Berardo quer pagar bolsas de estudo a banqueiros e cursos de ciência política a deputados

Comendador madeirense exige pelo menos 100 milhões em danos morais, que servirão para pagar a “necessária formação” de gestores bancários e de deputados.

Joe Berardo diz que todo o processo das dívidas à banca lhe provocou elevados danos morais, inclusivamente uma profunda depressão, e reclama uma indemnização de pelo menos 100 milhões de euros, com a qual pretende, em parte, financiar bolsas de estudo a gestores bancários e cursos de ciência política aos deputados.

Na ação que colocou contra Caixa Geral de Depósitos (CGD), BCP, Novobanco e BES, o comendador diz-se vítima de quem o quer rotular de “Responsável Disto Tudo”, de quem o acusa de ser o causador de “todos os males da banca” que teve de ser socorrida pelos contribuintes, numa estratégia concertada para mascarar as falhas das próprias instituições financeiras, do Banco de Portugal e do Governo.

Fala mesmo na exploração à exaustão da “imagem de uma personalidade habilidosa e predadora em exclusivo proveito próprio”, sobretudo depois da audição na comissão de inquérito à Caixa em maio de 2019, em que os bancos municiaram os deputados de informação para o julgarem em público, segundo alega na ação a que o ECO teve acesso.

Por outro lado, tudo isto levou a uma “desconsideração de toda a obra de Joe Berardo de enorme relevância social e cultural” no país nas últimas décadas.

“Pela forma como ficou caracterizado na opinião pública, Joe Berardo sofreu elevados danos morais e inclusive viu o processo de envelhecimento natural agravar-se de forma dramática, com graves danos causados às suas capacidades cognitivas e provocando-lhe profunda depressão”, lê-se no processo que fala em “agressão dolosa à sua personalidade e a toda a sua obra” para justificar o pedido de indemnização.

“As consequências para Joe Berardo das estigmatizadas agressões à sua personalidade não estão ainda apuradas completamente e tenderão naturalmente, ainda, a agravar-se”, acrescenta.

Por se tratarem de “danos claramente indemnizáveis”, Berardo pretende que “não devem ser fixados em menos de 100 milhões de euros, e no mais que for liquidado após o perfeito apuramento dos danos em toda a sua extensão”.

Essa indemnização será utilizada para bolsas de estudo a gestores bancários e cursos de ciência política para deputados da Nação, com o objetivo de, “além dos contributos que já prestou à sociedade portuguesa, contribuir agora para a patentemente necessária formação de gestores bancários e deputados”.

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