Sustentabilidade e Um Mar de Oportunidades

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  • 14 Julho 2025

Promovida pela Smurfit Westrock, a conferência ‘Um Mar de Oportunidades’ debateu inovação e sustentabilidade no setor das embalagens e abordou os desafios e oportunidades da atualidade e o futuro.

Inovação e sustentabilidade no setor das embalagens, os desafios e oportunidades da atualidade e o futuro da indústria estiveram em destaque na conferência “Um Mar de Oportunidades”, promovida pela Smurfit Westrock no emblemático e premiado Terminal de Cruzeiros do Porto de Leixões, num encontro que reuniu profissionais, empresas e parceiros do ecossistema Better Planet Packaging (BPP), uma aposta da Smurfit Westrock para acelerar a transição para embalagens mais sustentáveis.

Na sessão de abertura, Ignacio Sevillano, CEO da empresa para Espanha, Portugal e Marrocos, após reforçar a presença global da Smurfit Westrock – multinacional líder mundial em embalagens sustentáveis à base de papel, que resulta da fusão, há precisamente um ano, entre o grupo Smurfit Kappa (Irlanda) e a WestRock Company (EUA) – sublinhou que a sustentabilidade “faz parte do ADN da empresa” e “felizmente, não é uma moda”. “Isto quer dizer que vamos precisar de muito trabalho, dedicação, recursos e esforço. Mas, para isso, estamos aqui”, acrescentou o CEO.

Ignacio Sevillano, CEO Smurfit Westrock Spain | Portugal | Morocco

Ignacio Sevillano apontou ainda à BPP, iniciativa que nasceu em 2018 e é, segundo o próprio, “um passo à frente da sustentabilidade”. “Quando alguém pensa em sustentabilidade, pensa numa forma de minimizar o impacto no mundo. A BPP não é apenas minimizar o impacto no mundo. Trata-se de eliminar o impacto no mundo“, garantiu.

Raúl André, regional manager da Smurfit Westrock Portugal, na introdução à conferência, aludiu ao tema central para afirmar que “a sustentabilidade e a inovação não são apenas desafios, são oportunidades reais que podemos e devemos aproveitar juntos”. No entanto, reforçou que “no centro da transformação não está o papel, o cartão ou a eficiência energética. Estão as pessoas“.

Muitos dos avanços que aqui apresentamos não teriam sido possíveis sem a vossa colaboração, impulso e visão”, afirmou Raúl André, antes de garantir que a Smurfit Westrock irá “continuar a investir no talento local”.

Ainda na abertura, Jesús Rivas, innovation manager do grupo em Espanha, Portugal e Marrocos, apresentou as sete categorias em que se baseia a inovação e sustentabilidade: materiais, retail ready packaging (embalagem pronta para exposição do produto), embalagem de consumo, displays, embalagens industriais, e-commerce e realidade virtual.

Refira-se que a Smurfit Westrock tem presença industrial em Portugal através de duas unidades, em S. Paio de Oleiros e Vila do Conde.

Demonstração de casos concretos

Esta conferência foi também uma reunião com clientes, centrada na sustentabilidade, inovação e tendências do setor. Por isso, nada melhor do que dar a conhecer alguns casos práticos destas sinergias.

Pedro Mascarenhas, diretor de marketing da Alves Bandeira, grupo do setor da energia que completa 50 anos, e Rui Ferreira, diretor comercial da Smurfit Westrock, apresentaram um desses exemplos: a premiada Lamp Box, uma caixa para vinhos que serviu de oferta natalícia aos clientes da Alves Bandeira e que se transforma num candeeiro. Uma segunda vida para as embalagens de cartão de suporte a vinhos, que demonstra “a partilha de valores na área da sustentabilidade” entre as duas empresas, como sublinhou Rui Ferreira.

Um alinhamento que encontra paralelo na relação da Smurfit Westrock com a Lactogal, empresa especializada em laticínios e derivados. Através de Carlos Silva, gestor de compras e marketing, e Miguel Barbosa, diretor-geral de displays da Smurfit Westrock Sorpel, foi apresentada a iniciativa A força de uma relação sustentável. “Com esta parceria conseguimos maior presença, com materiais mais sustentáveis”, referiu Carlos Silva.

Marta Mendes, senior sustainability manager da Symington, apresentou a Gestão sustentável da cadeia de fornecimento, através do exemplo da empresa ligada ao setor vinícola. “A sustentabilidade abarca tantos temas que nos podemos perder em iniciativas avulsas e não conseguimos identificar onde devemos dar prioridade. Nesse sentido, é importante olhar para os impactos mais prementes, riscos e oportunidades do nosso negócio”, explicou.

Ainda da parte da manhã, Jurgita Girzadiene, responsável pela BPP da Smurfit Westrock na Europa, contextualizou a iniciativa sob o mote Navegando no mar da sustentabilidade, com a ambição ambiental de “não deixar rasto algum para as gerações futuras“.

No regresso após pausa para o almoço, Arco Berkenbosch, chief innovation officer da Smurfit Westrock na Europa, sublinhou a importância de sustentabilidade e inovação caminharem lado a lado, e aportou que “o desafio da atualidade não é gerar ideias, mas sim selecionar e focarmo-nos nas ideias certas”, referindo-se à importância das “soluções locais, adaptáveis a cada realidade”.

Sustentabilidade à mesa e Dar ao Pedal

A parte da tarde contou com mais três intervenções. O chef Rui Paula trouxe a sustentabilidade para a mesa, o professor catedrático da Universidade do Porto e investigador no INESC Porto, Américo Azevedo, falou sobre a transformação digital das empresas e Jorge Sequeira, keynote speaker do evento, abordou temas como a liderança e a motivação de equipas, com base no seu livro Dar ao Pedal.

Rui Paula sublinhou que, à mesa, “a tradição não é inimiga da inovação”, dando exemplos de pratos com “zero desperdício” e destacando a importância das pessoas e das equipas. “Cozinhar é um ato de amor“, afirmou.

Américo Azevedo apresentou a indústria X.0 e a importância da latência e da capacidade de reação das empresas. “Quando se fala em digitalização, as empresas precisam de avaliar a sua maturidade”, disse, lembrando que “o futuro das empresas será cada vez mais digital e sustentável”.

