Câmara de Lisboa promove estacionamento noturno para residentes em seis supermercados Lidl

Seis supermercados da cadeia alemã vão abrir as portas durante a noite para estacionamento gratuito dos lisboetas. Apresentação da medida decorre nesta sexta-feira.

A Câmara de Lisboa e a cadeia de supermercados Lidl vão criar uma bolsa de 335 lugares de estacionamento no período noturno, num total de seis estabelecimentos. A medida, gerida através da empresa municipal de mobilidade, EMEL, será apresentada na sexta-feira pelo presidente da autarquia, segundo o comunicado enviado às redações.

Os residentes em Lisboa poderão utilizar os parques dos supermercados localizados em Olivais Sul, na Avenida Infante D. Henrique Xabregas e no estádio do Belenenses (Restelo) a partir de sexta-feira. Adicionalmente, até final do mês, serão disponibilizados os parques do Lidl em Carnide, Laranjeiras e Xabregas.

O horário de utilização nesta modalidade dura entre o encerramento dos supermercados e as 8h30, sendo a adesão feita no próprio estabelecimento comercial, ou no site da EMEL. A utilização neste horário será gratuita para os residentes.

Atualmente, e conforme se pode verificar numa consulta ao site da EMEL existem assinaturas mensais na superfície na Avenida Infante D. Henrique, junto à antiga rotunda do Baptista Russo. Aí, a modalidade noturna (das 19h00 às 9h00) custa 80 euros para não residentes e 35 euros para residentes. A assinatura 24 horas tem um custo de 120 euros e 35 euros, respetivamente.

Como foi noticiado no final do ano passado, a autarquia está a trabalhar com as grandes cadeias comerciais a disponibilização de lugares de estacionamento aos residentes nos horários “mortos”, entre o encerramento e a abertura. Nesse sentido, a autarquia frisa que o Lidl é “a primeira grande cadeia de supermercados a associar-se a este projeto”.

No âmbito desta iniciativa, a Câmara já tinha promovido, em março, a disponibilização de 3500 lugares em 36 parques da EMEL e da Telpark, em 14 freguesias de Lisboa, no horário entre as 18h00 e as 10h00 dos dias úteis e ao longo de todo o fim-de-semana.


Notícia atualizada às 17h20 com indicação de que a utilização é gratuita no horário indicado.

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Associação de Capital de Risco quer 2% dos investimentos de seguros e pensões

  • ECO Seguros
  • 10 Julho 2025

Stephan de Morais, presidente Associação Portuguesa de Capital de Risco, recomenda desviar 2% dos 52 mil milhões investidos para empresas startup.

Cerca de 1,4 mil milhões de euros é quanto Stephan de Morais, presidente Associação Portuguesa de Capital de Risco (APCRI), espera dos investidores institucionais portugueses mais relevantes como as seguradoras e sociedades gestoras de fundos de pensões para suporte de startups nacionais, disse em declarações ao jornal Expresso (acesso pago).

Segundo o jornal “o setor define como ‘alvo’ ideal a alocação de 2% dos montantes sob gestão em fundos de ‘venture capital’, o que significaria mais de mil milhões de euros a entrar no circuito de startups”. O cálculo seria feito sobre o atual montante de 52 mil milhões de euros administrados pelas seguradoras e pelas gestoras de fundos de pensões.

Em resposta a questões do Expresso, a ASF esclareceu a este respeito que “não são estabelecidos limites às categorias de ativos em que as empresas de seguros ou as entidades gestoras de fundos de pensões podem investir, desde que os ativos investidos cumpram com os princípios estabelecidos”.

Entre estes princípios, a ASF destacou “a garantia da segurança, da qualidade, da liquidez e da rendibilidade da carteira no seu conjunto; e a garantia que as decisões de investimento seguem o melhor interesse dos tomadores de seguros, segurados, beneficiários e participantes”, concluiu.

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Automóvel “não pode ser apenas fonte de receita fiscal”. Ferreira da Silva segue ao volante da ARAN

Parque automóvel envelhecido, integração de veículos elétricos e adaptação do pós-venda às viaturas mais conectadas são os desafios para o novo mandato na Associação Nacional do Ramo Automóvel (ARAN).

Rodrigo Ferreira da Silva vai continuar a ser presidente da Associação Nacional do Ramo Automóvel (ARAN), que representa subsetores como concessionários, oficinas, peças, reparadores autorizados, reboques, fabrico e transformação de carroçarias e motociclos.

No cargo desde 2019, o gestor portuense de 48 anos foi reeleito para o quadriénio 2025–2029 depois de no último mandato ter feito crescer em 36% o número de novos associados (974 inscrições), segundo dados oficiais, e com a promessa de nesta nova etapa alcançar “maior representatividade e abrangência” na associação nortenha.

Com uma “agenda de propostas concretas” para apresentar ao Governo, com o objetivo de “sensibilizar” para a importância do setor automóvel na economia portuguesa – “não pode continuar a ser considerado como apenas uma fonte de receita fiscal” –, pede “maior atenção legislativa e apoios estratégicos”.

