PSD quer ouvir “com urgência” CEO da TAP no Parlamento
Os sociais-democratas querem que a presidente-executiva da companhia aérea explique aos deputados os resultados negativos sucessivos e a redução de ligações aéreas no Porto.
O PSD quer ouvir a CEO da TAP, Christine Ourmières-Widener, na Assembleia da República devido aos resultados negativos da empresa em 2021 e à redução de voos no aeroporto Francisco Sá Carneiro.
“Sendo a situação económica e financeira da TAP um motivo de natural interesse e preocupação para todos os portugueses, pelas implicações que tem no contexto nacional, os sociais-democratas consideram que é necessário ouvir com urgência Christine Ourmières-Widener”, afirmam os deputados num requerimento dirigido ao Presidente da Comissão de Economia, Obras Públicas e Habitação e Planeamento.
“A acumular resultados negativos desde 2018, os parlamentares referem que os apoios à TAP aprovados em 2021 envolvem um auxílio do Estado no valor de 3,2 mil milhões de euros, ao mesmo tempo que a empresa registava um prejuízo de quase 1.600 milhões de euros, o que equivale a cerca de 4,3 milhões de euros por dia”, acrescenta o comunicado.
O aumento no número de passageiros transportados e de receitas não evitou um crescimento dos prejuízos da TAP, que somaram uns inéditos 1.599,1 milhões de euros em 2021, ultrapassando os 1.230 milhões de 2020. Um número que fica, ainda assim, abaixo dos 1.750 milhões previstos no plano de reestruturação.
O agravamento dos prejuízos deveu-se aos custos não recorrentes de 1.024,9 milhões com o encerramento da Manutenção e Engenharia no Brasil no quarto trimestre. A TAP informa, em comunicado, que o resultado líquido ajustado de itens não recorrentes (incluindo ajustes fiscais) seria de negativo em 760,14 milhões.
Os prejuízos não são o único motivo apontado para chamar a presidente executiva da TAP. Os deputados referem ainda “que, apesar dos apoios dados à empresa assumirem um peso muito expressivo na mobilização de recursos públicos, a empresa alterou, de forma incompreensível, a prioridade das suas rotas, nomeadamente a partir do Aeroporto Francisco Sá Carneiro, no Porto, eliminando alguns dos voos, com prejuízos evidentes para toda a região norte”.
A polémica sobre a presença da transportadora aérea no Porto regressou a propósito de um artigo publicado a 2 de abril no Jornal de Notícias, que conclui que a TAP perdeu sete rotas e 705 mil lugares no aeroporto da cidade face a 2019. No mesmo dia, Rui Moreira, presidente da Câmara do Porto, acusou o Governo de querer transformar a TAP numa “companhia regional” para servir Lisboa e “abandonar mais uma vez” o aeroporto Francisco Sá Carneiro.
O ministro das infraestruturas e Habitação, Pedro Nuno Santos, contestou uns dias depois as comparações e garantiu que “a TAP está a duplicar voos em relação a 2021. Temos hoje a TAP a reforçar voos a partir do Porto”. E acrescentou que “se a TAP não tivesse sido intervencionada era zero”. “Não podemos estar a dizer que não podemos investir tanto dinheiro público na TAP e ao mesmo momento exigir que faça rotas que dão prejuízo”, disse o ministro. Deu como exemplo a ligação entre o Porto e Milão.
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