Jorge Sequeira, com a sua reconhecida capacidade de contar histórias, reforçou a importância, para pessoas e organizações, de “ser positivo, trabalhar em equipa, não apresentar desculpas, ter autonomia e capacidade de liderança”.

A conferência contou ainda com um momento de animação protagonizado pelos desenhadores da Smurfit Westrock, num Box Master.

No encerramento da sessão, Teo Pastor, diretor de vendas e marketing da Smurfit Westrock para Espanha, Portugal e Marrocos, garantiu que “Portugal é um mercado estratégico para a empresa“, enquanto Raúl André reforçou a vontade de “construirmos juntos um futuro mais sustentável”.

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Iscte Executive Education lança pós-graduação que aproxima Gestão e Direito

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  • 14 Julho 2025

Pedro Esteves, Diretor da nova Pós-Graduação em Gestão e Direito do Iscte Executive Education, fala sobre esta nova formação, cujo objetivo é colmatar a separação da área de gestão da jurídica.

Esta nova Pós-Graduação em Gestão e Direito é uma iniciativa que resulta da convicção de que hoje, mais do que nunca, é essencial que profissionais compreendam e articulem eficazmente estas duas áreas. Sendo uma formação online permite ter um alcance nacional e dar resposta às expectativas de Juristas, advogados, solicitadores, diretores de recursos humanos e todas as profissões que procurem estruturar as suas intervenções individuais e empresarias por via da simbiose entre a gestão e o direito empresarial.

Num programa aplicado e direcionado à gestão, o foco é apreender e desenvolver os principais conceitos e linguagem de gestão a aplicar na prática em regime próprio, em escritórios de advogados, sociedades de consultoria jurídica, sociedades de solicitadoria e outras de consultoria e em todas as empresas e direções de recursos humanos dessas empresas onde a preponderância seja efetivamente a integração da área de gestão com a de direito.

Neste domínio, importa a todos, mesmo não licenciados nestas áreas, que estejam ou pretendam integrar posições de gestão e direito e, por sua vez, ajudar a organização a gerir-se com fundo legal. Público vasto e multifacetado que preste serviços jurídicos, para-jurídicos e/ou de consultadoria jurídica. Empresas com direções e técnicos de recursos humanos. Individuais, gestores, advogados e solicitadores, que exerçam por conta própria e todos os demais interessados que pretendam um composto integrado destas áreas e dimensões.

Pedro Esteves, Diretor da Pós-Graduação em Gestão e Direito do Iscte Executive Education

O que motivou o lançamento desta nova Pós-Graduação em Gestão e Direito?

Vivemos um tempo em que as decisões de gestão não podem ser dissociadas das suas implicações jurídicas. E, por outro lado, a atuação jurídica não pode ignorar os objetivos estratégicos e operacionais das organizações. Esta pós-graduação nasce precisamente da perceção dessa lacuna: há uma ausência clara de ofertas formativas que combinem, de forma prática e integrada, o Direito e a Gestão. Pretendemos preencher esse vazio com um programa curto, ágil e de aplicação direta.

Qual é o principal objetivo do programa e que lacuna pretende colmatar no mercado?

O principal objetivo é capacitar os participantes para compreenderem os desafios da gestão com um olhar jurídico e, em simultâneo, interpretarem os enquadramentos legais com sensibilidade para a realidade empresarial. A lacuna que queremos colmatar é essa separação, ainda muito presente, entre dois mundos que deveriam dialogar continuamente. Este curso promove essa simbiose — e fá-lo de forma prática, orientada para casos concretos e reais.

Para quem é esta formação? Que perfis profissionais se pretende atrair?

Este programa é aberto e inclusivo. Destina-se a profissionais com formação ou experiência em gestão ou em direito, mas também a quem, não vindo diretamente destas áreas, pretenda adquirir uma visão cruzada e estratégica. Advogados, gestores, juristas, consultores, empreendedores, quadros de PME e de grandes empresas — todos têm aqui um espaço para crescer e fortalecer competências. Especificamente como foi enunciado na introdução – Juristas, advogados, solicitadores, diretores de recursos humanos e todas as profissões que procurem estruturar as suas intervenções individuais e empresarias, em escritórios de advogados, sociedades de consultoria jurídica, sociedades de solicitadoria e outras de consultoria e em todas as empresas e direções de recursos humanos dessas empresas onde a preponderância seja efetivamente a integração da área de gestão com a de direito.

Que novas competências são potenciadas?

A pós-graduação potencia competências em áreas como:

  • Estratégia empresarial com enquadramento legal;
  • Finanças e fiscalidade individual e empresarial;
  • Relato ESG e sua relevância jurídica e reputacional;
  • Contratação, negociação e gestão de conflitos;
  • Comunicação eficaz em ambientes regulados;
  • Direito do trabalho e comercial com aplicação prática.

Além disso, destaca-se a capacidade de integrar todas estas áreas num pensamento sistémico e numa abordagem resolutiva, culminando num desafio final imersivo, onde os participantes enfrentam um caso empresarial completo.

A Pós-graduação em Gestão e Direito é diferenciadora em que medida?

É diferenciadora porque não é meramente interdisciplinar — é transdisciplinar. Aqui, os temas não são tratados em paralelo, mas em diálogo. Os docentes trazem experiências reais do mercado, promovem discussão crítica e desafiam os participantes a sair do papel tradicional. E o modelo é intensivo, focado, com impacto imediato nas práticas profissionais com uma metodologia de análise de casos reais.

Quais são os temas mais inovadores ou inesperados que os participantes vão explorar ao longo do curso?

Diria que o módulo de relato ESG com implicações jurídicas, assim como a abordagem prática à fiscalidade empresarial e à negociação e resolução de conflitos, surpreenderão muitos participantes. A combinação entre marketing digital e comunicação institucional, analisada sob a lente do compliance e da reputação jurídica, é também bastante inovadora. E o desafio final é, sem dúvida, o momento de maior integração e surpresa: é realista, multidimensional e feito em equipa.

E o corpo docente?

O corpo docente é composto por profissionais experientes, com sólidos percursos tanto académicos como empresariais. Temos professores universitários, juristas, gestores, consultores, líderes empresariais — todos escolhidos pela sua capacidade de transmitir conhecimento útil, atualizado e com aplicação imediata. Cada docente foi convidado por trazer não apenas saber, mas também saber-fazer.