Rodrigo Ferreira da Silva, presidente da Associação Nacional do Ramo Automóvel (ARAN)

Na lista de desafios, o líder da ARAN coloca a “modernização e digitalização” do setor, lembrando que o parque automóvel nacional tem uma idade média próxima dos 14 anos no caso dos veículos ligeiros e de 16 anos nos pesados, o que “exige a mudança de paradigma rumo à sustentabilidade”.

Por outro lado, no mesmo comunicado sublinha a integração de veículos elétricos, que em Portugal tem uma taxa superior à média europeia, e com a entrada das marcas chinesas com preços mais acessíveis a exigir “um maior conhecimento técnico especializado e adaptação por parte das empresas nacionais”.

Finalmente, sublinha ainda que pretende neste mandato reforçar o apoio aos associados especialmente no segmento de pós-venda, composto maioritariamente por pequenas e médias empresas que “enfrentam a necessidade de se adaptarem às exigências das novas viaturas, cada vez mais conectadas”.

Com mais de duas décadas de experiência em várias empresas do setor automóvel, Rodrigo Neves Ferreira da Silva estudou Gestão de Marketing no IPAM e tem uma pós-graduação em Distribuição Automóvel na Universidade Católica. Começou a carreira na empresa fundada pelo pai (Maiauto), que em 1972 foi o primeiro concessionário automóvel do concelho da Maia, com representação da Morris, MG e Wosely.

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WPP vai à Microsoft recrutar Cindy Rose para CEO

  • + M
  • 10 Julho 2025

Cindy Rose, que sucede a Mark Read, não encontrará um território desconhecido na WPP, uma vez que é diretora não executiva do seu conselho de administração desde 2019. 

Cindy Rose foi anunciada como nova CEO da WPP, cargo que assume a partir de setembro. A até agora chief operating officer global enterprise da Microsoft sucede assim a Mark Read, que já tinha anunciado a sua saída da liderança do grupo no início de junho e que vai colaborar com a nova CEO até ao final do ano.

Durante os últimos nove anos em cargos de liderança na Microsoft, onde atualmente ajuda algumas das maiores empresas do mundo a usar tecnologia digital e inteligência artificial (IA) para impulsionar a transformação dos negócios, Cindy Rose foi também presidente da Microsoft Europa Ocidental e CEO da Microsoft no Reino Unido.

Entre outros cargos que desempenhou anteriormente incluem-se o de managing director of the UK consumer business na Vodafone e de executive director of digital entertainment and media sales da Virgin Media. Esteve também durante 15 anos na The Walt Disney Company, como senior vice-president e managing director do Disney Interactive Media Group para a região EMEA (Europa, Médio Oriente e África).

A WPP não será território desconhecido para a profissional, uma vez que a mesma é diretora não executiva do conselho de administração do grupo desde 2019.

“A WPP é uma empresa que conheço e adoro — não apenas pelos meus seis anos no conselho de administração, mas também como cliente e parceiro muitos anos antes disso — e não poderia estar mais feliz ou animada por ser nomeada CEO. Desenvolvemos e continuamos a desenvolver capacidades de IA líderes de mercado, além de uma reputação incomparável de excelência criativa e uma lista de clientes de destaque. A WPP conta com os profissionais mais brilhantes, talentosos e criativos, e mal posso esperar para escrever o próximo capítulo da empresa juntos”, diz a nova CEO, citada em comunicado.

“A Cindy é uma líder empresarial excecional e inspiradora, com vasta experiência em algumas das empresas mais reconhecidas do mundo e um histórico de crescimento de negócios de grande porte. Liderou operações multimilionárias no Reino Unido, EMEA e globalmente, construiu relacionamentos duradouros com clientes e impulsionou o crescimento em ambientes corporativos e de consumo”, começa por afirmar, por sua vez, o presidente do conselho de administração da WPP, Philip Jansen.

A nova CEO tem também “apoiado a transformação digital de grandes empresas em todo o mundo, incluindo a adoção da IA ​​para criar novas experiências para o cliente, modelos de negócios e fluxos de receita”, pelo que “o seu conhecimento nessas matérias será extremamente valioso para a WPP, à medida que o setor navega por mudanças fundamentais e incertezas macroeconómicas. Como membro do conselho de administração, ela entende os nossos negócios e as necessidades de nossos clientes. Estamos ansiosos para trabalhar com ela na sua nova função”, acrescenta Philip Jansen, que deixou ainda uma palavra de agradecimento a Mark Read.

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Novo código de conduta europeu para IA vem “facilitar” vida às empresas

Comissão Europeia disponibiliza código de conduta para que as empresas que desenvolvam inteligência artificial (IA) de propósito geral demonstrem facilmente que estão em conformidade com a lei.

A partir desta quinta-feira, 10 de julho, as empresas europeias passam a ter acesso a um código de conduta para os modelos de inteligência artificial (IA) de propósito geral. O documento, pedido pela Comissão Europeia e agora concluído, foi elaborado por 13 especialistas independentes, com contributos de mais de mil entidades, e é de adesão voluntária. No entanto, quando se tornar oficial, permitirá aos signatários demonstrarem facilmente que cumprem a nova regulamentação europeia da IA.

