Greve geral a 11 de dezembro. CGTP e UGT juntas contra a reforma laboral

  • Lusa e ECO
  • 8 Novembro 2025

Protesto decorrido na tarde deste sábado em Lisboa culmina num anúncio que já era esperado contra a proposta de reforma laboral apresentada pela ministra Palma Ramalho.

O secretário-geral da CGTP anunciou uma greve geral para 11 de dezembro, no final da marcha nacional contra o pacote laboral, em Lisboa. alinhada com a UGT. “Anunciamos a realização da greve geral contra o pacote laboral”, disse o secretário-geral da CGTP, Tiago Oliveira, num discurso nos Restauradores, em Lisboa, no final de uma marcha contra o pacote laboral. É a primeira greve geral conjunta desde 2013, há mais de dez anos, quando a troika ainda estava em Portugal.

Uma fonte oficial da UGT, citada pelo Observador, confirmou que a data foi consensualizada com a CGTP. “Naturalmente, a UGT ouviu já os seus sindicatos. Será a proposta também que levaremos na próxima quinta-feira, quer ao Secretariado Nacional, quer ao Conselho Geral da UGT”, afirmou ainda.

Aquando da greve da Administração Pública no final de outubro, Tiago Oliveira já tinha garantido que a greve geral estava a ser considerada. Na altura, realçou que o Governo só pretendia iniciar negociações com os sindicatos para valorização salarial da Administração Pública após a apresentação do Orçamento do Estado 2026. Isso “revela a falta de compreensão e a falta de noção do que é a vida da maioria dos trabalhadores”, disse.

Neste sábado, Tiago Oliveira disse que “foi possível a convergência para uma greve geral no próximo dia 11 de dezembro”. “O ataque é brutal, vamos à greve geral”, começaram a entoar os trabalhadores.

No dia 8 de setembro, em entrevista exclusiva ao ECO, a ministra do Trabalho foi confrontada com a crescente tensão política e na concertação social, e já sabendo a marcação de uma manifestação marcada pela CGTP e as críticas da UGT. “A minha margem está em todas as normas que estão aqui. Primeiro, porque estão em projeto; segundo, porque são propostas com base em muito conhecimento e muitos contributos dos parceiros. Tivemos muitas reuniões e, ao longo desta semana passada, reunimos com todos“, respondeu Maria do Rosário Palma Ramalho.

A margem negocial está em todas as normas, mas qual é a linha? “Temos uma linha condutora: Os quatro pilares que referi — flexibilidade/produtividade, valorização dos trabalhadores, serviços mínimos na greve e contratação coletiva. Aceitaremos propostas construtivas. O que não faremos é comprar consensos agora para criar conflitos depois ou “passar” à força na Concertação só para garantir aprovação no Parlamento“, disse a ministra.

O Governo, como é público, retirou as mudanças na lei laboral da proposta de Orçamento, um acordo de princípio com o PS para a viabilização política do documento no Parlamento. E está neste momento a discutir essas mudanças na Concertação Social, que deverão ter um fim até ao final do ano, precisamente depois da aprovação do orçamento para 2026. Depois, a proposta laboral seguirá para a discussão no Parlamento, já depois da anunciada greve geral.

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