Ministro avisa: Nova “falha” do SEF implicará “substituição imediata” de responsável no aeroporto
Relativamente à aglomeração de passageiros ocorrida na passada segunda-feira no aeroporto de Lisboa, o ministro diz que se deveu a uma “falha" de comunicação.
O ministro da Administração Interna garante que o reforço de meios humanos nos aeroportos ficará concluído até início de julho e que aglomerações como as da semana passada em Lisboa não podem repetir-se, ou implicarão a “substituição” dos responsáveis.
“Uma falha desta natureza tem que levar à substituição imediata de quem tem essa responsabilidade no aeroporto. Esta foi a orientação que foi transmitida à Direção Nacional do SEF [Serviço de Estrangeiros e Fronteiras]. Porque, quando se deteta que está a haver uma sobre concentração de chegadas, há uma equipa de contingência que é mobilizada por parte do diretor nacional do SEF”, afirma José Luís Carneiro numa entrevista publicada hoje no jornal Público.
“Não foi mobilizada na segunda-feira que passou porque não foi comunicada essa falha. Mas já foi referido que não pode voltar a repetir-se”, acrescenta o ministro.
Segundo o governante, o plano de reforço de meios nos aeroportos, nomeadamente no de Lisboa, passa pelo aumento de meios humanos da PSP e do SEF e dos meios eletrónicos de identificação dos passageiros que desembarcam em Portugal, a par da monitorização constante do que está a acontecer nos aeroportos.
No que se refere aos meios humanos, José Luís Carneiro afirma que o reforço, “que está previsto no plano de contingência, ficará todo ele desenvolvido até dia 04 de julho”.
“E acabámos de tomar a decisão de antecipar entre oito a 15 dias este período de reforço em função da disponibilidade”, avança, acrescentando que, atualmente, “já há reforço de funcionários do SEF e da PSP”.
Relativamente à aglomeração de passageiros ocorrida na passada segunda-feira no aeroporto de Lisboa, o ministro diz que se deveu a uma “falha”: A equipa de contingência de inspetores do SEF, que está preparada para ser mobilizada “sempre que se justifica” não o foi, “porque não houve informação da equipa que estava no aeroporto para a direção nacional”.
“Não foi mobilizada na segunda-feira que passou porque não foi comunicada essa falha. Mas já foi referido que não pode voltar a repetir-se”, sustentou.
Questionado sobre a possibilidade de alargar o período de chegada dos voos intercontinentais a Lisboa, evitando a atual concentração no período da manhã, José Luís Carneiro referiu ser “um trabalho que tem que ser feito pela ANA Aeroportos, nomeadamente com as companhias e também com as outras entidades que tratam de toda a dimensão ligada aos fluxos aéreos e turísticos”.
“Mas é evidente que é desejável que haja um diálogo e uma articulação entre quem, e bem, quer aproveitar as oportunidades do mercado, mas depois também com as capacidades do próprio aeroporto para acolher e integrar convenientemente quem nos procura”, considerou.
“A ANA Aeroportos está a fazer um esforço articulado connosco. O plano de contingência foi articulado com o Ministério das Infraestruturas, com o Ministério da Economia, com a Secretaria de Estado do Turismo e foi articulado com a ANA Aeroportos. Tive também uma reunião de trabalho com a TAP e outra com o Turismo de Portugal. Nessas reuniões, cada parte comprometeu-se com um esforço, tendo em consideração que a previsão de crescimento é muito significativa. Arranjando a ANA mais espaço, nós estamos disponíveis para mobilizar mais inspetores para termos um maior número de boxes, em vez das atuais 16”, precisou.
Novo aeroporto de Lisboa depende de consenso
No que se refere à construção do novo aeroporto, o ministro da Administração Interna sustenta que “é mesmo uma questão de interesse nacional” e defende que se trabalhe no sentido de um “amplo consenso social”, incluindo com o PSD.
“[…] É evidente que, se tivéssemos uma infraestrutura aeroportuária com outro potencial, estaríamos hoje a aproveitar oportunidades de captação de turistas para o país que, por impossibilidade do aeroporto, não estão a ser devidamente aproveitadas. O ministro das Infraestruturas tem toda a razão quando diz que, efetivamente, é necessário encontrar um amplo consenso político em torno deste objetivo nacional”, afirma José Luís Carneiro.
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