No próximo dia 2 de agosto entra em vigor a parte do regulamento que versa sobre os sistemas de IA de propósito geral, como os chatbots semelhantes ao ChatGPT. Com o novo código de conduta, que já foi tornado público mas que ainda terá de ser formalmente apoiado pelos Estados-membros e pela Comissão, as empresas e organizações em geral que subscrevam o documento “beneficiarão de uma reduzida carga administrativa e maior certeza legal em comparação com os fornecedores que provem a conformidade de outras formas”.

“O código de conduta está desenhado para ajudar a indústria a respeitar as regras da Lei da IA em matéria de IA de propósito geral, que entrarão em vigor no dia 2 de agosto de 2025. As regras passam a aplicar-se um ano depois para os novos modelos e dois anos depois para os modelos existentes. O objetivo é garantir que os modelos de IA de propósito geral disponibilizados no mercado europeu – incluindo os mais poderosos – são seguros e transparentes”, explica a Comissão Europeia num comunicado.

Em linhas gerais, o código está dividido em três capítulos, nomeadamente “Transparência”, “Direitos de Autor” e “Segurança e Proteção”. Os dois primeiros dizem respeito a todos os fornecedores destes modelos, enquanto o terceiro capítulo “é relevante apenas para um número limitado de fornecedores dos modelos mais avançados”, assegura Bruxelas.

“A publicação da versão final do código de conduta para IA de propósito geral marca um importante passo para fazer com que os modelos de IA mais avançados disponíveis na Europa não apenas inovem mas sejam seguros e transparentes. Co-desenhados pelos stakeholders de IA, o código está alinhado com as suas necessidades”, afirma Henna Virkkunem, vice-presidente executiva da Comissão Europeia para a Soberania Tecnológica, Segurança e Democracia, citada na mesma nota.

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Aprovadas 485 candidaturas para a plantação de novas vinhas em mais de 896 hectares

  • Lusa
  • 10 Julho 2025

Com as maiores áreas aprovadas destacam-se a região dos Verdes (255,4 hectares), Lisboa (173,4 hectares) e Tejo (102,8 hectares).

O Instituto da Vinha e do Vinho (IVV) aprovou 485 candidaturas para a plantação de novas vinhas, que correspondem a cerca de 896,8 hectares. “Todas as candidaturas com área elegível foram contempladas com a área solicitada, num total de 485 candidaturas a que correspondem 896,793 ha [hectares] de novas autorizações de plantação”, lê-se numa nota do IVV, enviada esta quinta-feira às redações.

Com as maiores áreas aprovadas destacam-se a região dos Verdes (255,4 hectares), Lisboa (173,4 hectares) e Tejo (102,8 hectares). No sentido inverso aparecem a Madeira (3,6 hectares), o Douro (4,3 hectares) e os Açores (5,6 hectares). O Douro destaca-se igualmente por ter sido uma das regiões com mais candidaturas não contempladas (13).

Segundo um despacho, publicado em fevereiro no Diário da República, a atribuição de novas autorizações de plantação para a produção de vinhos em zonas geográficas delimitadas de denominação de origem ou indicação geográfica está sujeita a limitações. Para a região demarcada do Douro o limite é de 4,4 hectares, sendo 0,1 hectares para a produção de vinhos com denominação de origem Porto e 4,2 hectares para a produção de vinhos com denominação de origem Douro ou indicação geográfica Duriense.

Os restantes 0,1 hectares são destinados à produção de vinhos sem direito a denominação de origem ou indicação geográfica. No total, foram disponibilizados, neste último concurso, 2.415 hectares para novas autorizações de plantação de vinha. O período de candidatura decorreu entre 01 de março e 15 de abril, tendo sido recebidas 502 candidaturas, num total de 924,5 hectares.

Este ano verificou-se assim um “desfasamento mais significativo”, em comparação com o período homólogo, entre a área disponibilizada e a que foi objeto de candidatura. Conforme apontou o IVV, ficou por atribuir uma “parte substancial da área elegível” dado à falta de candidaturas.

Esta situação já se tinha verificado em 2016, quando começou este procedimento, e também em 2024.

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PwC reforça a equipa de direito Laboral com Carolina Bonina Cariano

Carolina Bonina Cariano assume funções como manager. A advogada junta-se à equipa coordenada por Levi França Machado.

A PwC reforçou a sua equipa de Direito Laboral com a integração de Carolina Bonina Cariano, que assume funções como manager. A advogada junta-se à equipa coordenada por Levi França Machado, “numa fase de forte crescimento e consolidação desta área estratégica da firma”, segundo comunicado do escritório.

Com experiência em Direito do Trabalho, transita de uma grande sociedade de advogados, tendo desenvolvido toda a sua atividade profissional na assessoria laboral a empresas nacionais e internacionais.

Levi França Machado, líder da Área de Direito Laboral do Legal da PwC, sublinha: “A Carolina encaixa muito bem na nossa estratégia de crescimento. Nos últimos anos tivemos a felicidade de conseguir crescer todos os anos a dois dígitos e isso só se consegue com equipas robustas, experientes e sólidas. A Carolina integra este projeto e estamos muito satisfeitos por poder contar com o seu contributo. Tudo faremos para garantir o seu sucesso!”

