Petróleo avança 1%. Recupera de maior tombo de um ano

A recuperação ocorre depois de o anúncio da subida para níveis recorde das reservas norte-americanas de petróleo ter ditado um tombo de 5% para a cotação do "ouro negro" na sessão anterior.

O sentimento mudou para o petróleo. A cotação da matéria-prima seguem em alta, esta quinta-feira, a recuperar do maior tombo em mais de um ano registado na sessão anterior, após a inesperada subida das reservas de petróleo dos EUA para um nível recorde.

O preço do barril de “ouro negro” regista esta manhã ganhos em torno de 1%, nos dois lados do Atlântico, afastando-se assim novamente da barreira psicológica dos 50 dólares. O barril de brent negociado em Londres — que serve de referência para as importações nacionais — avança 0,83%, para os 53,55 dólares, depois de já ter estado a ganhar 1,41%. Já o crude transacionado em Nova Iorque acelera 0,68%, para os 50,62 dólares, depois de ter chegado a estar a valorizar 1,11%.

Evolução da cotação do petróleo

Fonte: Bloomberg

Na sessão anterior a cotação do petróleo deslizou em torno de 5%, uma quebra que se seguiu à divulgação inesperada por parte do Departamento de Energia dos EUA de que as reservas semanais de petróleo aumentaram para o patamar mais elevado dos últimos 35 anos. Este anúncio fez ressurgir as dúvidas relativamente à capacidade de travar o excesso de petróleo existente no mercado global.

Na última semana, os inventários norte-americanos da matéria-prima aumentaram em 8,2 milhões de barris, para atingir o nível mais elevado desde o ano de 1982, de acordo com os dados governamentais conhecidos nesta quarta-feira. Uma notícia que surge na mesma semana em que o ministro do petróleo da Arábia Saudita, Khalid Al-Falih afirmou que as reservas mundiais semanais de petróleo estão a baixar menos do que o esperado, o que poderá colocar em causa a eficácia do acordo celebrado no final do ano passado entre os membros da OPEP e outros países produtores no sentido de criar um teto para o output da matéria-prima.

Se de um lado, a OPEP encabeça um movimento de travagem da produção de petróleo, nos EUA o movimento é contrário, com os produtores norte-americanos a aproveitarem a recuperação das cotações para acelerar a exploração que se tornou agora mais rentável. “É claro que os produtores dos EUA estão a avançar para o espaço deixado pelo corte de produção da OPEP”, disse Michael McCarthy, responsável pela estratégia de mercado da australiana CMC Markets, citado pela Bloomberg. “Caso os preços do petróleo recuem para perto dos 40 dólares, espero que o acordo da OPEP se desfaça”, alerta o mesmo especialista.

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