Transavia sobe preços 10% a 15% por causa dos combustíveis
Companhia low-cost vai lançar voo direto entre Ponta Delgada e Paris numa altura em que a procura ainda não está a ser afetada pela subida dos preços.
A subida do preço dos combustíveis já está a ter impactos nas tarifas da Transavia. A companhia aérea assume aumentos entre 10% a 15% nos voos com maior procura para a época de verão para tentar compensar a subida de custos. O acrescento de preço ocorre numa altura em que a empresa completa 15 anos de operações em Portugal.
“Em alguns meses praticámos preços semelhantes a 2019. Noutros, tivemos de aumentar as tarifas por causa da forte procura e da subida do preço dos combustíveis”, assumiu nesta quinta-feira o vice-presidente da Transavia, Nicolas Hénin, numa mesa redonda com jornalistas no Porto.
Quando questionado sobre a magnitude do aumento, o francês detalhou que se trata de um aumento “entre 10% e 15%” para voos a realizar entre junho e agosto.
Mas nem todas as ligações são afetadas, acrescentou: “Há rotas em que não aumentámos preços porque a procura é baixa; compensamos a subida de custos onde há mais procura”.
O mesmo responsável adiantou ainda que “se a procura continuar a ser forte, haverá subida de preços“. O objetivo é ter “voos cheios” com mais ou menos procura pela companhia.
Em alguns meses praticámos preços semelhantes a 2019. Noutros, tivemos de aumentar as tarifas por causa da forte procura e da subida do preço dos combustíveis
Até agora, a taxa de ocupação média das aeronaves tem sido de 85%, o que compara com os “93% a 94%” dos meses de verão de 2019, antes da Covid-19. Mas o executivo francês acredita que em julho e agosto deste ano “serão atingidos os números registados antes da pandemia”.
Apesar da inflação e da subida do preços dos combustíveis, os níveis de procura “estão bastante fortes para este verão. As pessoas pouparam muito dinheiro depois de dois anos sem poderem viajar”.
Segunda rota doméstica
Esta quinta-feira é o 15.º aniversário do início das operações da Transavia em Portugal. Foi em 12 de maio de 2007 que aterrou no aeroporto de Francisco Sá Carneiro a primeira aeronave da companhia low-cost em solo português, oriunda de França.
No verão deste ano, serão operadas 24 rotas de e para Portugal. No final de março foi estreada a segunda rota doméstica, entre Porto e Ponta Delgada. Em simultâneo também arrancou a ligação entre Porto e Brest e entre Amesterdão e Ponta Delgada.
Nos meses de julho e agosto, o voo entre Paris e Ponta Delgada será direto, três vezes por semana, não contando com qualquer escala no Porto.
Para já a companhia não concorreu a novas slots em aeroportos nacionais, como o de Lisboa, porque a dona da Transavia (Air France-KLM) foi alvo de um processo de reestruturação, o que impede a tentativa de conquistar novas faixas horárias.
Eventuais novas rotas da empresa em Portugal deverão ser divulgadas em 25 de maio, quando for apresentado o calendário de voos de inverno, entre o final de outubro e final de março.
Mudar carpetes para mudar
Se a companhia-mãe KLM já lançou o primeiro voo sustentável, a Transavia não quer ficar muito atrás em matéria de poupança de combustível. Nicolas Hénin exemplificou que a companhia está a trabalhar com duas startups para “otimizar as rotas” e reduzir o consumo de combustível em 3% a 5%.
Também foram colocadas novas carpetes e novos bancos, mais leves, para que a redução do peso do avião ajude a gastar menos nas deslocações. O próprio combustível já conta com 1% de componente sustentável – em 2030 deverá ser 10%, prevê o executivo.
A partir de 2023, a companhia da Air France-KLM vai iniciar a substituição dos aviões Boeing 737-800 por modelos Airbus A320neo, que “deverão proporcionar uma redução de consumo de 15%.
Em relação a uma eventual abertura de uma base em solo português, a Transavia continua sem se comprometer. “Portugal é sempre uma forte possibilidade para uma base fora de França”.
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