Para Cristina Cabral Ribeiro, Legal Lead Partner da PwC, “a área de prática de Laboral é, há vários anos, uma das apostas da PwC e a Carolina percorrerá agora este caminho connosco. Esta contratação insere-se numa estratégia de crescimento contínuo da área e manteremos a estratégia de reforço contínuo da Equipa.” Cristina Cabral Ribeiro acrescenta ainda que “a firma continua fortemente empenhada na estratégia de crescimento dos serviços jurídicos. Na passada semana integramos mais três advogadas, em diferentes áreas de prática, o que é a melhor prova da vitalidade e da dinâmica do nosso projeto.”

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Quem são os principais candidatos à compra da TAP?

Air France – KLM, Lufthansa e IAG (British Airways e Iberia) já se mostraram disponíveis para ficar com parcela minoritária da TAP. Montenegro avisa que não terão direito a indemnização se venda cair.

A Air France – KLM, o Grupo IAG (dono de companhias como a British Airways e Iberia) e a Lufthansa são os três grupos que já manifestaram publicamente interesse na compra da TAP. Um processo que esta quinta-feira teve um “primeiro passo de saída”, nas palavras do primeiro-ministro, com a aprovação de um decreto-lei para a reprivatização de 49,9% do capital social da companhia aérea.

Precisamente 651 dias depois de um Governo então liderado por António Costa ter aprovado um diploma que previa a alienação de entre 51% e 100% do capital, com 5% reservados para os trabalhadores — acabaria inviabilizado por um veto presidencial e a demissão do Executivo pouco tempo depois –, Luís Montenegro anunciou agora a “abertura ao capital de um investidor ou mais até 44,9% e 5% aos trabalhadores”.

Apesar deste hiato prolongado, de a percentagem a vender ter encolhido e de as contas da transportadora se terem deteriorado desde 2023, o que não se alterou foi o interesse da Air France-KLM, da Lufthansa e do Grupo IAG. Desde 2023 têm vindo a reiterar a vontade de se candidatar à venda da TAP, considerada a última transportadora aérea europeia com uma dimensão significativa ainda não integrada num grande grupo.

Embora todos tenham manifestado disponibilidade para a aquisição de uma parcela minoritária da TAP, inclusive já depois da recondução do atual Governo no cargo, há quem tenha mostrado preferência por uma maioria do capital ou “um caminho para a propriedade total”, como afirmou em janeiro um executivo responsável pelo desenvolvimento de negócio do grupo IAG.

Se esta hipótese de ficarem com uma participação minoritária até já tinha estado em cima da mesa quando o maior acionista da TAP era o empresário David Neeleman, a autonomia de gestão será outro tema central neste negócio. O CEO da dona da British Airways e da Iberia, entre outras companhias mais pequenas, afirmou em fevereiro deste ano que o interesse na TAP depende da “liberdade para gerir a companhia”.

A consolidação no setor da aviação tem-se mantido de ‘asas no ar’ nos últimos tempos. A Lufthansa concluiu em janeiro a aquisição de 41% da italiana ITA Airways, por 325 milhões de euros, depois de um longo processo de aprovação junto da Comissão Europeia. Na semana passada a Air France-KLM anunciou que pretende aumentar a sua participação na SAS dos atuais 19,9% para 60,5%, adquirindo a totalidade das ações detidas pela Castlelake e pela Lind Invest.

Não há direito a indemnização, alerta Governo

Na declaração feita esta quinta-feira, Luís Montenegro mostrou-se convicto de que “haverá muitos interessados” e que haverá a “oportunidade de avaliar do ponto de vista financeiro, técnico e estratégico as propostas que vierem a ser apresentadas”.

Porém, acrescentou o chefe do Executivo “se não forem atingidos os objetivos definidos pelo Governo”, o diploma “incorpora a possibilidade de a qualquer momento suspendermos ou frustrar” a operação “sem qualquer consequência indemnizatória para os respetivos interessados”.

Por outro lado, Luís Montenegro garantiu ainda que este processo “salvaguarda o hub em Lisboa, salvaguarda o aproveitamento de todas as infraestruturas aeroportuárias do país, em particular hoje o Aeroporto Humberto Delgado e amanhã o Aeroporto Luís de Camões”.

Todos os pormenores do plano serão ainda apresentados ao final da tarde pelos ministros das Infraestruturas, Miguel Pinto Luz, e das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, mas o secretário-geral do PS já veio considerar a solução de privatizar 49,9% da TAP como “adequada”.

Ainda assim, José Luís Carneiro, em declarações aos jornalistas na sede do partido, no Largo do Rato, em Lisboa, pôs em cima da mesa “duas condições”: além da manutenção da maioria do capital social no Estado, o reembolso dos três mil milhões de euros que o Estado investiu na companhia durante a pandemia.

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Regulamentação do lobbying volta ao Parlamento. “Transparência vai beneficiar todos”, diz Rita Serrabulho

"O processo de transparência vai beneficiar todos. Isto não é um tema político, é um tema que deve ser discutido pelos diferentes atores e stakeholders", frisa presidente da PAPT.

