Efapel “raciona” material elétrico para contornar falhas de abastecimento
Plásticos, metais e eletrónica mais caros e raros obrigam fabricante da Lousã a restringir gestão de stocks no mercado. Crescimento do setor da construção valeu recorde de vendas em 2021.
A dificuldade no acesso e o consequente aumento de preços nos plásticos, nos metais e na eletrónica a nível mundial estão a obrigar a Efapel a “racionar algumas entregas” com o objetivo de tentar “contornar” falhas no abastecimento de materiais elétricos ao mercado, como interruptores, domótica, quadros elétricos ou calhas técnicas.
“A escassez resolve-se com mais stock e pagando o preço que nos exigem”, desabafa ao ECO o presidente da empresa de Serpins, no concelho da Lousã, onde emprega cerca de 450 pessoas. Américo Duarte aponta a escassez e o custo das matérias-primas como “um problema maior”, calculando subidas médias de 25% em 2021.
Ainda assim, o empresário que detém 67% do capital garante que a Efapel está a “[evitar] refletir no preço a totalidade dos incrementos” nesses custos — cujo valor decorre do mix do preço de entrada da mercadoria com o das existências nesse momento –, assegurando que durante o ano de 2022 apenas aumentou os preços em abril, na ordem dos 3%.
A escassez e o consequente aumento de preços das matérias-primas são um problema maior que procuramos contornar, evitando refletir no preço a totalidade dos incrementos dos preços.
Por outro lado, a subida dos custos da energia “não é um grande problema” para a maior fabricante nacional de aparelhagem elétrica de baixa tensão, que exporta cerca de 30% da produção para mais de 50 países na Europa, África, Médio Oriente e América Latina, e que conta com subsidiárias em Espanha e França. É que, ressalva Américo Duarte, a fatura energética “cifra-se em aproximadamente 1% dos custos totais”.
Construção vale recorde de vendas
Apesar dos atuais entraves na cadeia de abastecimento e a nível logístico, a Efapel logrou registar no ano passado um volume de negócios de 53,5 milhões de euros, ficando 22% acima do período homólogo e melhorando 28% na comparação com 2019, antes da pandemia. É o valor mais elevado de sempre para a companhia fundada em 1978, que “tentou manter a sua agilidade nas constantes adaptações ao mercado, com investimentos em inovação e na constante qualificação e competência dos seus ativos”.
“Apesar da forte contração da economia devido às restrições da Covid-19, a trajetória de crescimento do setor da construção foi significativamente positiva no ano de 2021. Não obstante, a evolução do setor industrial em Portugal também tem sido crescente e contribui para o crescimento de alguns setores de atividade, como o da Efapel”, justifica Américo Duarte.
Num ano em que investiu 2,4 milhões no desenvolvimento de uma nova linha de embutir com o objetivo de exportar para mercados latino-americanos, como Chile, Colômbia, Perú e México, a Efapel concretizou ainda o plano de expansão da capacidade produtiva e de armazenamento na Lousã, avaliado em 5,1 milhões de euros. Duplicou a área do atual edifício 2 da fábrica, que passou a ter 18 mil metros quadrados.
Já no âmbito da “política de captação de novos quadros e de ligação ao meio envolvente”, a empresa industrial destaca a assinatura de protocolos de parceria com o Instituto Superior de Engenharia de Coimbra (ISEC), com a Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra (FEUC) e com a APEU-FEUC – Associação Para a Extensão Universitária, “com vista a desenvolver uma cultura de cooperação, aberta à partilha de conhecimento e aprendizagem num contexto empresarial”.
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