Se pudesse resumir esta pós-graduação numa frase, qual seria a promessa que deixaria?

“Uma formação intensiva para quem quer decidir com segurança jurídica e agir com visão estratégica — num programa prático, atual e transformador.”

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Inovação é investimento estratégico que as empresas não podem descurar

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  • 14 Julho 2025

Na 2.ª edição do Prémio Inovação na Internacionalização, distinguiram-se negócios com ambição global e um percurso de sucesso além-fronteiras. Conheça os cinco grandes vencedores.

“Normalmente, as empresas que mais crescem são as que mais investem em inovação”. As palavras de Amílcar Lourenço, administrador executivo do Banco Santander, marcaram o tom da 2.ª edição do Prémio Inovação na Internacionalização, uma iniciativa conjunta da COTEC Portugal, do Santander Portugal e do World Trade Center Lisboa. Mais do que apenas uma cerimónia de entrega de prémios, o evento celebrou o espírito empreendedor e resiliente do tecido empresarial português.

Desde fabricantes de cola a tecnológicas, passando por industriais altamente qualificados, as empresas distinguidas têm em comum uma cultura de inovação, visão global e, acima de tudo, a coragem de arriscar. “Este prémio tem muito mais valor do que à primeira vista nos parece”, sublinha o administrador, que lembrou que “inovar é, muitas vezes, visto como um custo elevado” quando, na realidade, “é um investimento estratégico.”

Numa conversa moderada pelo subdiretor do ECO, Tiago Freire, a receita para o sucesso na internacionalização foi o tema central. “O mercado português é demasiado pequeno, tanto em dimensão como em recursos”, lembra Sandra Santos, CEO da Logoplaste, que acredita que “as empresas que triunfam lá fora são as que nascem com ambição”.

Sandra Santos, CEO da Logoplaste

Essa ambição, porém, exige mais do que vontade. Implica preparação, adaptabilidade e, sobretudo, uma cultura organizacional aberta ao risco e à aprendizagem. Helena Bento, CEO do Oceanário de Lisboa e antiga vice-presidente da Gallo, recorda que a internacionalização é, acima de tudo, um processo de autoconhecimento. “Temos de perceber o que fazemos bem, onde podemos ser os melhores, e onde há consumidores dispostos a pagar por isso”, sugere a empresária com ampla experiência em desbravar o mundo.

Helena Bento, CEO do Oceanário de Lisboa

A capacidade de adaptar produtos, modelos de negócio e estruturas às realidades de cada mercado foi outro tema recorrente. Sandra Santos não acredita “em grandes planos detalhados”, mas antes em “estudar bem os mercados, ouvir quem está no terreno e aprender com outras indústrias, mesmo que pareçam não ter nada a ver connosco”.

“A ideia do empreendedor super-herói não funciona. A internacionalização é uma jornada feita com outros, dentro e fora da empresa”, reitera.

Inovar é um ato de coragem

O grande vencedor desta segunda edição do prémio foi a OLI, nome conhecido do setor industrial português, com sete décadas de vida, que se destacou pela capacidade de ajustar a sua abordagem a cada novo mercado. “Nos países onde entrámos, fizemo-lo sempre de forma diferente. Cometemos erros, claro, mas aprendemos com eles”, partilha o CEO António Ricardo Oliveira, que além do primeiro lugar leva para casa o troféu na categoria Small Mid Cap. “A nossa presença em oito países, com equipas multiculturais, é reflexo disso”.

Outro caso inspirador foi o da Colquímica Adhesives, vencedora da edição anterior e convidada para partilhar a sua experiência. “Exportamos 94% do que produzimos para mais de 60 mercados”, revela Luís Bento, CFO da empresa sediada em Valongo. O CFO da empresa sediada em Valongo não tem dúvidas de que a cultura organizacional faz toda a diferença no sucesso que tem vivido. “Somos uma empresa familiar, mas com três pilares muito claros: agilidade, proximidade e inovação. E isso dá-nos vantagem”, diz.

Jorge Portugal, diretor-geral da COTEC, não encerrou a cerimónia sem antes deixar um rasgado elogio às empresas finalistas e às histórias que representam. “Este país não é fácil para quem quer empreender. Mas estas empresas mostram que é possível conquistar mercados internacionais com talento, resiliência e persistência”, realçou.

Para o líder da instituição que há mais de duas décadas apoia o tecido empresarial português, há quatro características comuns às empresas com ADN de internacionalização: capacidade de aprender e selecionar o conhecimento relevante, clareza sobre as vantagens de internacionalizar, gestão dinâmica da vantagem competitiva, e uma cultura empresarial adaptável sem perda da identidade. “Uma empresa bem-sucedida é aquela que se camufla no novo mercado sem perder o que a distingue”, considera.

Empresas distinguidas

Além da OLI, que venceu esta edição e acumulou o título de melhor Small Mid Cap, foram premiadas outras quatro organizações que têm dado cartas além-fronteiras. Na categoria Pequena Empresa Europa, a RCN Aluminium arrecadou o primeiro lugar do pódio, um feito também alcançado pela Skypro como Pequena Empresa Global.

Já para Média Empresa Europa, o prémio foi entregue à Palbit, dedicada à produção de ferramentas em metal duro há mais de 100 anos, enquanto o troféu de Média Empresa Global distinguiu a Controlar, especializada no desenvolvimento de hardware e software para a indústria.

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Ricardo Parreira: “Hoje em dia sinto-me mais inútil, mas mais útil para mim”

  • ECO
  • 14 Julho 2025

Fundador da PHC aos 23 anos, Ricardo Parreira reflete sobre liderança, gestão e tempo no 38.º episódio do podcast E Se Corre Bem?.

No 38.º episódio do podcast E Se Corre Bem?, o convidado é Ricardo Parreira, fundador da PHC, empresa que criou aos 23 anos e da qual se despediu recentemente. Um dos momentos centrais da conversa gira em torno da liderança: “Eu hoje em dia sinto-me mais inútil, mas mais útil para mim”, diz, defendendo que um verdadeiro líder deve capacitar a equipa ao ponto de se tornar dispensável. “Quando alguém era promovido a líder na PHC, a primeira coisa que eu lhe dava era um livro que se chamava A Arte de Ser Inútil, do Ricardo Vargas.

