euros e vinte e um cêntimos) por ação”, acrescentando que a contrapartida da oferta representa respetivamente um prémio de 13,2% e 5,2%, face à cotação média ponderada pelo volume respetivamente dos 24 e 12 meses imediatamente anteriores ao anúncio da OPA.
A Visabeira, que encabeça a OPA lançada no passado mês de agosto com base num acordo tripartido com a I’M, dos irmãos Martins, e com a Mota-Engil, oferece 2,057 euros, um preço que tem sido contestado pelos investidores, que consideram que o preço oferecido não reflete o valor dos ativos, nem eventuais sinergias criadas pelo negócio.
O acordo parassocial tripartido, celebrado em 5 de agosto, cria um controlo conjunto sobre a Martifer, que pressupõe a imputação à Visabeira e à I’M (bem como à Mota-Engil), uma participação qualificada correspondente a 85,59% do capital social da Martifer, “ultrapassando, desse modo, o limiar de metade dos direitos de voto previsto no artigo 187.º, número 1, do CVM”, refere um dos comunicados. Uma vez consumadas todas as operações previstas, a estrutura acionista ficará assim distribuída:
- Visabeira: passará a ser titular de 23 milhões de ações, equivalente a 23% do capital social da Martifer.
- I’M SGPS: passará a deter 25,09 milhões de ações, equiparável a 25,1% do capital social da Martifer.
- Mota-Engil: continuará a deter 37,5 milhões de ações, representativas de 37,5% do capital social da Martifer.
O objetivo dos três acionistas é ficar com a totalidade do capital, mas para isso precisam de conseguir ficar com mais de 90% das ações, para poderem avançar com uma oferta potestativa sobre o restante capital, ou aprovar em assembleia-geral de acionistas a exclusão voluntária de bolsa e os investidores que fiquem com ações aceitarem vender à base acionista de controlo.
Dependendo do sucesso da operação, a Visabeira poderá aumentar a sua participação na Martifer até 37,5%. Ou seja, o objetivo é passar a controlar os 100% do capital. Isso apenas poderá acontecer se for ultrapassada a barreira dos 90% na oferta, permitindo uma oferta potestativa sobre as restantes ações dispersas; ou se, sendo aprovada uma exclusão voluntária de bolsa, os investidores que fiquem com ações aceitarem vender à base acionista de controlo. De uma maneira ou de outra, o futuro da Martifer deverá passar a ser fora da bolsa.
“Após analisar o Anúncio Preliminar e o Projeto de Prospeto, é entendimento do Conselho de Administração que não se anteveem alterações significativas na estrutura de recursos humanos, nas condições laborais dos trabalhadores e dirigentes da Martifer, nem nas relações com os demais stakeholders, nomeadamente clientes, fornecedores, prestadores de serviços e instituições financeiras”, acrescenta o conselho de administração no mesmo comunicado.
O board refere ainda que o plano de negócios que os acionistas pretendem acordar para o período de 2026 a 2030 “pretende manter a linha estratégica atualmente definida pelo Conselho de Administração”.
(Notícia atualizada)
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