Franceses carregam 150 milhões de investimento na portuguesa Power Dot
Injeção de capital permite à empresa, que opera postos de carregamento para carros elétricos, apostar em fusões e acelerar crescimento da equipa para 100 funcionários em seis mercados europeus.
A bateria financeira da Power Dot recebeu um carregamento de 150 milhões de euros. A empresa portuguesa que opera postos de carregamento para carros elétricos foi investida pelo fundo francês de investimento em infraestruturas Antin, segundo o anúncio feito nesta quarta-feira. A injeção de capital vai servir para acelerar o crescimento da equipa e abrir porta a possíveis aquisições.
“Com um crescimento tão acentuado, sentimos necessidade de trazer um parceiro adicional, que vai ajudar-nos a crescer e a chegar aos nossos objetivos”, destaca, em entrevista ao ECO, o co-fundador e presidente executivo da Power Dot, Luís Santiago Pinto.
Para já, a operadora portuguesa mantém os objetivos de crescimento: ter a funcionar 14 mil pontos [tomadas] de carregamento até 2025 e atingir os 27 500 pontos até 2030 em Portugal, Espanha, França, Luxemburgo, Bélgica e Polónia. Está afastada, para já, a hipótese de instalar carregadores em novos mercados.
Atualmente, a empresa opera ou está prestes a instalar um total de 3.900 tomadas: 2.300 em França, Bélgica e Luxemburgo; 1.300 na Polónia; 1.100 em Portugal (com 770 pontos já a funcionar); e ainda 300 em Espanha.
Assumindo que os números podem ser “demasiado conservadores”, a Power Dot admite que pode vir a comprar algumas empresas concorrentes. “Estamos atentos a oportunidades que possam aparecer no mercado. Trabalhar com um fundo como a Antin permite-nos ir atrás de oportunidades de aquisição e de fusão. Estamos numa posição em que esse crescimento passa a ser possível”, antecipa Luís Santiago Pinto.
Atualmente com perto de 50 funcionários diretos (e centenas indiretos), a equipa da Power Dot vai duplicar para 100 elementos nos próximos anos nos seis países onde está presente.
Ganhos repartidos
Fundada em dezembro de 2018, a Power Dot contou desde o início com a família Arié entre os investidores. Os carregadores são colocados “nos sítios para onde as pessoas vão e param o seu carro“, como centros comerciais, supermercados, ginásios e parques de estacionamento.
A Power Dot não cobra qualquer verba pela instalação dos carregadores, trata da respetiva certificação, instalação e gestão e ainda dá uma parte das receitas às empresas com que faz parceria. Em Portugal, a empresa está presente em 150 dos 308 municípios.
Estamos atentos a oportunidades que possam aparecer no mercado. Trabalhar com um fundo como a Antin permite-nos ir atrás de oportunidades de aquisição e de fusão. Estamos numa posição em que esse crescimento passa a ser possível
Atualmente, mais de 80% dos carregadores da gestora são rápidos ou ultra-rápidos, permitindo carregamentos com potência mínima de 50 kW.
A empresa também tem seis hubs de carregamento rápido para motoristas que trabalhem para a Uber em Portugal. Esta opção está igualmente disponível em França. Menos conhecida é a opção de fornecimento de pontos de carga para edifícios de escritórios.
Crescimento sem ameaça
Com os elétricos e híbridos plug-in a valerem 18% das vendas de carros novos até abril, a Power Dot assinala que o parque de carregadores “tem de aumentar” para responder à cada vez maior procura dos consumidores por opções alternativas à gasolina e ao gasóleo.
Apesar da subida dos preços, a empresa não tem tido problemas com as encomendas dos carregadores. “Tratámos desse processo com bastante antecedência. Os impactos que temos sentido ao nível da inflação são reduzidos.”
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