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A paixão pelo mundo dos negócios começou cedo. Com apenas seis anos, vendia desenhos à costureira. Mais tarde, um velho computador Spectrum levou-o a passar noites acordado a programar. Foi para um curso indicado pelo tio e pela avó, e o professor telefonou ao tio a dizer: “cuidado que este miúdo vai ser alguma coisa”. Foi aí que nasceu o impulso que levaria à criação da PHC.

Ricardo Parreira acredita que o valor está na ideia, mas também na execução, e que, atualmente, criar uma empresa de sucesso está mais ao alcance de todos. Ainda assim, aponta para a “mediania no mundo empresarial” e alerta para a falta de boas práticas: “A maior parte dos empresários são autênticos heróis, (…) mas não têm as boas práticas.” Defende a importância de expor os líderes a novas aprendizagens e conta que ele próprio viajava anualmente para os EUA com esse propósito.

O tempo é outro dos temas em destaque. “Todos nós temos 168 horas por semana. É muita hora.” A forma como se investe esse tempo, diz, deve estar alinhada com o valor que cada um lhe atribui. Delegar é fundamental, assim como evitar o controlo excessivo, que pode, paradoxalmente, levar ao erro.

Para Ricardo Parreira, o problema de Portugal não está no talento — “os portugueses são muito talentosos” —, mas sim na gestão. E embora critique o peso da carga fiscal, rejeita que sirva de desculpa para o insucesso: “Se há empresas que são um sucesso… Neste contexto, o que é que as diferencia? Práticas de gestão.”

Sem vontade de entrar na política, pois diz que “existe toda uma dificuldade à volta de fazer acontecer”, o empresário dá importância ao equilíbrio entre a vida pessoal e profissional. “Acho que temos que ter uma vida para além da empresa para depois voltar para a empresa com vontade”, diz.

Este podcast está disponível no Spotify e na Apple Podcasts. Uma iniciativa do ECO, na qual Diogo Agostinho, COO do ECO, procura trazer histórias que inspirem pessoas a arriscar, a terem a coragem de tomar decisões e acreditarem nas suas capacidades. Com o apoio do Doutor Finanças e da Nissan.

Se preferir, assista aqui:

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Diretor do Banco de Portugal assinou um contrato já depois de ser arguido

  • ECO
  • 14 Julho 2025

Um diretor do Banco de Portugal suspeito de estar envolvido num esquema de viciação ainda assinou um contrato público já depois de buscas em que foi visado e de ter sido constituído arguido.

A 3 de abril, o Banco de Portugal foi alvo de buscas por suspeitas de irregularidades na contratação pública. A Operação Pactum investiga como um “conjunto de indivíduos” terá viciado dezenas de procedimentos num valor global de pelo menos 17 milhões de euros. Um dos visados foi Carlos Moura, diretor de informático do banco central, que, mesmo depois de ter sido constituído arguido, ainda assinou um contrato público em nome da instituição.

Segundo o Público, que avançou a notícia, o nome de Carlos Moura, como diretor do departamento de sistemas e tecnologias de informação do Banco de Portugal, surge a assinar, em conjunto com a diretora adjunta do departamento de serviços de apoio, a contratação da Warpom Services para manutenção e suporte técnico a equipamentos. O estatuto de arguido é aplicado quando as autoridades consideram haver indícios fundados de que os factos investigados são fortes o suficiente para que venham a servir de base a uma acusação, lembra o mesmo jornal.

Importa recordar também que o Banco de Portugal voltou a ser alvo de buscas este mês, no âmbito de outra investigação, conhecida por Operação Nexus, e que investiga um alegado esquema criminoso para obtenção de informação privilegiada em procedimentos de contratação pública e privada. Na altura, as buscas, realizadas por todo o país, conduziram à detenção de seis pessoas.

Este sábado, a PJ fez uma nova detenção no âmbito deste processo, segundo a RTP. Trata-se, precisamente, de um alto quadro do Banco de Portugal que receberia contrapartidas financeiras de outras empresas, como dinheiro, viagens, computadores ou tablets. A detenção ocorreu no aeroporto de Lisboa, à chegada do suspeito a Portugal.

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O dia em direto nos mercados e na economia – 14 de julho

  • ECO
  • 14 Julho 2025

Ao longo desta segunda-feira, 14 de julho, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

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Menos burocracia nos fundos europeus também abrange pagamentos

Quer nas candidaturas como nos pagamentos ao PT2030 ou ao PRR, os serviços públicos não podem pedir documentos que já estão na posse do Estado, revelou ao ECO o ministro da Economia e Coesão.

A partir de terça-feira todas as empresas que se candidatem a fundos europeus estão dispensadas de apresentar vários documentos já na posse do Estado, anunciou o ministro da Economia e da Coesão na sexta-feira. Mas esta desburocratização abrange também os pagamentos, confirmou ao ECO Manuel Castro Almeida. O despacho foi assinado na quinta-feira da semana passada e entra em vigor esta semana. A simplificação abrange não só o Portugal 2030, mas também o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), precisou o responsável.

Foram dadas “instruções para deixarem de exigir esses documentos que nenhuma lei exigia”, disse Manuel Castro Almeida, na sua intervenção, na primeira edição do Conversas com Fomento, uma iniciativa do Banco de Fomento, na qual foi assinado um protocolo com o Fundo Europeu de Investimento para disponibilizar 6,5 mil milhões de euros de financiamento às PME nacionais.

Certidão Permanente, certidão de não dívida à Segurança Social, certidão de não dívida ao Fisco, Certificado PME, Informação Empresarial Simplificada e declaração de empresa única e autónoma são alguns dos documentos que deixarão de ser pedidos às empresas a partir da próxima semana.

“Não é correto pedir a um cidadão que vá a outro serviço público procurar um documento para entregar a outro serviço público. O Estado é só um, tem de se organizar no seu interior e isto é assumir uma opção”, explicou ao ECO, Castro Almeida à margem do evento do qual o ECO foi media partner.

