Conversas com Energia. Arte é fundamental para a consciencialização do estado do ambiente, alerta Joana Vasconcelos

A arte também pode ser sustentável. Esta foi a principal conclusão da "aula" de Joana Vasconcelos que teve como objetivo apelar a que os jovens tenham um papel mais ativo na preservação do ambiente.

 

Certa de que a “vida de artista é uma aprendizagem constante”, Joana Vasconcelos dirigiu-se aos alunos e professores da Escola Poeta Alberto, de Sines, para explicar a sua jornada enquanto artista numa altura em que a sustentabilidade é um tema cada vez mais importante na sociedade civil. E a arte não é exceção.

No âmbito da iniciativa Conversas com Energia da Fundação EDP, que tem o ECO/Capital Verde como media partner e cujo objetivo é promover o conhecimento e o diálogo sobre os desafios da emergência climática entre os mais novos, Joana Vasconcelos reconheceu o papel que tem enquanto artista e a missão de “alertar e trazer para a consciência temas” que são importantes para sociedade.

A artista plástica afirmou que a sustentabilidade é uma realidade presente na sua vida desde o momento em que foi premiada pela EDP como um dos artistas emergentes, em 2000. “Com o prémio que recebi, comprei uma handy cam da Sony e com a câmara, fiz uma peça que correu o mundo e que acabou a ser comprada pela Louis Vuitton, marca que acabou por me patrocinar mais tarde”, recordou esta quarta-feira no MAAT, em Lisboa. “A sustentabilidade começa aí: com o que conseguimos fazer através dos poucos recursos que temos”, considera.

“Não faço outsourcing, trabalho com artesãos do atelier. Não gastamos energia em deslocações, nem materiais importados. Tudo o que possa ser português, eu uso”, frisou a artista, acrescentando que o objetivo é procurar deixar “a menor pegada ecológica possível” – um modo de atuação adotado também pelos membros do atelier que fundou. Assim, realça a importância de valorizar os recursos a nível local, algo que também contribui para sustentar um artista, diz.

“Há um esforço do atelier em querer ser sustentável e gastarmos o menos possível”, sublinhou, garantindo também que naquele espaço “não há desperdício”. O mote é ainda aplicado quando a artista viaja pelo mundo e quando opta pela ajuda local para a concretização de peças artísticas.

Este “desperdício”, no entanto, não se limita apenas aos materiais ou recursos usados para a criação de obras de arte, mas sim um que considera ser o “maior” na nossa humanidade: as pessoas.

“O maior desperdício é a inteligência, não utilizar as qualidades das pessoas. Aquilo que mais desperdiçamos é o ser humano. Mais do que o desperdício dos recursos ambientais, é o desperdício humano”, disse, explicando que o argumento prende-se com o facto do futuro do planeta estar, em grande parte, nas mãos da ação humana e que cada decisão tem impacto na qualidade e no futuro do nosso planeta.

“Se não tivermos uma ação positiva no nosso território, casa, escola, trabalho, cidade, país e daí para a Europa, o mundo e para o planeta, não vai haver planeta” acrescentou ainda, recordando as palavras da ativista ambiental Greta Thunberg que, em 2021 e perante os líderes mundiais presentes na COP26, em Milão, apelou a esforços mais significativos para inverter o estado avançado de degradação do ambiente. “Não há Planeta B”, repetiu, relembrando aos alunos de Sines que na China e na Índia a qualidade do ar está de tal forma poluída que população já é obrigada a usar máscaras.

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