A regulamentação do lobbying vai voltar esta quinta-feira à Assembleia da República. Com projetos de lei do PSD, PAN, IL, Chega, PS e CDS-PP, é a quinta vez que os deputados vão discutir e votar legislação para a atividade da representação de interesses em Portugal, que chegou a ser aprovada na generalidade no último Governo do PS, tendo acabado por não ser votada na especialidade.

Rita Serrabulho, managing parter da Political Intelligence e CEO da AMP Associates, desde julho presidente da Associação Public Affairs Portugal (PAPT), acredita que é desta vez que a representação de interesses será regulada. “É um sinal muito positivo que a discussão seja retomada no arranque de legislatura“, aponta, referindo que as diferentes propostas de lei, que têm vindo a ser maturadas, “estão hoje bastante consensualizadas”.

Depois de aprovadas na generalidade, Rita Serrabulho espera que se possam decidir algumas melhorias na especialidade, como o âmbito das exclusões. “Algumas propostas divergem no objeto, em quem deve ser abrangido. Quanto mais exclusões, mais permeável fica a lei. Não faz sentido excluir ninguém“, defende a profissional, lembrando que algumas das propostas excluem advogados, solicitadores ou sindicatos.

O local onde fica o Registo de Transparência da Representação de Interesses (RTRI) será outro dos pontos a afinar, com Rita Serrabulho a defender que idealmente seria numa entidade independente, como a Entidade para a Transparência, mas que a Assembleia da República “pode ser uma boa solução”, para agilizar o processo.

A existência, ou não, de um código de conduta transversal e os mecanismos de pegada legislativa são outros dos pontos que devem ser consensualizados. “É crítico haver a pegada legislativa, que todas as interações fiquem registadas“, reforça, defendendo que todas as reuniões e contributos deixados pelos diferentes grupos de interesses devem ser públicos, tanto para jornalistas como para a sociedade civil. “É isto que nos vai permitir perceber, até em casos como os que tivemos os últimos anos em Portugal, que, participou, quem reuniu e contribuiu com o quê“, exemplifica. Não acontecendo, “continuamos à mercê do Ministério Público e de escutas”, acrescenta a presidente da associação.

O processo de transparência vai beneficiar todos. Isto não é um tema político, é um tema que deve ser discutido pelos diferentes atores e stakeholders, pela sociedade civil e pelos empresários“, frisa Rita Serrabulho, lembrando que a regulamentação do lobbying “vai defender instituições, cidadãos e classe política”.

Criada em 2024, a PAPT conta atualmente com 25 associados, dos quais oito são coletivos, não sendo os seus nomes conhecidos. “Não se pode saber quem são, porque não temos essa autorização, nem das empresas nem dos indivíduos”, justifica quando questionada sobre o porquê do anonimato. “Não estamos a esconder nada, é um tema que já devia ter sido falado“, admite.

Em janeiro de 2024, recorde-se, a votação na especialidade dos projetos de lei para regulamentar o lobbying foi adiada pela Comissão de Transparência e Estatuto dos Deputados, pelo que o Parlamento não terá tempo para fechar uma lei até à dissolução. O adiamento foi proposto em primeiro lugar pelo deputado Carlos Guimarães Pinto, da IL, mas foi rejeitado, com o voto contra do PS e do Chega. Na sequência da votação, o PSD usou um direito potestativo (obrigatório), adiando a discussão da representação legítima de interesses.

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Movimento de magistrados do Ministério Público vai mesmo avançar, apesar da greve

O Conselho Superior do Ministério Público (CSMP) aprovou na quarta-feira o movimento de magistrados que motivou a greve nacional de procuradores que esta quinta-feira termina.

Apesar da greve dos magistrados do Ministério Público (MP), o Conselho Superior do Ministério Público (CSMP), liderado por Amadeu Guerra, aprovou o movimento ordinário de Magistrados do Ministério Público. A greve nacional de procuradores termina esta quinta-feira.

Segundo nota do CSMP, reunido em plenário na quarta-feira, o conselho decidiu também propor à ministra da Justiça o encurtamento do estágio dos 40.º e 41.º cursos de formação do Centro de Estudos Judiciários, que forma os magistrados judiciais e do Ministério Público, para “minorar as consequências da grave carência de magistrados“, lê-se numa nota enviada à Lusa.

O Movimento Ordinário de Magistrados do Ministério Público, publicado em 4 de junho em Diário da República, inclui lugares a ocupar pelos procuradores, a partir de setembro, em vários departamentos e tribunais em simultâneo. O movimento tem sido contestado pelo Sindicato dos Magistrados do Ministério Público (SMMP), que o classifica como o “último prego” na sua especialização de funções, por incluir lugares que permitem aos magistrados exercer funções em vários departamentos e tribunais em simultâneo, por vezes associando as jurisdições criminal, cível e de família e menores.

Como consequência, o sindicato apresentou uma reclamação ao CSMP a pedir a anulação do movimento e convocou uma greve nacional de dois dias, que segundo o SMMP teve uma adesão de 90% na quarta-feira e termina hoje, e mais três dias de greves regionais em Lisboa (dia 11), no Porto (dia 14) e em Évora e Coimbra (dia 15).

A Procuradoria-Geral da República tem justificado a opção com a necessidade de “otimizar os recursos existentes”, num “contexto de reconhecida e notória carência de recursos humanos”.