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Se o IAPMEI, a Aicep, ou uma CCDR, precisam de saber se o candidato tem dívidas ao Fisco ou à Segurança Social, não tem de pedir ao cidadão que traga a prova que não deve. Pergunta ao Fisco ou à Segurança Social”, explica Castro Almeida. “Isto facilita a vida das pessoas”, sublinha, reconhecendo, contudo que “traz um bocadinho mais de trabalho aos serviços públicos”.

Questionado se vai ser possível fazer essa simplificação, tendo em conta os atrasos que já existem no IAPMEI e noutras instituições públicas e da falta de mão de obra nalguns serviços, Castro Almeida revela que a alteração foi “conversada com os serviços em causa” e que estes “estão confortáveis com esta mudança”.

De sublinhar que, por exemplo, o Compete, nas candidaturas ao Portugal 2030 já não pede esta documentação, sendo assim uma prova de que é possível pôr em prática esta medida.

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É possível recuperar os 3,34 mil milhões que os contribuintes colocaram na TAP?

PS e Chega vieram exigir que a privatização da companhia aérea permita recuperar o dinheiro que os contribuintes colocaram na companhia. Será uma missão impossível?

O anúncio da privatização de 49,9% da TAP pelo primeiro-ministro foi seguido pela exigência de PS e Chega de que o dinheiro colocado pelos contribuintes portugueses seja inteiramente devolvido. É uma missão possível? Ou “não casa com a realidade”, como afirmou o ministro das Finanças?

O primeiro ponto a esclarecer é qual a soma que está em causa. Considerando apenas os montantes que entraram na TAP após a pandemia, a conta chega aos 3.344 milhões de euros. Em 2020, o Governo de António Costa começou por avançar com um empréstimo de emergência de 1.200 milhões de euros. Valor que, em conjunto com juros de 59 milhões, acabaria por ser convertido em capital da companhia aérea. No âmbito do programa de reestruturação da TAP acordado com Bruxelas, há ainda que somar os 569 milhões em compensações pagas pelo Estado à TAP devido aos danos provocados pela Covid-19 e 1.516 milhões em aumentos de capital. A esta conta poderiam ainda ser adicionados os 55 milhões que foram pagos pelo Estado ao empresário David Neeleman pelos 22,5% que tinha da companhia aérea.

Após o anúncio da privatização, o líder do Chega, André Ventura, exigiu “a devolução aos contribuintes do dinheiro que já se investiu na TAP” e criticou Luís Montenegro por não conseguir “esclarecer como é que os contribuintes vão ser ressarcidos do dinheiro que lá colocaram”.

O novo secretário-geral do PS, José Luís Carneiro, defendeu que “os três mil milhões investidos pelo Estado na pandemia devem, no médio e longo prazo, ser objeto de reembolso aos contribuintes portugueses”.

Há desde logo uma contradição insanável entre esta exigência e a posição política dos dois partidos em relação à participação da TAP a alienar na privatização: quer o Chega quer o PS são contrários a uma venda maioritária, o que condicionou a ação do Governo e o levou a optar por alienar 49,9% do capital.

A maioria das aquisições anteriores por grupos de aviação foram com controlo maioritário, pelo que qualquer possibilidade de interferência do Governo irá inevitavelmente reduzir a avaliação.

Stephen Furlong

Analista sénior do banco de investimento Davy

Não só o encaixe para o Estado é menor, como uma venda minoritária, que não comporta um prémio de controlo do capital pelo comprador, reduz o montante que os interessados poderão oferecer. “A maioria das aquisições anteriores por grupos de aviação foram com controlo maioritário, pelo que qualquer possibilidade de interferência do governo irá inevitavelmente reduzir a avaliação e o interesse, mas o diabo estará nos detalhes”, afirma Stephen Furlong, analista sénior do banco de investimento irlandês Davy.

O modelo proposto pelo Governo atribuirá a gestão corrente ao futuro comprador de 44,9% das ações (as restantes 5% são para os trabalhadores), mas o Estado terá a última palavra em decisões estratégicas sobre rotas, o hub no aeroporto de Lisboa ou a localização da sede.

Será que vendendo 100% da TAP seria possível ressarcir os contribuintes?

A comparação feita pelo ministro das Finanças é elucidativa. “Devemos ser rigorosos e olhar para os factos e realidade. Se 49,9% da TAP valessem 3,2 mil milhões de euros, significaria que a TAP valeria 6,4 mil milhões de euros. A Air France-KLM, que tem seis vezes mais aviões e transporta seis vezes mais passageiros e está cotada em bolsa, vale 3 mil milhões de euros”, disse Miranda Sarmento no briefing após o Conselho de Ministros, em resposta a perguntas sobre os comentários do líder do PS.

Em números exatos e não redondos, a Air France-KLM tem um valor em bolsa de 2,89 mil milhões de euros. Um sexto seriam 482 milhões.

Se tivermos em conta que a TAP gerou em 2024 meios libertos de exploração (EBITDA) que são praticamente um quinto da companhia franco-neerlandesa (um rácio habitualmente usado), o valor total da transportadora portuguesa seria de 596 milhões de euros.

As últimas avaliações à TAP, encomendadas ao Banco Finantia e à consultora EY, não foram divulgadas. As anteriores, realizadas pelas mesmas entidades, apontavam para um valor de 1,1 mil milhões.

O analista financeiro independente Nuno Barradas Esteves avalia a TAP entre 1.720 e 1.745 milhões de euros, “recorrendo ao método dos cash-flows descontados e com base numa perspetiva prudente, ancorada nas quatro últimas transações e avaliações relevantes do setor — com destaque para a ITA Airways”.

Todos estes números ficam muito longe dos 3,34 mil milhões que os contribuintes colocaram na companhia aérea portuguesa e mostram a impossibilidade de cumprir a exigência de PS e Chega através de uma privatização parcial ou mesmo total. O montante da venda poderia ser complementado com o pagamento de dividendos ao Estado, mas chegar àquela soma demoraria décadas.

Impostos e contribuições sociais pagam injeção do Estado numa década

“Não é por aí que conseguimos que a TAP devolva à sociedade o que a sociedade nela aplicou”, afirma Miguel Frasquilho, que foi presidente do conselho de administração da empresa entre 2017 e 2021. “Sendo a TAP bem gerida, podia em dez anos devolver em triplo o que foi colocado entre 2020 e 2022”, refere, lembrando um artigo publicado no ECO em 2021, assinado em conjunto com o então CEO, Ramiro Sequeira.

