Twitter ativa “poison pill” para se proteger da OPA de Elon musk

Dono da Tesla propôs pagar prémio de 54% pelas ações da rede social, numa operação hostil avaliada em 43 mil milhões de dólares. Rede social já tomou medidas para se proteger.

O Twitter adotou esta sexta-feira um plano de direitos dos acionistas com o objetivo de se proteger da Oferta Pública de Aquisição (OPA) que Elon Musk lançou esta semana sobre a empresa, avança a Reuters e a Bloomberg. Este plano, conhecido como “pílula venenosa”, expira a 14 de abril de 2023.

Este tipo de plano é acionado quando alguém compra parte da empresa sem aviso prévio e tem como objetivo tornar a empresa menos atrativa, desencorajando alguma tentativa hostil de aquisição, explica a Bloomberg. Isto dá aos acionistas o direito de comprar ações adicionais da empresa com um desconto, diluindo, assim, a participação acionista da parte hostil — neste caso, de Elon Musk.

“O Plano de Direitos não impede que o Conselho [de Administração] se envolva com as partes ou aceite uma proposta de aquisição se acreditar que é do melhor interesse do Twitter e dos seus acionistas”, afirma a empresa esta sexta-feira, citada pela Bloomberg. Estes planos são comuns entre empresas sob o fogo de investidores ativistas ou em situações hostis de aquisição.

Esta quarta-feira, Elon Musk lançou uma OPA para adquirir 100% das ações do Twitter, dias depois de ter anunciado a aquisição de uma posição de 9,2% na empresa, tornando-se, assim, no maior acionista da empresa. O homem mais rico do mundo propôs pagar 54,20 dólares por cada título, em dinheiro, o que representa um prémio de 54% em relação preço das ações em 28 de janeiro.

Uma mensagem que acompanha a oferta lança alguma luz sobre as intenções do norte-americano. “Como indiquei no fim de semana, acredito que a companhia deve ser privada e passar por alterações que têm de ser feitas. Depois de pensar nisto nos últimos dias, decidi que quero adquirir a empresa e tirá-la da bolsa”, escreve Musk, referindo que o preço de 5,40 dólares por ação é a sua “melhor oferta”.

Na mensagem, Musk diz ainda que a OPA tem “um preço alto” e vaticina que “os acionistas vão amá-la”. “Se o negócio não funcionar, tendo em conta que eu não tenho confiança na gestão nem acredito que consiga conduzir às alterações necessárias [com a empresa] na bolsa, então terei de reconsiderar a minha posição como acionista”, remata.

Nesse mesmo dia, o Twitter reagiu, afirmando “ter recebido a oferta não solicitada e não vinculativa de Elon Musk” e adiantando que o Conselho de Administração iria “examinar com atenção a oferta para determinar a linha de conduta que considera melhor servir os interesses da empresa e de todos os acionistas“.

Musk diz-se um fundamentalista da liberdade de expressão. Já enquanto maior acionista do Twitter, o empreendedor promoveu uma sondagem na plataforma para aferir, em linhas gerais, se os utilizadores consideravam que o Twitter era favorável à liberdade de expressão. Outra das bandeiras do multimilionário é a proposta para que seja criado um botão que permita editar as mensagens depois de publicadas.

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