Na quarta-feira, a ministra da Justiça, Rita Alarcão Júdice rejeitou a ideia de abrir um curso especial de magistrados que pudesse dar resposta à reconhecida falta de magistrados, mas admitiu a possibilidade de encurtar o prazo do estágio dos cursos, como é agora proposto pelo CSMP.

A confirmar-se esse encurtamento, segundo os cálculos da ministra, em janeiro de 2026 estarão mais 55 procuradores já ao serviço, e não apenas em setembro, e no ano seguinte, em janeiro de 2027, estarão mais 75 procuradores ao serviço, o que faz 130 procuradores em um ano e meio.

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Fórum Nacional de Seguros 2025 bateu recordes de presenças e expositores

  • ECO Seguros
  • 10 Julho 2025

No final, a edição 2025 do Fórum Nacional de Seguros ficou lembrada pelo número recorde de inscrições, marcas e stands. O evento, ponto de encontro dos seguros, mobilizou mais de 3 mil profissionais.

O Fórum Nacional de Seguros terminou hoje depois de dois dias repletos de conversas, negócios, parcerias e debates sobre temas do mercado segurador. Ao todo, estiveram presentes no evento mais de 50 stands, 55 marcas e mais de 2600 inscritos, um recorde para a iniciativa.

O segundo dia, que decorreu apenas durante a manhã, ficou marcado pelos quatro painéis de debate, dedicados à discussão sobre o que ainda falta conquistar na proteção de empresas, o impacto das novas tecnologias e as revoluções que trazem aos seguros e, ainda, o poder do presente para cuidar do futuro do mercado.

“Há poucos fóruns em Portugal onde todo o setor se pode encontrar. E este é onde estão todas as seguradoras, todos os mediadores, é um fórum verdadeiramente profissional que cruza toda a cadeia de valor, num único espaço, em dois dias“, começou por dizer Filipe Charters de Azevedo, CEO da Hagel Seguros. Esta parte mais informal que o FNS proporciona aos expositores e visitantes é, de acordo com Pedro Lopes, Diretor Comercial da Seguramos Grande Porto e Vale do Ave, bastante importante, já que “promove a vertente pessoal através da interligação com vários intervenientes”.

Esta interação permite aos vários stands presentes promoverem a sua marca, não só para os seus próprios clientes, mas também para angariação de novos. “Sendo este um certame para profissionais, é um bom espaço para dar visibilidade à marca, ao produto e ao que fazemos, mas principalmente para angariar demonstrações e convertê-las em futuros clientes”, explicou João Capucho, Diretor da Habic. A mesma opinião foi partilhada por Nelly Taveira Pinto, Diretora da Zona Norte da AIG, que afirmou: “É fundamental estar presente perto dos nossos parceiros e aqui é um bom espaço para mostrar a nossa diferenciação“.

O fórum que reúne todos

“Toda a gente está aqui”, referiu Fernando Rocha, Diretor Geral da SABSEG. “Está cá toda a gente”, disse, por sua vez, Nuno Lopes de Almeida, Diretor da Bupa Portugal. “Está aqui todo o mundo de seguros”, garantiu Ana Teixeira, Fundadora da Mudey. “Estamos todos cá”, acrescentou, ainda, Isabel Silva, Comercial do Grupo Concentra. Este é, de acordo com os participantes do evento, o principal fator diferenciador do Fórum Nacional de Seguros.

Por essa razão, Mafalda Costa, Subscritora da NUVU, afirmou que o fórum “cada vez mais se torna um ponto de sinergias para estabelecer contactos“. “As grandes seguradoras estão cá todas representadas. É um bom sítio para fazermos contactos, para trazermos os nossos convidados a verem o que se passa neste país”, corroborou João Rodrigues, Responsável pela Operação da Mediplus em Portugal.

Para Sandra Guimarães, Diretora de Marketing da Acrisure, este “é o evento do setor segurador por excelência, que reúne, quer as seguradoras, quer a distribuição“, o que ajuda a promover relações entre parceiros, que, segundo Miguel Ferreira, Head of Sales da Carglass Portugal, “têm de estar presentes para se conseguir fazer um trabalho bem feito entre seguradoras, mediadores, e prestadores“.

“Este fórum permite-nos estar com os melhores mediadores do mercado, assim como com as seguradoras”, garantiu Nuno Jerónimo, CEO da Goose Brokers. Este ponto é vantajoso, já que, segundo Luís Geraldes, CEO da I2S Brokers, num único evento, conseguem “estar com clientes, parceiros e seguradoras”.

Acompanhar tendências e divulgar marcas

“Realmente faltava este evento no nosso país”, continuou Hugo Gonçalves, CEO da Libax. Fernando Marques, Sócio Gerente e Fundador da Methodus Seguros, admitiu, ainda, que este fórum é, por isso, importante para as marcas se afirmarem: Isto acaba por ser um espaço para nos mostrarmos, para dizermos que somos capazes e que temos resposta para o que nos é solicitado”.