Estamos a falar de empregos que são criados direta e indiretamente, do pagamento de impostos diretos e indiretos, das contribuições para a Segurança Social, das receitas fiscais do turismo, e do crescimento económico gerado. Sem a TAP estas receitas não existiriam.

Miguel Frasquilho

Antigo 'chairman' da TAP

Estamos a falar de empregos que são criados direta e indiretamente, do pagamento de impostos diretos e indiretos, das contribuições para a Segurança Social, das receitas fiscais do turismo, e do crescimento económico gerado”, aponta Miguel Frasquilho. “Sem TAP estas receitas não existiriam”.

Assumindo o dobro do IRS e Imposto do Selo pago pela companhia nos primeiros seis meses de 2024, comunicado à Assembleia da República pelo Governo, chega-se a uma soma de 189,8 milhões de euros. Fazendo o mesmo para as contribuições sociais, são mais 192,37 milhões. Todo junto perfaz 382,2 milhões. Numa década, a TAP terá entregue ao Estado 3.882 milhões de euros, mais do que foi injetado na companhia.

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5 coisas que vão marcar o dia

  • ECO
  • 14 Julho 2025

O Conselho dos Negócios Estrangeiros da UE debate as relações comerciais de Trump e o INE mostra como evoluiu o setor da construção. Os combustíveis ficam mais caros.

Com o arranque da semana há na Europa vários debates e discussões relacionados com a área do comércio, da habitação e da agricultura e pescas. Por cá, o INE mostra como evoluiu o setor da construção em maio. A semana fica também marcada pelo encarecimento dos combustíveis.

Conselho dos Negócios Estrangeiros da UE debate relações comerciais com EUA

O Conselho dos Negócios Estrangeiros da União Europeia (UE) reúne esta segunda-feira os ministros responsáveis pela área do comércio para debater o estado atual das relações comerciais entre a UE e os Estados Unidos. Realizam ainda um debate político sobre as relações comerciais entre a UE e a China e discutem as negociações comerciais em curso e o estado de vários acordos comerciais. Portugal está representado pela secretária de Estado dos Assuntos Europeus, Inês Domingos.

Como evolui o setor da construção?

O Instituto Nacional de Estatística (INE) vai divulgar as estatísticas dos índices de produção, emprego, remunerações na construção relativos a maio. Em abril, a atividade da construção em Portugal acelerou o seu crescimento face ao mês anterior, aumentando 1,9%, numa variação superior em 0,7 pontos percentuais (p.p.) à observada em março.

União Europeia discute Agricultura

Reúnem-se hoje também os ministros dos Estados-membros da União Europeia (UE) responsáveis pela Agricultura e pelas Pescas, para trocar pontos de vista sobre a situação do mercado, em especial na sequência da guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia, sobre o abastecimento, a produção e a sustentabilidade das proteínas. Portugal está representado pelo ministro da Agricultura e Pescas, José Manuel Fernandes.

Combustíveis ficam mais caros

Esta semana o preço dos combustíveis fica mais caro após ter baixado nas duas semanas anteriores. Enquanto o preço do gasóleo, o combustível mais utilizado em Portugal, sobe três cêntimos, a gasolina fica 1,5 cêntimos mais cara. Quando for abastecer, deverá assim pagar 1,6032 euros por litro de gasóleo simples e 1,6904 euros por litro de gasolina simples 95, tendo em conta os valores médios praticados nas bombas à segunda-feira, divulgados pela Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG).

Debate sobre crise de habitação na União Europeia

Realiza-se também esta segunda-feira no Parlamento Europeu uma audiência pública sobre como lidar com a vacância e a reutilização de habitações vazias na União Europeia (UE). O debate foca-se em investigar como o parque habitacional vazio na Europa pode ser reutilizado para habitação acessível, incluindo medidas legais, financeiras e administrativas para incentivar o uso em vez da especulação, e conta com a participação de representantes associativos europeus do setor imobiliário e membros da sociedade civil.

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Anivec avança com ação em Bruxelas para pôr fim aos ‘minimis’ e ao Sistema de Preferências europeu

“Já tentámos tudo através da diplomacia e vamos continuar a tê-la. Mas achámos que uma ação em Bruxelas vai permitir despertar a consciência do Parlamento Europeu”, disse ao ECO César Araújo.

A Anivec vai intentar uma ação em Bruxelas para pôr fim aos minimis e ao Sistema de Preferências Generalizadas europeu (SPG) e exigir reciprocidade nas trocas comerciais. Quer também que “todos os agentes económicos que têm relação com a Europa paguem taxa aduaneira e IVA”, avançou ao ECO César Araújo.

“Pretendemos acabar com os minimis e o SPG”, e exigir “reciprocidade”. “Todos os produtos que entram na Europa têm de ter um controlo aduaneiro, têm de pagar IVA e têm de pagar a taxa aduaneira, porque estão a criar uma grande pressão na indústria”, explicou o presidente da Anivec, à margem do primeiro Conversas com Fomento, do qual o ECO foi media partner.

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Os minimis é o mecanismo criado na Europa para permitir que mercadorias abaixo de 150 euros entrem na Europa sem pagar taxas aduaneiras nem IVA, explicou o responsável. Já o SPG é o sistema que “permite que mais de 71 países exportem para a Europa sem qualquer tipo de taxa aduaneira nem controle alfandegário”, critica.

César Araújo sublinha o facto de a economia mundial atravessar “uma incerteza enorme” que, na sua opinião, “tinha de acontecer” porque “o mundo está desequilibrado” com “países que só querem vender e outros que estão a comprar muito e que estão a enfrentar grandes dificuldades”. “Tem de começar a existir a reciprocidade”, sustenta.

Já tentámos tudo através da diplomacia e vamos continuar a tê-la. Mas achámos que uma ação em Bruxelas vai permitir despertar a consciência do Parlamento Europeu”, explicou o responsável.

César Araújo rejeita as acusações de que a indústria europeia não é competitiva. “Não é verdade. Não somos competitivos porque a Europa está a permitir países terceiros que introduzem mercadorias na Europa sem qualquer rastreamento e sem qualquer pagamento de taxas aduaneiras nem IVA”, diz. “Com uma agravante”, acrescenta, “as nossas divisas estão a ser exportadas para esses países, o que quer dizer que hoje a nossa pressão da inflação, surge não só pelos aumentos dos preços, mas pela deslocalização dos nossos recursos monetários”.

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Agricultura cria linha de crédito com juros zero para projetos sem verbas

Projetos que transitam do PDR 2020 para o PEPAC, para os quais não havia verba, serão financiados com uma linha de crédito aos agricultores, disponibilizada até ao final do mês e que não terá custos.

O ministro da Agricultura garante que já tem uma solução para os projetos que transitam do PDR 2020 para o PEPAC. Até ao final do mês será disponibilizada uma linha de crédito aos agricultores, sem custos. Mas há um problema: José Manuel Fernandes só reconhece a validade de cem milhões de euros em projetos.

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A Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) escreveu uma carta ao primeiro-ministro e ao ministro da Agricultura na qual fala da “flagrante incapacidade de gestão técnica, operacional e financeira” do PDR 2020 e do pedido único de 2025. No primeiro caso, porque existem 255 milhões de euros que estão comprometidos para este ano, mas que não há dinheiro para os pagar.

“O PDR 2020 termina o seu período do N+3, agora em dezembro de 2025. O regulamento comunitário obriga a executar as verbas de cada fundo dentro do período do fundo mais o número de anos adicionais, o N+2 ou N+3. E este ano é o último para fazer os pagamentos”, explicou o presidente da CAP, no ECO dos Fundos.

“O que está comprometido para o N+3 não é possível pagá-lo senão neste período. Ora, diz-nos a autoridade de gestão, informação dada pelo Ministério da Agricultura, que estão comprometidos 255 milhões e que, neste momento, não há verba para os pagar”, criticou.

Álvaro Mendonça e Moura fez questão de frisar que a informação lhes foi “dada diretamente pela Autoridade de Gestão dos Fundos. É o Ministério da Agricultura que nos dá essa informação”.

No entanto, ao ECO, José Manuel Fernandes rejeita o montante. “Esses 255 milhões, não sei onde é que os foram buscar. O montante da transição de projetos do PDR 2020 para o PEPAC, nas contas que me entregaram, é de 100 milhões”, disse o ministro da Agricultura à margem do evento Conversas com Fomento, que decorreu em Santa Maria da Feira.

“E temos uma solução para esses 100 milhões, que é uma linha de crédito que estará pronta até ao fim deste mês, onde o Banco Português de Fomento também participa, e onde os promotores terão o acesso aos montantes a que têm direito em termos de pagamentos que estão validados e não vão ter nenhuma despesa adicional, porque os juros serão suportados a 100% pelo Orçamento do Estado”, explicou José Manuel Fernandes.

Mendonça e Moura foi muito claro no recado que enviou ao ministro da agricultura: “Não se imagine que recorrer a uma linha de crédito, que implique a assunção de encargos pelos agricultores, é uma solução”, alertou.

É impensável que sejam os agricultores a suportar a incompetência da gestão. Isso não é possível. Os agricultores assumiram, de boa-fé, determinados compromissos, compromissos com o Estado. Não podem ser eles a arcar com a incompetência de quem gere e idealizou este programa. Isso é impensável”, disse nos ECO dos Fundos, o presidente da CAP.

A solução de facto passará por uma linha de crédito, mas sem encargos para os agricultores dado que os juros serão pagos pelo OE. “O ministro das Finanças foi compreensível e impecável e, portanto, é o Orçamento do Estado que vai assumir os juros e esse problema fica resolvido e ainda fica resolvida uma outra questão, que é um objetivo”, garantiu José Manuel Fernandes.

“Estamos a resolver problemas que herdámos”, queixou-se o antigo eurodeputado. “Houve um overbooking que foi exagerado em 2023, porque não tinha havido um planeamento e o Governo, com medo de perder recursos e face à má execução dos fundos, meteu ali uma série de projetos que não era necessário que estivessem no PDR 2020, e que podiam estar agora no PEPAC”, contextualizou o responsável.

“Queremos executar tudo o que temos em termos dos envelopes nacionais, dos fundos, e não queremos perder um cêntimo e ao que vai acontecer não vamos perder um cêntimo”, concluiu.

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Investimento no setor agrícola supera os 4.100 milhões na Península Ibérica

Aproximadamente um terço do investimento em agronegócio na Península Ibérica, nos últimos três anos, foi gerado em Portugal, mostra o estudo da CBRE.

Entre 2022 e 2024, o investimento institucional no setor agrícola ultrapassou os 4.100 milhões de euros, de acordo com o relatório “Agribusiness Iberian Report” divulgado esta segunda-feira pela CBRE.

Na primeira metade do ano, o volume de investimento institucional foi superior a 500 milhões de eurosmais de metade de todo o montante transacionado em 2024 no mercado ibérico (800 milhões de euros), detalha ao ECO Manuel Albuquerque, responsável pelo departamento de agribusiness na CBRE no Sul da Europa (Espanha, Portugal e Itália).

Estes números evidenciam um setor que é atrativo e que já tem uma certa escala, porque 4 mil milhões transacionados já é um mercado relevante mas, por outro lado, quando olhamos ano a ano, também evidencia que há desafios. Têm que ser abordados e, quando não são bem abordados, podemos ter uma reação menos positiva no mercado, que foi o que aconteceu em 2024″, explica Manuel Albuquerque, referindo-se às consequências das alterações climáticas, a burocracia nos processos agrícolas e as limitações comerciais.

Relatório Agribusiness Iberian Report da CBRE

O responsável na CBRE pelo departamento de agribusiness no Sul da Europa acredita que o investimento institucional nos últimos anos “tem sido impulsionado pela perspetiva de rentabilidades sólidas a longo prazo e pela oportunidade de construir portefólios diversificados”, destacando que “a previsão de concretização das operações adiadas no ano passado, aliada ao ajustamento das expectativas de preço entre compradores e vendedores, e a um setor cada vez mais especializado e profissionalizado, continuará a dinamizar o mercado, que conta cada vez com mais intervenientes envolvidos”.