A mesma ideia foi partilhada por Joana Ribeiro, Gestora Comercial na Ageas, que afirmou que o FNS “permite acompanhar as tendências do setor segurador“. Ao mesmo tempo, Rui Costa, Coordenador Nacional do Canal Agentes da Saúde Prime, acrescentou que é uma oportunidade de “dar notoriedade à marca”.

Neste fórum nós procuramos, acima de tudo, evolução. Queremos perceber onde estamos e para onde podemos caminhar. As empresas presentes dão-nos uma noção precisa de para onde vamos e é esse o nosso foco“, explicou Fernando Fonseca, Diretor da IBK Seguros. As “novas experiências e novas informações” adquiridas no fórum são para Jorge Monteiro, Diretor da Área de Mediação Porto e Gaia na Fidelidade, “um conjunto de oportunidades que todos temos de ouvir para nos alinharmos com o mercado”.

Por ser um “fórum nacional, ser conhecido e ter muito sucesso”, Maria José Maciel, Diretora da Zona do Porto Sul da Generali Tranquilidade considera essencial marcar presença nele. Este sucesso, de acordo com Domingos Magalhães, Managing Partner da Special Insurance, deve-se, também, ao crescimento de mediadores no evento: “Cada vez mais temos muito mediador presente e esse é o nosso mercado trabalho. Portanto, é aqui que eles estão e acreditamos que é aqui que eles vêm procurar soluções diferentes“.

“É extremamente importante ter aqui uma presença para que tenhamos uma exposição no mercado. O Fórum Nacional de Seguros é o grande evento de seguros aqui em Portugal. Não existe outro com esta qualidade e com este tamanho em Portugal“, concluiu Alfredo Martinez, Country Manager da Hispania em Portugal.

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PS exige a devolução dos “três mil milhões” injetados na TAP. Chega pede debate de urgência

Secretário-geral socialista considera privatização de 49,9% da companhia aérea uma "opção adequada". Chega pede debate de urgência para esta sexta-feira sobre negócio que teme ser "ruinoso".

O PS considera a solução de privatização de 49,9% da TAP “adequada”, mas exige “duas condições”: reembolso dos três mil milhões de euros que o Estado investiu na companhia durante a pandemia e a manutenção da maioria do capital social no Estado, afirmou o secretário-geral socialista, José Luís Carneiro, a partir da sede do partido, no Largo do Rato, em Lisboa.

“Os três mil milhões investidos pelo Estado na pandemia devem no médio e longo prazo ser objeto de reembolso aos contribuintes portugueses”, defendeu o líder socialista em reação ao anúncio do primeiro-ministro sobre a venda da TAP aos privados.

O Governo aprovou esta quinta-feira, em Conselho de Ministros, o processo de privatização da TAP até 49,9% do capital da TAP, anunciou o primeiro-ministro Luís Montenegro, adiantando que a decisão “incorpora a abertura ao capital de um investidor ou mais até 44,4% e 5% aos trabalhadores”.

José Luís Carneiro considera a “opção” de privatização de 49,9% do capital “adequada”, uma vez que “Portugal deve manter a maioria da estrutura acionista”. Essa é uma condição essencial “para assegurar quatro objetivos”: continuação do “hub fica em Lisboa”; garantia de “ligação com as comunidades portuguesas no estrangeiros”; “enquanto fator estratégico, a TAP deve continuar a funcionar como um instrumento de desenvolvimento da economia, que assenta em boa medida no turismo; e, em quarto lugar, deve ser um fator de coesão territorial, assegurando o serviço público para as regiões autónomas dos Açores e Madeira e para o Porto e Algarve”, enumerou.

Apesar de concordar com a solução do Governo, Carneiro colocou “duas condições”: a devolução dos três mil milhões de euros investidos na companhia durante a pandemia da covid-19 e a manutenção da maioria do capital social na esfera pública. O líder socialista não abdica deste último ponto, em nome da “confiança”. “Exigimos que o ponto de partida seja o de chegada. Em circunstância alguma aceitaremos que, em sede de acordo parassocial, se possa colocar em causa esses pressupostos”, reiterou.

Na declaração ao país sobre a privatização da TAP, o chefe do Executivo referiu ainda que o processo de venda terá de manter o hub de Lisboa e que caso não sejam atingidos os objetivos do Governo, o processo pode ser suspenso ou cancelado sem qualquer indemnização.

O primeiro-ministro garantiu ainda que o objetivo deste processo é garantir que a TAP seja uma empresa “rentável e bem gerida, bem gerida e enquadrada num contexto de ser competitiva, financeiramente sustentável, e estar ao serviço do interesse estratégico do país”.

“É a pensar no futuro do país, no desenvolvimento do país que tomamos esta decisão. Já gastámos muito dinheiro que não se repercutiu na vida dos portugueses. Não queremos continuar a deitar dinheiro para um poço que não tem fundo”, concluiu Montenegro. Uma frase que José Luís Carneiro considerou infeliz. “Foi uma opção errada. Essa declaração pode contribuir para a depreciação da TAP em vez da sua apreciação, enquanto ativo estratégico do Estado português”.