Uma das grandes operações que marcou o arranque de 2025 foi a venda dos ativos do grupo espanhol Agrihold, participado pelas famílias Martinavarro e Ballester, fundadoras da Citri&CO, numa transação de 700 hectares no Alentejo (Herdade da Zambujeira).

Por regiões, o porta-voz da consultora assinala ao ECO que existe um volume de transações muito relevante na região do Alqueva, e em Espanha destaca Andaluzia e a região do Levante. Com atividades mais moderadas em território nacional, destaque para o Ribatejo, Idanha e Algarve e no país vizinho Aragão, Extremadura e Castela-Mancha.

A CBRE, que analisou o perfil dos investidores no setor do agronegócio ibérico entre 2022 e 2024, mapeando mais de 500 intervenientes e o volume transacionado nesse período, adianta que o capital institucional já representa cerca de metade do investimento realizado na região, englobando três perfis principais:

  • Fundos especializados em Agribusiness — criados especificamente para investir neste tipo de ativo e com equipas dedicadas —, que representam 25% do capital;
  • Fundos generalistas, como private equity ou imobiliários com exposição a vários setores, que somam 14%;
  • Family offices, responsáveis por gerir o património de famílias ou de investidores de elevado património líquido, com uma maior preferência por tickets pequenos e médios, que representam 10%.

De acordo com o estudo, os produtores industriais, que representam 51% do capital investido no setor ibérico nos últimos anos, não atuam numa lógica de investimento financeiro, mas sim numa perspetiva operacional. São, na sua maioria, empresas com raízes industriais — muitas vezes privadas ou de cariz familiar — que expandem a sua atividade no agronegócio como parte do seu crescimento estratégico, e não enquanto gestores de capital.

Mais de 40% das transações foram inferiores a dez milhões de euros

Este dinamismo do setor reflete-se também na diversidade das operações realizadas: mais de 40% das transações entre 2022 e 2024 foram inferiores a dez milhões de euros, cerca de 40% situaram-se na faixa entre 10 e 50 milhões de euros, enquanto os investimentos superiores a 50 milhões representaram aproximadamente 20% do total. As transações acima de 100 milhões de euros constituíram uma parcela menor, evidenciando um mercado segmentado e com oportunidades para vários perfis de investidores.

A Península Ibérica alcançou em 2024 o primeiro lugar na Europa em valor de produção agrícola, o que reforça o seu posicionamento como o mercado de investimento mais institucionalizado e atrativo a nível geoestratégico.

Manuel Albuquerque

Responsável pelo departamento de agribusiness na CBRE no Sul da Europa

“A Península Ibérica alcançou em 2024 o primeiro lugar na Europa em valor de produção agrícola, o que reforça o seu posicionamento como o mercado de investimento mais institucionalizado e atrativo a nível geoestratégico”, adianta Manuel Albuquerque, destacando que a “crescente profissionalização do setor está a abrir caminho a uma maior diversidade de investidores — desde produtores industriais com operação própria, a investidores imobiliários que compram para arrendar, até fundos financeiros como private equity ou fundos de pensões internacionais, com tickets que podem ultrapassar os 100 milhões de euros”.

Burocracia nos processos agrícolas e limitações comerciais são os maiores obstáculos

Os desafios de sucessão geracional, a necessidade de eficiência e as consequências das mudanças climáticas estão a transformar o setor, com a rotação de ativos, alteração de culturas e aumento da dimensão das explorações.

O responsável pelo departamento de agribusiness na CBRE no Sul da Europa explica ao ECO que “num setor profundamente globalizado não se pode ignorar os fatores de risco como a burocracia nos processos agrícolas ou as limitações comerciais e logísticas, impostas por medidas aduaneiras”.

Num setor profundamente globalizado não se pode ignorar os fatores de risco como a burocracia nos processos agrícolas ou as limitações comerciais e logísticas impostas por medidas aduaneiras.

Manuel Albuquerque

Responsável pelo departamento de agribusiness na CBRE no Sul da Europa

Manuel Albuquerque considera que o Governo pode ajudar a “agilizar os processos” e pede mais celeridade nas licenças imobiliárias por parte das câmaras municipais e juntas, essencialmente de zonas mais rurais.

Em relação às tarifas e obstáculos aduaneiros, o porta-voz da CBRE afirma que o agronegócio é um “mercado globalizado que tem agora uma disrupção de comércio global impulsionada por guerras comerciais e questões geopolíticas”. “A instabilidade é sempre má”, nota Manuel Albuquerque, exemplificando que a Europa exporta muito azeite e vinho para os Estados Unidos, numa altura em que o presidente americano continua a não dar tréguas.

Presença de água é fulcral para o investimento no agronegócio

Na Península Ibérica, cerca de 20% das terras aráveis são de regadio, um valor significativamente superior à média europeia (5%). O relatório destaca que a presença de água é um dos critérios chave para o investimento no agronegócio, mas outros aspetos, como o clima, a qualidade do solo e a dimensão das propriedades em Portugal e Espanha, fazem desta região uma oportunidade real e atrativa para o investimento neste segmento.

Fonte: Relatório “Agribusiness Iberian Report” da CBRE

As culturas com maior área plantada são cereais em grão (cerca de 5,9 milhões de hectares) e olival (3 milhões de hectares). Entre 2013 e 2023, a área de frutos secos cresceu quase 300 mil hectares. Em 2024, aumentou a área dedicada a azeitonas e frutos secos (pistáchios em Espanha e amêndoas em Portugal), enquanto a área de vinha diminuiu. Em Espanha, a área de citrinos reduziu, ao passo que o abacate ganhou importância em Portugal.

Quanto ao preço de venda dos produtos agrícolas (pago ao agricultor), registaram-se flutuações significativas: o azeite caiu 49% nos últimos 12 meses, enquanto as amêndoas subiram 67%. No caso do azeite, em julho de 2024 estava a custar 6,71 euros por quilo e um ano depois baixou para 3,39 euros. Por outro lado, o preço das amêndoas por quilo subiu mais de dois euros.

Já os preços das laranjas caíram 11%, enquanto o tomate (+25%), os morangos (+19%) e os mirtilos (+18%) registaram aumentos.

A nível global, a consultora regista um aumento significativo dos fundos levantados no setor agribusiness desde 2000, acumulando mais de 200 mil milhões de euros até 2024.

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