Chega pede debate de urgência sobre negócio “ruinoso”

Tal como o PS também o Chega exige “a devolução aos contribuintes do dinheiro que já se investiu na TAP” e que, pelas contas do partido, anda à volta dos 3,5 a 3,6 mil milhões de euros”, reivindicou André Ventura. Perante o anúncio de “surpresa” de venda da TAP a privados e “sem consulta aos maiores partidos”, o líder do Chega anunciou que vai “requerer para amanhã um debate de urgência no Parlamento logo pela manha em relação a privatização” da companhia área.

“Vamos entrar num negócio da TAP, e muitos deles foram ruinosos para os contribuintes, e o Parlamento tem o direito e o dever de saber como é que este negócio vai ser feito, em que contexto e de que forma”, defendeu.

“O Chega não será um obstáculo à privatização parcial da TAP”, sinalizou, até porque o partido considera que a companhia aérea deve “deixar de ser um sorvedouro de dinheiro público” e “deve ser mais eficaz do ponto e vista da gestão”.

No enanto, “o Chega opõe-se e continuará a a opor-se a qualquer negócios que leve a uma privatização selvagem, que impeça rotas decisivas como as que ligam a diáspora, aos nossos emigrantes ou aos pontos principais de investimento nacional, como os EUA, Brasil ou Canadá”, assinalou.

Por isso, e para garantir que Portugal “mantém o controlo das rotas decisivas” e de que não será “desperdiçado dinheiro”, o Chega vai solicitar um debate de urgência sobre a privatização já para esta sexta-feira de manhã no Parlamento e “exigir a devolução aos contribuintes do dinheiro que já se investiu na TAP”.

“No global, os portugueses já colocaram na TAP entre 3,5 a 3,6 mil milhões de euros e o que está em causa é recuperar 500 milhões de euros com esta alienação. Este valor é um absurdo, é um mau negócios para Portugal. Os contribuintes estão a perder dinheiro e temos de exigir porque razão este negócios acabou por acontecer assim”, atirou.

A IL considera a privatização de apenas 49,9% da TAP uma “desilusão”, defendendo a venda da totalidade do capital, porque, “no futuro, se a companhia não conseguir ser viável, os contribuintes, sendo o Estado o acionista maioritário, terão de acompanhar uma nova injeção de capital”, afirmou Mário Amorim Lopes. O liberal considerou mesmo que Luís Montenegro foi “menos ambicioso” do que o anterior primeiro-ministro socialista, António Costa, que chegou a admitir a privatização de 100% da companhia aérea.

Do lado do Livre, João Pinto criticou a decisão do Governo, num momento em que a companhia aérea dá lucro. “O Governo prefere ir pelo caminho mais fácil, que é pela venda”, atirou o deputado, naquilo que o partido considera ser uma decisão “errada”. O porta-voz do partido acrescentou ainda que “o Governo coloca-se numa má posição negocial”, ao querer avançar rapidamente com o processo e considerou ainda que o Executivo devia ter dado prioridade à ferrovia de alta velocidade.

O PCP olha para a venda da companhia área “como um crime económico”. “A Assembleia da República tem a responsabilidade de travar este crime económico”, diz o secretário-geral comunista, Paulo Raimundo. “Vamos ver como se comportam os outros partidos que sabemos que desvalorizam a nossa iniciativa e admitem que um prejuízo acima de 6,3 mil milhões de euros para os nossos bolsos é uma coisa razoável, não é razoável”. O porta-voz do partido lamenta que “haja uma ampla maioria na Assembleia da República disponível para estes crimes económicos”. “Este é um ativo que o Estado não se pode livrar”, conclui.

Também o Bloco de Esquerda (BE) opõe-se à reprivatizarão da TAP, defendendo que “é a única empresa que ainda está em mãos nacionais, depois de terem privatizada a EDP, Cimentos, CTT, Galp”, afirma Mariana Mortágua. “Já foram cometidos tanto erros, não se compreende como é que o Governo está disposto a abdicar da última grande empresa de capital nacional”, lamenta a coordenadora do BE. Outro dos argumentos do partido é que a “TAP é uma das empresas mais importantes para a economia portuguesa, para as contribuições para a Segurança Social e também para as exportações”.

Do lado do PAN, Inês Sousa Real lamentou a “teimosia” do Governo na privatização da TAP e defendeu que o primeiro-ministro tem de explicar quais serão as “contrapartidas” do processo. “Um dia hão-de lamentar porque se forem os anéis e ficaram os dedos”, criticou. O partido teme ainda que sejam feitos despedimentos. “Com esta privatização, é fundamental que o Governo acautele que não vamos ter uma onda de despedimentos e que garantimos a proteção dos trabalhadores. No debate do Estado da nação, é fundamental que Luís Montenegro dê respostas sobre o que vão ser as contrapartidas desta privatização”, sublinhou a porta-voz do PAN.

Alinhando pelo mesmo diapasão, o deputado único do JPP, Filipe Sousa, reprovou a venda da companhia área a operadores privados. “É lamentável chegarmos a este ponto. Se falamos na privatização é porque o Estado falhou”, afirmou a partir dos Passos Perdidos, na Assembleia da República. O parlamentar exigiu ainda que o processo “salvaguarde as rotas com as regiões autónomas e com a diáspora” portuguesa.

(Notícia atualizada pela última vez às 16h32)

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